“Meu Deus... será... será que o meu irmão é gay?”
- Você é louco... eu não sou gay!!! – ele gritou.
- Calma, eu não estou te julgando. Eu sei como é confuso esses sentimentos na nossa cabeça, eu passei por isso mano. – falei me aproximando e abraçando dele.
- Eu... eu não sei! – ele falou abaixando a cabeça.
- Quer me contar o que realmente aconteceu?
- Bem... a Fernanda e eu vivíamos brigando e eu fiz amizade com o Duarte... foi quando nós terminamos eu e a Fê. Tentei voltar, mas não consegui... o Duarte me chamou para uma festa de uns colegas dele, e eu acabei bebendo... o meu primeiro porre...
- Primeiro porre... sério? O que eu conversei com você sobre bebidas? – falei interrompendo ele.
- Desculpa, mas foi algo muito intimo. – ele disse abaixando a cabeça.
- Eu pensei que nós fossemos irmãos. Pensei que havia confiança mutua. – falei me afastando dele.
- Me perdoa Pedro. – ele disse se aproximando. – Eu realmente estava confuso, naquela noite. Bebi junto ao Duarte e comecei a chorar...ele me consolou e nos aproximamos... e acabamos nos beijando....
- Uau! – falei. – Desculpa... isso não é uau...Phelip... talvez você apenas estivesse tipo... confuso e triste... e com o álcool você acabou beijando ele... não se preocupa.
- Pedro... não quero que você conte para os meus pais, eu não saberia como agir. Eu tenho vergonha.
- Tem vergonha de mim? – perguntei segurando nas mãos dele.
- Não claro que não... como você mesmo disse, já passou por isso, eu tenho que refletir... eu adoro garotas, mas depois daquele beijo algo mudou dentro de mim... não se explicar... – ele disse chorando.
- Calma... vamos resolver isso juntos, eu estou contigo e não vou deixar você fazer besteira. – falei limpando as lágrimas dele.
- Tudo bem. Eu não faria nada para machucar vocês. – ele disse se apoiando no meu ombro.
- Meu irmão bixessual... quem diria. Os garotos devem se amarrar em você. – falei rindo colocando a minha cabeça perto da dele.
- Nós estamos parecendo um casal de namorados. – ele disse rindo e chorando ao mesmo tempo.
Voltei para o trabalho e tentei manter a minha cabeça apenas no que eu deveria fazer, mas o nervosismo tomava conta de mim. Liguei para o médico de São Paulo e perguntei quando teríamos o ultra som, o médico estava agitado e disse que tinha uma surpresa para mim, mas que ele poderia apenas mandar quando tivesse certeza. Fiquei muito curioso e corri para contar para o Mauricio, ele disse que teríamos que esperar. Fomos tomar café e eu contei sobre o Phelip.
- Sério! – disse o Mauricio tomando uma xicara de café.
- Sim... tentei direcionar ele, mas foi difícil. Ele é bissexual... gosta de meninos e meninas.
- Eu quero conversar com ele, será que eu posso?
- Claro amor, você é como um irmão hetero para ele... ele mesmo falou para você.
Naquela semana, o Mauricio e o Phelip foram pescar. A viagem foi tranquila e era um bom momento para pescaria. Eles chegaram no lago pela manhã e se prepararam para pescar. O rio era tranquilo e o vento estava até que generoso. Eles ficaram calados, costa a costa com as iscas apostas para pegar peixes.
- Ele te contou né? – perguntou o Phelip.
- Sim... sério Phelip... você tem 18 anos... não acha muito novo para beber?
- Mauricio... vai dizer que você nunca tomou uma cerveja quando era jovem?
- Não, eu tomei minha primeira cerveja aos 25 anos. Eu estudava muito e não tinha tempo para essas coisas.
- Entendo. Você já ficou com mulher? – ele perguntou com um tom de voz baixo.
- Sim... já noivei uma vez.
- Como assim?! – ele gritou.
- Ei... silêncio... cuidado com os peixes. – o Mauricio falou. – Eu quase casei com a Doutora Marcela...
- Aquela que vive enchendo o saco do meu irmão?
- Sim... então eu percebi que estava com ela puramente com vergonha da sociedade, depois que me libertei acabei encontrando o amor da minha vida. – ele disse.
- Eu sei, eu gosto de ficar com mulher adoro, mas quando o meu colega me beijou o quadro mudou... na minha cabeça eu fiz algo abominável. Senti nojo e olha que eu estava bebo, mas quando eu reencontrei o Duarte, senti algo... não sei explicar.
- Sentiu uma palpitação no teu peito, a boca seca e as palmas da mão suando. Sente como se fosse errado e que não deveria estar pensando nisso e por mais que você tente não consegue pensar o contrário.
- É isso mesmo... – ele virou animado. – Como você sabe?
- Eu já fui adolescente Phelipão! – ele riu.
- Então eu sou bissexual. E se os meus pais não gostarem? Afinal ser gay é uma coisa e ser bissexual é outra totalmente diferente. – ele falou triste.
- Vamos com calma, você apenas beijou um rapaz. Não sabe se vai casar... ou namorar. Faz o seguinte encontra um rapaz que você goste e experimente... mas qualquer dúvida que você tiver... fale comigo ou com o seu irmão.
- Ei!!! Eu peguei alguma coisa!!! Eu peguei!!!! – gritou o meu irmão ficando de pé.
- Calma... calma... não luta contra o peixe, deixa ele se cansar.... espera.... espera.... você está vendo como ele está se cansando! – disse o Mauricio tentando manter o equilíbrio do barco.
- Eu tô, mas e agora? – ele perguntou rindo.
- Vai puxando a linha do jeito que eu te ensinei, com calma para o peixe não fugir.
- Nossa... que lindo!! – falou o meu irmão colocando o peixe no barco.
- É sim... e é desse jeito que você tem que fazer na sua vida. As vezes ela vai te puxar para uma direção que você nunca esperou... mas você tem que ser paciente e não lutar contra. Deixa ela te mostrar as possibilidades, até que você possa tomar o rumo certo. – disse o Mauricio tirando o anzol do peixe.
- Mauricio...
- Oi?
- Obrigadão!
- Que é isso... você é quase um filho para mim.
Eles voltaram no domingo à tarde para casa, lógico que o Mauricio me passou o relatório completo, eu fiquei surpreso, mas deveria guiar o meu irmão da melhor forma possível.
- Então quer dizer que você já pegou o seu peixe é? – falei aproximando ele de mim.
- Peixão!! – ele disse me beijando.
Ele me deixou na cama e começou a beijar o meu corpo, confesso que aquele cheio de homem suado me deixou muito excitado. Tirei a roupa dele com pressa e comecei a beijar todas as partes daquele corpo vermelho. Ele gemia alto, já que o Paulinho estava com a mãe dele. Eu desci e comecei a masturba-lo. Enquanto brincava com o bumbum dele, nossa fazer aquilo era uma delicia. Ele pressionava a minha cabeça contra o pênis dele, me obrigando a engolir tudo. Eu colocava o máximo que eu podia e engasgava. Ele me deixou de bruços na cama e tirou a minha cueca e começou a meter em mim, de uma forma rápida. Ele colocava tudo e tirava, era uma sensação incrível.
Usando o peso do meu corpo consegui ficar em cima dele e comecei a cavalgar, enquanto beijava o rosto dele que também estava vermelho. Do jeito que estávamos saí de cima e peguei o lubrificante passei no meu pênis e introduzi bem lentamente, queria curtir aquele momento o máximo que eu pudesse. Não media tudo, deixava um pouco e voltava, o Mauricio fechava os olhos e eu segurava as pernas dele com força. Comecei a aumentar o movimento e ele começou a gemer alto e a se masturbar. Estávamos suados e os nossos movimentos faziam uns barulhos engraçados. Não segurei mais e explodi em gozo. Deitei em cima dele e ficamos nos beijando e namorando um pouco, depois ele se levantou e eu bati na bunda dele.
- Vai tomatinho, tomar um banho para apagar esse fogo. – falei rindo.
A minha relação com o Phelip melhorou ainda depois daquele dia. E claro que eu o ajudaria a encontrar alguém igual ao Mauricio, não queria o meu irmão sendo periguete. Pedi para o meu irmão chamar o Duarte para sair e pedi para eles não beberem. Meu irmão topou a ideia e eles foram ao cinema. Em Casa fiquei contando as horas quando o Phelip chegou e parecia um adolescente, quer dizer ele era um adolescente ainda.
- Nossa foi demais! – ele disse entusiasmado.
- Foi mesmo... hum... fizeram algo a mais? – perguntei levantando a sobrancelha.
- Não... não... conversamos, eu gosto dele por que ele é muito cabeça feita... nossa foi realmente bom.
- Eu só quero que você saiba, essa escolha que você está fazendo não vai ser fácil. Um dia nossos pais vão saber... e você tem que está preparado, não que eles vão te deserdar, longe disso. Eles te amam do jeitinho que você é, amando homem ou mulher... – falei sem me aguentar e comecei rir.
- Brinca com o meu drama, e agora... o que eu faço? Chamo ele para sair de novo?
- Sim. Tenta ser romântico e carinhoso... sempre!
- Agora eu tenho que dar banho no teu sobrinho e fazer a janta do Mauricio... fecha a porta Senhor Bi. – falei subindo as escadas.
As semanas foram passando e os encontros deles foram se tornando mais frequentes, eu os deixava ficarem na minha casa, mas proibia sexo e álcool. Eu brincava dizendo que por toda a casa havia câmeras escondidas. Afinal eu era o cupido e não o diabinho do sexo. Mas como eu sempre digo é melhor dar espaço do que deixar que ele faça coisas erradas pelas nossas costas. Às vezes os convidávamos para assistir filmes em casa, era a sessão LGBT. E explicava para o meu irmão tudo sobre proteção.
Tivemos que gravar um comercial do hospital em outra cidade, que havia aberto uma mesma clinica. E infelizmente eu tive que ir com a bruxa Rei, era assim que chamávamos a Marcela, ela iria gerenciar por alguns dias o setor de neonatal até contratarem um médico. E para a minha tristeza ficaríamos no mesmo hotel. A viagem foi tranquila, mas lá a internet era horrível e meu celular quase não pegava. Eu tinha que muitas vezes ligar de telefone público para saber como estava o Paulinho e o Mauricio.
A cidade possuía cachoeiras lindas e deslocamos toda a equipe para gravar umas cenas delas, não tive escolha senão chamar a Marcela. Até que ela se divertiu, por muitas vezes eu a vi rindo. Ou ela estava rindo de mim ainda não sei ao certo. O pôr-do-sol de lá era um espetáculo a parte. Fiquei deslumbrado com a cachoeira, a luz do sol refletia na água e ficou toda dourada e deu um efeito incrível para finalizar as gravações. Sentei na beira de uma pedra enquanto todos guardavam os equipamentos e a Marcela sentou ao meu lado.
- É lindo né? – ela disse sem olhar para mim.
- É sim... incrível as coisas que ele fez. Tudo o que Deus faz é perfeito, não importa quão errôneos nós sejamos. Olha
Marcela eu sei que você tem raiva de mim e do Mauricio, mas você deveria se libertar... viver...
- Você não entende né? Depois que eu terminei com ele nunca mais fiquei com nenhum homem.
- Mas você precisa se dar essa chance... abre o teu coração!
- Não adianta... eu... eu vou para o carro. – ela disse sem falar tchau.
Naquela noite não dormi direito, tive alguns sonhos. Não lembro direito o que era, acordei assustado e liguei para o Mauricio, a porcaria do celular não atendeu. Fui até a recepção e vi um movimento estranho, eu olhei era a Marcela de malas prontas para voltar.
- Mas não iriamos voltar juntos? – perguntei.
- Acharam uma pessoa para ficar no meu lugar, aconteceu um acidente e tem uma gravida precisando de ajuda.
- Entendo... vou amanhã apenas. Tenho algumas coisas para acertar com o diretor da clinica
Achei estranho essa retirada estratégica da bruxa e liguei para a minha irmã de um orelhão da cidade.
- Mas você acha que ela tentaria algo assim tão desesperado? – minha irmã perguntou.
- Não sei mana, mas tenho medo de perder o Mauricio.
- Mano até onde eu sei ela não mentiu, uma grávida foi atropelada por um carro e estamos tentando salvar a vida dela. Quem sabe não foi por causa disso mesmo?
- Ok... acho que foi impressão minha. Amanhã de manhã chego por aí.
Tratei de apressar as ultimas filmagens e conversei com o diretor da clinica e me mandei para casa. Quando estou chegando nos arredores da cidade o meu celular toca. Eram mensagens. Todas do médico responsável pela nossa mãe de aluguel. “Mandei a surpresa para o fax de vocês, tentei contatar o Mauricio, mas não consegui”.
Quando cheguei ao hospital à primeira coisa que eu fiz foi ligar o fax e recebi. Quando tirei o papel da impressora tomei um susto era a ultrassonografia e uma carta pequena. Desci as escadas correndo e o meu coração palpitava forte.
PEDRO E MAURICIO... ACHO O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO UM ATO DE AMOR INCRIVEL, COMO MÉDICO NÃO É TODO DIA QUE EU VEJO PESSOAS FAZENDO ESSE TIPO DE SACRIFICIO PARA SE TORNAREM PAIS. MUITOS DESISTEM NA PRIMEIRA SEMANA. ATÉ AQUELES QUE NÃO PODEM TER FILHOS.
Precisava encontrar o Mauricio para dar a noticia a ele, cheguei no corredor e uma enfermeira disse que ele estava na sala de operação.
SEI TAMBÉM QUE VOCÊS JÁ ADOTARAM UMA CRIANÇA E NÃO HÁ DÚVIDAS QUE VOCÊS SÃO CAPAZES PARA CUMPRIR ESSE PAPEL. O MAURICIO É MÉDICO, MAS EU DECIDI DAR ESSA NOTÍCIA EM FORMA DE MENSAGEM CASO SEJA VOCÊ PEDRO QUE RECEBA.
Entrei na Sala de operação e vi o Mauricio beijando a Marcela.
DEPOIS DE REALIZAMOS VÁRIOS TESTES E ULTRASONAGRAFIAS DESCOBRIMOS QUE A MÃE DE ALUGUEL DE VOCÊS ESTÁ GRAVIDA DE GÊMEOS.
Eu deixei os papeis caírem da minha mão e uma lágrima caiu do meu rosto.
*Se vocês curtiram, por favor comentem e votem no meu conto e ajudem a divulgar também para amigos e colegas. Agradeço vocês e boa leitura.
Se tiver dúvidas ou comentários podem enviar para o email:
contosaki@hotmail.com