De repende, amor?

Um conto erótico de Fernando
Categoria: Homossexual
Contém 1958 palavras
Data: 12/03/2012 16:44:15
Assuntos: Homossexual, Gay, Romance

Olá pessoal, bem como é meu primeiro conto aqui vamos às apresentações formais:

Me chamo Fernando, tenho 24 anos, sou branco, tenho 1.85m de altura, 80 kg, olhos e cabelos escuros. Minha história se passa em meados de 2005, quando tinha de 17 para 18 anos.

Desde pequeno sempre fui um tanto quanto solitário, era tido como um nerd, já que, modéstia a parte, me considero um cara inteligente. Minha adolescência foi muito melhor, passei a conhecer gente nova e a me socializar mais.

Não sou um cara que se pode dizer que tem muitos amigos, os poucos que tenho conto nos dedos de uma mão, mas apesar de poucos são verdadeiros. Um deles é Luis, um cara que considero meu melhor amigo. Conheço ele desde que tínhamos sete anos e, apesar de eu ser seis meses mais velho que ele, Luis sempre foi mais experiente que eu em assuntos amorosos, sempre me contava de suas aventuras com as garotas, me dava conselhos, até me apresentava algumas. Sempre tive uma grande admiração por ele. Apesar de ser muito mulherengo e viver traindo suas namoradas, sempre foi cara super gente fina, estava sempre de bom humor, era extrovertido, tinha sempre olhares voltados a ele.

Nunca havia sentido atração por homens, sempre me relacionei com mulheres, isso até meus 17 anos quando passei a admirar a beleza masculina, apenas uma mais precisamente: Luis.

Estudávamos juntos desde a 1ª série do Ensino fundamental, praticamente o vi crescer comigo, jogávamos futebol, videogame, dormíamos um na casa do outro, uma grande amizade que me fazia bem. Luis sempre foi um rapaz muito bonito, 1.80 de altura, olhos castanhos e cabelos escuros arrepiados, e quando estávamos no 3º ano do Ensino médio, Luis começou a fazer academia e partir daí seu corpo começou a mudar, estava vendo-o se transformar em um homem muito atraente.

Às vezes me pegava olhando para ele ou pensando nele de uma forma estranha, sempre ignorei isso, achava que não passava de uma grande admiração que sentia por ele, uma invejinha boa de sua popularidade, de como ele era querido por todos, via nele um exemplo a ser seguido.

Assim como ele me ajudava em assuntos amorosos, eu o ajudava em assuntos acadêmicos, principalmente matemática, toda aula era a mesma coisa:

— O que foi? - pergunto eu olhando sua cara de preocupado.

— Ahh cara não entendo nada disso, não sei como você consegue. Acho que vou levar bomba nessa prova.

— Vai nada, é fácil.

— Fácil pra você que é nerd. - Fiz uma cara de quem não gostou nem um pouco do comentário.

— Tô brincando - diz ele com um sorriso no rosto.

— Bestão. Quer ajuda?- pergunto eu rindo da situação também.

— Claro, por favor.

Arrasto minha cadeira até ele, e nesse momento sinto o aroma de seu perfume. Um cheiro gostoso e suave que me leva para longe dali.

— Ei, acorda! Em que planeta você tá Fer? - odiava que me chamassem de Fer, mas não importava o quando eu reprimia, todos me chamavam assim, então nem ligava mais.

— Hein? Que? - pergunto eu meio perdido.

— Quem é a pessoa que está tomando conta de seus pensamentos? - pergunta ele em meio aos risos

— Cala a boca vai, vamos fazer essa lição logo - respondo já sem humor.

Após fazer alguns exercícios com ele o sinal toca, hora de ir embora.

Um turbilhão de pensamentos invadiram minha mente a partir daquele momento, fico tão perdido neles que me esqueço de esperar Luis e saio deixando-o para trás.

— Fer, me espera! - ouço-o me chamar.

— Me desculpe, estava distraído.

— Você tá tão distante, aconteceu alguma coisa? Foi algo que eu fiz? - perguntou ele com certa preocupação.

— Não cara, relaxa, não foi nada - tento forçar um sorriso para amenizar a situação.

Mesmo dizendo que não havia nada, não podia negar a mim mesmo que estava acontecendo algo comigo, mas não sabia bem o que o era, porém o motivo estava cada vez mais claro, era o Luis.

— Tem certeza que está tudo bem? – insiste ele.

— Está sim, fica tranqüilo.

Nisso ele põe sua mão em meu ombro e me olha diretamente nos olhos. Confesso que gelei.

— Fer, sabe que eu gosto muito de você, né? Pode contar comigo pro que você precisar. - aquelas palavras, de certa maneira, me confortaram.

— Sei sim cara, valeu mesmo - respondi tentando disfarçar um sorriso tímido.

— Ahh, por falar nisso, queria te pedir um favor. - indaga ele.

—Claro, pode falar - respondi prontamente.

— Sabe aquela matéria de matemática? Então cara, não entendi nada, você viu como foi hoje. Queria que você me ajudasse a estudar, as provas finais são semana que vem e não quero ficar de recuperação. Mas isso se você puder e quiser.

— Claro que posso. Onde e quando?

— Pode ser em casa hoje, umas 15 horas. Tudo bem pra você?

— Tudo beleza, estarei lá.

Continuamos andando até chegar à frente de sua casa, morávamos perto do colégio, cerca de 10 minutos andando. Nos despedimos com um aperto de mão e segui até minha casa, que ficava a apenas duas quadras à frente.

Cheguei em casa meio aturdido em meio a tantas coisas que não saiam da minha mente.

O que estava havendo comigo? Por que estava agindo daquela maneira?

Estava sozinho em casa, minha mãe estava no trabalho, não tinha irmãos e nunca havia conhecido meu pai.

Esquentei o almoço no micro-ondas, comi e fui tomar um banho.

Tirei minha roupa, entrei e liguei o chuveiro. A água estava quente e o vapor começava a se formar. Enquanto a água caía sobre meu corpo eu vagava em meio a minhas idéias e pensamentos que rondavam minha mente. Pensava em Luis, em como estava se tornando um homem tão bonito. Fechava os olhos e era como se pudesse sentir seu perfume. Um arrepio percorreu meu corpo e me dei conta que estava excitado.

Como era possível? Estava excitado por um homem? Como se não bastasse por meu amigo, que vi crescer comigo. Estava confuso, mas naquele momento a sensação era ótima. Meu pau estava duro, muito duro. Imaginava como seria se ele estivesse ali comigo naquele momento, estava desejando ele, não mais como amigo, mas como homem.

Estava com muito tesão, passava a mão por todo meu corpo com calma, com apenas um foco em mente. Estava me masturbando pensando em Luis, em seu corpo, em como seria beijar sua boca, como seria chupar seu pau...

Fechei os olhos e sentia um calor me invadir, me punhetava com vontade, num ritmo rápido, até que perco completamente a noção de espaço e tempo, um prazer imensurável toma conta de mim, minha respiração se torna ofegante, arrepios em minha nuca são constantes, gozo como nunca havia gozado antes, inexplicável.

Meu corpo estava trêmulo, aquilo foi intenso demais. Me recupero, termino meu banho e saio. Passo a mão no espelho embaçado pelo vapor, vejo em meus olhos uma incerteza de sentimentos, estava inquieto, meu coração acelerava a cada pensamento que tinha em Luis.

Fui para meu quarto tentar descansar um pouco. Estava com falta de ar, abri a janela e deitei na cama. Queria entender o que estava havendo comigo, queria respostas para minhas perguntas. Por que Luis passou a me deixar daquele modo? Estaria desejando ele? Havia eu me tornado gay? Ao mesmo tempo em que queria respostas, queria me livrar desses pensamentos que só pesavam em minha mente. O silêncio toma conta de tudo e adormeço.

Acordo assustado com o celular. Era uma mensagem de promoção da operadora. Se tem uma coisa que me tira do sério são essas mensagens. Mas enfim, olhei para o relógio e já eram 14h50min, estava um pouco atrasado. Coloquei uma camiseta, uma bermuda e ajeitei o cabelo. Estava com medo de encontrá-lo, medo de como eu reagiria sabendo que sinto algo por ele. Tentava ser racional diante daquela situação, não poderia, nem queria fazer algo que pudesse afetar nossa amizade, amizade que eu estimava mais que qualquer outro sentimento.

Escrevi um bilhete para minha mãe caso ela chegue primeiro que eu. Ela é do tipo detetive, quer saber a todo o momento onde estou, com quem estou e quando vou chegar. Um tanto quanto neurótica, mas é cisma de mãe, preocupação apenas.

Cheguei a sua casa, fiquei parado no portão com uma indecisão tremenda. Afinal do que estava com medo?

Provavelmente daquele desejo que só fazia crescer dentro de mim.

Respirei fundo e tentei me acalmar para que Luis não notasse minha inquietude, mas acho que era inútil, estava visivelmente abalado, ainda mais para alguém que me conhecia tão bem como ele.

Tomei coragem e apertei a campainha. Ele saiu...

Meu Deus, como nunca havia notado? Ou havia e não tinha me dado conta...

Ele é lindo, estava sem camisa, um corpo perfeito. Seus músculos não eram grandes, mas eram definidos. Tinha coxas grossas, um abdômen definido assim como seu tórax. Subi o olhar até sua face. Uma boca simplesmente perfeita, lábios firmes, rosados, olhos penetrantes. Tive que conter a excitação que era quase inevitável.

— Ei, psiu... Vamos voltar para Terra? - diz ele tentando me libertar do êxtase, que mesmo sem saber, ele havia me provocado.

— O que? Você disse alguma coisa? - perguntei tentando disfarçar.

— Disse, mas parece que você não está nesse mundo.

— Desculpe, estou meio estranho ultimamente.

— É eu percebi mesmo. Está acontecendo alguma coisa com você?

—Não é nada, deve ser sono. - Pff, sinceramente foi a única coisa que me veio à mente. Foi uma desculpa tão besta que ele riu.

— Cara, tu não sabe mentir mesmo. Se quiser me contar o que está se passando por essa cabeça, pode me falar. Mas então, vamos entrar.

Entramos e fomos para seu quarto, inventei uma desculpa qualquer e fui ao banheiro. Lavei meu rosto e me encarava diante do espelho. Confusão era o que se passava comigo, era como se meu cérebro tivesse entrado em curto-circuito.

Voltei para seu quarto para fazermos o que tínhamos que fazer: estudar. Às vezes era como se ele falasse em slow motion, observava sua boca, mas mal ouvia o que ele estava dizendo. Era quase como uma tortura.

Tentei me concentrar o máximo possível. Felizmente consegui. Estudamos até umas 17 horas. Depois resolvemos conversar. Falamos de muitas coisas, de nossa infância, de nossa amizade... E era isso que me segurava para não voar em sua boca, a amizade que tínhamos um pelo outro.

Já se passavam das 19 horas então resolvi voltar para casa.

— Bem já está meio tarde, vou indo.

— Não quer ficar para jantar? - Perguntou ele.

— Não obrigado, minha mãe, apesar do bilhete, deve estar quase tendo um colapso. - Rimos os dois.

— Então tá. Cara valeu mesmo, não sei nem como te agradecer.

Muitas formas de agradecer passaram pela minha mente na hora, mas me contive:

— Imagine, é pra isso que os amigos existem.

— Te adoro cara! - Disse ele me abraçando.

Fiquei estático nessa hora, meu corpo não tinha reação nenhuma. Pude sentir seus braços fortes sobre meu corpo, seu cheiro adentrava minhas narinas me provocando arrepios. Suava frio...

Meu corpo estremeceu em seus braços, coloquei minha cabeça em seu ombro e foi como se o mundo tivesse parado. A única coisa que queria era ficar ali, esquecer de tudo e de todos, estar com ele.

Mas sabia que o que estava sentido era um desejo impossível. Sabia que nunca passaria daquilo, um abraço de dois amigos, apenas isso. Uma angústia colossal apertou meu coração e uma lágrima saiu de meus olhos. Saí do abraço e tentei me recuperar para que ele não percebesse minha alteração. Apenas olhou para mim e sorriu como sempre fazia. Nos despedimos, ele entrou e eu fui para casa.

CONTINUA...

Bem pessoal, espero que gostem. E não se preocupem, as próximas partes serão, digamos, mais calientes.

Obrigado e abraços a todos.

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Comentários

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Nossa!! Assim vc me mata!! Narrativa incrivel e cativante!! Continua logo!!

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