Don Casmurro, muitos anos atrás, duas vezes, espaçadas. Terminei o livro nas nuvens. A beleza do estilo. O mistério... A sensualidade imaginada em Capitu e Escobar. A amargura suave, a dúvida tardia e sufocante de Bentinho...
Comigo, algo semelhante. Não igualmente triste, mas com circunstâncias em comum... Já passados muitos anos e circunstâncias parcialmente mudadas. Guardei com gosto o segredo. Disponho-me a revelá-lo agora, tantos anos passados, por motivos que explico. As arestas se apararam, se compensaram ou perderam significância. Bem, aí vai:
Convivi, por muitos anos, com um amigo, a partir de 1990. Houve épocas de convívio assíduo de casas e famílias... Em outras épocas nos afastamos, por motivos diversos e sempre acidentais, desleixo. Nunca diminuída a amizade. Numa daquelas fases de muito convívio e intimidade, costumávamos tomar uísques na casa dele... Minha mulher e eu íamos para lá, comíamos algo, e principalmente conversávamos... Os assuntos de interesse eram muito diversos e nos separávamos. Mulheres falavam sobre filhos, pelo menos em nossas presenças... Nós sobre esportes, restaurantes, passeios, quando estávamos com elas. Separados os assuntos mudavam. Meu amigo e eu, nesta época curtíamos uísque. Muitos, aliás... E nossas conversas sempre resvalavam para assuntos sensuais, fantasias, casos ocorridos ou imaginados... Uma destas fantasias era a possiblidade de nossas mulheres encontrarem outros homens. Vê-las al longe cochichando e rindo sugeria isto. Esta conversa surgiu muitas vezes, cada vez mais imaginativa e ousada até o ponto de as imaginarmos trocadas entre nós... Planejávamos o fato com detalhes. Como, quando etc... Embriagados, tudo parecia possível... Sóbrios, permanecia a ideia e até mesmo o desejo, mas desaparecia a coragem a inventividade, a suposta facilidade... Por um motivo qualquer não sabido, a mulher de meu amigo era a mais visada... Ele falava dela, me contava detalhes e situações, me sugeria formas, momentos, diálogos e forma de eu abordá-la. Regados a uísque... Cada dia mais eu passava a ver isto como possível de fato, mesmo sem uísque. Passei a planejar, gozando a fantasia e gostava de imaginar o fato e depois contar pra ele, com os detalhes... Uma vez, duas, em lugares, formas e posições diferentes. Ele sempre a me ajudar com novos planos, incentivando, encontrando caminhos. Tantos planos, e oportunidades imaginadas que afinal...
Fantasmas aparecem se você acredita neles com convicção.
Certo dia fui à casa dele durante buscar um livro que me tinha sido prometido. Não o encontrei lá. Estavam sua mulher e sua irmã. Eu não tinha avisado que ia. Ficaram surpresas mas fui bem recebido. Mais do que esperava. Era outra mulher ! Sorridente e próxima. Era uma das poucas vezes que ia lá, sem a presença dele e foi apenas um acidente. Apanhei o que precisava e já ía embora. A irmã anunciou que já saia também... Dei a volta em algumas quadras e resolvi voltar. O carro da irmã de fato não estava mais lá... É agora... ri sozinho. Apertei a campainha e ela apareceu, surpresa. Eu disse que tinha pegado o livro errado. Precisava trocar. Ela vacilou, abriu a porta parcialmente, indecisa. Adiantei-me e fui entrando... Caminhei em direção ao cômodo que servia de escritório e biblioteca. Ela me seguiu por cortesia, ainda surpresa... Peguei um livro qualquer e fui me dirigindo à porta de saída. Voltei-me para me despedir com o habitual beijinho que aconteceu, súbito, assustando, na boca. Assustada, ela se afastou, olhos arregalados. Aproximei-me de novo e agora beijei-a de fato. Agarrei-a pela cintura e impedi seu afastamento... Beijei-a já lhe metendo a língua na boca... Ela correspondeu com o corpo tensionado por uns momentos... Relaxou... Prossegui e colei meu corpo ao dela... Penetrei-a com a língua e segurei-lhe a bunda. Ela me enfiou a língua muito molhada na boca, uma, duas vezes, virou e tentou se afastar. Agarrei-a por trás. Agarrei-lhe os peitos e me encostei meu pau já duro na bunda. Beijei e lambi seu pescoço por trás... Ela oscilou, tremeu, pressionou-me claramente com a bunda, meneou o corpo e se afastou, agora com força... Virei-me para ir embora sem conversa. Na porta, virei-me e trocamos olhares cúmplices... “Seu louco” reclamou sem repreensão na voz... Assim tudo começou.
Decidi nada contar a ele... Temi que a realidade não fosse tão bem recebida por ele como as fantasias. Como segunda razão, temi que ele mudasse o comportamento com ela e tudo se acabasse.
Na semana seguinte fui à casa dele para ver um carro que ele pretendia vender e que acabei de fato comprando. Caprichei para me desencontrar com ele. Combinei um certo horário e fui em outro. Ela me olhou assustada. Não queria me abrir a porta. Uma faxineira estava em casa. Falei sobre o carro e pedi que me abrisse a garagem. Ela abriu e, sem o precisar, me seguiu no exame ao carro... Abracei-a, ou melhor dizendo, agarrei-a, que não resistiu. Beijei-a, misturando minha língua com a dela. Não resistiu. Abri a blusa. Não resistiu. Baixei o soutien. Mamei nela, apertando-a contra a parede. Meu pau contra suas coxas. Esfreguei-me apertei, mamei, apalpei, amassei. Tudo em dois ou três minutos. Saímos da garagem. Trancamos a porta. Insisti incisivamente: “Eu te quero” e saí... Na mesma semana fomos, eu e minha mulher, a casa deles... Uísque, Pizza aos pedaços, cerveja... Alguns poucos mas intensos olhares. Dentro das calças eu me melava completamente.
Falei com ele que continuava tentando, mas ela não me dava chance. Não tínhamos oportunidade... Ele próprio ajudou. Informou-me sobre um dia em que ela estaria sozinha em casa por horas. Ele ausente em viagem... Compareci. Ela não me deixava entrar... Forcei a porta. Beijei-a longamente e disse de novo “Te quero”. Ela amoleceu e facilitou-me os peitos. O direito em especial. Chupei-os... Não mais resistências... Sofá da sala, roupas sendo arrancadas quase completamente. Minha mão dento da calcinha... Melada, molhada. Baixei-a e baixei minha calça e pedi: “Me chupe”... Abaixou, chupou sem hesitar... Quase lhe gozei na boca. Levantei-a e conduzi-a ao tapete felpudo e macio do chão, onde eu já a tinha imaginado muitas vezes. Levantei sua perna direita e abri-a, apoiando no sofá. Abertas, pelos escuros e fartos contra uma pele muito branca, me esperavam. Olhei fixamente de propósito anunciando meu apetite. Ela me olhou nos olhos anunciando o seu, buceta exposta. Enterrei.
“Eu te queria, há muito tempo”. “Eu também te queria muito mas nunca imaginava que iria acontecer”. Esperei que ela gozasse, perdendo o fôlego, engasgando. Gozei depois dentro dela, de novo... “Safado. Filho da Puta. Sem vergonha” ela dizia com lágrimas. Mistura de felicidade e angústia ... “Pelo amor de Deus, não conte a ele nem a ninguém. Eu morreria de vergonha... Pode voltar, mas não conte a ele. Se contar, eu me mato. Prometo”. “Quer que eu volte?”. “Quero sim”. Estava precisando mesmo de você, mas prometa pela saúde de seus filhos que não conta pra ele.” Prometi...
Eu continuava a frequentar a casa dele, mas não nos olhávamos. Continuei a dizer a ele que ela não me dava chance... Imaginávamos. Eu lhe descrevia um pouco da realidade, mas dizendo-a imaginada...
Ela passou a me contou várias vezes, a meu pedido, por telefone, suas fodas com o marido, com minúcias, provocando-me. Contou-me como deu para o marido ainda molhada, pouco depois de se deitar comigo. A virtuosa revelava um potencial de quase devassa. Ninguém imaginaria.
Visitei-a mais uma vez... O tapete da sala, a cama do casal. De frente, de costas, chupadas e as penetrações variadas... Imagine...
A verdade é que ela, apesar do bom desempenho, e do “eu precisava disto”, não se soltava completamente. O medo de ser descoberta, sempre me fazendo prometer solenemente nuca revelar contar... O que eu vinha cumprindo até hoje. Vivida a grande aventura, interrompemos por iniciativa dela... Mulher virtuosa... A partir de certo momento, repeliu, com energia, minhas aproximações. Não insisti.
O marido, meu amigo querido, tanto querendo ouvir e saber, comê-la depois de mim, molhada, inchada e cheia... Tive que lhe negar o prazer...Durante muitos anos não confiei e não tive coragem de contá-lo. Seu comportamento poderia mudar com ela. Enfim, eu nunca quis colocá-la em risco sem motivo.
Hoje, muitos anos depois, creio que lhe poderei narrar tudo pois suspeito, estar retribuindo, casmurro, com ágio. Minha mulher anda inchada e molhada, vermelha e fogosa. Tenho investigado... Se assim for, certamente ele vai me perdoar o segredo passado.