Sonho de uma Vida [Cap.6]

Um conto erótico de Daniel
Categoria: Homossexual
Contém 1474 palavras
Data: 26/02/2012 00:26:54
Última revisão: 26/02/2012 00:34:00
Assuntos: Amizade, Amor, Gay, Homossexual

- Meu pai foi transferido para o Rio de janeiro, vamos embora fim desse mês.

- O QUÊ? Mano... não pode ser, então quer dizer que eu... só tenho DUAS semanas com você? Desde quando você sabia disso? (ele começou a ficar alterado, falar mais alto)

- Desde... de J... Julho... (minha voz começou a falhar, tinha um aperto enorme no meu peito)

- E NÃO me disse NADA? (ele falou bem alto)

- Me... me desculpa... por... por favor! Eu... não queria... (comecei a lagrimejar)

Ele estava com a respiração rápida, e com a cara fechada, eu olhava pra ele e tinha cada vez mais vontade de chorar, será que eu tinha perdido meu precioso amigo?

Eu entro em desespero e saio correndo em direção à praia, como eu fui um idiota em ter escondido isso tanto tempo dele. Eu paro e me sento na areia, ainda chorando de leve, quando sinto uma mão nas minhas costas, Luan senta ao meu lado...

- Ei, por que você ficou assim?

- Acabo de perder meu melhor amigo.

- Mano... o que eu disse pra você? Não importa o que aconteça, eu nunca vou deixar de ser seu amigo... eu realmente agi mau, me perdoe... eu não queria parecer agressivo, eu só... queria ficar ciente de quando o amigo que eu mais amo no mundo iria ficar longe de mim.

Eu não conseguia dizer nada... ele começou a acariciar meus cabelos dizendo...

- Ei ei, vamos enxugar essas lágrimas ta bom? Não importa o quanto tempo fiquemos separados, meus sentimentos por você nunca acabarão.

- Eu não quero me separar de você. Você é o único amigo que eu já tive, uma resposta de Deus às minhas orações.

- Sabíamos que isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde, não se preocupe, eu disse que no futuro nos encontraremos de novo. Se acalme por mim ok?

- Tudo bem...(então ele me da um abraço demorado)

- Agora... que tal tomarmos uma água de coco?

- Boa ideia.

Já estávamos levantados quando alguém, um cara musculoso, chega perto de nós falando...

- Olá alegrinhos, espero não estar atrapalhando seu momento romântico, mais quero informar que vocês estão incomodando algumas pessoas. Então eu aconselho vocês a irem embora para não termos problemas sérios.

- Quem você pensa que é cara, o dono da praia? (diz Luan)

- É melhor não começar a se exaltar bichinha, não tenho a intenção de machucar ninguém.

- Qualé cara, nós somos irmãos. (eu falo)

- Irmãos? Estou realmente surpreso de ver como esse mundo está, até irmãos agora!

- Você ouviu ele, é melhor se desculpar. (Luan fala)

- (risos) Até parece...

Quando Luan dá o primeiro passo, eu logo o seguro...

- Luan não, já estávamos indo embora, não queremos briga.

Ele olha pra mim e se acalma, logo damos as costas pro brutamontes e vamos direto para a parada de ônibus. É horrível passar por isso, nesse momento eu vi o quanto os gays sofrem, o quanto há pessoas tão ignorantes ao ponto de fazerem questão de humilhar alguém cujo ele nem conhece, não sabe como foi sua educação, não sabe se é rico ou pobre, honesto ou orgulhoso, não sabe se é alguém que tem o sonho de ver todo dia pessoas diferentes para conhecê-las e ajudá-las, alguém que um dia pode virar um médico, ou um bombeiro, ou um enfermeiro, ou um socorrista e salvar vidas .

Logo nosso ônibus chegou. Chegando na casa do Luan, nós meio que só sentamos no sofá, sem dizer nada, como se estivéssemos perdidos. Passaram-se alguns minutos até que Luan quebra o silêncio...

- Mano, eu... eu não sei o que agente faz, tipo... eu só tenho alguns dias com você, mas...

- Não sabe como passar esses dias.

- É, isso... é estranho.

- Então... vamos conversar...

- Que tal, se você... me fale o que você pensou na primeira vez que me viu.

- Bem... eu não pensei nada. (risos) Mel me falou que você tinha fama de convencido, só.

- Sério? Nossa!

- Mas depois eu soube que você não era convencido... era um EXIBIDO!

- Como?

- Você ficou roubando a atenção do prof. de Geografia só pra você!

- Como é? Eu só estava tirando as minhas dívidas, JURO! (risos)

- Sei...

- Tá bom seu bobão, eu fiquei chateado quando vi que teria concorrência, logo, minha reação foi ser melhor.

- EU era o melhor aluno de Geografia e História da sala! VOCÊ queria roubar meu posto!

- (risos) Ta ta.. me desculpe, tudo bem? Satisfeito?

- Não, se ajoelhe e implore por perdão. (risos)

Para minha surpresa ele realmente fez, se ajoelhou na frente do sofá onde eu estava sentado e me pediu perdão.

- Ei seu grande bobão, eu estava brincando!

- Faço de tudo pra não perder sua amizade.

Então quando ele se levanta eu me levanto e o abraço. Então ainda abraçados eu falo...

- Obrigado.

- Pelo quê? (risos)

- Por existir.

Ele parou de me abraçar, ele queria encontrar meus olhos, olhava bem fundo neles, como se quisesse ter certeza de que eu estava mesmo falando aquilo, nossos rostos estavam bem próximos, eu fiquei com medo, se por um momento eu perdesse a razão e o beijasse, seria um sonho, porém ele poderia nunca mais falar comigo, e isso eu não queria, nunca, jamais, eu morreria se o perdesse. Então me afastei, tentando mudar aquele clima dizendo...

- Quer saber uma coisa engraçada?

- O quê?

- Meus pais me disseram para não abraçar você em público. (risos)

- ashuashuahsuahsua... sério? Por quê?

- Porque não queriam que as pessoas nos vissem como... você sabe.

- Gays? (risos) Acho que eles tinham razão, afinal, comprovamos isso hoje, não?

- Então quer dizer que você não vai mais me abraçar?

- Claro que não seu bobo.

- E o que você acha... sobre eles?

- Eles quem?

- Os gays.

- É, bem... eu acho... acho que não devo achar nada, afinal, eles são os donos da suas vidas, fazem o que querem, ficam com quem quiserem. Não me incomodo.

- Então você está conformado... com seu pai?

- Sim, se era para continuar com minha mãe sem amá-la, era melhor mesmo então deixá-la. Mas vamos mudar de assunto, não quero falar sobre meu pai...

- Que tal lancharmos?

- É. Boa ideia.

O resto do dia passou normalmente, quando chegou a hora, fui para casa. Pensando no Luan... como sempre né? Era impressionante como todos os dias, todas as horas, minutos, segundos, a cada momento eu de alguma forma pensava no Luan, como eu ficarei sem ele, sem vê-lo, sem seus abraços?

Chegando em casa eu teria que falar com meu pais, não poderia continuar vendo o Luan uma vez por semana faltando só duas para ir embora, parece um absurdo um filho ter que pedir permissão para ir na casa de um amigo, mas meus pais eram assim, extremamente controladores, nada acontecia comigo ou meu irmão sem eles ficarem sabendo, e se eu tentasse sair da visão deles... meu pai é militar, então já imaginou né? Fui falar com minha mãe, ela sempre foi mais compreensível que meu pai...

- Mãe... eu queria pedir para a senhora, se eu poderia ir mais vezes na casa do Luan, nós só temos alguns dias aqui, eu quero vê-lo com mais frequência.

- Filho, eu não já te disse que... quer saber, pode sim. Eu te entendo filho, vai perder seu melhor amigo, é uma pena, Luan é um garoto adorável, mas tenho certeza que você fará muitas amizades no Rio, não se preocupe... e sim sim, pode ir para a casa dele, aproveite, mas não se esqueça de arrumar suas coisas para a mudança.

- Obrigado mãe!

- Ah filho.. tenho que te dizer, seu pai e eu estamos planejando um jantar de despedida para a próxima semana com os amigos do trabalho e da igreja, convide o Luan para ir.

- Claro mãe, convido sim.

Despedida... uma palavra difícil, eu ainda não tinha pensado nisso, como iria ser meu último momento com o garoto que eu mais amo no mundo? O garoto que eu mais amo no mundo... será que eu devo contar tudo para ele? Será que eu devo falar que o amor que sinto por ele vai além da amizade, além da irmandade, além do infinito?

Eu vou ficar anos sem vê-lo provavelmente, se tem uma hora certa é agora, se ele reagir mau, me dando as costas, eu engoliria seco, daria a volta por cima e começaria uma nova vida no Rio de Janeiro, sem Luan. Mas... e se ele reagir bem? Sim... eu ficaria muito feliz, mas extremamente triste, final, eu teria, de um jeito ou de outro, que ir embora e deixá-lo.

Eu pensava nisso por dias, dias que passavam bem rápido, os dias mais rápidos da minha vida, então, faltando 1 dia para o jantar de despedida e 4 dias para eu sair de Recife e ir morar no Rio, eu me decido: Sim, eu vou contar tudo a ele.

[CONTINUA]

Espero que estejam gostando. O próximo capítulo promete! Não se esqueçam de comentar e votar. Abraços!

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Comentários

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Nossa isso num pode termina ssim meu deus que conto lindo emocionante sensacional amo nota 10000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

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Mto bom ... estou ficando ancioso com esta partida ... aguardo os próximos capítulos ...

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