Prisioneiro da paixão 2 - II

Um conto erótico de Will
Categoria: Homossexual
Contém 2527 palavras
Data: 12/05/2012 19:19:46
Assuntos: Homossexual, Gay, Romance

Desculpem a demora... vamos lá!

O Rafael era um anjo na minha vida, ele era surreal. Desde a morte do Rodrigo ele não saiu do meu lado, era um amigo fiel que realmente queria me ver feliz. Cada vez que estava perto dele eu via quão precioso é um amigo de verdade.

Nós nos conhecemos na entrevista dele para a empresa. O Henrique e eu precisávamos de dois secretários pessoais já que nossos negócios tinham ganhado uma proporção que não conseguíamos controlar sozinhos. O Henrique deu sorte e logo conseguiu uma moça simpática e inteligente; mas eu ainda não tinha dado sorte. Nos dois dias de entrevistas só apareceram gente maluca e/ou sem nenhum jeito para o trabalho.

Quando já estava encerrando o dia, de saco cheio de tudo e de todos e principalmente eu estava de saco cheio de gente burra. Ele se apresentou, me entregou o currículo e começou a falar, de onde era, o que fazia e tudo mais. Eu falei que eu estava lendo tudo no currículo, não precisava se apresentar. Ele ficou vermelho de vergonha. Entreguei uma pequena prova pra ele e não demorou muito para respondê-la. Eu peguei e comecei a ver o que ele tinha feito. Ele não foi tão mau. Conseguiu analisar menos questões que os outros, mas a qualidade e o detalhamento dos dados o fez ganhar ponto. Mas eu não gostei do garoto, ele era muito arrogante. Quando fui me despedi dele, ele mandou:

– como eu me sai? – olhei com cara de desentendido pra ele.

– boa tarde, eu envio um e-mail com a resposta.

– desculpa, estou muito ansioso. Boa tarde.

Por mais que eu não quisesse, ele foi o melhor e o contratei devido a pressa que eu estava. Dois dias depois eu mandei um e-mail chamando ele novamente na empresa e dei a notícia que ele seria contratado, mas passaria por um período de experiência de 1 mês.

O garoto era incrível! Organizado ao extremo, não me deixava esquecer nada e aos poucos foi sabendo minhas preferências e minhas necessidades. Assim ele levava lanches quando eu passava horas trabalhando, sucos, ligava pra minha casa já avisando sobre meus atrasos. Assim fui desenvolvendo certa afeição por ele, e por fim ele já frequentava minha casa e eu já o considerava um amigo. Da sua entrevista ao ponto que eu me encontrava hoje, era quase 6 anos. Ele ganhou várias promoções e aumentos de salário, mesmo desenvolvendo a mesma função. Agora eu o recompensava com um cargo na diretoria e sabia que ele ia ser um ótimo chefe porque era um amor de pessoa e sério quando tinha que ser.

Após eu ter aceitado sair com ele não tive mais paz. Ele todo dia me perguntava se eu ia mesmo e eu mesmo a contragosto dizia que sim. No sábado, dia da “festa” ele não me deu sossego. Marquei com ele na av. Conde de Bonfim, perto da minha casa, já que, vendo o meu progresso e melhora significativa, ele tinha voltado para a sua casa; e claro que eu atrasei.

Não foi de propósito, juro! Mas lá pelas 18:00 hs o desânimo bateu total e eu comecei uma guerra comigo mesmo... tudo passava pela minha cabeça: que eu ia sofrer algum acidente se saísse de casa, que a festa seria chata pra caralho e eu ficaria entediado, que eu ficaria sozinho lá, porque o Rafa arrumaria uma peguete e ia resolver a vida dele... Bem, tudo isso me fez pegar o telefone umas 4 vezes, com desculpas esfarrapadas para não ir, mas nenhuma das vezes eu consegui nem discar. O Rafael é um amigo do caralho, o que custava eu sair com ele uma vez?

Assim, vencendo a mim mesmo rsrs, eu fui me arrumar, quase na hora de sair. Me vesti de qualquer jeito e sai. Ao chegar no ponto, ele já estava lá, com um bico enorme pois ele detesta atrasos.

- porque não avisou que atrasaria?

- porque se eu te ligasse seria para desmarcar.

- Verdade, to muito feliz que você tenha saído do casulo amigão! Se bem que... você trouxe a casca com você né?

- como assim cara?

- que roupa é essa?

- ué... a minha.

Eu estava vestido com uma calça jeans normal, um sapato social, uma camisa listrada por dentro da calça e um cinto legal... pra mim. Ele me olhou de cima a baixo e quase me bateu.

- até parece que você vai assim atrás de mim! Porra cara, lá tá cheio de menininhas pra gente pegar e você vai assim?!

- Rafa, não quero pegar menininhas, quero só fazer sua vontade, sair com você e ponto!

- Tudo bem, mas você vai se arrumar, vamos!

Voltamos pra minha casa e ele mandou eu tirar aquela roupa. Ao ficar de cueca ele quase caiu de tanto rir. Eu estava com uma cuequinha de pano que admito estava meio velhinha, mas era tão confortável!

- porra! Você vai com esse pano de chão?

- Oh Rafa para de graça, ninguém vai ver essa porra!

- Quem sabe!? Oh, tira isso e veste isso aqui.

Ele me deu uma cueca slim que eu tinha. Eu odiava aquilo, era apertada e pequena, ficava entrando na bunda e me deixava sacudo pra caralho. Ele olhou e aprovou com um sorriso. Depois me deu uma bermuda xadrez meio avermelhada, uma camisa branca, um tênis e por fim, um boné, ainda tirou seu cordão e me deu. Olhei no espelho e fiquei bem melhor, tive que admitir. Me besuntou de perfume, colocou meu brinco e fomos embora.

- Caralho! Agora é o Will gostosão que eu conheço!

- ih, qual é a tua? Vai ficar falando que eu sou gostoso, to te estranhando Mané!

- Oh para de palhaçada, sabe que num curto essas paradas, mas você tá gatão mesmo porra, eu que te produzi.

- Pedante pra caralho... mas fala ae, que festa é essa?

- então... se chama Barato total. – já senti vontade de ir pra casa só pelo nome – Não faz essa cara! É algo que você nunca viu na vida.

- Onde é isso?

- Na Central cara.

- porra! Você é doido? Como é que você me leva pra uma roubada dessa?

- Ah para de graça, você vai gostar. Não vou contar como é a festa, você vai descobrir.

Pegamos o taxi e fomos parar na frei caneca, perto do campo de Santana. Era um sobrado meio caindo aos pedaços e eu ficava mais e mais desanimado. Na porta do lugar tinha uma fila cheia de jovens, um mais diferente do outro, dava pra ver que não era qualquer público que frequentava aquele lugar estranho. Subimos por uma escada estreita e chegamos em um lugar mais aberto, já tinha começado a festa e varais pessoas estavam dançado, só que tipo, era Chico Buarque. Chico Buarque cara! Só que o chicão estava com uma batida que ficou muito legal. Como adoro MPB, comecei a cantar e tal, o Rafa já abriu um sorrisão e veio falando:

- se arrependeu?

- cara, que lugar é esse? Nunca vi tocar Chico Buarque em boate.

- Isso não é boate, é uma festa, aqui só toca música maneira, desde MPB a rock, mas só música foda. Vamos no bar, quero amaciar meu fígado.

E o DJ mandava uma atrás da outra: Tim Maia, Cazuza, Los Hermanos, Capital, Maria Rita, Seu Jorge, Zé Ramalho e os internacionais que eu num conhecia quase nenhum, não ouço música em inglês.

A festa estava boa, tenho que admitir, eu dancei, bebi, pulei e tal, mas o que eu temia aconteceu. O Rafa arrumou uma mulher lá e me deixou sozinho...Eu fui pra uma das sacadas que dava pra praça da república e fiquei lá olhando e pensando na vida, pensando nele:

- “ Você odiaria esse lugar rsrs”. - Uma lágrima rolou do meu olho. – “Até escuto você falando ‘Cadê a porra do funk?’”.

- Tem um cigarro? – um cara perguntou.

- Pow, foi mau, não fumo não.

- Deveria!

- Por que?

- Seguraria essas lágrimas ai.

- Até parece!

- Quem te fez mau?

- A vida rsrs

- A vida é complexa no seu desencadear, mas simples na sua essência! Tudo tem um por quê, tudo tem um sentido. Você só não entendeu ainda o por que do seu problema.

- filosofia?

- Não história.

- Hã?

- Faço história, não foi isso que você perguntou?

- não, perguntei se era filosofia de alguém. Mas legal que você faz história...

- e você? É formado em que?

- Ensino Médio completo rsrs.

- serio? Por que?

- Bem... vivi para o trabalho desde que sai da escola. Minha ex mulher engravidou também e tinha que fazer meu negócio dar certo.

- E deu?

- digamos que estamos caminhando...

- trabalha com o que?

- informática.

- ótima área... eu que fui maluco de entrar nessa porra de história, vou ser duro pro resto da vida!

- isso se você quiser, não acha? Nessa vida ou a gente rala pra conseguir o que deseja, ou ficamos a beira do caminho.

- pow, gostei! Deu até ânimo kkkk. Tu é de onde?

- Tijuca e você?

- Méier... tá sozinho?

- não, vim com um amigo, mas ele se engalfinhou com uma mina ai e eu fiquei aqui, pensando na vida.

- Espera ai!

- tá certo. – Ele voltou com um cigarro na mão e uma bebida na outra. – primeiro o cigarro, depois a bebida.

- eu não fumo cara.

- mas esse você vai fumar comigo e não vai se arrepender.

- é maconha? Menos ainda!

- não, não uso essas merdas. Confia em mim. – peguei o cigarro – Aperta o filtro até ouvir um estouro. – Apertei e logo algo como uma bolhinha estorou. – Agora deixa eu acender pra você.

Ele pegou acendeu e me deu. Dei a primeira puxada e comecei a tossir. Não sabia por que estava fazendo aquilo, eu detestava cigarro, mas enfim, já que estava ali. Logo estava puxando a fumaça e o gosto de canela invadiu minha boca. Achei gostoso.

- pronto, agora bebe isso ae!

- o que é?

- Me dá aqui – ele deu uma golada na bebida e depois me deu. – Caipirinha, não tem drogas ai, bebe.

Bebi e senti um gosto diferente, parecia loucura, mas senti gosto de maça.

- Maça!

- como?

- Eu sabia que você nunca tinha provado Big Apple.

- O que é?

- Rum de maçã verde.

- Nossa, que delícia!

- Só fuma, bebe sem pensar em nada.

Assim eu fiz. Logo fiquei mais calmo, mas não pela bebida e o cigarro, mas por não pensar mais nele. Só vinha na minha cabeça quão doidinho era aquele cara.

- Will! Porra cara, to te caçando em tudo o que é lugar!

- Qual é Rafa, to aqui pow... Você foi piranhar né e eu fiquei na pista.

- Ficou chateado cara? Me desculpa, mas a garota tava doidinha pelo branquinho aqui!

- relaxa, to chateado não.

- Então? Vamos embora?

- Já, to aqui conversando com... com... ué?! – o cara tinha sumido. – Pow tinha um cara aqui, você viu pra onde ele foi?

- Pow cara, vi ninguém não. E porque você tá fumando?

- Ele me deu esse cigarro.

- Deve ter saído e a gente não viu... mas enfim... to na merda cara, já acabou mesmo, são 4:30 da manhã.

- tá, vamos embora. – saímos de lá e fomos caçar um taxi e fomos para a minha casa.

- E ai? Gostou?

- Nossa, foi ótima a festa... eu gostei de verdade... Obrigado cara, você é um amigo de verdade – e dei um beijo no rosto dele, o que o deixou todo sem graça. Deitei na cama e fiquei olhando para o teto.

- Boa noite Will.

- Boa noite Rafa.

Depois daquele fim de semana eu estava mais animado. Saia todos os fins de semana com o Rafa e outros amigos. Íamos a barzinhos, cinema, teatro ou na casa de outros amigos. Eu sempre me divertia, meus fins de semana era uma válvula de escape.

Um dia estava no Norte Shopping, havia me encontrado com uns fornecedores por ali e acabei indo almoçar lá. Como nunca tinha ido, dei uma volta e conheci aquele shopping enorme, eu adorei.

Sentei pra comer um pedaço de lasanha e inevitavelmente pensei no Rodrigo, em como ele adorava lasanha, se pudesse comeria todos os dias. Mas não, ele nunca mais almoçaria comigo....

- Porque sempre te vejo chorando, Will? – um cara sentou na minha mesa.

- Ei! Qual é? Eu te conheço? – falei limpando os olhos.

- Não se lembra? A 3 semanas na Barato Total...

- Uow! Você... e ai? Como você está?

- to bem... você que não está mito bem né?

- Não, não, to bem sim rsrs.

- E a empresa? Tudo certinho?

- Ótima... e a faculdade? “Histiosofando” muito?

- kkkk filosofia e história sempre andam juntas rsrs.

- Posso te perguntar uma coisa?

- fala...

- Qual o seu nome cara?

- kkkkkk verdade, não nos apresentamos formalmente...

- Meu nome é William, muito prazer... – ele sorriu e disse:

- Com prazer é mais caro! Kkkk – tive que sorrir da gracinha dele – Meu nome é Diego.

Quando ele falou isso, algo acordou dentro de mim, foi como se uma luz acendesse sobre ele e eu finalmente pudesse ver como ele era. Não foi a toa que não o tinha descrito até agora. Ele parecia muito o Chace Crawford, juro! Ele era branquinho, olhos azuis, cabelo meio grande, ondulado e uma barbinha por fazer que dava um charme.

- William? William? Oi volta pra cá cara rsrs – ele abanava a mão no meu rosto e sorria.

- oi rs, foi mau, tive um devaneio.

- são comuns?

- não, não! Sou normal rsrs. Legal te rever Diego, o que faz por aqui?

- Nada melhor que bater perna pra tirar uma pessoa do pensamento.

- sério? Tenho que usar essa tática. Mas quem é? Namorada?

- Não, alguém que eu conheci numa festa... Foi tão legal o nosso encontro que estava maldizendo minha sorte, por ter saído sem pegar nenhum contato.

- Ah é costume seu então... porque aquele dia, você foi embora e nem se despediu.

- Pensei que aquele cara estava com você, então preferi não incomodar.

- Ele estava comigo, era o amigo que te falei.

- ah, bem... desculpa, mas ninguém ficou mais chateado por eu ter saído do que eu mesmo, pode ter certeza rsrs. – eu estava lento para paqueras, não tinha notado nada ainda.

- Porque? Não entendi.

- Bem, se você não entendeu... rsrsr... deixa como está, quando entender você me liga, ok?

- poxa, já vai?

- infelizmente, tenho curso em 10 minutos, no fundão rsrs.

- ué, porque ficou aqui até essa hora, seu doido. – ele olhou bem pra mim, olho no olho.

- Ah, sei lá, de repente o shopping ficou mais interessante que o curso... bem, deixa eu ir, senão chego mais atrasado que já estou.

- Pera ae! Se precisar manutenção em computadores e rede, peças e aparelhos eletro eletrônicos, me liga. – falei entregando um cartão.

- e se eu quiser uma noite sua?

- hã?

- sair, tomar uns negócios, dançar...

- Ah rsrs, bem... então toma esse aqui – entreguei outro cartão, um pessoal. Olhou bem nos meus olhos e disse:

- perfeito! E se você quiser qualquer coisa, me liga. Abração – me entregou o dele. Assim compreendi tudo o que estava rolando ali...

- Até mais caraEntão galera, novamente desculpa a demora para postar. Minha universidade está para entrar de greve, logo alguns professores adiantaram trabalhos e provas, além disso o trabalho está me sufocando... até quarta devo postar a próxima parte. Continuem votando e comentando, per favore! Bjussss

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Comentários

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São Perfeitos os seus contos

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kkkkKkkKKkKKKk BAGARDI BIG APPLE Adoruhh tenho historias pra contar por causa dessa bebida ashausahua ta ficando show a nova temporada contiunue nota 10...

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continua com tudo migoh adoranduh

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Bom, mais uma vez qse chorei por ver vc relembrando do Rodrigo, mas continuo uma rocha de gelo ... cara ainda qro conversar contigo pelo msn, sei q posso aprender grandes coisas com vc e qm sabe um dia ter sua amizade. Vc é mto inteligente e parece ter um bom papo. Ahh, e sobre este conto ta sensacional parabens, espero nao precisar acabar com meus estoques de uma esperando o proximo. Inte .. abração playboy!

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Espero que você seja muito feliz. Fique com Deus!

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Tbm tava apostando no Rafa, mas essa paquera conquistou até a mim kkk Muito bom, nota 10

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Impecável como sempre, continua logo adoro seus contos. Ah tem um conto meu e eu citei vc, se poder e quizer é só dar uma lida tem uma dedicatoria minha pra você. Grande beijo, até mais!

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WILL,sou sua fã ,amei esta parte,e espero que ele faça um bem,bem grande para você,!!!!!!!

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