Uma Noite Muda Tudo – 13
- Pedro me perdoa! Eu Te Amo! Mais que qualquer coisa nesse mundo, mais que qualquer pessoa. Você é o meu mundo! Me perdoa? – dizia Raul segurando minha mão, e olhando nos meus olhos, que a essa altura já era uma cachoeira de tantas lágrimas...
- Raul... eu... eu... – eu mal conseguia falar com a voz embargada, era muita emoção.
- diz que me perdoa Pedro, só isso... por favor! – ele olhava pra mim com aquela cara de pidão, de arrependido, era a cara mais linda do mundo, minhas lágrimas não paravam... E eu precisava responde-lo.
- Te Amo – foram as únicas palavras que eu consegui dizer...
Ele abriu aquele sorriso que só ele sabia dar, seu rosto ficou iluminado... Já eu não sabia o que fazer, apenas o olhava nos olhos, e ele veio se aproximando de mim, lento e carinhoso, sua mão tocou no meu rosto, fazendo-me corar, seu rosto foi aproximando-se do meu, seus olhos fecharam-se e eu repeti aquele gesto institivamente. Nossas bocas se tocaram.
Um beijo calmo, cheio de emoção, nossas línguas estavam em sintonia... Eu podia ter dito não, podia ter resistido a ele, ele havia desconfiado de mim, me julgado antes mesmo de saber o que aconteceu, mas eu sabia que o que eu sentia por ele era amor, nada mais importava, queria apenas estar com ele... Meu amor, minha vida, meu tudo!
Eu estava entregue a ele e ele a mim, mas como tudo que é bom dura pouco, enquanto nós nos beijávamos a porta do quarto se abriu, fazendo com que nós dois nos afastássemos instintivamente...
- Desculpem-me, não queria constranger vocês... Volto outra hora! – falou o doutor Felipe, eu estava vermelho de vergonha, não sabia onde enfiar a cara. E o Raul estava ainda mais vermelho que eu.
- Não, não doutor... Tudo bem, o Raul já estava indo – olhei pra ele com cara de cão sem dono, mas ele entendeu.
- é... é... eu... eu... já estava indo doutor... é... é... Depois... depois eu volto! – falou Raul já saindo apressado do quarto.
- Desculpe-me! Eu não sabia... Não queria constranger vocês...
- Tudo bem – falei morrendo de vergonha.
O silencio tomou conta do quarto e ele veio checar se estava tudo bem comigo, olhou os aparelhos, tudo com muita calma, mas eu sabia que ele estava doido pra perguntar sobre o Raul...
- vocês são namorados? – perguntou enfim, quebrando o silencio.
- somos sim...
- desculpe-me por interromper vocês dois, eu não sabia...
- tudo bem, tudo bem...
Ele voltou a checar as coisas, mas não como da ultima vez, agora ele estava mais lento, era como se ele quisesse demorar mais no que estava fazendo.
- vocês são namorados? – perguntou enfim, quebrando o silencio.
- é... é...
- não precisa mentir pra mim!!
- somos sim... – abaixei a cabeça com um pouco de vergonha e de receio por estar falando tudo já assim.
- já imaginava... – falou com tristeza na voz...
- a quanto tempo vocês estão juntos? – perguntou me olhando curioso...
- tem um tempo...
- vocês deviam tomar cuidado, ao invés de mim, poderia ter sido outra pessoa ao entrar na sala e ter visto vocêsé, eu sei... é que é meio difícil controlar...
- eu sei como é...
- você é gay? – perguntei na hora, nem pensei no que eu estava fazendo.
Vi ele corando de vergonha, seus olhos rapidamente mudaram de direção, e ficaram fitando o chão, suas bochechas ficaram muito vermelhas e logo tratei de falar...
- desculpa, não era minha intenção... fazer você ficar com vergonha!
- não, não é isso... é que eu não costumo falar da minha vida pessoal pra ninguém...
- desculpa!
- não, não... você é diferente... A você eu posso contar...
Apenas olhei pra ele, esperando sua resposta, que no fundo eu já imaginava...
- é, eu sou gay.
- que bonitinho! – falei dando um sorriso, mas logo depois percebi que ele ficou com mais vergonha ainda...
- eu gay? Bonitinho?
- é... – eu estava rindo demais – desculpa! É que eu nunca pensei em ser atendido por um médico gay...
- tudo tem sua primeira vez...
- verdade – falei dando um sorriso pra ele, que já estava menos envergonhado...
- bem, acho melhor eu ir... Ainda tem muitos pacientes pra eu olhar...
- fazer o que né...
- gostou da nossa conversa?
- muito!
- que bom! Gostaria de conversar muito mais, mas o dever me chama...
- mas vê se não esquece de mim, e volta... pra conversar comigo!
- tenha certeza que eu voltarei – ele falou olhando nos meus olhos...
O Felipe, ou melhor, Doutor Felipe era um médico incrível, muito competente, além de ser um homem muito bonito! Eu queria sair logo do hospital e ir pra casa, mas ao pensar que não veria mais o Felipe todos os dias eu mudava de ideia e queria ficar cada vez mais naquele hospital, sobre os seus cuidados.
Eu estava com um sorriso na cara quando o Raul entrou na sala...
- que sorriso bobo é esse? Estava pensando em mim? – perguntou ele.
- mas é convencido esse garoto!
- muito! – ele falou já me dando um beijo!
- o que você estava fazendo amor?
- estava na lanchonete...
- hum... amor?
- oi...
- nós temos que tomar mais cuidado, o Dr. Felipe viu a gente se beijando...
- é que é difícil me controlar ao seu lado amor...
- eu sei que sou irresistível, mas temos que nos segurar!
- tá, eu vou tentar!
A gente ficou conversando um pouco mais, mas Raul precisava ir, o horário de visitas estava acabando e tinha alguns familiares querendo me visitar... Depois que o horário de visitas acabou o Felipe foi me ver...
- Licença, boa noite Pedro..
- Boa Noite Dr. Felipe!
- Não precisa desse doutor, me chama apenas de Felipe.
- ok!
- então, acho que amanha você já terá alta, se tudo estiver bem, amanha mesmo você já volta pra casa... – nossa que noticia ruim, não ia mais ter conversas com o Felipe, acho que ele percebeu minha cara de reprovação – não quer ir pra casa?
- não...
- não? Acho que você está com febre... Todos aqui querem logo ir pra casa e você quer ficar?
- não é isso... Eu até quero ir pra casa... Mas agora que nós sabemos um sobre o outro pensei que poderíamos ter mais conversas...
- ah! Mas não seja por isso, janta comigo na próxima sexta-feira?
- claro! – respondi sem pensar...
- vou adorar jantar com você!
Mas logo me lembrei do Raul, eu estava namorando o Raul, não podia sair pra jantar com outro homem.
- mas, eu vou com meu namorado, tudo bem pra você? – seu sorriso desapareceu por um instante, mas ele logo respondeu...
- claro! Não ia ser legal sair sem seu namorado...
A gente conversou sobre varias coisas, mas ele precisava verificar outros pacientes antes de terminar o plantão dele... Mas antes de ir pra casa ele voltou lá no meu quarto e conversamos por horasFim do capítuloMeus amores, desculpem-me a demora, mas está ai mais um capítulo postado!! Agradeço aos comentários, ao carinho de vocês no msn!! E esse é capítulo é dedicado ao meu super amigo Diego (Maniacal) que fica com ciúmes das minhas dedicatórias!! Kkkkkkkk’ Esse é só pra você painho, mais novo que o filho!! Kkkkkkkkkkkkkk’ =P
Beijos, e não esqueçam de comentar!!