Olá galera. Espero que estejam gostando da história que está chegando em sua reta final. Tenho tentado ser mais sucinto pra chegar aonde quero chegar nas próximas partes. Valeu demais pelos comentários e comentem muuiiito essa parte porque é muito importante essa parte! Boa leitura e até a próxima.
- Solta ele seu idiota!
Pedro estava no chão, depois soco que ganhou e eu assustado como nunca na minha vida. Olhei para João e vi seus olhos enfurecidos como nunca. Corri para frente de Pedro ajudando-o a levantar com muita vergonha da situação:
- Que palhaçada é essa Joao?
- Palhaçada é você sair da minha casa e duas horas depois estar de beijinho com esse aí.
- O que eu faço da minha vida já não é mais da sua conta. Eu já resolvi praticamente tudo, estou bem instalado na casa do Pedro e assim que puder eu busco algumas coisas que ainda faltam. A propósito, isso é seu.
Entreguei as chaves do apartamento, segui com Pedro até o carro, ainda vendo João parado e me olhando ir embora. E que soco foi aquele? Eu acariciava o rosto de Pedro percebendo o estrago que meu primo tinha feito. Ele não reclamou de dor nem disse nada, mas eu sabia que devia estar ardendo muito. Dava pena de ver aquela marca enorme em seu rosto. Ele ia dirigindo e eu o olhando, como quem quisesse buscar respostas pra situação.
João provavelmente tinha se arrependido, mas sempre seria assim? Eu teria que duelar com a mãe dele, minha tia, e quando ele quisesse me jogaria fora, esperando que eu o esperasse sempre? Quem ele pensa que é. A raiva tomou conta de mim. Se fosse pra ficar com ele ia fazê-lo lembrar do que tinha feito.
Chegamos na casa de Pedro e ele foi tomar banho, estava todo sujo pela queda brusca no chão. Eu meio que decidi retribuir o que ele estava fazendo por mim com carinho. Ele se sentou no sofá e eu me sentei ao seu lado, o acariciando. Ficamos assim por um tempo, nos beijamos calmamente umas quatro vezes e depois fomos dormir na mesma cama, levemente abraçados, mas sem nenhum tipo de safadeza, só carinhos.
Acordei no outro dia e fomos pra aula. Chegando na porta da faculdade estava João, encostado ao lado da entrada. Pedro me olhou como quem perguntasse se precisava de ajuda. Decidi que precisava mostrar pra João que eu tinha tomado decisões na minha vida. Segurei a mão de Pedro e passei reto. Tentei passar né, porque João me segurou o braço com força:
- O que você quer João?
- Quero conversar, é difícil?
Pedro entrou na frente e falou alto:
- É muito difícil. Ele tá comigo e você não vai machucar ele mais.
- Ele não. Mas você eu machuco fácil.
João deu dois passos em direção a Pedro que estava parado, esperando para contra-atacar. Entrei na frente dos dois imaginando a briga:
- Para João. Você não vai encostar um dedo nele. Nós estamos juntos mesmo e eu não quero mais olhar na sua cara, entendido?
- Prova pra mim que você não me ama mais. Prova que você quer ficar com esse idiota aê.
Ele falava baixo, morrendo de medo das pessoas saberem o motivo de sua visita ali. Não podia perder a oportunidade. Subi o tom de voz:
- Vou mostrar pra você então o que você quer ver.
Agarrei Pedro de surpresa e o beijei. Foi um beijo rápido, mas bem quente. Várias pessoas pararam para olhar e João olhava pros lados com uma vergonha enorme. Ao mesmo tempo olhava pros lados com os olhos marejados e eu nem me importei, eu precisava daquilo.
- Isso não acabou Carlos!
- Se quiser ver mais eu gravo um vídeo pra você! Você sabe que de vídeo eu entendo né?
Saí rindo e puxando Pedro, que segurava minha mão sem conter o sorriso no rosto. Fomos pra sala, assistimos as aulas sem tocar no assunto, mesmo quando alguém comentava sobre o beijo e eu tentava fingir naturalidade. Almoçamos na faculdade e voltamos pra casa. Chegando lá, Pedro me puxou para um espaço bem reservado, que ele já reformava como se fosse seu consultório, e começou:
- Carlinhos, eu sei que você não é afim de mim, sei que você gosta do seu primo e não quero te forçar a nada também não. Só quero que você saiba que eu gosto de você de verdade. Mas ao mesmo tempo não quero que você fique comigo por pena ou por pura gratidão. Quero te ver feliz, e se for com ele, fique a vontade.
Me sensibilizei com suas palavras. Ele me olhava sério, mas centrado, com uma calma que me deixava calmo também.
- Pedro, eu realmente sinto algo muito forte pelo João, mas esse sentimento se modificou muito depois do que ele fez. Hoje acredito que só consigo sentir raiva dele, uma vontade de me vingar enorme. Desculpa se eu te usei hoje ou se você está sendo uma forma de desafogar o que eu tô sentindo, mas eu acho que posso ser feliz com você, se você quiser né.
Ele me olhava sem dizer nada. Eu estava sendo parcialmente sincero, porque minha felicidade naquele momento seria muito maior vendo João pagar pela dor que me causou, mas não poderia sair daquela conversa sem dizer a Pedro o quanto estava “feliz” por estar com ele. Até que ele me surpreendeu:
- Então acho que devo fazer isso. Quer namorar comigo Carlos?
CONTINUA...
