Olá. Estou gostando de ver os comentários. É muito bom ver a galera envolvida em defender Pedro ou Joao. Com certeza isso influencia na escrita do conto. Comentem muito. Isso é muito bom. Obrigado e espero que gostem dessa parte tbm... Quem quiser add: chpcbh@hotmail.com. Valeu!
Ao final do banho, meu celular tocou. Sem ver quem era apenas atendi:
- Alô?
- Carlos, me escuta, não é nada do que você tá pensando. Essa história de casamento é uma palhaçada.
- Palhaçada é você insistir em me procurar João. Vai seguir sua vida vai, porque eu tô seguindo a minha.
Eu falava baixo, torcendo para que Pedro não me ouvisse do quarto, onde ele estava. João continuou:
- A Sabrina e minha mãe armaram essa história de casamento. Só quando você foi embora que eu percebi a merda que tava rolando.
_ E de que isso me interessa? Eu tô feliz com quem eu descobri o amor, mas um amor diferente. Um amor que não me machuca nem me faz mal. Não adianta eu falar muito porque eu sei que você não conhece isso.
- Não fala assim comigo Carlos, você não sabe o quanto isso me faz mal.
- Vamos encurtar essa conversa? O que você quer então?
- Carlos, eu quero me encontrar com você. Nem que seja pra terminar tudo. Eu só preciso olhar nos seus olhos e te dizer tudo que eu penso.
- Será que você não vai me deixar em paz nunca? Vai ser feliz e me esquece.
- Eu não vou conseguir sem feliz sem esse último encontro. Se depois disso você não quiser mais nada comigo a gente encerra esse assunto e eu te deixo em paz. Topa?
Comecei a pensar e percebi que seria a melhor forma disso tudo acabar. Por mais que eu ainda sentisse algo muito forte por ele, eu precisava romper esse ciclo pra começar de novo com Pedro. Só encerrando essa situação que eu estaria pronto de novo pra me entregar de verdade.
- Topo João. Mas vai ser a última vez. Eu amo o Pedro e nada que você fizer nesse encontro vai mudar isso.
Ouvi uma gargalhada e ele marcou comigo as 16 horas num parque perto da casa do Pedro, aliás da nossa casa.
Desliguei o telefone e Pedro estava assistindo tevê. Me perguntou quem era e eu disse que era minha mãe.
Ficamos namorando bastante, almoçamos, namoramos mais. Eu estava apaixonado demais. Pedro me completava. Mas ainda faltava uma parte desse quebra-cabeça e eu cismei que em João eu teria essa completude.
Que asneira.
Era só eu pensar um pouquinho mais e eu percebia o quanto eu tava sendo idiota, meio que pensando no João que me fez mal pra caramba em vez de pensar apenas em quem já provou me amar de verdade. Como eu sou burro.
Mas como dizem, no coração a gente não manda, era isso que me consolava.
Fui para a cozinha e o celular de Pedro que tocou dessa vez. Ele atendeu longe de mim enquanto eu lavava a louça. Não sei se já disse, mas sou bem ciumento. Isso é algo que preciso trabalhar, mas naquele momento eu tava curioso de mais pra saber quem tinha ligado pra ele. Foi só ele voltar para a cozinha:
- Quem era amor?
- Um amigo. Por que?
- Por nada. Que amigo?
- Nossa. Meu amorzinho tá com ciúmes?
Ele começou a rir e eu fiz bico. Ele tava enrolando e não ia me dizer quem era, mas eu insisti:
- Fala Pedro, quem era no telefone?
- Calma amor. Lembra do Marcelo? Ele me ligou perguntando se eu ia jogar futebol hoje.
- Sei.
- Precisa ter ciúmes não meu lindo. Você sabe que eu só tenho olhos pra você né.
Começou a me beijar e eu olhei no relógio: 15:40. Precisava sair e me encontrar com João.
Nesse momento eu já estava na dúvida se aquele seria o último encontro. Eu ainda o amava, de um jeito diferente que eu amava Pedro, mas eu amava, mesmo não entendendo esse amor.
Dei uma desculpa que iria comprar umas coisas que gosto de comer e saí sem Pedro. Andava rápido como quem fosse decidir a própria vida. E de certa forma era isso mesmo. Cheguei no parque no horário combinado e ele não estava.
Fiquei olhando as pessoas em volta. Num dia de frio, casais se abraçavam e eu ali: pensando na possibilidade de trair quem só me deu amor. A consciência pesou. Eu precisava tomar vergonha na cara e encerrar o que tinha com Pedro de uma vez por todas. Eu precisava ser só de Pedro, ele era a pessoa que eu precisava do meu lado.
Ele chegou.
Veio com um sorriso cativante como quem tivesse uma vitória. Se sentou ao meu lado no banco e me puxou para um abraço que eu correspondi sem grandes intenções. Passou o braço por trás de mim e começou:
- Então, eu vou falar o que eu preciso dizer e depois você diz o que você pensa. Primeiro, aquela história de casamento foi uma idiotice. Minha mãe e a Sabrina combinaram aquilo e eu não falei nada na hora porque não estava entendendo nada. Eu nunca ia me casar com quem eu não amasse. A Sabrina foi uma forma de me distrair já que a gente tava meio estremecido.
- Estremecido não. Você me colocou pra fora da sua casa como se eu não valesse nada pra você.
- Xiii. Deixa eu terminar, depois você fala. Eu terminei com a Sabrina ontem mesmo depois daquela história e tentei te achar mas você já tinha ido embora. Eu te amo Carlos. Eu não consigo te esquecer e olha que eu tentei. Eu só penso em você quando eu estou com qualquer outra pessoa. E sei também que você me ama, não adianta negar. Eu senti isso no seu beijo, na sua vontade de ficar comigo.
- Posso falar agora?
- Fala lindo.
- Eu amo o Pedro. É com ele que eu vou ficar e nada do que você disse me fará mudar de ideia.
- Isso é o que nós vamos ver.
Ele me agarrou com tanta força que meus braços estavam ficando roxos.
- Me solta, você tá me machucando.
- Eu não quero te machucar, mas você é meu.
Ele me beijou, sem se preocupar com as pessoas em volta. Fechei a minha boca tentando me soltar e tentava gritar, mas ele me pressionava. Até que escuto:
- Vai soltar ele agora ou eu vou ter que te matar?
Uma arma!
João, Pedro e Eu.
O clima não podia ser pior...
CONTINUA...