Depois de penar no aeroporto e finalmente conseguir embarcar o piloto informava da chega em Salvador. Eu estava muito ansioso, o que Ruy havia me dito fazia todo o sentido, mas ainda precisaria esperar alguns dia para ver Bruno, afinal tinha algo para resolver antes disso. Meus pais me aguardavam no aeroporto, claro que ia ser muito bom ver os dois novamente depois de tanto tempo, foi por isso no fim achei melhor eles terem vindo me receber sim, carinho de pai e colo de mãe nunca é demais pra ninguém.
Ao desembarcar dei de cara com minha mãe. A coroa era a felicidade em pessoa, me abraçou e beijou e abraçou mais, ate meu pai que sempre foi meio durão, me abraçou forte por vários segundos ate que minha mãe me puxou dele para abraçar mais. De lá fomos para um apartamento tipo Village que meus pais adquiram no bairro de Stella Maris e eu só conhecia de ouvir falar. Era para onde eles iam para veranear. Um condomínio charmoso, com piscina e ate um quiosque para churrascos, muito legal o lugar, e da varanda do quarto que eu me instalaria dava para ver o mar. Pensava o quanto Bruno gostaria daquele lugar.
Mãe me retirando do meu pensamento: -Gostou do seu quarto?
Eu com um sorriso leve nos lábios: -Sim e muito!
Mãe: -Olha eu queria fazer almoço mas seu pai ta insistindo que você prefere ir comer alguma coisa daqui da Bahia, como uma moqueca. O que você prefere?
Eu: -Sem a menor duvida a moqueca, tem anos que não como uma! Mas de lá preciso ir na Faculdade conversar com o reitor.
Mãe: -Ah não, vamos passear, conversar hoje, deixa isso para amanhã.
Eu: -Não posso, isso é importante demais, basta lembrar que se não fosse para conversar com ele eu nem estaria aqui hoje.
Ela meio que não gostou, mas entendeu a urgência do caso. No fim, acabou que não comi a moqueca e sim um ensopado, na hora de pedir no restaurante fiquei com medo do azeite de dendê, embora eu seja baiano tinha muito tempo que não comia nada com dendê, preferi não arriscar naquele momento.
Enquanto esperava para ser atendido pelo reitor, fiquei sentado na ante-sala folheando uma revista Veja antiga, mas as noticias todas para mim eram novidades, mas a bem da verdade é que não conseguia me concentrar em nada que estava escrito. Uma ansiedade tomava conta de mim. Eu precisava ver Bruno. Estava decidido disso. Queria ver ele de qualquer maneira. Ja tinha acertado com meus pais que acertaria com o rapaz e em seguida queria ir para o nosso interior. Pelos meus cálculos estaríamos lá em 2 dias.
Ao ser atendido o reitor foi extremamente simpático e gentil. Não o conhecia, mas ele já sabia da minha vinda devido a carta de apresentação enviada a alguns dias pela faculdade de Yale. Conversamos por mais de uma hora enquanto eu explicava o que Yale tinha a oferecer ao seu aluno ate que ele a secretaria avisou que o rapaz já aguardava na sala de espera.
O nome do rapaz era Daniel, e ao rapaz entrar na sala eu levei um susto. Quando se pensa que uma faculdade se interessa em um aluno em outro pais eu imaginava alguém como eu era na idade dele, nerd, magrelo, cheio de espinhas, mas o cara não era nada disso. Tinha cerca de 1,85 de altura a distancia entre seus ombros não era muito grande, mas o cara era uma muralha de músculos. Cabeça raspada na máquina zero, o rosto não era muito bonito, arredondado, com olhos mortos, mas o corpo era impressionante, os músculos eram visíveis através da camisa que ele usava, embora esta fosse folgada.
Bem, depois desse primeiro impacto começamos a conversar, contei a minha historia para ele e no fim fiz o convite. Porém diferentemente de mim que quando estava no lugar dele tive que me conter para não pular de alegria ele simplesmente me respondeu:
Daniel: -Ah, eu não sei se quero não.
Nem o reitor acreditou naquilo. Passamos quase duas horas conversando e tentando fazer ele ver a oportunidade qual estava abrindo mão, quando finalmente eu entendi o porque de tamanha resistência. O cara tinha uma namorada e não queria ir e deixar a namorada no Brasil.
Eu: -Você percebe que esta perdendo a oportunidade de uma vida por causa de um namoro?
Daniel: -Não é só isso, eu também não quero deixar minha família, meus amigos, nada disso.
Eu: -São apenas 4 anos rapaz, 4 anos. Se esse namoro é realmente firme ela te espera, assim como seus amigos e familiares também.
Daniel: -Mas 4 anos são muito tempo.
Eu: -Olha faz assim, vai pra casa, conversa com sua família, com sua namorada e me da uma resposta amanha. Pode ser?
Daniel: -Olha tá bom, mas já vou logo dizendo que acho que não vou querer não.
Eu sai da sala do reitor bestificado. Esse cara deve ser muito apaixonado pela namorada para abrir mão de Yale. Consegui com o reitor antes de sair o telefone da mãe de Daniel, eu iria ligar para ela no dia seguinte pela manhã. De repente ela convencia o filho. Pelo menos era essa minha esperança, e eu queria resolver logo isso. Alguém tão apegado iria atender uma imposição da mãe, isso claro se ela concordasse. E no final foi o que aconteceu, ele meio que contra gosto aceitou o convite sendo que a mãe compareceu com ele na sala do reitor no dia seguinte. Um olhar de menino que levou bronca, cabeça baixa, ouviu os detalhes, acertamos datas e finalmente este problema estava encaminhado.
Precisei de mais um dia para ajeitar tudo e por fim estava pronto para ir ao interior. Meus pais não entenderam direito porque da minha vontade tão grande de ir visitar a minha cidade natal, ate porque a principio eu disse não querer ir ate lá. Mas não colocaram nenhum empecilho. Na verdade ate me incentivaram mesmo a ir.
Era incrível, mas a cidade mudou muito pouco em quase 10 anos. Era praticamente a mesma coisa. Uma loja nova aqui, outra ali, uma casa com pintura diferente, ou reforma na fachada em outra, mas no fim, a cidade era praticamente a mesma. Ao chegar na nossa velha casa, cai na minha velha cama de solteiro; “-Poxa, como é que eu dormir tantos anos nessa caminha, como eu aguentei?”.
Ja era inicio da noite quando eu disse que ia dar uma volta na praça, mas minha mãe não permitiu. Ela admitiu que preparou uma festinha de boas vindas no clube de campo com meus amigos antigos e os parentes. Todos estavam com saudades de mim e que devíamos ir. A primeira coisa que me passou foi que veria Bruno lá, então corri, me arrumei e já estava pronto, sentado no sofá da sala, ansioso e doido para ir para a festa mas minha mãe não terminava nunca de se arrumar.
Pai na maior inocência: -Esse agonia toda é pra rever seus amigos de infância né?
Eu sorrindo falsamente: -Com certeza!
Que amigos de infância? Ninguém gostava de mim por ser nerd e caxias. Nem imagino quem estaria lá. O que me interessava era ver Bruno.
Finalmente mãe ficou pronta e fomos para a tal recepção. O susto foi ver tanta gente. Olha ou fiquei popular depois que comecei a ganhar dinheiro no exterior, ou aquele pessoal realmente topava qualquer coisa por uma boca livre. Gente que eu nem sabia quem era estava lá e vinham todos me cumprimentar. Ate os babacas que me perseguiam no colégio vieram falar comigo. Algo meio surreal aquela festa. Ate hoje anos depois não entendo direito o que aconteceu ali. Mas foi uma decepção completa, porque a única pessoa que eu queria ver eu não via em lugar nenhum.
Eu: -Mãe, cade o Bruno e a família dele?
Mãe: -Não chamei não. Ainda não estou convencida que ele não te fez alguma coisa enquanto morava com você para vir embora tão de repente.
Fiquei chateado com a noticia e aproveitei um breve momento que fui deixado em paz e fugi para os fundos do clube. Dei uma volta longa e demorada seguindo de longe a cerca de arame farpado que limitava toda a propriedade. Em determinado momento me aproximava da entrada principal do clube. Nessa entrada havia uma pequena mureta construída com o intuito de sustentar um portão de metal, tão baixo quanto a mureta.
Nessa mureta, ao longe, vi um vulto que parecia sentado sobre ela. Aquilo me chamou a atenção. A penumbra não formava uma imagem perfeita. Não sei exatamente porque, resolvi me aproximar da tal figura. Conforme eu me aproximava vagarosamente o vulto ganhava forma, ate que reconheci de quem se tratava.
Era ele. Sim Bruno estava sentado sobre a mureta e também me observava. Ele usava apenas um short e um tênis e estava sem camisa.
Meu coração deu um pulo.
Senti um frio na barriga.
Claro que eu estava ansioso para encontrar com ele, mas me pegou desprevenido. Não esperava por aquele encontro naquele local e naquele momento. Quando as coisas ficam fora do que eu planejei tenho dificuldades em lidar com elas.
Mas não importava, eu no fundo estava feliz em vê-lo. Afinal era o que eu mais queria. Logo que percebi se tratar dele parei e fiquei olhando para ele pensando em como agir por alguns segundos. Ele permanecia sentado apenas olhando pra mim. Quando tomei coragem e retomei a caminhada mas agora em direção a ele, ele saltou do muro, saiu pelo portão e seguiu correndo, como que fazia um cooper e mais uma vez, me deixou ali no vacoo.
“-Se ele pensa que pode fugir de mim pra sempre ele esta muito enganado. Pode não ser hoje Bruno, mas de amanhã você não passa sem falar comigo.”
Não sei o que se passou comigo depois daquele semi-encontro com ele, eu já queria encontrar com ele, agora eu queria mais ainda, meio que um sentimento de raiva se apoderou de mim, não queria brigar com ele, mas queria que ele me ouvisse ao invés de fugir, passeio o resto da festa claramente irritado, logicamente que os presentes perceberam isso. E não passei mais de uma hora lá, comecei a beber muito e já fiquei tonto, meu pai preferiu me levar para casa. Decisão mais acertada que ele poderia ter tomado.
No outro dia acordei já próximo ao meio dia levemente ressaqueado e com uma certeza. Daquela sexta-feira não passaria sem encontrar com ele. Tomei algo parecido com um brunch e com a desculpa que precisava dar uma volta peguei o carro de pai emprestado.
Pai: -Claro que pode pegar o carro, ele é mais seu que meu, eu só escolhi, você quem pagou!
Eu: -Sim, mas não deixa de ser seu por causa disso, só quero emprestado para dar uma volta na cidade.
Pai: -Vamos lá, eu vou com você.
Eu: -Pai não leva a mal, mas queria ir só.
Mãe: -Você não vai atras de Bruno não né?
Engraçado como mesmo depois de tanto tempo longe minha mãe me conhecia tão bem, acho que isso é uma constante em toda mãe. Elas verdadeiramente nos conhecem.
Mãe: -Não vale a pena Matheus, deixa esse homem pra lá, eu não gosto dele, sei que ele fez alguma coisa que te magoou e você esconde isso.
Eu:- Mãe, não tem razão para você ter raiva dele, eu ja te disse que ele não fez nada (fora me abandonar mais isso não diria a ela)
Mãe: -Não importa, eu não gosto mais dele.
Eu: -Bem, eu quero o carro, queria dar uma volta, e queria ir só para pensar. Pode ser?
Pai: -Ok, como disse o carro é seu, pode pegar.
Mãe queria apenas me proteger, eu entendo isso. Eu sabia que a conversa com ele não seria fácil, eu sabia que não seria falar duas palavras e ele cairia de amores por mim, eu sei que seria uma empreitada lenta e longa, talvez ele nem mesmo quisesse me ouvir, sei lá, não importa o que viria de lá, eu estava pronto para começar a lutar pelo que eu queria e eu queria ele.
Tive dificuldades em chegar na roça da família de Bruno, embora eu lembrasse exatamente o caminho, a prefeitura havia feito algumas mudanças no trafego da cidade, uma rua foi fechada, outras vias tornaram-se apenas de circulação em um sentido, bem foi difícil mas achei o caminho e cheguei lá.
A roça ia muito bem obrigado, casa ampliada, pintada, bonitinha, cerca nova, bem, seja lá o que eles estavam fazendo, estava dando certo. Estacionei o carro e chamei, ate que Eduardo apareceu.
Eduardo é o irmão mais velho de Bruno, tinha a mesma altura, o mesmo tom de pele, os traços fortes no rosto, acho que era característico da família, mas o corpo nem de longe lembrava o de Bruno.
Eduardo: -Sim moço, posso ajudar?
Eu: -Eduardo, sou eu Matheus.
Eduardo: -Que Matheus?
Eu: -Matheus dos Estados Unidos!
Eduardo: -Mas primo! Nossa! Quanto tempo!
E em seguida me abraçou, eu precisava me re-acostumar com essa mania de abraço que brasileiro tem.
Eduardo: -Mas que surpresa é essa!?
Eu: -Pois é, vim visitar vocês. Cadê sua mãe e seu pai?
Eduardo: -Tão pra rua, so voltam de noite.
Eu: -E o Bruno.
Eduardo: -Brunão ta pra loja.
Eu: -Loja?
Eduardo: -É, a loja dele.
Eu: -Ah ele abriu uma loja.
Eduardo: -Abriu é de coisa pra fazenda e roça la na praça do centro.
Eu: -Hum, ele fica o dia todo lá?
Eduardo: -Fica sim, eu que fico aqui cuidando das coisas o dia todo.
Eu: -Mas ele ainda mora aqui né?
Eduardo: -Mora sim, ele, eu, mãe e pai e o Tiago quando aparece.
Parecia uma profecia, ao terminar de dizer isso ouço o próprio perguntar:
Tiago em tom serio: -O que tem eu ai?
O rosto de Tiago não lembrava em nada o de Bruno. Olhos profundo, traços irregulares, completamente careca, ao que percebi ele não apenas raspava com a maquina como também passava a lamina, de forma que ficava totalmente sem pelo na cabeça, mas isso não era o item que mais me impressionou no rosto dele, mas sim as orelhas. Eu ja havia visto pela televisão mas ao vivo foi impactante. Totalmente deformadas, não pareciam orelhas, parecia duas bolas de carne. Era muito estranho. Ele era mais baixo que Bruno, devia ter 1,72 no máximo 1,74 de altura. Mas o corpo era no porte de Bruno. Ele vestia uma regata e podia ver os trapézios, braços, ombros e o peitoral estufando a regata. O moleque era muito forte.
Eduardo: -Nada não, tô só falando pro primo que tu mora aqui de vez em quando
Tiago me olhando desconfiado: -Primo?
Eduardo: -Sim, primo Matheus dos isteites.
Tiago abrindo um sorriso meio esquisito: -Aaah! Claro, o primo. E ai primo?
Eu serio: -Tudo bem, e com você.
Tiago ainda com aquele sorriso que não entendi da onde vinha: -Tudo ótimo. Se perdeu aqui na nossa roça?
Eu: -Não, não, vim visitar seus pais.
Tiago mantendo aquele sorriso que já começava a me irritar: -Humm, meus pais. Sei. Ja viu o Bruno?
Eu: -Não o Eduardo me disse que ele esta na loja.
Tiago: -Pois é, a loja que você deu pra ele não foi?
Eu com ar de espanto: -Que eu dei? Há um engano ai, nunca dei nada para o Bruno.
Tiago abrindo mais o sorriso cínico: -Ah ta! Ok, nunca deu nada pro Bruno.
Eduardo: -Eu também não tô sabendo disso não.
Tiago: -Imbecil, é a grana que ele trouxe do exterior, quem deu foi o primo ai.
Eu: -Nada disso, o dinheiro que ele juntou foi do trabalho dele.
Tiago: -Mas é claro, eu que entendi errado.
Não gostava da postura do Tiago, decidi ir embora.
Eu: -Beleza, depois então eu venho ver seus pais. Diz que mandei um abraço pra eles.
Me virei e segui em direção ao carro sem nem esperar resposta de nenhum dos dois, mas ouvi ainda o Eduardo dizer que iria dar o recado e dar tchau. Segui sem me virar. Quando ia abrir a porta do carro ouço me chamar:
Tiago: -Primo, espera.
O porte dele e a postura máscula e ele me chamando de primo, cara, era muito parecido com Bruno. Me virei para ele e não disse nada.
Tiago: -Não fica chateado comigo não, não quis te irritar não. É que meio que falo coisas sem pensar antes.
Eu: -Ta tudo bem Tiago, fica despreocupado.
Tiago: -Não, é serio, deixa eu me redimir. Eu levo o pessoal para fazer trilha, é assim que descolo um troco, vamo amanha fazer uma trilha, cortesia minha, tem uns turistas ai e vou levar eles, vem com a gente.
Eu: -Não cara, não faz meu estilo, mas de qualquer maneira obrigado pelo convite.
Tiago: -De boa, mas pega aqui esse panfleto. (e tirou um papel todo amassado do bolso), fica com você ai, se mudar de idéia me liga, tem meu celular ai em baixo.
Eu: -Tudo bem, obrigado.
Entrei no carro e fui embora. Joguei o papel no lixo do carro que estava preso ao cambio, odiei o Tiago, lembrei das coisas que Bruno havia me falado sobre ele, Bruno o odiava também embora nunca admitisse isso e eu passava a entender o porque. O problema foi que com tudo isso não peguei o nome da loja de Bruno. Rodei pela praça mas eram muitas lojas. Decidi voltar para casa, deixar o carro e ir a pé de loja em loja tentando descobrir qual seria, afinal perguntar para minha mãe seria uma péssima idéia.
Mas chegando em casa, já próximo as 17 horas minha prima me esperava junto com seu namorado. Ela foi a primeira pessoa para quem contei que era gay, sempre fomos muito próximos e ela tinha a característica de adorar uma farra. Curtir a noite, barzinhos, festas, shows, em resumo a mulher não parava quieta. Ao me ver foi aquela alegria, abraços beijos e tudo que eu tinha direito. Decidimos ir a um barzinho para por o papo em dia. Aproveitei a oportunidade e quando estávamos no carro do namorado dela perguntei aonde era a loja de Bruno.
Ivana: -É aquela ali. (e me apontou para a loja)
Eu: -Pena estar fechada.
Ivana: -Sim primo, afinal o que aconteceu? Tia me contou que ele veio de volta batido para o Brasil.
Eu: -Ivana isso é uma longa historia.
Ivana: -Sorte minha que tenho a noite inteira pela frente, são apenas 6:30!
E rimos um pouco.
Finalmente chegamos no barzinho, nada de especial e estava meio vazio pelo horário. Eu estava meio triste, queria ter encontrado com Bruno naquela sexta-feira, mas as coisas mais uma vez conspiraram contra mim. No bar comecei a contar a historia para ela, mas não fui muito longe, ainda no inicio ela me interrompe com ar de surpreendida:
Ivana: -Ai não acredito, olha quem tá ali.
Quando me viro para trás vejo ele mais uma vez. Bruno entrava no bar, mas não entrava só, estava de mãos dadas com uma garota. O ódio se abateu em mim, mas me contive e virei para frente e antes de falar qualquer coisa:
Ivana em tom bem alto: -Brunooooo!! Vem cá
Eu: -Porra Ivana, não!
Ivana: -Relaxa priminho.
Ivana não era prima de Bruno, ela era minha prima por parte da família de minha mãe, mas conhecia ele muito bem, alguns anos depois soube que eles já haviam dormindo juntos no passado.
Bruno ficou sem outra opção e veio ate a nossa mesa, me olhou com um ar tipo alguém que da um flagrante em outra pessoa:
Bruno: -Tudo bom Matheus?
E antes que eu respondesse ele falou com Ivana e o namorado, so quando ele terminou que fiz questão de responder.
Eu: -Tudo ótimo Bruno. E pelo visto com você e sua amiga também.
Bruno: -Ah, bem lembrado, amiga não, noiva, pessoal essa é Andrea.
Choque imediato. Chego a pensar que meu coração parou por alguns segundos. É, Bruno estava noivo. Que ótima noticia pra mim.
CONTINUA...