"Renato...Renato...Renato..."
De repente, acordo do meu transe e percebo que estou devaneando em plena aula de física, e com o professor chamando a minha atenção para que eu voltasse a prestar atenção.
Eu sei que foi errado. Mas desde semana passada quando fiquei com o Renato, eu não consigo esquece-lo. Desde aquele dia a gente vem conversando mais e mais, óbvio que somente no mundo virtual. Afinal, o Renato ainda é namorado do Douglas. E eu seu melhor amigo.
Chegou a hora do intervalo, arrumei meu material e sai correndo da sala. O Renato me mandou um sms, disse que queria me encontrar no corredor atrás da quadra. Mal cheguei, e senti a mão pesada e suave dele, me puxando para perto de ti e me beijando calorosamente. Naquela hora não fizemos nada, apenas nos beijamos. Depois de um fim de semana todo, estávamos com saudades um do outro.
Do mesmo jeito que entramos, saímos. Como se não tivéssemos nem juntos. Tudo na maior descrição.
Voltamos pra rodinha, onde o Douglas estava junto com o Jonas e com a Cá. O Renato foi e o beijou, e confesso que senti ciúmes com isso.
Faltava pouco para irmos pra sala, eu estava morrendo de ciúmes do Douglas com o Renato. Quando meu celular, que estava no bolso da bermuda vibra e eu senti.
Coloquei minha mão sobre o bolso e puxei o celular pra fora. Havia acabado de receber uma mensagem, mas de um número desconhecido: "Como é trair o seu melhor amigo com o namorado dele".
Aquela mensagem me fez ficar tonto, sai correndo e queria ir pra um lugar calmo e pensar um pouco. Não vendo alternativa, corri até o jardim da escola. Estava ficando vazio já que o intervalo acabou e finalmente fiquei sozinho... Me escondi em uma arvore e lá comecei a chorar me sentindo culpado pelo que estava fazendo.
Eu estava em um galho de uma arvore, quando comecei a escutar passos amassando as folhas secas pela chão, rapidamente engoli o choro, e tentei passar a imagem de que estava bem.
Era o Olavo, que também como eu vinha andando cabisbaixo até que notou minha presença. Sem falar nada, ele subiu na arvore e se deitou no galho do lado do que eu estava sentado. Ficamos em silêncio, um olhando para o outro, até que ele resolve quebrar o silêncio:
- O que te aflinge ?
Eu não quis responder, mas visto o quanto o Olavo era legal comigo e como ele queria meu bem, fui sincero e contei tudo. De início ele ficou chocado por descobrir que eu estava traindo o Doug, e pior era o que o Renato fazia. Mas me apoiou já que ele me fazia feliz. No momento que eu disse, que estava começando a gostar do Renato vi uma lágrima do olho do Olavo descer, interrompi minhas palavras e prestei atenção nele:
- O que foi ? - eu perguntei.
- Nada - disse ele sendo rude e secando a lágrima.
- O que foi ? - eu insisti.
Ele se sentindo pressionado pelo meu olhar trepidante, achou melhor responder:
- Eu estou chateado - Ele fez uma pausa e continuou - Eu estou chateado, eu gosto muito de um menino e ele sequer olha pra mim.
- Nossa - disse eu sem saber o que falar, mas tentei algo - Invista nesse garoto, sério. Ele deve ser um trouxa de não notar você. Você é um menino maravilhoso, lindo e muito fofo. Sabe esse garoto seria um trouxa, em não te querer.
Descemos das arvores e nos deitamos na grama, pois ficar em cima dos galhos estava dando muito sono e machucando minhas costas.
Então Olavo respondeu:
- Mas é que sei lá...
- Não tem nada de sei lá. Invista mesmo, só se ele for troux... *hunf*
Rapidamente, Olavo que estava deitado na grama se virou e não deixou que eu terminasse a minha fala. Ele me beijou antes, e nossa me senti ótimo. O beijo dele é suave, mágico, envolvente e sedutor.
Nem parei pra pensar no que estava acontecendo, deixei rolar e quando vi estava deitado sobre o peito dele e observávamos o céu, como dois bobos, brincando com os formatos das nuvens.
Afirmo com certeza, que nunca me senti como o Olavo me fez sentir. Nem o Renato e muito menos o Douglas me fizeram sentir assim.
Não sabia o que o futuro tinha pra mim, mas o Olavo me fez ter uma perspectiva melhor dele.