Alguns meses antes dos acontecimentos do capitulo I:
Era mais um típico dia de segunda-feira, e como sempre a primeira aula era educação física. Eu não sou um menino muito sedentário, mas eu realmente não estava com animo algum para qualquer aula que fosse, o meu maior desejo era sair dali e chorar. Chorar, chorar, e chorar pelo amor não correspondido do Douglas e eu nem sabia se ele era gay mesmo. Estava tudo na minha cabeça, e só.
A aula começou e a professora de educação física como sempre, ordenou que corrêssemos 10 voltas na pista de corrida da escola.
O Douglas sempre fora lindo, mas com aquele shorts de corrida deixava ele mais bonito, e totalmente mais sexy. Mostrava sua panturrilha geralmente coberta com seu habitual jeans rasgado no joelho. Observava aquele ser com tamanha admiração e concentração que perdi o apito da professora indicando o inicio do exercício de modo que só quando ela gritara meu nome efusivamente despertei do meu transe.
Coloquei meus fones de ouvido, e mal percebi que eu já havia feito mais de 10 voltas. Só pensava nele, a cada volta era como se ele fosse meu troféu e para que o ganhasse só teria que ganhar. Não era nem uma prova ou teste, mas nem por mim corria ou por nota, corria por ele, corria por nós. Como se de alguma forma correr em círculos fosse adiantar algo. Novamente a professora de educação física, teve que gritar meu nome para que eu acordasse do "transe Douglas".
Sentei-me nos bancos do jardim da escola, e fiquei esperando. Apesar de ser a primeira aula, e eu ter 20 minutos para tomar banho e estar pronto para a próxima aula, nunca entro no vestiário exatamente após o fim da aula, pois muitos meninos malhados, suados e sem roupa para mim, seria demais para mim. E de qualquer forma me expor, caso aconteça algum acidente.
Do banquinho observei boa parte da turma, e achei que já estava bom e já poderia tomar meu banho.
O vestiário era enorme, dava para no minimo 30 pessoas tomarem banho confortavelmente todas ao mesmo tempo e ainda havia espaço para os armários e lavabos.
Adentrei o vestiário, averiguando se não havia ninguém. Apesar de estar ansioso para um bom banho para esquecer dos problemas, eu andava inexplicavelmente de forma silenciosa, sem fazer barulho algum.
Escuto algo caindo no chão, e rapidamente me escondo em um box que fica antes dos chuveiros. Tranco a porta devagar e fico tentando espreitar o que acontece lá fora.
Passos, mais passos. Pelo barulho das passadas, tem mais de uma pessoa ali dentro até que escuto a voz do Renato.
Renato de longe o menino mais gostoso de toda a escola. Aqueles olhos verdes intensos e um tanto marcado com pequenas olheiras, e o cabelo preto sempre com um topete só serviam de complemento a sua beleza.
Seu corpo não se comenta. Perfeito, ele era modelo e talvez por isso deveria ser mais bonito do que a maioria dos meninos, mas com ele era diferente. Ele não era só bonito, ele era perfeito fisicamente se tratando.
- Tem alguém ai?
Dentro da cabine pude escutar o chuveiro sendo desligado, e alguém respondendo:
- Não, pode vir. Estava te esperando. Nossa que demora, cara.
Aquele voz irreconhecível só poderia ser do Douglas. Reconheço qualquer coisa dele.
O chuveiro foi novamente aberto mas agora estava um barulho muito forte de água batendo diretamente no chão, como se não houvesse ninguém debaixo da água. Não escutava mais o Douglas, e muito menos o Renato. Decidi ver o que estava acontecendo.
Do mesmo modo que entrei, sai. Fazendo o minimo possivel de silêncio para que ninguém percebesse caso houvesse alguém ali.
Dou alguns passos quando sou surpreendido por um Douglas completamente nu, beijando um Renato completamente nu. Estavam os dois no chuveiro do lado, enquanto o único chuveiro aberto servia apenas para disfarçar qualquer eventual barulho. Os dois nus, ali se beijando freneticamente. Os dois com seus pênis eretos. Abraçados um ao outro, como se fossem, como se fossem namorados. Corpo colado um ao outro, suspiros, prazeres e gemidos. Era assim que descrevia essa cena para mim mesmo.
Fiquei sem reação, não sabia o que fazer. Surpreso, só consegui pensar em uma coisa a fazer: sair dali o mais rápido possivel. Peguei minha mochila o mais rápido que pude, e nem percebi que como estava meio aberta, minha agenda cairá e fizera um barulho que me anunciou no recinto de forma que só consegui escutar o chuveiro sendo desligado e rápidos passos em direção a minha posição. Antes de sair correndo, deixando a agenda para trás.
