Todo mundo voltando do feriado... os trabalhadores brasileiros. lol. Quero agradecer a todos pelas mensagens e dizer que vocês são parte da minha história também..
Aproveitem e vamos que vamos!!!
Priscila estava realmente confusa sobre o que sentir após ter perdido o bebê, então para tirar qualquer dúvida, ela fazia apenas uma coisa, trabalhava.
- Boa noite doutora. Vai ser um dia agitado hoje – disse Vinicius enquanto olhava o quadro de cirurgia.
- Olá. Tudo bom? – disse ela.
- Você dobrou o plantão novamente? – ele perguntou um pouco surpreso.
- Sim... enfermeira? Por favor, reserve a Sala de Operação 5 para mim. – disse ela entregando um papel para a enfermeira.
- Tenha uma boa tarde. – ele disse.
- Você também doutor Virgilio. – disse ela saindo.
- Na verdade é Vinicius. – ele disse baixo.
Em casa, Pedro começa a selecionar alguns currículos para as entrevistas. Ele tentou convencer Mauricio a participar,
mas o estudo estava quase no fim, então ele mesmo decidiu fazer tudo. Ele ligou para algumas mulheres e chamou a mãe para ajuda-lo a escolher aquela que mais se encaixaria no perfil.
- Eu não lavo, não cozinho, não troco fraldas...
- Mas a senhora sabe que o emprego que eu estou oferecendo é de babá né? – perguntou Pedro tentando parecer simpático.
- Sim! – respondeu rispidamente a mulher.
- A senhora tem alguma referencia? – perguntou Paula para uma moça jovem e extremamente bonita.
- Na verdade, eu nem sabia que essa vaga era para babá, ainda mais três crianças.
- A senhora tem paciência com crianças de 4 anos? – perguntou Pedro para outra candidata.
- Sim menino... só é a gente dar o chá da pata da galinha, que eles dormem que é uma beleza.
- Ok. – disse Pedro olhando para a mãe e segurando o riso.
- Em quantas casas a senhora já trabalhou? – perguntou Paula para uma outra mulher.
- Bem... em muitas, mas eu nunca me dava bem com os chefes... mas acho bonito um casal com uma idade tão diferente como vocês dois, ainda darem no coro para fazer bebês. – respondeu a moça.
- Ok... a senhora pode ir. – disse Paula mantendo a compostura.
- Aí mãe... nunca pensei que iria conhecer tanta mulher louca no mesmo dia.
- Eu sabia que isso iria acontecer meu filho... por isso marquei algumas entrevistas sem que você soubesse e as moças já estão para chegar.
Na faculdade a Fernanda ainda continuava sem falar com o Phelip. E a situação para ele estava ficando desconfortável, uma vez que a namorada dele nem ao menos olhava em seus olhos.
- é isso que você quer que aconteça comigo? Sofrimento eterno... se os caras souberem que eu sou gay, eu estou acabado... eu amo o Duarte... mas não estou preparado e você como no papel de melhor amiga tem que em ajudar. – ele disse seriamente.
- Mesmo? Devo? Você deveria ter orgulho de ser homossexual, ter coragem para enfrentar a vida como o Pedro e o Mauricio. Eu sei que não vai ser fácil para você, mas viver uma mentira, Phelip... pelo amor de Deus. – ela disse indo embora.
- Priscila...
- Então quer dizer que você não é homem?! – gritou um colega de Phelip, que estava atrás de uma porta e ouviu toda a conversa.
- Como assim? – perguntou Phelip nervoso.
- Eu vi o que a loirinha te falou... quer dizer que você curte outro cara... que engraçado... você não tem cara de gay. – disse o rapaz.
- Caí fora Mané. – disfarçou Phelip indo embora.
O coração de Phelip quase saiu pela boca. Ele começou a treinar na equipe de futebol da universidade e também estava concorrendo para o grêmio estudantil. Tudo o que ele sonhava, estava perto do fim. Mas para ele naquele a única coisa que importava era o seu namorado e a sua amiga Fernanda.
No hospital, Mauricio e Carlos finalizavam o projeto que durou quase um ano para ser feito. Eles estavam felizes e decidiram comemorar com uma cervejinha no final do expediente. Dentro de poucas semanas os dois seriam mestres. Um titulo cobiçado por todos que querem levar a frente sua vida acadêmica.
- Caramba... a gente tem que comemorar hoje a tarde. – disse Carlos.
- Eu nem acredito... agora só a nossa apresentação e pronto. Estamos livres. – disse Mauricio sorrindo.
- Agora eu vou ter tempo para a minha gatinha e você para a sua família.
- Graças a Deus! – disse Mauricio clicando no ícone de salvar.
Pedro e Paula continuavam na árdua missão de encontrar uma governanta e babá para cuidarem dos filhos do casal. Primeiro eles conversaram com uma senhora simpática e com ótima apresentação. Pedro informou qual seria o trabalho, o salário e mostrou seus filhos para a mulher, que se chamava Dora.
- Então Dora... vamos ficar com a sua carta de recomendação e entramos em contanto. – ele disse.
- Claro obrigado seu Pedro... se me der essa oportunidade eu juro que não vai se desapontar.
- Pedro... falta apenas mais uma moça e terminamos. – disse Paula.
- Pode entrar... tudo bom? Me chamo Pedro... essa é a minha mãe Paula. – disse ele ao cumprimentar a moça.
- Me chamo Isabel Martins. – disse ela sentando-se no sofá.
- Então Isabel? Me conta mais sobre os seus antigos trabalhos.
- Bem, eu não sou de São Paulo, vim da Bahia e estou trabalhando na casa de um casal que moram aqui perto, mas eles vão se mudar para o exterior e eu realmente preciso desse emprego. Está aqui a carta de recomendação, dos meus últimos quatro patrões e todos são meus amigos hoje em dia. – disse Pedro.
- Então Isabel. Como minha mãe já deve ter explicado, são três crianças. Um de quatro anos e se chama Paulinho. E os irmãos deles que são gêmeos vão fazer agora 8 meses.
- Eu tenho experiência passadas onde cuidei de quadrigêmeos. Sem querer me vangloriar, mas eu amo crianças e eu estou precisando, você está precisando. E eles, são adoráveis. – ela disse sorrindo.
- Está bom, mas eu tenho uma última pergunta. O que você diria de trabalhar com um casal homossexual? – perguntou Pedro.
- Bem, acho que cada um leva a vida do seu jeito. O importante é ser feliz com a pessoa que amamos.
- Então Isabel. Obrigado pela entrevista e essa semana mesmo entramos em contanto com você. – disse Pedro sorrindo.
- Nada, eu que agradeço a vocês pela oportunidade. – disse ela se levantando.
- Vamos eu te acompanho até a porta. – disse Paulo.
- Hum... deixa eu ver... deixa eu ver... muito louca, muito doida, muito lunática... – disse Pedro enquanto separava alguns currículos.
- E então? – perguntou Paula.
- Mãe, de todas que nós falamos as melhores são Dora e Isabel. Gostei muito das duas. Elas transmitem uma paz. Vou falar com o Mauricio essa noite e confirmar as recomendações das duas.
- Poderiamos apresentar um talk show filho... viu como sabemos fazer perguntas bem elaboras. – ela disse rindo.
- Aí, mãe. – ele falou sorrindo enquanto olhava a foto das duas mulheres.
O engraçado em ser jovem é que tudo dá medo. Principalmente quando se trata da opinião das pessoas. O comentário do colega de Phelip não saia de sua cabeça. Ao termino da aula ele foi pegar seu namorado e o levou para casa. Namorou um pouco e foi para a casa da Fernanda.
- O que você quer? Contou a verdade para aqueles brutamontes? – ela disse ríspida.
- Fernanda você é a minha melhor amiga... por favor, me ajuda. Eu amo o Duarte, mas tenho medo... da reação das pessoas. – ele disse chorando.
- Phelip... não faz assim. – ela disse abraçando ele.
- Eu.. eu acabei de vir da casa dele... mas é algo mais forte do que eu. – ele disse sentando no sofá.
- Aí Jesus... eu não consigo te ver assim... odeio ser menina. – ela disse.
- Me perdoa.
- Não para!! Eu vou... te... ajudar.
- Sério? – ele falou limpando as lagrimas.
- Sim, mas precisa resolver logo isso. A vida é sua, ninguém pode dizer o que você tem que fazer ou com quem você tem que namorar. O Duarte é um jovem excepcional.
- Eu sei... eu que sou complexado... odeio isso... eu juro que tento ser forte, mas é algo que eu não sei explicar.
- Quer tomar sorvete? – ela perguntou.
- De baunilha e chocolate? – ele perguntou fazendo carinha de bebê.
- Sempre. – ela disse rindo.
Enquanto tomavam sorvete e assistiam a um filme, os dois conversavam.
- Posso te fazer uma pergunta? – disse Fernanda.
- Claro. – falou Phelip enquanto tomava sorvete.
- Eu te tornei gay?
Phelip riu alto.
- Estou falando sério. Eu te tornei gay? Até onde eu sei, fui a tua única namorada aqui da cidade.
- Você foi a minha primeira tudo. Namorada, transa.
- Ohh Deus.. – ela disse interrompendo Phelip.
- Eu sabia... eu te tornei gay. Fui a única mulher que você transou...
- Calma...
- Quando nós terminamos, foi porque nós dois juntos como casal não funcionávamos. Concorda comigo? – ele disse olhando para ela.
- Verdade. – ela disse rindo.
- Então conheci o Duarte. Ele estava sendo um amigão. E houve a festa... bebemos demais. E comecei a chorar, quando ele aproximou o rosto e eu o beijei. Antes disso nem passava em minha cabeça me envolver com um homem. E você?
- O que tem eu? – ela perguntou assustada.
- O que você sentiu quando descobriu que eu era gay? – ele perguntou provando o sorvete.
- Bem... sabe quem me contou? Lembra da Poliana? Uma morena peituda? – ela perguntou.
- Sim.. lembro.
- Ela me contou.
- Vaca. Eu lembro que ela sempre se esfregava em mim... nunca dei confiança. Sempre te achei a menina mais linda da escola.
- Lembro que você era todo Zeca tatu. Sempre brigamos né? Confesso que era um pouco imatura... olha que quase dois anos fazem com a gente. – ela disse rindo.
- Verdade. – ele disse rindo e depois gritando “Aí” pelo beliscão dado por Fernanda.
28 horas de trabalho sem parar esta era a situação de Priscila Soares. Sem maldades o Dr. Vinicius contou para o chefe do hospital. Dr. Emanuel o que estava acontecendo, ele apenas estava preocupado com o bem estar da colega de trabalho.
- Você pode mudar essa operação para a sala 3. – disse Priscila.
- Doutora Priscila? – chamou o Dr. Emanuel. – Doutora Priscila?
- Boa tarde senhor... algum problema? ela perguntou.
- Um não... na verdade dois. Primeiro não é boa tarde é bom dia. E segundo a que horas que a senhorita começou a trabalhar?
- É... bem... quer dizer... umas 07h.
- De quando?
- Ontem... Senhor... 07h da manhã de ontem.
- Você acha isso um comportamento aceitável? Vou chamar o seu irmão para vir te pegar aqui... Priscila você realmente.
- Me desculpe Senhor. – ela disse abaixando a cabeça.
Em casa Pedro recebeu a ligação do Dr. Emanuel e foi para o hospital pegar a sua irmã que visualmente estava realmente cansada. Enquanto Pedro foi falar com Mauricio uma enfermeira contou para Priscila que viu Vinicius na sala do Dr. Emanuel momentos antes dele ir falar com ela. Indignada Priscila foi até a sala dos cirurgiões.
- Então... o que eu te fiz?!! – perguntou Priscila.
- Como assim? – perguntou Vinicius.
- Porque você foi fazer fofoca de mim para o Doutor Emanuel? – ele insistiu.
- Não fiz fofoca... você está aqui há quase um dia inteiro.
- E o que isso tem de demais?!!
- Você acabou de passar por um trauma grande. – ele tentou se defender.
- Oi? – perguntou Pedro. – Está tudo bem?
- Oi...oi... – gaguejou Vinicius.
- Olá? – falou Pedro esticando as mãos. – Me chamo Pedro Soares. Você é novo no hospital?
- Sim... hum rum... sou sim... novo... novinho. – ele respondeu.
- Bacana. Seja bem vindo. Eu já trabalhei aqui, agora venho mais para consultas... isso é constante, então se acostume. – ele falou rindo. – Vamos Priscila?
- Vamos... deixa eu pegar a minha mochila. – disse ela saindo e olhando para trás fazendo cara de fúria.
- Nossa. – disse Vinicius sentando na cadeira.
Sim... novas amizades e problemas surgirão. Os dias passam e tudo o que eles sabem, ou pensam que sabem será testado de uma forma devastadora.
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