O grande dia chegou. O dia mais aterrorizante da minha vida sem duvida era o primeiro almoço da família do meu namorado, e ele aconteceu cerca de um ano depois que me mudei para Curitiba. O curioso não era medo da mãe dele. Eu já tive a oportunidade de conhecer Dona Bianca, e ela era gente boníssima. Fiz um cheesecake com geleia de framboesa num café da tarde e a convidei. Em menos de duas horas ela estava me chamando de filho! E com algumas idas ao supermercado ela já tinha me eleito o genro do ano, e desejado que o outro filho dela fosse gay também. O que me era estranho naquela família eram alguns costumes e modos diferentes dos da minha família paulistana. A família Coniglio era uma família numerosa e abundante, uns verdadeiros “coelhos”. Bem italiana e bem tradizionale. Todos os membros falam balançando as mãos. Todos berram, não falam. E todos são curiosamente sinceros quando conversam contigo. Sinceros até demais.
O grande almoço aconteceu na chácara de um dos milhares tios que o Toni tem. Chegamos de carro, e tivemos que estacionar numa vaga bem apertadinha dada o grande número de veículos. Parece piada, coisa de novela das oito, mas dava para ouvir o som da entrada da chácara. E era de musiquinha italiana, “Funicolí, Funicolá” e tals. Descemos terreno abaixo, a festança era na parte de trás. No meio do caminho, uma miríade de diabretes vestidos de criança surgiu correndo e gritando loucamente.
— Como essa família tem folego para fazer filho, hein? — brinquei com Toni. Ele se limitou a rir da piada.
A parte de trás da chácara estava toda enfeitada com as cores dell’Itaglia. Mesas com forros específicos, e muuuita gente com taças de vinhos, berrando e rindo e brigando. Reconheci a matrona. É claro que no meio de tanta gente era fácil reconhecer uma velhinha gordinha de 95 anos de idade. Só que ela parecia ter bem menos do que sessenta. Sorria o tempo todo, dava safanões dos diabinhos que passavam perto e interrompiam a conversa.
Da grande matrona vieram incríveis vinte e dois filhos. Desses, vinte e um casaram (dois por duas vezes e um estava no terceiro casamento), e tiveram entre dois e cinco filhos e julgando que metade dos netos já estavam casados e com filhos, naquela reunião tinha umas 40 crianças fácil, fácil. Dona Bianca, uma das filhas da Nona, era mãe de dois: meu namorado Toni de 30 anos, e com seis de diferença, Luigi.
Voltando a festa. Era um tanto assustador ver aquela gente toda me abraçando, beijando no rosto e gritando no meu ouvido. Estavam distribuídos em rodinhas: as tias fofoqueiras, as noras da Nona, os genros da Nona, a pequena máfia, os primos adolescentes, os adultos, os dois primos gays do Toni conversando futilmente com as patricinhas, a Nona e seu enfermeiro gostosão. Toni me apresentou a algumas pessoas só. Depois foi abduzido por um primo qualquer, e Dona Bianca me encontrou e me arrastou festa adentro. Deu-me o braço e seguimos cumprimentando aqueles que ela julgava que mereciam conhecer-me. E ela precisava posar de Bona Mama para os desmerecedores. Chegamos em frente da Nona, o meu segundo maior medo.
— Veja Nona! Este é o namorado do meu Toni. — e me empurrou para frente. A velhinha pediu para eu me aproximar, e me deu dois beijinhos, acariciou meu rosto, com os olhos azuis e grandes brilhando.
— Como é belo! Como é belo! Toni é um ragazzo muito sortudo. É muito belo, rapaz. Tem um coração grande e a alma pura — e me abraçou. Confesso que eu não sabia o que fazer, só abracei aquela figura e senti um calorzinho no peito, parecido como serenidade — Tem certeza que é frocio, ragazzo? — perguntou rindo, e o enfermeiro, um moreno dos cabelos lisos, corpo malhado, disfarçou a risada colocando a mão na boca e virando o olhar. Fiquei sem entender a piada, precisava do GoogleTradutor nessas horas.
— Ela te perguntou se você tem certeza que é gay... — sussurrou o tio Giovani que se aproximou justo nesta hora e não pode deixar de rir. O que restou fazer nesta hora além de ficar vermelho como um molho à bolonhesa? — É uma piada da Nona, não se preocupe. Isso significa que ela gostou de ti. E te achou bonito. Eu sou um dos tios do Toni. Venha cá — disse pedindo para seguí-lo. Giovani era um homem gordinho e baixinho. Cabelos castanhos claros, e barriguinha saliente. Mala beeem saliente. “Oh... wait! Eu não posso fazer isso. É da família do Toni!”. Serviu-me uma taça de lambrusco delicioso, e repetiu a dose umas duas vezes. Estava aquecendo, e começando a curtir a festinha. Chamou para uma rodinha com alguns tios, fizeram algumas perguntas sobre minha profissão que respondi de boa, e continuamos conversando. Dava uma olhada em volta às vezes, na esperança de encontrar meu namorado e o único que encontrei foi do outro lado do quintal um cara bem alto, magro e de braços cruzados, com cara de poucos amigos.
— Aquele é o Luigi, irmão mais novo do Toni — disse Tio Mauricio, que estava ao meu lado e percebeu como o rapaz alto, meu cunhado estava estranho — ‘Ta vendo aqueles cinco do lado de lá — e apontou para um grupo não muito longe do Luigi — Aqueles são o braço ariano da família. Carecas, germânicos e homofóbicos. Mantenha a distancia deles, meu filho. A Nona pode ter gostado bastante de ti, e todos temos achado interessante o Toni contar que é gay nessa altura da vida, mas... Existem pessoas nesta família que não quer que você faça parte dela e isso inclui os arianos e o Luigi.
— Grazie, Senhor Mauriccio.
— Tio Mauriccio, meu filho. Pode me chamar de tio — ergueu-me um belo sorriso branco encantador. Os outros tios, incluindo o Giovani disseram o mesmo. Estavam querendo que eu me sentisse parte daquela pequena família. Algumas taças de lambrusco depois, apareceu uma oportunidade de conversa noutra roda, a dos primos adultos. Mais uma vez algumas perguntas sobre trabalho, sobre família que eu respondi de boa.
— Como assim? Sua família está em outro estado e você está aqui sozinho? — perguntou-me uma prima do Toni.
Contei que eu namorei o Toni um ano à distancia, e que depois que acabei a faculdade apareceu uma oportunidade para me mudar, e vim. Minha família era pequena, mãe, pai e dois irmãos.
— E os tios e tias? Seu pai e sua mãe são filhos únicos?
— Não! Acontece que eu venho de uma família que tem uma visão diferente sobre o que é família. Fui educado para reconhecer como família somente meus pais e irmãos. O resto é categoricamente rotulado como parente, e deve por conveniência ser mantido à distância — aquilo foi um choque para aquela família. Todos ficaram pasmos e achando que eu era um alien. Acho que falei algo que não devia. O curioso foi que a história correu pelas rodinhas rapidamente, e as tias, mesmo as fofoqueiras, vinham me cumprimentar com um abraço forte e um carinho no rosto, como se eu fosse um cachorrinho carente.
Parei numa mesa por um instante. Então, Luigi se aproximou. Ficou parado ao meu lado, sem dizer uma palavra sequer. Estava olhando para a festa e de vez em quando procurava o meu olhar. Era um homem bonito, e se duvidar era mais bonito que o Toni.
— Então você é o Pedro — falou sem olhar em meu rosto.
— Sou eu — respondi — E você, Luigi.
— Meu irmão já deve ter pintado a minha caveira pra você. Ou minha mãe, ou ainda meus tios. Eles não entendem que eu só prezo pela imagem da família — desdenhou o rapaz.
— Ter um irmão gay não é o tipo de coisa que mancha a imagem da família. Não é um crime, nem uma doença — repliquei friamente. Senti que tinha provocado.
Olhei para o lado e jurei ter visto o Darth Vader pronto para fazer de mim picadinho com o sabre de luz. Não houve tempo para tréplica. Uma das tias apareceu gritando loucamente no meio do quintal, com um acesso de pânico, dizendo que o gelo tinha acabado e que toda a bebida estava ficando quente. Ela soluçava como se o gelo que tinha acabado fosse o da Antártica. Luigi rapidamente disse a ela para não se preocupar que ele e eu íamos na pick-up dele buscar mais. Quase morri engasgado quando ele me puxou pelo braço, quase me carregando. Olhei para trás, e pude ver o Toni tentando nos alcançar e impedir que algo muito ruim me acontecesse.
Seguimos caminho acima, e entramos na supermáquina que o piá tinha. Estava tremendo de medo sim. Agora só me restava esperar ele sacar a arma e descarrega-la em meu corpo. De carro, seguiu por um caminho de terra, no meio do mato. Estava calado, e aquilo estava me assustando. Uns vinte minutos depois, e eu sequer sabia onde estávamos, ele parou o carro bruscamente.
— Por... Por... Por que pa-paramos?
— Escute bem, porque eu vou falar uma vez só. E qualquer palavra que eu disser vai ser para o seu bem se você nunca mais repetir. Eu disse NUNCA! — ele estava tão nervoso quanto eu. Seus olhos estavam inquietos e seus lábios tremiam. Talvez ele não fosse tão mal. Só um pouquinho insano — Escuta aqui piá. Estou farto do meu irmão e de como essa família o trata. Acho muito injusto o que ele faz comigo e com todos. Ele sempre foi o melhor. Era o filho mais inteligente, o primo mais brilhante. Entrou na faculdade cedo, sempre teve grandes notas, era talentoso, um neto religioso, o modelo perfeito. Sempre um modelo de comparação, e a minha vida inteira eu fui comparado a ele. TODOS FOMOS! Não só eu, como meus primos. E quando eu descobri que ele era gay — e começou a chorar. Suas lágrimas rolavam pelo rosto, e eu estava com muito medo de me aproximar — Quando eu descobri que ele era gay, achei que finalmente tinha um motivo para tirá-lo do pedestal de santidade. Mas você sabe o que aconteceu? VOCE SABE O QUE ACONTECEU??? — ele estava irado, não sabia se gritava ou soluçava.
— Não — sussurrei ressabiado.
— ELES NEM LIGARAM! NINGUÉM SE IMPORTOU!
— Mas, tem os arianos...
— Eles não contam! São um bando de idiotas sem cérebro! O que eu quero dizer que a minha mãe não se importou! A Nona não se importou! Meus tios e tias não se importaram. NINGUÉM! E pelo contrário: Acharam que aquilo era a coisa mais natural do mundo, e o Toni continuou a ser Santo Certinho. Estava em alta ser gay depois que eu fiz o favor ao Toni em contar para todo mundo que ele era gay, todos os meus primos que são se revelaram depois. Ser gay virou um exemplo! Que droga!!! — se tornou impossível entender qualquer coisa que ele disse. Desistiu e limitou-se a chorar.
Estava tentando entender o que estava acontecendo. Meu cunhado, o maior homofóbico da família, totalmente do contra, só estava com ciúmes do irmão. Deuses, porque ele estava contando tudo isso para mim? Ofereci meu ombro pra ele chorar, abracei de leve, e distante para ele não pensar besteira
— E sabe qual é a pior parte?
Acenei negativamente com a cabeça.
— O Toni é um puto que encontrou um namoradinho lindo e perfeito para ficar esfregando na minha cara e na cara de todo mundo.
Meu queixo caiu. Eu fiquei paralisado e achei que o medo estava me fazendo ouvir coisas. Ele levantou a cabeça e me beijou desesperadamente. Afastei-o imediatamente.
— O que foi? — perguntou-me.
— Por essa eu não esperava nem hoje nem em uma eternidade — respondi assustado.
— Qualé?! Eu devo reconhecer que você é muito lindo. Um cara muito sexy. Aproveitei a birra com meu irmão para ficar te olhando a festa inteira. E sou obrigado a concordar com minha esposa que você além de bonito é carismático. Existem membros da família que continuam na tangente, tratados como estranhos por falta de carisma, e você já é tratado como filho no primeiro almoço — olhou para mim com um ar de safado — É claro, que todos se aproximaram porque você é muito gostosinho.
— Grande Mãe, me belisca, porque eu não estou acreditando que estou ouvindo isso de você. Diz para mim que você vai sacar uma arma e vai fazer de mim um queijo suíço, diz! — disparei, sem pensar.
— Eu vou sacar sim, mas num é uma arma para te matar não... Aliás, te matar só se for de tesão — rindo, abriu o botão da calça e abaixou a cueca. Como ele tinha o caralho lindo! Era cumprido como ele, e tinha uma cabecinha linda, proporcional. Cheguei a acreditar que aquilo fora esculpido como um consolo, de tão perfeitinho. — E aí? Você num vai encarar.
— Você não me pediu com jeitinho.... — curiosamente eu disse.
— Vem, vai... Eu tô louco de tesão por ti, ragazzo.
Caí de boca e foi a melhor sensação do dia até aquele momento. O filho da puta ainda além de linda, tinha uma pica deliciosa. Ele gemia loucamente, e eu me deliciava subindo e descendo, chupando e lambendo aquela tora perfeitnha.
— Ahhh... Como o Toni é sortudo... Ahhh... Você chupa melhor que a minha esposa... Vai, vai... Iss... Isso.... Continua... — que delicia era ouvir aquele cara gemendo no meu ouvido enquanto eu me acabava naquela pica deliciosa. Ele mal conseguiu me avisar, e gozou enchendo minha boca de porra deliciosa. Como era gostosa. Estava feliz pelo leitinho nutritivo que tinha ganhado, mas estava tristinho porque fora rapidinho até que ele abaixou as calças e se virou de lado — Me come, piá. Mata essa vontade louca que eu tenho segurado desde a hora que você chegou na festa.
— HEIN?!
— Cala a boca, e me come!
Juro que senti medo de apanhar por cair na gargalhada, mas segurei-me com muuuuuito empenho. Tudo bem, a bunda dele era linda. Não precisei de muito esforço. Trepar dentro de uma pick-up era novidade para mim. Ficamos todos tortos quando eu coloquei o pau na entrada e dei uma forçada. Ele gritou de dor, e me afastou. Aquela era a primeira vez dele, isso exigia então um preparativo.
Pedi para sairmos da cabine, e fomos para a parte de trás. Pedi para se encostar de pernas abertas, enquanto eu me agachei e comecei a lamber o cuzinho do meu cunhado. Aquele botãozinho virgem estava me tirando do sério. Beijava e lambia, fodia-lhe a bunda com a língua, abraçava o quadril, acariciava-lhe as costas enquanto ele gemia de prazer. Começou a implorar-me para socar pica adentro, e não ousei desobedecer. Com um pouquinho de cuspe, aproximei a pica da bunda e penetrei. Tremeu com um pouco de dor e parei. Funguei em seu cangote, e apertei mais um pouco. Enfiei mais um pouco bem devagar, queria que ele se lembrasse para sempre desse momento. Mais um pouco e estava tudo.
— Pronto, foi tudo — sussurrei.
— Tudo? — perguntou-me
— De fora só tem as bolas — e ele riu. Me chamou de cunhado tesudo e respondi que achava ele muito lindo. A conversa era para distraí-lo enquanto eu começava o vai e vem alucinante. Acelerei um pouco e Luigi já não se preocupava com dor, aquele momento era só prazer. Segurei o quadril dele por um momento enquanto aumentava as estocadas. Estava levando o piá a loucura. Como era gostoso aquela sensação. Luigi então me pediu um beijo e dei-lhe. Estava explodindo de tesão quando comecei a gozar, e gozei fundo na bundinha do meu cunhado. Ele dava uns gemidos insanos e pude perceber que o safado gozava pela segunda vez, sem tocar no pau. Ele riu e me beijou.Colocou as calças, entramos na pick-up e seguimos de volta. Compramos o gelo e voltamos para a festa.
Chegando lá, o Toni veio correndo me abraçar, e me perguntou se ‘tava tudo bem e o Luigi não tinha feito nada de ruim comigo. Dona Bianca estava louca atrás da gente perguntando se tínhamos ido pegar gelo no Polo-Norte.
— Não, Amor... Não aconteceu nada. Apenas o seu irmão entrou na rua errada, o que nos fez dar uma volta imensa pro outro lado, já quase em Santa Catarina, e então encontramos o caminho de volta — dei a desculpa.
— Ele não te maltratou? O que ele te falou?
— Não me distratou. Mas também não foi simpático. Sabe Amor... Acho que seu irmão te admira muito. Pelo pouco que conversamos, acredito que ele só precisará de um tempo para descobrir que pode continuar te admirando, mesmo você não sendo quem ele pensava que você era.
— Será?! — Toni sorriu jocosamente.
— Tenho quase certeza disso — concluí. E Fomos então terminar aquele imenso banquete. Adorei ter conhecido aquela família tão acolhedora. E adorei descobrir um lado diferente do meu cunhado.
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