Valeu pelos comentários positivos e os elogios... assim vocês matam o papai rsrsrsrsrs credo, odeio essa música!!!! Continuem com o conto!
Oração e muita expectativa tomava conta de pequena cidade, metade dela estava sendo atingido pela enchente causada pelo reservatório que estourou. Muitos se mobilizarem a passaram a ajudar os atingidos. O exercito chegou e começou a trabalhar no local, mas eram muitas pessoas para atender... então eles decidiram trabalhar com prioridades. E a primeira área a ser ajudada seria um vilarejo atingido antes da cidade.
Com extrema dificuldade Duarte conseguiu chegar a arvore onde Fernanda estava presa. Ele subiu e pediu para ela se segurar no seu corpo e prender com a sua perna. Ela o obedeceu e ele deu sinal de positivo para o homem de boné. Que por sua vez gritou para o Phelip da rê no carro e ele o fez. O penhasco formado não era muito grande mas a subida não foi tão simples. Uma pedra pontiaguda furou a costa de Fernanda que gritou de dor e soltou de Duarte que conseguiu segurar sua amiga. Apesar dos gritos Fernanda conseguiu sentir um Ploc e croc.
- Me solta!! – ela gritou.
- Não!! – ele disse.
- Me solta ou vamos morrer. – disse Fernanda chorando.
- Eu não vou perder você... não agora... – gritou Duarte.
- Mas o seu braço. – disse Fernanda,
- Está tudo bem... eu estou bem... Olha para mim. – disse Duarte sorrindo.
- Obrigada!!! Por não me deixar. – gritou ela.
- De nada. – ele falou olhando para cima.
Quando os dois alcançaram a borda foram ajudados pelo homem de boné. Fernanda caiu deitada na estrada e Duarte ficou ao seu lado.
- Ahhhggg!!! – gritou Duarte.
- O que foi?! – perguntou o homem de boné.
- O braço dele.... quebrou! – disse Fernanda se ajoelhando e tentando ajudar o amigo.
- Duarte... Fernanda... graças a Deus. – falou. – O que foi?
- O Phelip quebrou o braço. – disse Fernanda chorando.
- Eu falei... eu falei para você não ir. – disse Phelip chorando vendo o namorado naquela situação.
- Eu não tinha escolha!!! – gritou Duarte antes de desmaiar.
- Cara! Ele desmaiou de dor!! – se surpreendeu o homem de boné.
- Vamos tirar ele daqui... temos que procurar abrigo. – disse Phelip.
- E as pessoas? – questionou o homem.
- Qual é o seu nome? – perguntou Phelip.
- Mario... – ele disse tirando o boné.
- Prazer! Me chamo Phelip. – disse ele. – Esse é o meu namorado e ele sofreu um acidente há poucos meses, ele quebrou o braço e estava se curando... precisamos levar ele a um hospital ou posto médico. – disse.
- Está tudo bloqueado... aconteceu uma enchente na cidade! – disse o homem. – Por isso decidi ir para Porto Rosa.
- Como assim enchente?! – perguntou Fernanda.
- Não sei, mas ninguém entra e ninguém sai. Precisamos continuar.. – ele falou.
- Você sabe dirigir? – perguntou Phelip.
- Sei... claro... – respondeu Mario.
- Faz o seguinte... Gente!! – gritou Phelip reunindo as pessoas que estava na estrada. Todos subam na carroceria do meu carro... precisamos sair daqui e buscar auxilio médico. – falou.
Eles coloram Duarte no bando traseiro do carro. E seguiram viagem. Desde o inicio da enchente já havia passado 6 horas e os sobreviventes da cidade de Pedro ainda não estavam sendo atendidos, pois, haviam milhares de atingidos. Pedro e Vinicius começaram a se preocupar. Estavam sem tomar água ou sem comer fazia horas. O frio também estava começando a incomodar.
- E se eu for nadando. – Pedro falou.
- Você está louco? Vai saber como está a correnteza lá fora... e se você for sugado... não... a ajuda não pode demorar mais. – falou Vinicius.
- Temos que fazer alguma coisa. – disse Pedro.
- Só podemos esperar...
- Isso que me mata Vinicius... eu não seu como está a minha família, meus amigos... e se isso varreu a cidade... e se só estamos nós vivos?! – ele disse tentando não chorar.
- Não fala besteira. Eles estão bem... o Mauricio não deixaria nada acontecer a eles. Ele te ama muito.
- Ama sim... nós passamos por cada situação juntos... – disse Pedro.
- E essa você vem passar logo comigo né? – disse Vinicius tossindo sangue.
- Ohh Deus!! – disse Pedro. – Levantando a camisa de Vinicius.
O que ele viu o deixou aterrorizado. Uma manha roxa na barriga de Vinicius mostrava que havia algum ferimento interno além do ombro.
- Vinicius tem certeza que foi apenas o galho que te acertou? – perguntou Pedro.
- Acho que sim... algo me imprensou contra a parede, mas eu pensei que fosse apenas uma árvore. – disse ele.
- Porque você não me disse antes? – disse Pedro.
- Eu não queria te preocupar. – ele disse fechando os olhos.
- É a coisa mais idiota que alguém já me falou... idiota!! – disse Pedro.
- E agora? Será que eu vou morrer? – Vinicius perguntou.
- Não. Eu não vou deixar você morrer. – disse Pedro se levantando.
- Deve estar de noite agora. As buscas devem ter começado. – falou Vinicius.
- Fique aqui. – Pedro falou entrando na água.
- Pedro não!!! Espera... eu... eu... não quero morrer sozinho. – ele falou chorando.
Pedro parou por alguns instantes, cerrou os punhos e voltou sentando ao lado de Vinicus.
- Não... eu não vou te deixar morrer sozinho. – Pedro falou pegando no cabelo dele.
Na escada, a iluminação de emergência queimou deixando os dois no escuro. Pedro se desesperou, mas não deixou transparecer em momento algum para o amigo que já estava em uma situação difícil.
- Quer ouvir uma história? – perguntou Pedro.
- Eu tenho outra opção? Brincadeira... – disse Vinicius.
- Era uma vez um camponês que vivia em uma cidade longínqua. Ele era diferente dos outros meninos do reino. E em vez de procurar a garota certa, ele sonhava com o príncipe encantada.
- Uiiii era um príncipe ou travesti? – ele perguntou rindo.
- Deixa eu continuar... certa vez ele estava andando em direção a uma vilarejo de sua terra......
Vinicius fechou os olhos e apenas sonhou com a história.
Um capitão do exercito chegou e foi recebido por Rodolfo e os donos de várias empresas que ficavam na parte alta da cidade e que não fora afetada pela enchente. Todos estavam preocupados com as famílias que estavam em sua maioria em casa.
- Capitão quando vamos agir? – perguntou Luciana.
- Vamos? – ele falou com uma voz sarcástica.
- Sim nós... porque são os nossos que estão perdidos lá... amigos, família... temos o direito de participar. – disse ela.
- Calma senhora não se exalte. – ele falou.
- E onde está o resto de vocês? – perguntou Rodolfo.
- Estão ocupados na comunidade de cima. A primeira destruída pelo reservatório. – ele disse.
- Que reservatório? – perguntou Rodolfo.
- O reservatório São Lucas que explodiu... e liberou toda a água. Nossos agentes foram enviados para checarem. – falou o Capitão.
- Meu Deus!! – disse Rodolfo limpando o suor da testa.
- Mas tem uma precisão de quando seus homens vão chegar? – perguntou Luciana.
- Solicitamos ajuda de todo o corpo do exercito. A imprensa divulgou na mídia o que aconteceu e o Governo pediu ajuda.
- Mas anoiteceu e eles estão lá... e se tiver alguém ferido... alguém morto? – questionou um homem.
- Escute. Eu sei que estão todos preocupados com as suas famílias e amigos, mas existem também outras famílias que precisam... estamos fazendo o nosso possível. Eu sei que é difícil... vocês podem xingar e me odiar agora, mas nada muda o fato de que nós estamos de mãos atadas. – ele falou sem ser grosseiro.
- Nós entendemos... é que faz muito tempo que isso aconteceu. – disse Luciana.
- Eu entendo... entendo mesmo... amanhã cedo uma equipe vai ser enviada para cuidar dos primeiros feridos e preciso da cooperação de vocês também... as empresas precisarão se transformar em QG do exercito para atendimentos.
- Claro. – disse Rodolfo. – Vamos cooperar com tudo o que vocês precisarem.
Priscila estava com a pequena garotinha em seus braços. Ela respirava com dificuldade e todos achavam que ela não passaria daquela noite. Priscila começou a cantar para ela, músicas que ela gostava quando tinha a mesma idade.
- Tia... – disse a garota com uma voz baixa.
- Sim Helena. – disse Priscila.
- Eu vou morrer né?
- Não querida você não vai. O resgate vai chegar e vamos te levar para o hospital e tudo vai ficar bem. – falou Priscila.
- Eu entendo tia...
- Entende o que? – perguntou Priscila.
- Estão todos com medo... eu também estava até que eu não senti mais nada... até quando a senhora me e aquele homem me acordaram. – ela disse.
- E está doendo agora? – perguntou Priscila chorando.
- Também não... eu só estou com sono. – ela disse.
- Não dorme Helena... – gritou Priscila que assustou o resto do grupo.
- Ela está bem? – perguntou a professora.
- Sim está.... desculpe-me... fale para as crianças que está tudo bem.
- Porque a senhora está nervosa? – perguntou a menina.
- Eu não estou nervosa querida... é a situação. – ela disse limpando as lágrimas.
- A senhora tem muitos filhos?
- Eu... eu...
- Eles devem ser felizes, né? A senhora foi tão boa comigo... não me deixou sozinha. Me salvou... sou muito grata a você.
- Obrigada... eu... perdi meu filho quando estava grávida.
- Sinto muito... deve ter sido muito difícil.
- Foi... mas todos aqueles que me amavam me deram apoio. No momento de tormenta precisamos de pessoas ao nosso lado, por isso, eu estou aqui hoje... Deus me colocou aqui para cuidar de você. – disse Priscila apertando as mãos da menina que estavam queimadas devido ao choque.
- Verdade... Deus fez tudo perfeito tia... eu aprendi na escola hoje, que existem as pessoas boas e as pessoas más... ainda bem que eu encontrei a senhora. – a garotinha falou deixando uma lágrima escorrer.
- O que foi querida. – disse Luciana.
- Nada tia... apenas quis chorar... é bom para lavar a alma.
- Qual é a tua idade mesmo? – disse Priscila.
- 9 anos. Faço 10 amanhã.
- Você está de brincadeira....
- Porque eu brincaria com o meu aniversário tia? – ela perguntou.
- Porque você me chama de tia? – perguntou Priscila.
- Meu pai disse que eu tenho que respeitar os mais velhos. – ela disse.
- Você é uma pessoa muito educada sabia. – comentou Priscila.
- Obrigada... a senhora também é. E bonita também... teria orgulho de ser a sua filha. – ela disse.
- Tua mãe ficaria com ciúmes, eu acho.
- Minha mãe me deixou quando eu tinha dois anos... ela não aguentou... e deixou a mim e ao meu pai. – disse a garotinha.
- Sinto muito.
- Não sinta... está tudo bem... eu e meu pai funcionamos bem sozinhos e tem a namorada dele também e as minhas tias... tem o luck.
- O cachorro? – perguntou Priscila.
- Minha cobra.
- Cobra? – perguntou Priscila surpresa.
- Sim, tenho alergia a gatos e cachorros, meu pai comprou uma cobra e eu coloquei o nome de Luck.
- Você não existe sabia... você está com frio? – perguntou Priscila.
- Não... está até quente.
Priscila sentia que a respiração da garotinha não estava normal. E o que deixava ela assustada é a forma que a menina enfrentava aquilo. Sem medo, de uma forma serena e calma. Priscila nunca se sentiu tão desorientada como naquela noite. Ela sabia medicina e não poderia praticar para salvar a vida de uma pessoa tão especial como aquela garotinha.
- Deus... me ajude!! – pela primeira vez em semanas Priscila falava com Deus.
- O que foi tia?
- Nada querida... a ajuda já está vindo¬. – ela disse arrumando o cabelo da Helena.
Caleb enfrentou a água para pegar alguns velas e comida para ele e sua sogra. Eles passaram a noite conversando sobre a vida e Principalmente sobre a Priscila.
- Eu sei que ela está bem... é... é a Priscila... – disse Caleb.
- Oramos muito hoje... eu sei que os meus filhos estão bem. – disse Paula.
- Sim... tenho certeza. – disse Caleb. – E essa foto aqui? – disse ele apontando para um álbum nas mãos de Paula.
- Aqui ela tinha 12 anos, ela brigou com uns meninos que mexeram com o Pedro... o engraçado é que vemos uma menina delicada e meiga, olhando para ela. Mas ela é forte... quando ela quer a personalidade dela toma conta de tudo. – disse Paula.
- Paula... vai dar meia noite e nada de ajuda... estou começando a ficar preocupado.
- Eu sei meu filho... nada funciona... tenta o teu celular de novo.
- Nada... – ele falou tentando ligar para a emergência.
- E se eles também foram atingidos?! – perguntou Paula abaixando a cabeça.
- Deus!!! Isso não pode estar acontecendo... não pode!!!
Phelip chegou até uma parte da estrada que estava alaga. Eles dirigiram por muitas horas e nada de encontra civilização. Depois de muito procurar eles encontraram uma casa de madeira, pertencia a uma senhora que morava sozinha. Eles contaram a história e pergutaram da mulher se ela tinha alguma informação.
- Eu tenho um rádio meu filho... mas acho que a minha televisão ainda funciona. – ela disse pedindo para todos entrarem.
A casa por dentro parecia muito menor. Mas a senhora fez questão que todos entrassem.
- Senhora... o meu... amigo... quebrou o braço tentando salvar uma pessoa. – disse Phelip. – Ele desmaiou de dor, mas retornou e está com muita febre... a senhora teria algum tipo de remédio.
- Tenho sim meu filho... coitadinho... eu ouvi no rádio sobre uma represa ou algo do tipo que não suportou e jogou toda a água para fora. – disse a mulher pegando algumas ervas e misturando.
- Sim... e estamos sem contanto nenhum. A maioria de nós tem parentes ou amigos lá. – disse Mario.
- Vocês podem passar a noite aqui... a casa é pequena, mas é igual a coração de mãe. – disse a senhora ainda pilando o remédio. – Está aqui meu filho... coloca isso debaixo da língua dele... funciona como sonífero. É melhor do que ele ficar com dor. – disse ela.
- Obrigado... disse Phelip correndo para o carro.
- Phelip... graças a Deus... ele está chamando por você. – disse Fernanda.
- Amor?! – disse Phelip entrando na carroceria que foi transformada em cama.
- Por que?! – perguntou Duarte. – Depois de tudo você ainda continuou a mentir... a falar que éramos a penas amigos... eu odeio você! Eu quero que você morra!! – ele disse chorando e muito suado com febre.
- Eu sei... pode me odiar. – disse Phelip colocando o remédio debaixo da língua dele.
- Ai... – disse Fernanda trocando de roupa.
- Nossa deixa eu ver isso... – disse Phelip.
- Está muito feio? – perguntou Fernanda.
- Nossa está sim... deixa eu pegar uma caixa de primeiro socorros que tem no carro. – disse Fernanda.
- Porque? – disse Duarte.
- Oi? – perguntou Fernanda se aproximando dele.
- Você... me traiu... pensei que fossemos amigos, mas foi uma punhalada dentro do meu coração!! Traira... vocês... – disse ele bocejando. – Eu vou... eu vou embora daqui... e....e... – disse antes de dormir.
- Sinto muito... eu amo você. – disse Fernanda.
- Está aqui... – disse Phelip.
- Phe... nos fizemos algo muito ruim... – disse ela enquanto ele passava remédio em suas costas.
- Eu sei... eu sou um burro mesmo... eu mereço tudo o que acontece de ruim.
- Também não é assim... eu te entendo. Aí. – ela falou dando um gritinho.
- Desculpa... Eu sei... mas eu também não posso ser mais vacilão... posso? – ele falou tentando ser mais gentil com a aplicação.
- Phelip... e a nossa família? – ela perguntou.
- Eu não sei... mas temos que ficar unidos... o pessoal vai dormir na casa da senhora... acho melhor dormimos aqui... – ele falou colocando gases no ferimento.
- O Duarte está tremendo... dorme abraçado com ele... é melhor. Vou levar nossos lençóis para o pessoal dormir. – ela disse recolhendo algumas coisas.
Aquela madrugada não foi fácil para muitas pessoas. A cidade continuava no escuro e nada da ajuda chegar. O tempo estava correndo e muitas vidas dependiam deles. Todos desesperados em suas próprias ilusões querendo que o amanhã trouxesse algo para os reconfortar.
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