Na escola eu tinha uma amiga, super divertida que me fazia esquecer de casa e eu acabava me soltando mais e sendo quem realmente eu era. Marianny e eu tinhamos a mesma idade, ela sabia quase tudo sobre mim, menos os fatos ocorridos em casa.
Sempre nos juntava com um grupo de colegas e amigos nas horas dos recreios, e aulas vagas e ficavamos jogando conversas fora, contando piadas, histórias, tocando violão e cantando. Naquele ano, conheci o Pablo, Mary já tinha seu namoradinho ali na rodinha e eu sempre meio que sobrava. Pablo não perdia chances, sempre jogando indiretas pro meu lado o que me fazia ficar sem jeito. Algumas meninas davam em cima dele, sempre o chamavam pra sentar ao lado delas, mas muitas das vezes ele preferia sentar mais perto o possível de mim. Contei pra Mary que eu achava ele bonito, e que me sentia estranha ao lado dele. Ela já mais experiente do que eu disse que eu estava apaixonada e que sabia que ele também estava por mim.
-Pode deixar Lora, vou ajeitar tudo pra vocês. Quero ver você namorando. Disse ela.
Para mim era maluquice, mas eu aceitei, pois tinha mil curiosidades e sabia que gostava dele. No mesmo dia, após o almoço, fomos nos encontrar no mesmo lugar de sempre, mal cheguei lá e me lembrei que estava na escala de limpeza do refeitório, voltei imediatamente, eu fui adiantando algumas coisa pra ganharmos tempo, o pessoal da escala começou a chegar e ajudar, e vejo que Pablo também estava na mesma escala, logo ele tomou a posição de me ajudar pra ficar mais próximo, e conversar pela primeira vez diretamente. Nos conhecemos um pouco; vida, família, musicas, filmes, etc.
Quando terminamos ainda tínhamos um bom tempo pra descansar, pois eram 2 horas de almoço. Ele me chamou pra ir com ele para o nosso grupo, mas antes passaria no banheiro, o que mudava nosso trageto. Esperei e logo fomos, ele foi diminuindo os passos e começou a falar que havia conversado rapidamente com Mary antes de ele ir para o refeitório, mas preferia saber de mim mesma se eu estava realmente gostando diferente dele. Nossa!! Naquele momento gelei, senti meu coração acelerar e minhas mãos soar. Respirei fundo e fiz que sim com a cabeça. Ele abriu um sorrisão lindo e inesquecível e disse:
-Olha Mila, eu sei que pode ser cedo pra fazer isso, mas você quer namorar comigo? Se você achar que namorar é de mais, podemos ir ficando e ver até onde vai...
-Podemos ir ficando, se for dar em namoro, vai acabar acontecendo... Melhor sem pressa e grandes compromissos...
Ele saltitou de alegria, na época ele tinha quase 17 anos, estava atrasado na escola, por grandes motivos, os mesmos que um dia nos separou.
Ao chegarmos no grupo, os dois com sorrisos de felicidade, juntinhos, nos sentamos bem pertinho, todos nos olhando e entendendo o que estava acontecendo, até que Mary começou a comemorar dizendo que dava pra fazer um monte de coisas entre casais. Algumas meninas se afastaram do grupo, acredito que foi por nós estarmos ficando.
Sentados ali, conversando, ele me disse que iria deixar rolar tudo, eu não faria nada que não quisesse, segurou minha mão, e assim ficamos. Demorou alguns dias, Pablo me deu o primeiro presente, um chaveiro fofinho, ele sabia que eu fazia coleção de chaveiros, mas pra mim aquele era especial, não deixei guardado em casa, carregava comigo sempre. Naquele momento minha alegria foi tanta, que dei um beijo empolgante no rosto dele, o que fez ele me olhar diferente, sorrindo e me puxando pela cintura contra o corpo dele, e devolvendo um beijo leve no meu rosto. Nessa hora eu tremi, ao mesmo tempo que ele era impulsivo e me segurava forte, era calmo e carinhoso. Com medo dele me beijar a boca, eu o abracei, o que facilitou pra ele sussurrar em meu ouvido, que queria um beijo na boca, que se ganhasse ficaria muito feliz. Eu naquele momento, não sabia o que fazer, não queria decepciona-lo, mas eu tinha medo, ao mesmo tempo eu também queria muito. Olhei pra ele, olhei para os lados e disse:
-Aqui não, muita gente...
Ele me puxou pelas mãos até um cantinho, cada passou que eu dava, eu sentia meu corpo amolecer, mas permanecia firme em minha decisão. Me certifiquei que o lugar estava mais discreto, e olhei para ele. Os olhos dele brilhavam, me faziam viajar, ele se aproximou, carinhosamente, afastando os fios de cabelos soltos com o vento em meu rosto e fazendo carinho, encaminhando uma mão para a minha nuca e com a outra em minha cintura e me puxando contra seu corpo, um beijo aconteceu, não sei se demorou tanto quanto eu imagino, mas pra mim, foi um longo beijo... Me fez sair do chão, foi maravilhoso, o sabor, o carinho, a sensação calorosa e arrepiante, inesquecível... Era como se todos os meus problemas simplesmente não existissem, eu sonhava durante aquele beijo...
O beijo foi interrompido com o sinal da escola, Pablo beijou minha testa e me chamou para irmos para a sala. Ele saltitante de felicidade, e eu ainda sem acreditar, como era bom, com certeza eu queria mais... Contei para Mary que morreu de dar risada e disse que é sempre assim, o primeiro beijo nunca se esquece, assim como tudo o que é primeiro na vida.
Algumas semanas se passaram, e Pablo queria tornar mais serio o que tinhamos, queria namorar, mesmo que escondidos de meus pais. Eu aceitei,e ficamos nesses grudes o ano todo, ele nunca avançou o sinal, sempre me respeitou, mas sempre seus beijos eram quentes e me deixavam cheia de desejos estranhos. O ano acabou e mal nos veríamos durante as férias, mas ele morrendo de saudades, ficava passando em frente a minha casa, pra me ver, e sempre sorrindo.
No nosso último ano na escola, tivemos tristes mudanças, algumas coisas mais quentes aconteceram e minha vida logo mudaria... (continua)
Agradeço desde já leituras, comentários, críticas e opiniões.
Até a próxima...