A noite caia quando eu cheguei à antiga casa da fazenda de meus pais.
Alguns empregados me esperavam, todos muito felizes. Afinal éramos uma família, todos ali estavam há mais de 30 anos conosco. Depois da morte dos meus pais fiquei vários anos sem aparecer, tudo ficava nas costas da minha irmã e ela fazia questão de me lembrar sempre, em todas as reuniões familiares. Também não achava justo ela ter tanto trabalho com a fazenda, e eu só colher os louros do sucesso da venda da soja. Há dois anos as coisas pioraram com a ida do meu sobrinho Rafael para o mosteiro. Ele cismou que vai ser padre, e Carla, minha irmã ficou só. As ligações constantes, e os pedidos para que eu voltasse me fizeram tomar a difícil decisão, largar o meu emprego, meu apartamento na cidade e voltar pro interior. Fui dormir bem tarde, depois de muita conversa fiada, minha irmã só voltaria de uma viagem rápida pela manhã e eu fiquei ali com minhas lembranças... Dormi muito bem e acordei disposta, desci pro café e o reencontro com Carla foi muito bom, não éramos melhores amigas, mas nos dávamos muito bem e ela estava super feliz em dividir o trabalho comigo. Saímos para uma volta pelas terras bem cuidadas e férteis, a plantação era de se perder de vista, teríamos uma boa colheita. Eu percebi que era muito trabalho pra minha irmã, precisávamos de mais gente trabalhando ali. Cercas pra serem refeitas, o gado pronto pra ser marcado, a casa pequena onde viviam dois empregados precisando de uma boa pintura, e a própria casa grande precisando de grandes reparos. Mais tarde no escritório resolvendo tudo pelo telefone, ligando para o banco e respondendo emails me lembrei do Rafael, meu sobrinho. Perguntei por ele e minha irmã disse que no dia seguinte teríamos uma visita, que pela primeira vez desde que foi para o mosteiro ele passaria uma semana em casa. A saudade era imensa, me lembrava perfeitamente do seu rosto sardento, as bochechas rosadas, o aparelho nos dentes, os olhos doces... Qual não foi minha surpresa na manhã daquela sexta feira, ao ver na porteira um homem alto, sorriso perfeito e brilhante, corpo musculoso, a camisa branca deixando-me ver os braços fortes, os cabelos bem pretos meio despenteados pelo vento. O abraço que ele me deu me sufocou, tentei me libertar enquanto ria sem parar, mas ele me levantou como se eu fosse de algodão, rodopiou-me no ar várias vezes. Senti seu hálito quente em meu rosto quando me beijou a face e quase sem querer meu coração parou... Minha cabeça não aceitou aquilo, afinal era meu sobrinho. Numa fração de segundos pensamentos pecaminosos transbordaram em mim... Carla veio correndo e gritando feliz, o abraçou e beijou me perguntando: Não é lindo esse meu filho? E eu sem graça respondi: Sim, ele se transformou num belíssimo cavalheiro. Entramos na casa fresca, e os empregados nos serviram chá gelado e bolos. Ele contou as novidades, tudo girava em torno de religiosidade, e eu ali me sentindo Maria Madalena, a perdida. A voz dele era belíssima, suave... Quando seus olhos cruzavam com os meus eu desviava, não conseguia sustentar aquilo. Então ele ficou sabendo que minha visita ali era pra sempre, e ficou feliz em saber que a sua mãe teria companhia e ajuda de alguém querido. Falando isso, se aproximou de mim e me abraçou, dizendo: Tia querida, quanto tempo, muita saudade de você! Sinceramente, não desejo isso pra ninguém, eu senti meu sexo molhado e quente... E era meu sobrinho! Os dias foram passando e eu fazia de tudo pra apagar o sentimento que só aumentava. Ele me chamava pra irmos à cachoeira, na cidade vizinha, no mercado e eu sempre inventava uma desculpa, mas no ultimo final de semana dele na fazenda, Carla brigou comigo, disse que seu filho estava até chateado, pois notava que a tia não queria sair com ele, eu neguei tudo é lógico. Falei do trabalho, dos contatos e tal, mas ela desconversou e me disse que eu estava de folga naquele fim de semana e levaria o Rafael para a praia, ele sentia falta do mar, e não sabia qual seria a próxima oportunidade de voltar ali. A casa de praia ficava à uma hora da fazenda, costumávamos ir pra lá em feriados longos, eu não sabia como encontraríamos a casa... Mas Rafael fez tudo ficar fácil, passamos num mercado, fizemos compras, limpamos a casa, ligamos a bomba d’água, a água veio com força e sem querer ele me deu um esguicho forte de mangueira me deixando totalmente molhada. A blusa branca colou nos meus seios, eu estava sem sutiã e quando olhei nos olhos dele eu vi o que mais temia: O desejo.
Disfarcei entrando em casa, ligando a geladeira e arrumando as frutas, mas o clima ficou tenso entre nós, algo mudou ali naquele momento. Troquei de roupa no segundo andar da casa, no quarto que escolhi pra mim, e quando desci, ele já estava arrumado e preparando o jantar cantarolando uma música bem baixinho. Pra descontrair resolvi acompanhá-lo e ele elogiou minha voz. Chegando perto pra ver o que ele preparava, sem querer encostei-me a ele, na hora meu corpo reagiu, uma luz piscou... Afastei-me, mas ele segurou meu braço e perguntou qual era o motivo do meu afastamento, falou que sentia que eu vivia estranha com ele, sempre arredia, o evitando sempre. Eu desmenti, falei que não era nada, mas a voz me traiu, ele me segurou firme com os dois braços, olhou nos meus olhos e disse que tinha certeza que havia algo entre nós e ele ia descobrir o que era. Olhei pra ele firme, os olhos escuros querendo entrar nos meus, a boca carnuda e macia, os lábios entreabertos e não precisei falar mais nada... Ele me beijou, forte, sedento, louco... Esqueci tudo na hora, me entreguei ao beijo, sentindo minhas pernas amolecerem, a língua dele me invadindo. As mãos que ainda segurava meus braços com firmeza foram ficando mais delicadas passando a acariciar toda extensão do meu braço, eu sentia sua coxa firme nas minhas, seu sexo túrgido no meu... E não pensava em mais nada. Foi quando um cheiro de queimado nos tirou de nossos devaneios. Rapidamente ele se virou pro fogão e eu subi as escadas até meu quarto correndo, deitei na cama e chorei como criança. Afinal o que era aquilo que eu estava sentindo? Ele era filho da minha irmã, meu sobrinho... Era muito mais do que eu poderia suportar. Nem reparei quando ele entrou e sentou do meu lado, puxando-me pro seu braço, beijou meu rosto molhado ao mesmo tempo em que dizia palavras carinhosas, eu falei tudo que estava sentindo desde o dia que o tinha visto chegar a casa. E ele disse que passou os dias triste, amargurado com meu afastamento, que na hora que me viu foi como se um raio o tivesse atingido, que o desejo foi tão forte e tão gostoso, e ao mesmo tempo tão doloroso, além do parentesco havia os laços religiosos. Falamos, falamos e ali no quarto, na minha cama antiga, eu e meu sobrinho nos entregamos, contrariando toda ética, toda culpa, todo sentimento... Foi lindo e quente, cheio de ternura e já com gosto de despedida... Sua boca acariciou o lóbulo da minha orelha e desceu pelo pescoço dando mordidas fortes, chupando de leve... Voltou pra minha boca e provou dela com delicadeza e vontade, chupava minha língua enquanto suas mãos me provocavam correndo pela coxa, indo até a virilha e refazendo a mesma trilha, senti a mão chegar perto do meu sexo e segurando seu rosto implorei: “Me possua!” e ele sem pressa alguma me despiu, peça por peça acariciando cada pedaço de pele que ia se descortinando aos seus olhos. A boca deixava um rastro de fogo por onde passava e enquanto me tirava a meia calça lentamente acariciando a minha coxa com a língua eu gozei pela primeira vez. Os meus gemidos eram tão altos que ele enlouqueceu, abrindo seu zíper expôs a meus olhos seu pênis, firme, quente e pronto pra mim. Não teve tempo de tirar a calça nem a camisa, eu me abri e o puxei pra dentro, meu sexo quente e encharcado precisava senti-lo, ele entrou em mim com firmeza, indo bem fundo, me fazendo sentir dor e prazer. As roupas atrapalhando os movimentos começaram a irritá-lo e ele se livrou delas com rapidez, a camisa ainda não permitia que eu sentisse seu peito másculo colado nos meus seios, ele ia cada vez mais fundo, e eu me movia de encontro a ele, enlouquecida com tamanha virilidade. Levantei minhas pernas deixando-as bem abertas e ele pode se movimentar com mais agilidade. Nossos gemidos se confundiam e nossas salivas também. Eu já não sabia se o beijava ou mordia, e ele me comia com o pênis, com as mãos e com a boca sedenta. Eu sentia meu pescoço pegando fogo, sabia que estaria toda marcada na manhã seguinte, mas tudo que eu queria era gozar mil vezes. Meus seios sofriam torturas, as mãos dele os esmagavam e ao abandoná-los corriam rapidamente para minhas nádegas e as apertava como se quisesse ir mais fundo que o possível, como se fosse osmose, ele queria se fundir em mim. E eu queria que ele me fodesse e fodesse, queria que me comesse como homem nenhum conseguiu, queria gozar como se fosse o ultimo dia da minha vida. Pensava nele- o sobrinho, o padre- como o fruto proibido, o fruto de minha irmã. E isso me dava mais e mais tesão, ele era tão novinho, eu o vi bebê, e agora ele estava em cima de mim. Me chamando de gostosa, me testando com suas idas e vindas, me penetrando com pênis e dedos, gemendo no meu ouvido, lambendo meu pescoço, arranhando com sua barba por fazer, me deixando com febre, totalmente mole. Gozei quantas vezes eu quis nunca me senti assim antes. Ele parava um pouco na hora das minhas contrações e ficava se mexendo bem devagar, enquanto eu gritava de prazer e sentia minha vagina “mordendo” seu pau. Em seguida devorava minha boca, e perguntava se eu queria mais. E a resposta era sempre a mesma “sim, sim” e ele recomeçava aquela doce tortura, repetindo coisas loucas em meu ouvido, até me levar ao céu novamente... Não sei bem quantos minutos se passaram, mas teve uma hora que eu já não respondia por mim, não sabia o que falava, nem o que pensava, só gemia, só gritava. Então ele me disse “amor, eu vou gozar em você, porque não agüento mais”, e foi... Longas estocadas firmes, e eu senti seu sêmen em mim, me inundando, um leite quente e viscoso, que transbordou no meu sexo e escorreu pra coxa e cama... Então ele deixou seu peso todo em cima de mim. Relaxando completamente, nós dormimos como crianças, ali agarrados, desejando que o mundo acabasse para não enfrentar tudo que viria a seguir. Acordamos já era madrugada, com fome é lógico. Descemos pra cozinha e fizemos um lanche em silencio. Era tão estranho estar ali na cozinha de nossa antiga casa, onde muitas vezes eu brinquei e corri com ele... Subi calada, tomei banho sozinha e arrumei a cama. Ele fez o mesmo e veio até a cama com um sorriso meio encabulado. A toalha na cintura, o peito totalmente molhado... Eu desejando ser as gotinhas que escorriam pela pele dele... Não precisou de mais nada. Dei espaço para ele, que se atirou nas cobertas e no meu corpo febril, devorando-me, excitando-me, querendo outras posições e outras loucuras... Nunca tive tabu com sexo, sempre achei tudo lindo e delicioso, mas confesso que algumas posições sempre me incomodaram, mas ele me ensinou a tirar proveito de tudo, a fazer tudo de um jeitinho que não doesse, que me fizesse gozar. Confesso que apesar de ter a metade da minha idade ele tinha experiência pra nós dois juntos. E foi o melhor amante da minha vida. Naquela noite eu senti sua boca em todas as partes do meu corpo, ele fez um oral que eu nunca vou me esquecer, ele chupava tão bem e tão lentamente, a língua indo e vindo, escorregando pela vagina molhada. Eu sentia sua boca beijando meu sexo como se fosse minha boca. A língua penetrando em todos os cantos mais secretos do meu ser... Eu gozando em sua boca, esfregando-me em seu rosto, sem pudor, sem censura, sem razão... Ficando de quatro e oferecendo-lhe tudo que tenho, para que preenchesse, para que gozasse... Chupando seu pau quente e pulsante, enquanto ele me puxava pelos cabelos e me arranhava os braços... Sentindo seu liquido quente inundando minha boca, sorvendo todo ele, como se fosse a mais deliciosa bebida do mundo, chupando tudo e não deixando uma gota sequer. Não o abandonei um segundo, acariciava seu pau com mãos e boca; o fiz gozar em minhas mãos... Numa noite apenas eu o conheci, eu o descobri e fui descoberta por ele... No domingo então partimos mudos pra fazenda. Carla nos esperava com um farto almoço e um jovem rapaz o esperava para levá-lo ao mosteiro. Minha irmã me disse que o final de semana fez bem pra nós, estávamos mais corados, e com aspecto bom.
O que Rafael sentia eu sinceramente não sei, mas eu estava quase morta por dentro. Ele foi embora na madrugada de segunda feira, antes de dormir passou no meu quarto e sentado na minha cama me falou dos projetos, dos sonhos e de sua fé. Que apesar do que foi feito, nada havia mudado quanto sua religiosidade. Ele acreditava que servindo ao próximo, levando caridade e amparo aos carentes, se realizaria... Eu não disse nada na hora, porque seria extremamente egoísta da minha parte dizer que o queria ali, do meu lado, na fazenda como meu amante. Egoísta e totalmente insano. Então ele tocou minha boca lentamente, sentiu minhas lagrimas rolando, levantou-se e foi.
Semanas depois soubemos que ele iria para a África como missionário, um homem forte, brilhante, lutando bravamente pelos fracos, levando consolo onde havia dor.
A minha dor eu tentava diminuir com outros amantes, mas meu pensamento era nele...
Meu sobrinho, meu amante, minha vida.