Oi galera. Feliz demais com os comentários e curtindo muitas histórias aqui. A galera tá de parabéns. Espero que gostem dessa parte e comentem muito tbm. Obrigado como sempre e boa leitura! chpcbh@hotmail.com
Ele me beijou, sem se preocupar com as pessoas em volta. Fechei a minha boca tentando me soltar e tentava gritar, mas ele me pressionava. Até que escuto:
- Vai soltar ele agora ou eu vou ter que te matar?
Uma arma!
João, Pedro e Eu.
O clima não podia ser pior. Que situação horrível, e tudo por minha culpa. Olhei para as pessoas em volta que pareciam entretidas e nem perceberam que Pedro apontava a arma para Joao. Eu precisava intervir:
- Pedro, abaixa essa arma agora e vamos embora daqui.
- Nós vamos embora e amanhã você se encontra de novo com esse trouxa? Não, de jeito nenhum.
Os olhos de Pedro queimavam de raiva e João estava acuado, mas não ficou calado:
- Calma cara. A gente sai daqui e conversa, abaixa essa arma.
- Cala a boca seu imundo. Você é muito sujo cara. Você fez o cara que eu amo sofrer demais e você merece um castigo.
Pedro aumentava a voz e eu precisava acabar com isso.
- Quem tá me fazendo sofrer agora é você Pedro. Quer saber? Se matem vocês dois. Eu vou embora.
Blefei e deu certo. Pedro abaixou a arma e veio atrás de mim. Eu andava rápido com a finalidade de tirar Pedro o mais rápido dali. Tinhamos que chegar em casa rápido pra que eu acabasse com essa situação. Esse perigo nunca mais poderia ocorrer de novo e Pedro precisava se controlar. Seque olhei pra trás, só ouvia os passos de Pedro tão rápidos quanto os meus em direção à nossa casa. Chegamos em alguns minutos e fui para o quarto.
Não sabia nem como começar a falar:
- Pedro, a gente tem que ter uma conversa.
- Vai ficar defendendo aquele cara? Você ainda ama ele né. O bobão da história sou eu.
- Chega Pedro. Que palhaçada. Você acha mesmo que seu eu não amasse você eu estaria aqui vivendo contigo?
Eu já estava com raiva e decidi despejar tudo que estava sentindo, e as lágrimas já caiam, silenciosamente:
- Eu tô cansado dessa sua impulsividade. Será que é tão difícil pensar antes de agir? Eu não quero mais ser responsável por nenhum tipo de atitude desesperada da sua parte. Se for pra ser assim eu prefiro ir embora e você que tome atitudes que você quiser, mas sem me colocar no meio delas.
- Sabia que você ia rodear só pra dizer que não quer mais ficar comigo. Volta pra ele então. Mas um dia você vai voltar me pedindo perdão.
- Você tá irreconhecível Pedro. Eu vou ir dormir e pensa bem nas suas atitudes, pensa no quanto você tá fazendo mal pra nós dois me agredindo com essas palavras e pensa também se vale a pena continuar com essas atitudes. Boa noite.
Segui pro quarto e lá desabei. O pior de tudo era o medo que eu estava sentindo dele fazer alguma besteira.
Não consegui pregar os olhos e assisti tevê a noite inteira. Estava no quarto que dormia antes e não ouvi nenhum barulho a noite toda. Decidi me levantar as 7, tomar banho, comer alguma coisa e conversar com Pedro mais uma vez.
Não o vi pela casa, fiz as atividades que precisava fazer e estava saindo quando o vejo sentado dentro do carro. Sinalizo pra que ele saia de lá e ele vem de cabeça baixa:
- O que você tava fazendo dentro do carro?
- Estava esperando ficar mais tarde pra eu sair. Imaginei que você não quisesse me ver hoje.
- Muito pelo contrário. Agora que estamos mais calmos devemos conversar né?
- Tá. Pode começar.
- Eu disse tudo que eu precisava dizer ontem, só quero reforçar que eu gosto muito de você, eu te amo Pedro, mas essas atitudes tão me machucando demais.
- Eu cheguei a uma conclusão Carlos. Acho que vai ser a melhor pra nós dois.
- Então diga!
- Vamos voltar a ser só amigos?
Agora ele me surpreendeu. Confesso que me senti muito mal, não queria isso. Esperava que ele diria que iria mudar e tentaríamos novamente, mas não. Apesar da surpresa precisei me manter firme e responder de imediato.
- É você que sabe. Eu já disse tudo que precisava fazer, é você que escolhe o que acontece com a gente de agora em diante.
- Então tá decidido. Eu só faço questão que você continue morando aqui. Te quero muito, pelo menos como amigo.
Seus olhos se encheram de lágrimas e eu o abracei, mais por instinto, sem pensar direito. Ficamos abraçados por uns minutos que pareceram segundos até que ele se soltou. Entrou no carro novamente e saiu. Fiquei alí na porta de casa sem saber o que fazer.
Queria chorar, mas não conseguia. Estava triste, mas por outro lado talvez fosse melhor mesmo darmos um tempo. Voltei para sala e vi a aliança dele na mesinha de centro.
Estava acabado.
O relacionamento que eu achei que seria minha “salvação” no quesito amor estava acabado. Era minha sina. Mas uma imagem me veio nitidamente na cabeça: JOÃO.
Acho que essa minha fixação por ele nem Freud explica. Peguei o celular e liguei. Chamou, chamou, chamou e ninguém atendeu.
Tive que encarar a realidade, eu estava sozinho.
Talvez eu merecesse mesmo isso.
No momento em que poderia ter segurado meus desejos e ter ficado quieto com Pedro eu resolvi me encontrar com João e estraguei tudo.
Que burro!
Acho que eu nunca saberia namorar, nunca nada daria certo.
Mas também não ia adiantar sofrer demais. O que eu fiz já estava feito.
Decidi sair. Arejar a cabeça e focar nas minhas aulas que começariam em dois dias. Pelo menos teria meus amigos para conversar e minhas matérias para ocupar a cabeça.
Caminhei até a avenida principal de Juiz de Fora sem me preocupar com o tempo. Mas ao longe uma cena me chamou atenção: Pedro junto com rapazes bem suspeitos seguindo a pé para um beco. Não podia ser o que estava pensando. Eu precisava averiguar isso. Segui atrás dele e de outros rapazes que também entravam no beco.
Lá dentro, uma das piores cenas da minha vida. Nossos olhos se encontraram e eu não sabia se seria capaz de suportar mais essa.
Segui correndo sem direção, apenas com a necessidade de saí dele.
Ainda pude ouvir Pedro me chamando, mas só queria ir embora. Corri rápido e não vi mais nada.
Um carro vindo.
Ele não vai frear.
- Carlos...
CONTINUA...