Cotidiano de Amores Cruzados - Cap. 5

Um conto erótico de Contos Em Série
Categoria: Homossexual
Contém 2130 palavras
Data: 25/03/2012 19:54:44
Última revisão: 26/05/2012 19:33:56
Assuntos: Homossexual, Gay, bullyng

Amor sem sexo é amizade. Sexo sem amor é vontade.

Diogo estava deitado. Sua temperatura ainda não baixara e seu corpo permanecia dolorido. Tudo que precisava era de distração. E suas preces foram atendidas. Jeff chegou e entrou em seu quarto, entusiasmado com seus novos fios de cabelos azuis.

— Que porra de cabelo é esse?!

— Blue, de esperança! Esperança de virar o homão em um fudedor de cuceta!

— Ah, o Cláudio? O tal projeto hetero da faculdade? Faculdade me dá ódio! Por você, pelo Paulo...

— Eu adoro faculdade! — interrompeu Paulo entrando e se jogando na cama de Diogo.

— Resolveu dar as caras e dar fim nas noitadas? Ou não trepar 24 horas com o padreco Wander?!

— Você ta dodói e precisa de medicação — respondeu em um tom sacana, logo distribuindo beijo no corpo de Diogo, que o afastou — E agora sou mais responsável né? Trabalho, comecei na faculdade praticamente agora, e noitadas nunca terminam. E já expliquei trocentas vezes que aquilo com Wander foi um beijo de recaída! Ele é extremamente complexo sexual. E você, tem uma cara extremamente linda enciumada!

— Ciúme é praqueles que não conseguem ter o que querem. Se eu não te tenho, é porque não te quero! — desdenhou, com raiva, fazendo despropositadamente um biquinho.

— E se quisesse, só teria por míseros segundos! — disse fazendo beicinho, imitando Diogo, e depois o agarrando e enchendo de beijos.

— Pára! — tentava em vão, desviar dos abraços exagerados de Paulo.

— Ei! — interrompeu Jeff, os fazendo parar — Posso brilhar ao invés de ser uma vela?

Diogo e Paulo abaixaram a cabeça sem graça, e depois olharam um para o outro, sorrindo e pulando em cima de Jeff, fazendo os três a maior algazarra.

Na faculdade, Paulo revivia os momentos da escola, já que em sua sala a maioria era jovem com seus 17/19 anos. E como na época escolar a turma era dividida entre alunos bagunceiros, nerds, putas e excluídos. O aluno bagunceiro era Cláudio, um popular com belo físico, sucesso entre a mulherada. Então, aproveitava pra infernizar a vida de Téo, o seu oposto, um rapaz com biotipo nerd e fraco. Todos os dias eram piadinhas a respeito da sexualidade de Téo ou brincadeiras de mau gosto. Alguns consentiam rindo, outros reprovavam com olhar de negação.

Ao sair da faculdade, Paulo percebeu que Cláudio mais dois amigos perseguia Téo, que corria para uma rua sem saída. Preocupado, ele foi seguindo com cautela, parando escondido, ao perceber que Téo estava sem saída. Lá Cláudio e mais dois amigos usavam de brincadeiras um pouco agressiva com Téo, o empurrando, derrubando seus pertences e fazendo piadinhas.

— Ih ah lá! Vamos lá! Aprende a ser homem, sua bichinha! — disse Cláudio rindo.

Agora a questão virou pessoal pra Téo. E também para Paulo.

— Me deixa em paz! — gritou Téo pulando em cima de Cláudio, mas esse por ser mais forte, o empurrou fazendo Téo com o rosto no chão.

— Oh, tadinho! O viadinho não tem força nem pra bater!

— Depende do viado! — interrompeu Paulo, aparecendo e virando-se para Téo — Vai embora, menino.

Imediatamente, Téo pegou seus pertences e saiu correndo. Paulo encarava Cláudio e seus outros dois amigos.

— Qual foi vovô? A gente só ta brincando de zoar o moleque, porra!

— Praticando bullyng nessa idade, pivetezinho de merda?! Aprenda a lidar com as diferenças alheias, pois nem todos têm saco de ser como você!

Ao olhar pro lado, Cláudio constatou o sumiço de seus amigos, mas fingiu não temer.

— Não mete essa de diferença não, porra! Se ta defendendo o viadinho é por...

Paulo pegou Cláudio pela blusa e o empurrou contra a parede, o fazendo bater com a cabeça.

— Porque defendo o que eu sou! Ou quem é feito a mim. Desconte em si sua sexualidade enrustida, mauricinho encubado! E não tente medir forçar comigo, pois você vai se borrar nas fraldas e eu não vou cuidar de suas assaduras!

Paulo largou Cláudio, que acabou desequilibrando e caindo no chão, humilhado. Ao virar pra trás, Paulo viu Jeff coçando a cabeça, preocupado, e fugindo. Porém a fuga estratégica não deu muito certo. Paulo alcançou Jeff e ele teve que confessar tudo.

— Ele é o tal “projeto hetero” que você quer pegar?!

— Já panhei... — murmurou entre os dentes.

— Ah! Então é homofóbico na rua e bichinha no mato, no quarto, eu sei lá! Você devia contar pra todo mundo!

— E perder uma foda ma-ra e sigilosa? Meu bem, ele fode como ninguém! Sempre vai ter alguém pra manchar de preto o nosso mundo cor de rosa. Não dá pra ser o Capitão Homo! Você saiu do closet agora, quer fazer justiça...

— E uma trepada com alguns segundos de orgasmo vale mais que o respeito com toda a vida de dignidade? É só questão de caráter.

Paulo e Jeff se encararam e tentaram conter os ânimos.

— Eu dou meu jeito particular nisso!

— Liga o pisca alerta, bee! Não adianta caçar ele, porque ele nem gosta de bicha Irene que... — Jeff interrompeu-se ao ver a expressão confusa de Paulo — É bicha Irene! Pronto, falei, caras velhos!

Paulo olhou assustado com a ofensa, escondendo que ficou sentido com aquilo.

Em casa, Diogo ainda permanecia doente, o que deixou Jeff bastante preocupado. E sem querer, cometendo um pequeno deslize do pré-conceito e preconceito.

— Eu não to com AIDS! Se um gay fica doente já pensam que é AIDS! Pensamento preconceituoso lógico. Homens pensam e agem com o pau, dois homens então! Mas ultimamente só transei com o Paulo, e as fodas anteriores eram com camisinhas, sem boquete, cunete, pra ter 0% de preocupação. E já fiz os exames, em breve eles chegam.

— Me avoa, bicha! Whatever, me conta tudo! Como anda você e o Paulo?

— Não anda. Nós estacionamos na estrada da amizade.

— Ele ainda ta bolado comigo por aquele babado com o Cláudio.

— E com razão! Você pode não conseguir lutar como a Mulher-Maravilha, mas pode agir de forma justa e anônima como Diana Prince.

Diogo sorriu forçadamente e Jeff abaixou a cabeça triste, mas logo se levantou.

— Ok! Eu sou uma diva, meu amor! So open the sky, porque Mulher-Maravilha want fly!

Jeff rasgou com a mão a lateral de sua calça lycra, e Diogo riu com toda a performance. E talvez esse não fosse o modelito que Jeff pretendia usar, mas com certeza fazia parte do show. O show que prometia ferver a famosa edição especial da balada Babylon.

E lá estava Paulo. Dançando, e dividindo beijos com o cara da sua frente e o de trás. Mas logo parou ao contemplar tamanha ousadia: Cláudio chegava com uma bebida na mão, analisando o local. Imediatamente Paulo largou suas duas próximas transas e o abordou, agressivamente.

— Olha que propício! Na área dos gays! Ta fazendo o que aqui?!

— Vim zoar! Curtir com a cara de viadinhos como você.

— Ou como você! O Jeff me contou sobre vocês. — disse sorrindo.

Cláudio engoliu seco.

— Eu não sou gay! — protestou

— Claro! Não beija, só come travestis, gays afeminados ou algo que lembre a mulher. Lamento, você tem um lado gay adormecido. — ironizou seguindo com um sorriso sacana — Mas por você, posso ser todas as opções anteriores.

— Não curto bunda enrugada ou sugar baba de velho! Te enxerga, papa anjo escroto!

Cláudio nem esperou a resposta de Paulo e deu as costas indo embora, só ouvindo eco de um xingamento. Ele saía da boate revoltado, e na rua, foi abordado por Jeff, que trajava um sexy e curto short desfiado, camiseta justa mostrando o umbigo e uma leve maquiagem.

— Ei! — chamou Jeff a Cláudio que andava apressado.

— Não quero papo com você, seu viadinho! — falou continuando a andar.

— Grosso! — retrucou insistindo.

— Sai daqui, seu viado escroto!

Cláudio virou-se e segurou com força os delicados braços de Jeff, que no início se assustou, mas aproveitou-se da situação e sorrindo sacanamente, passou mão sobre o pau de Cláudio.

— Deixa eu te mamar... Só um pouquinho.

— Bicha de merda!

Cláudio soltou os braços de Jeff, que imediatamente se ajoelhou, lambeu e mordeu levemente a região do pau de Cláudio sob a calça.

— Please! — implorou com cara de pidão.

Cláudio cuspiu na cara de Jeff e lhe deu um forte tapa. Jeff apenas deu um longo gemido.

— Me faz sua vadia, goza na minha boca e atola sua rola no meu rabo! Por favor.

Cláudio segurou firmemente as bochechas de Jeff, e a fúria tomou conta de seus olhos.

— Viado arrombado! Toma nesse cu pra aprender a fuder como homem — gritou Cláudio enquanto socava sem dó no cu de Jeff, que estava de quatro, dentro de uma casa abandonada.

— Ai, ai... Mete vai! Me fode, me fode!

— Bicha safada! Gosta disto? — tirava e colocava seu pau no cu de Jeff — Gosta? Toma minha piroca, sua putinha!

Jeff rebolava no pau de Cláudio, com seu pau duríssimo e babando, enquanto Cláudio socava e a batia com força em sua bunda.

— Gosta de rola?

— Bate! Bate na minha bunda!

— Vagabunda! — xingou dando um tapa na cara de Jeff — Goza pelo cu, vai!

— Me fode então, caralho!

Cláudio deu uma estocada tão forte, que Jeff só conseguiu soltar um alto gemido, e gozar sem mesmo encostar no pau, contraindo o cu e fazendo Cláudio gozar. Ao recuperar o fôlego, Cláudio tirou seu pau com a camisinha do cu de Jeff e o empurrou no chão, vestindo sua roupa, enquanto Jeff ficava deitado no chão de concreto, humilhado. Na verdade, Cláudio disfarçava sua culpa com ira. E percebendo isso, Jeff levantou-se e tentou abraçá-lo, mas recebeu um empurrão.

— Não ta cansado de levar rola no cu não, ô viado? Não tem mais pau mais pra você não. Fica ai, seu baitola!

— Não gata, você fica! — Jeff levantou-se com raiva, se vestindo, enquanto Cláudio ficava parado sem entender — Se acha a princesinha do pop, mas os covardes não passam pela porta da frente. Lá fora, ta a galera da facul que duvidou quando eu disse que você era um viadinho comedor de cu. Um ótimo comedor, mas só isso. E como eu já gozei, não preciso de você. Cava um túnel pra tentar sair daqui, pois todos lá fora esperam a sua saída e a máscara caída de sua frágil masculinidade. Kiss, kiss, baby. Hasta la vista!

Cláudio tentou avançar em Jeff, mas este foi rápido, desvencilhando e saindo do local. Então só restou a ele sentar e voltar a ser criança, chorando compulsivamente.

Na faculdade, Téo se sentia aliviado por finalmente alguém ter agido por ele. Ele conversava aliviadamente com Paulo.

— Ele às vezes usava daquelas brincadeiras até tentando me... Enfim, obrigado.

— Não agradeça. Ele foi embora, mas outros entrarão no lugar dele, assim como entrarão no seu lugar.

— E aí o que eu faço?

— Lute com dignidade. Imponha a diferença naqueles que insistem em brincar de seguir o padrão. Seja lá qual for a arma que você tenha.

Os dois olharam pra frente e viram Jeff, que vinha com um sorriso no rosto e andando rebolando. Os três apenas riram.

Diogo pegou o resultado do exame e comprovou o que já sabia: Negativo pra HIV. E ironicamente já se sentia bem melhor e disposto. O chato disso era perder todos os carinhos e paparicos que estava recebendo.

— Tem colo pra mim? — entrou Paulo com uma cara triste.

Paulo jogou-se na cama e deitou-se no colo de Diogo, que fez um aconchegante cafuné com seus dedos sendo espetados pelo curto cabelo de Paulo.

— Eu é que tou precisando de colo não?

— É... Me desculpa. — sorriu sentando-se — Você ta melhor?

— Não...

Diogo estranhou ter mentido, mas na verdade gostava da preocupação de Paulo.

— Então eu vou ficar aqui até você melhorar. Durem meses, anos, mas só saio daqui quando você tiver melhor.

— E se eu nunca melhorar?

— Eu viverei eternamente ao seu lado. Em todos os sentidos.

Os dois se encararam, aproximando-se e inevitavelmente o clima de romance surgiu.

— Cansei de farra! — Diogo ficou surpreso — Abriram meus olhos e percebi que eu já estou velho pra isso.

— Em que espelho você viu isso? Você é lindo, meu jovem e extremamente especial.

O clima teimava em reinar, e eles só colaboravam aproximando-se mais um do outro, sorrindo.

— É divertido ser de todos de e ninguém, mas eu prefiro ser só de um. E esse um será meu todo e me amparará que eu não tiver ninguém.

— E quando você encontrou esse “um”?

Eis que o clima acabou! Quando iam se aproximar, sendo inevitável que seus lábios se tocassem, surgiu Jeff, sem a menor cerimônia.

— Tem colo pra mim? A rainha trash que sofre pelas pegações frustradas!

Jeff se jogou no colo dos dois, sem nem aguardar uma resposta, e os três se confortavam. Mas enquanto riam entre si, Diogo olhou para Paulo e apostou: “O que começou por vontade, esfriou pra amizade, e poderia se tornar a sua eterna apaixonante felicidade”.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Contos Em Séries a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Valeu pelo elogio de todos ;D Inclusive li um conto seu, Vitor Hugo e gostei muito, recomendo. Já Tristan a personalidade do Jeff me baseie na lealdade. Já o jeito dele dei umas pesquisadas em gírias e observei alguns amigos meus. Ele (Jeff) ainda se envolverá em muitas aventuras, até por ser um personagem dinâmico. ;D

0 0
Foto de perfil genérica

uuuuuuuuuuuulala muito bom,lindo,espetacular

0 0
Foto de perfil genérica

nooossaaa q ruim pra escrever nada!!!! tah cada vez melhor eu aadooroo o Jeff onde vc tirou inspiração pra fazer um personagem tão singular como ele?

0 0