Olá, segue mais uma parte da minha história e espero que vocês gostem. Vou tentar não demorar a postar e quero ver os comentários de vocês. Obrigado pelos comentários no primeiro conto e boa leitura.
OBS: segue meu msn para que quiser conversar comigo chpcbh@hotmail.com
A viagem foi longa, não consegui dormir, pois só esperava pelo pior. Até que cheguei e em alguns minutos vi João sentado me esperando. Descrevo João: moreno claro, mais claro que eu, 10 cm mais alto, corpo malhado de academia, cabelo bem baixinho e olhos pretos bem expressivos. Ele recepcionou friamente:
- Oi Carlos.
- Oi João.
- Então, o carro tá pertinho aqui. Eu te ajudo a levar essa mala aê.
- Não precisa não. Eu consigo levar sozinho.
Me repreendi depois dessa “patada” que dei nele, mas ele precisava deixar claro que eu não podia carregar minha própria mala? As malas nem era pesadas, apesar de imensas. Chegamos no carro dele e eu entrei. Ele puxou papo:
- Então, animado pra sua nova vida?
- Pouco, já tô sentindo falta de casa e da minha mãe. Apesar de nunca ter tido muitos amigos eu sei que vou sentir falta da minha cidade.
- Mas vai ver que aqui você conhece mais gente e fica mais animado com o passar do tempo.
- É, talvez ocorram surpresas né?
- Pois é. Bom, chegamos.
Desci do carro e só ali percebi que João morava no terceiro e último andar de um prédio que não tinha elevador. Ainda sustentando a pose de “fortão”, subi com as malas quase morrendo, mas não tinha coragem de pedir ajuda depois da cortada que dei nele na rodoviária. Ele ia na frente e eu me arrastando com as malas, ele abriu a porta e acenou para que eu entrasse.
Mostrou onde ficava meu quarto e disse para que ficasse a vontade já que ali seria minha casa também. Disse que precisava tomar um banho e assim que terminasse me ajudaria a organizar as coisas no quarto e mostrar como funcionava a casa e tal.
Ele foi tomar banho e eu fiquei mais uma vez perdido em meio aos meus pensamentos. João parecia simpático como nunca e eu grosso como sempre, mas também não poderia dar margem para que depois virasse deboche para minha família, mais do já era. Talvez João só me tratava bem pela pensão que minha mãe estava pagando a ele para me manter em seu apartamento, talvez ele queria se aproximar. Resolvi então dar uma trégua na minha defesa e deixar pra ver o que aconteceria.
João saiu do banheiro com a toalha amarrada na cintura e passou pela porta do quarto me deixando extremamente louco. Nunca tinha visto meu primo daquele jeito e essa visão me fez perder o ar. Que corpo! Que barriga tanquinho e que volume lindo naquela toalha branca. Acordei dos meus pensamentos quando deixei meu celular cair no chão e pelo barulho me despertei.
Meio que fui hipnotizado de novo ao ver João entrando no meu quarto de bermuda e sem camisa. Ele foi agindo naturalmente e me ajudando com a colocação de roupas no armário. E quem disse que eu sabia que roupa eu estava colocando em cada gaveta? Estava completamente perdido, mas torcendo muito pra não dar bandeira. Será que todo aquele rancor de minutos atrás havia se transformado num tesão tão louco?
Ele me levou até os outros cômodos e mostrou tudo, disse que me daria uma chave no dia seguinte e que faria uma lanche pra gente, mesmo sem saber cozinhar nada. Eu disse que poderia ajudar já que sei fazer algumas coisas na cozinha. Liguei pra minha mãe e avisei que tinha chegado bem. Passamos a tarde conversando e a todo momento sentia que ele evitava o assunto família, perguntava do meu interesse na psicologia, me contou que trabalhava para uma multinacional em casa mesmo e, uma vez a cada dois meses, viajava para o Rio de Janeiro para resolver algumas coisas do trabalho. Ficava cada minuto mais anestesiado pela sua forma cuidadosa de contar as coisas e explicar tudo que eu não entendia, até que ele soltou:
- E aí Carlos, tá namorando?
- Não não. Eu foquei nos estudos e desisti dessa história de namoro.
- Eu queria te dar um conselho primo. De boa, num fica azarando nenhum carinha aqui na cidade não. As pessoas podem não entender bem sua presença aqui e me confundir e tal. Espera um pouco, ok?
Aquela questão foi um banho de água fria em mim. Ao mesmo tempo que queria enfrenta-lo e dizer poucas e boas pra ele, eu pensava em correr dali. Eu sabia que aquilo não daria certo, um cara que até alguns dias nem olhava na minha cara por eu ser o viadinho da família iria me abrigar em sua casa mesmo me repudiando. Ele tinha nojo de mim, tinha vergonha de estar perto de mim e ser confundido com um gay.
- É, eu entendi sim. Acho que eu vou ir dormir, eu tô bem cansado. Licença.
Sai da sala com os olhos marejados e fui pro quarto. Não ouvi mais nenhum barulho nos minutos seguintes. Aproveitei para me enfiar em baixo das cobertas e desabafar no choro toda raiva e decepção que senti com aquelas palavras. A noite passou e eu acordei no outro dia bem cedo, por ter dormido cedo, tomei um banho e passei pelo quarto de João que estava fechado. Tomei meu banho normalmente, voltei para meu quarto e me vesti.
Aproveitei que teria que apresentar alguns documentos na universidade e os organizei. Após isso, me sentei no sofá e fiquei assistindo tevê. Até que ouço a porta do quarto do meu primo se abrir e de lá sair ele só de cueca boxer acompanhado de uma loira extremamente linda aos beijos. Talvez pelo tesão que estava sentindo por ele, que eu achei ter acabado depois daquelas palavras, me deu ainda mais vontade de chorar, mas segurei firme até ouvir a loira dizer:
- Quem é esse amorzinho?
- É meu primo Carlos, aquele que te falei que veio estudar.
- Ah, aquele do vídeo né. Tudo bem rapazinho?
Acenei que sim com a cabeça e voltei pro meu quarto. Sequer ouvi o que aconteceu depois já que só conseguia pensar que João havia cotado pra todo mundo a história do vídeo e eu havia virado chacota com todos que o conheciam. Em meio às lágrimas sinto alguém se sentando ao meu lado na cama...
CONTINUA...
