A primeira semana ja tinha passado, eu voltei a trabalhar na quarta-feira após ter organizado a vida de Bruno, curso de inglês, transporte, etc, etc, etc, e assim começava a segunda semana. Para mim uma nova rotina havia se criado. Eu acordava de manhã, tomava banho e tocava uma na intenção de Bruno, ia tomar café e já deixava mesa posta para ele, e em seguida ficava alguns minutos observando Bruno dormir, logo depois ia ao trabalho. Justin não respondia minhas ligações e nem ligava de volta, assim foi todos os dias das últimas duas semanas. Ja era sexta-feira e de importante tive uma reunião na hora do almoço que so acabou mais de 2 da tarde. Decidi sair mais cedo, tinha outros dois problemas para resolver. Três dias antes uma coisa extremamente inconveniente aconteceu duas vezes seguidas. A primeira foi que o advogado que tratava do caso de Bruno me ligou no inicio da manhã precisando marcar uma reunião com ele para discutimos o caso e simplesmente não conseguia localiza-lo, ele ainda mantém essa mania de sair e não me dizer aonde foi, ok, ok, não sou nada além de primo dele, mas custa deixar uma informação? E a noite desse mesmo dia chegou em casa bem mais tarde do curso de inglês. Como era de se esperar ele fez amizade no curso e foi para uma partida de futebol sem me avisar. Eu estava decidido que precisava comprar um celular para ele. Já tinha visto ele namorando o meu algumas vezes, passei em uma Smart Buy e comprei um aparelho e um chip pré-pago da AT&T para ele. Também estava decidido em fazer uma coisa diferente naquela sexta a noite, queria sair, queria me divertir um pouco e pela primeira vez em algumas semanas estava ate mesmo disposto a fazer algo sem o Bruno. Claro que meu tesão por ele continuava latente, e que indubitavelmente eu estava apaixonado por ele. Mas eu precisa cair em mim, que mesmo demonstrando algum ciúme pelo Justin ele era hetero e ponto. Eu so podia adimirar o corpo dele e me matar na punheta e ate mesmo isso com o tempo passaria.
Cheguei em casa e não encontrei Bruno, logo pensei: “-se ele ja estivesse com o celular...”
Porém não demorou a chegar. Cerca de 30 minutos depois eu estava deitano no sofá da sala lendo um livro quando ele abre a porta e entra. Sem camisa e completamente ensopado de suor e meio ofegante, era com um Deus Grego. Baixei o livro sobre meu pau porque a ereção foi inevitável.
Bruno: -Chegou cedo primo!
Eu: -Cheguei, por onde você andava?
Bruno: -Fui no parque fazer um treino e dei uma corrida.
Eu: -É, manter esse corpo deve dar trabalho.
Bruno: -É mas em mais algumas semanas ja vou ter perdido metade dele, vai por mim
Com grande estranheza, Eu: -Porque?
Bruno: -Eu to acostumado a pegar muito peso, essa malha fora de academia não basta pra manter o corpo.
Eu: -Então procure uma academia imediatamente.
Bruno: -E grana pra pagar? Eu so trouxe US$ 500,00 não sei quanto tempo vou ficar aqui tenho que economizar.
Eu: -Não, já falamos sobre isso, enquanto você estiver aqui e estiver estudando esses gastos são meus.
Bruno: -Não rola naum primão, você ja ta fazendo demais por mim, isso é exagero já.
Eu com o maior ar de graça: -Sem conversa Bruno, a última coisa que quero é você magrelo andando sem camisa por aqui! Se eu tenho que aturar você desfilando sem camisa dentro de minha casa que pelo menos seja uma coisa bonita de se ver rapa!
Rimos os dois um pouco e continuei:
Eu: -E na verdade quero me animar a fazer algum exercicio também, um rosto amigo na academia pode ajudar. Porem como so posso a noite e você faz curso todo dia a noite, você se matricula e ja começa e quando terminar o curso me matriculo também.
Ele abriu aquele sorriso matador dele.
Bruno: -Primo, tu vai ganhar um abraço.
Eu: -Toma banho primeiro né?
Bruno: -Não, vai ser assim mesmo.
E sem que eu tivesse nem tempo de falar qualquer coisa ele me segurou pelo pulso e me puxou me colocando de pé. Essa foi a primeira vez que senti a força dele, é que por sinal é absurda diria que ate desproporcional ao tamanho dele, e olha que ele é enorme (de largura não de altura), nunca fui puxado com tanta facilidade, afinal brincando, brincando eu peso 90kg, continuando, seguiu-se o abraço, uma tortura. O cheiro do corpo dele suado, aquele corpo que parecia de pedra e não de carne colado ao meu, molhando minha camisa de suor e aqueles braços enormes e perfeitos como se fossem entalhados me envolvendo enquanto eu sentia as costas dele com minhas mãos. Foram apenas uns 5 segundos, quando ele me soltou e disse: - Agora vou ao banho, deu as costas e saiu para o banho. Meu pau estava duro feito pedra por isso foi ao meu quarto, tirei a camisa com o suor dele e cheirei, foi o que bastou para que o gozo viesse. Foi uma sensação poderosa. Nunca tinha chegado ao orgasmo sem me masturbar, mas Bruno mexia demais com minha libido. Dobrei a camisa e guardei no armário, queria ter aquele cheiro guardado pra sempre e fui tomar um banho gelado.
Ao encontrar com ele novamente na sala disse a ele que iria sair e se ele quisesse poderia ir comigo.
Bruno: -Com certeza, vamo nessa!
Eu: - Agora vou num bar gay.
Bruno com aquele sorriso malandro: - Éeeeh vai paquerar hein?
Eu meio risonho: -É, to precisando né?
Bruno: -Blz, bem eu vou com você, é ate melhor caso você seja assaltado de novo
Eu: -Pois é, ter segurança sempre é bom.
Bruno: -Não vou ser a terceira roda não? (fazendo uma gozação ao que para os americanos seria o mesmo que segurar vela, ele vem se mostrando engraçadinho nos últimos dias)
Eu: -Não se preocupe com isso, se rolar alguma coisa com futuro eu te aviso e a gente vê como faz. Aliais tenho algo aqui que pode facilitar isso...
Me virei e peguei a sacola com a caixa do celular no aparador.
Eu: -Para acabarmos com nossos problemas de comunicações.
E entreguei a ele. Uma das coisas que davam certo prazer em fazer as coisas para Bruno era a sua alegria tipo de criança. Tudo que ganhava era uma festa para ele, o brilho no olhar, o sorriso largo e quase infantil, era fácil saber se ele tinha gostado do presente por sua reação espontânea e quase automatica.
Bruno: -Caralho!!! Um iPhone primooo!!! A galera la no Brasil vai achar que fiquei rico!!!
Eu: -Olha o exagero Bruno custou US$ 300,00
Bruno: -Aqui custa isso né!! Porra primão vou te encher de abraço hoje hein?
Mal falando isso, la vinha o abraço. Sabe? Acho que os gastos que tenho com ele ja compensavam pelos abraços.
Por volta da 11hs da noite chegamos em um pub que frequentava sempre no bairro de Castro, aliais uma curiosidade, Castro é predominantemente gay e foi em Castro que a bandeira do arco-Íris, símbolo gay universal foi criada, Eu não morava em Castro não por algum tipo de preconceito, apenas por não encontrar nenhum imóvel na época que me agradasse ou que eu pudesse pagar. Claro que o ambiente do pub é gay, mas muito elegante, nada caricaturado, tudo de bom gosto. A escolha se baseou também porque não queria chocar Bruno. Sim é verdade eu andava precisando transar, mas não sai naquela noite para isso, so queria relaxar um pouco. So disse aquilo ao Bruno em minha sala na zuação.
Não é preciso dizer que ao entrarmos no Pub todos os olhares se voltaram para ele.
Não ha como negar. A cor dele, agora menos, porem ainda dourada de sol, o rosto com traços fortes e o volume do corpo que mesmo sobre a camisa folgada se podia ver o desenho dos seus músculos e seu jeito de andar, másculo, sei lá como explicar o jeito dele andar, seria algo do tipo que anda e diz, to aqui e me respeite ou te parto a cara, sim, ate o modo de andar dele transparecia certa brutalidade, pensando bem essas semanas que passei com ele entendi que isso é somente do jeitão dele, ele não é bruto dentro de casa ou comigo, ele é apenas grosso. Não por mal, so por natureza mesmo. É do tipo que estorou um copo de wisky de cristal na mão so de segurar e quando perguntei o que foi isso a resposta com uma cara de criança assustada foi: “- Eu tava com medo de deixar cair porque você disse que era de cristal, pensei logo, caralho isso deve ser caro pacas, foi mal, desculpa primo, eu compro outro!”. As vezes me passava pela cabeça, “É um criação mas com um corpo de homão do caralho!”.
Continuando, Sentamos em uma mesa e peguei uma rodada de chopes, Começamos a conversar sobre diversos assuntos.
Bruno: -Primo tu ta bem hein? Todo mundo olhando pra você.
Eu: -Ôh Bruno, sua inocência as vezes chega a ser engraçada, eles estão olhando para você.
Bruno: -Não acredito muito não, a estrela aqui é você?
Dei um sorriso de canto de boca, Eu: -Primeiro o Justin e agora você brincando comigo
Bruno: -Como assim?
Eu: -No seu caso não sei ainda se é por mal, mas no caso do Justin, sei não...
Ele amarrou a cara na hora.
Bruno: -Aquele sacana fez o que?
Eu: -Eu e ele ja tivemos um lance, mas como ele era casado ele mesmo terminou e cheguei a pensar que ele queria reatar mas depois disso ele não me procurou mais.
Bruno: -E você iria reatar com ele?
Eu: -Não sei cara, isso a muito tempo não me passa pela cabeça, mas sabe aquele domingo que estivemos na casa dele?
Bruno: -Sim, o que tem?
Eu meio que sem graça em falar isso com Bruno: -O Justin me beijou.
Bruno: -Com a gente na sala da casa dele?
Eu: -Pois é.
Bruno visivelmente irritado: -Viado fila da puta.
Eu ri um pouco e notei a confusão no rosto dele com minha reação. Tomei coragem, tomei um gole mais longo de cerveja e falei:
Eu: -Vê o que eu digo? As vezes você me passa a impressão que esta com ciúmes de mim e o Justin
Ele meio que ficou desconfortável com a informação, deu uma golada na cerveja e bateu a caneca com força na mesa. E antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ele levantou e disse: - Vou no banheiro.
Não entendi exatamente a razão da sua irritação, se foi que eu disse procedia ou se porque não procedia, mas na boa? eu estava descontraído, o álcool tem esse dom mágico, decidi não da bola para isso. Só sei que eu precisava de mais álcool, então fui ate o bar pegar outra rodada de chope, estávamos consumindo naquela noite. O bartender, que era velho conhecido meu, ao me servir perguntou:
Bartender: -Matheus, você e o grandalhão estão juntos?
Eu: - Não, somos só amigos.
Bartender: -Eu imaginei, vocês não pareciam estar junto, o que é uma pena, ele um pedaço de mal caminho.
Ri junto com ele e ele continuou:
Bartender: -O rapaz ali que me perguntou. (disse isso apontando para um loirinho muito interessante do outro lado do bar)
Eu: -É mas diga a ele para perder as esperanças o cara é hetero.
Bartender: -Mas é por você que ele esta interessado.
Me espantei com a nota, pensava que ao lado de um homem como Bruno eu me torna-se invisível, era bom saber que ainda me notavam. Dei mais uma olhada para o loiro e disse:
Eu: -Bem, eu estou livre.
Bartender: -Ok, entendi o recado.
Bruno chegou logo depois e se sentou e. Praticamente engoliu a cerveja.
Bruno: -Quer outra?
Eu: -mal comecei a beber essa.
Ele levantou e foi ao bar, nisso o danado do loirinho, era novo, aparentava uns 20, talvez 21 anos, viu o sinal de tudo bem do bartender e se levantou e veio andando em minha direção, olhei ele de cima a baixo e logico que o pensamento ridiculo me passou pela cabeça: “Ah! não se compara ao Bruno mas da um caldo!” . Ele chegou proximo a mime se apresentou, Dowson, puxou uma cadeira e sentou e começamos a conversar. Eis que Bruno chega. Ainda em pé pergunta em português.
Bruno: -Quem é seu amigo?
Eu: -Acabei de conhecer ta aqui me paquerando.
Ele puxou a cadeira dele parando do meu lado, se sentou e pôs a mão dele sobre a minha que estava em cima da mesa e não posso dizer que aquilo foi falar, na verdade acho que o mais correto é dizer que ele rosnou em um inglês ainda muito ruim:
Bruno: -Então cara, ta afim de que?
O Dowson se levantou com uma cara de assustado e pedindo desculpas e se afastou, eu sem entender nada olhei para Bruno, que ainda mantinha aquela mão grande e forte, com dedos que pareciam mais toras de madeira do que dedos, e notei enquanto ele acompanhava o rapaz com os olhos, tipo um leão observando uma presa se afastar, em seguida ele virou o olhar para mim e meio grosso no tom de voz disse: -Mudei de ideia. Não quero você paquerando ninguém hoje não. Quero sua atenção só em mim.
Não sei se ele me pirraçava ou se falava serio, entrei na dele, fechei a cara mostrando que não tinha medo dele e disse malandramente:
Eu: - Po ai, eu sai hoje para paquerar cara.
Bruno com tom serio mas não mais grosseiro: -Só paquerar? E sexo?
Eu ainda malandro: -Eu não sou fácil assim não. Para o cara me levar para cama tem que me conquistar.
Bruno ja bem mais relaxado e num tom sacana e ainda com a mão sobre a minha: -Ah! Somos diferentes nesse ponto então, comigo se eu curti e se abriu pra mim derrubo! Sou facim, facim.
Rimos juntos e continuei:
Eu: -É, mas comigo tem que me ganhar, tem que rolar paquera, rolar um clima legal só então vou para a cama. E to aqui hoje para procurar isso. Quem é você pra decidir cortar a minha?
Bruno com aquele maldito sorriso malando: -Não vou cortar a sua não, você vai paquerar hoje com o homem do local.
Eu: -Porra, já ta escolhendo para mim é? Que beleza! Me mostra quem é?
Com isso, ele se debruçou levemente sobre a mesa, e passou de por a mão sobre a minha para pegar e a levantou próximo a altura da boca e concluiu:
-Você esta olhando pra ele.
E beijou as costas da minha mão piscando de maneira safada o olho direito enquanto me lançava aquele sorriso sacana e lindo para mim.
Eu não tenho certeza, mas suspeito que meu coração parou por um momento nessa hora.
CONTINUA...