Adele beija e abraça todos, mais demoradamente com Eric, o que me deixou enciumado, mas não era motivo pra raiva... depois que ela se vai, ficamos eu, Eric, Victor e Dallas, quatro gays sem nenhum plano, no meio da floresta... eu pensei nisso e achei graça, mas a parte de não termos um plano era algo sério...
- (eu) Eric, onde fica a base desses cientistas?
- (Eric) Chicago, na parte noroeste, está disfarçado como uma fábrica de embalagens plásticas.
- (Victor) Como vamos chegar lá?
- (Eric) O único jeito é trapaceando, prontos para virarem definitivamente os bandidos?
- (Dallas) Como assim?
- (Eric) Temos que chegar a algum lugar povoado, depois roubamos um carro, é o único jeito de chegar a Chicago. Estamos perto da cidade de North Salem, daqui para Chicago são 1200 quilômetros, vai levar 14 horas de carro.
- (Dallas) Não tem outra alternativa?
- (eu) É o único jeito.
Saímos em direção ao sudeste, havia uma estrada que passava em frente ao Instituto, se seguíssemos no rumo a encontraríamos... depois de quase duas horas de caminhar, achamos a estrada, estava deserta, não passava muitos carros por lá... caminhamos pela estrada até chegarmos à pequena cidade de North Salem, deviam ser umas três da tarde. Eu, Eric e Dallas estávamos exaustos, mas precisávamos prosseguir... vamos até uma lanchonete, Victor preferiu não entrar, sua pele verde poderia chamar atenção, mas só o fato de que Eric estava sem camisa já chamava atenção hehe... Observamos um pouco as pessoas... Até que uma caminhonete para no pequeno estacionamento ao lado, um velho sai de lá e vem até a lanchonete... O velho senta umas duas mesas depois ao lado da nossa...
- (Eric) Aquela caminhonete ali. Eu e David vamos tentar distrair o velho, Dallas você entra nela e a abre por dentro quando nós chegarmos.
- (Dallas) Mas por que uma caminhonete? Só tem dois lugares, o resto iria ter que ir na traseira...
- (Eric) Mas é um dos poucos carros sem alarme.
Dallas não estava gostando da ideia de roubar, mas acaba concordando, ele vai até o banheiro e pouco tempo depois vemos uma sombra sair debaixo da porta e ir até a caminhonete discretamente. Começo a reparar que o velho não tirava os olhos da nossa mesa... Eric e eu levantamos da mesa onde estávamos, ele me manda ir para trás da lanchonete e ficar escondido para agir, eu saio e Eric vai até a mesa onde estava o velho. Eu não tinha ideia do que Eric iria fazer, mas me preparei, me escondi atrás de uma grande lixeira e logo eles chegaram...
- (velho) Vamos ver o que você sabe rapaz...
O velho estava de costas para onde eu estava, eu já iria agir quando fiquei chocado ao ver o velho dando um amaço no Eric, vi Eric piscando para mim enquanto o beijava e entendi que era para eu nocautear o cara, sem fazer barulho eu me levanto e vou devagar até suas costas, até que bato no lado da cabeça dele e o velho cai no chão...
- (Eric) Você ficou louco? Matou ele!
- (eu) O quê? O louco é você, que ideia foi essa de beijar esse velho?
Eric se abaixa e coloca a cabeça no tórax do velho...
- (Eric) Ele está vivo, mas precisa de um médico... e cara, ele não tirava os olhos de mim, pude perceber sinais corporais que o macho faz quando está exitado, então usei isso... como você acha que eu iria trazer ele pra cá? Sou péssimo em inventar mentiras.
- (eu) Poderia ter me avisado!
Eric vai até um telefone público e chama uma ambulância... eu fico ali atrás com cara emburrada, ele volta, me agarra e dá um beijo... logo empurro ele..
- (eu) Para! Você acabou de beijar um velho!
- (Eric) Deixa de frescura (risos)... Vamos sair daqui.
Eu pego a chave e dinheiro na carteira no bolso do velho, vamos até a caminhonete, bato no vidro e Dallas abre as portas, Victor logo aparece e já pula na traseira da caminhonete...
- (Eric) David, você vai comigo aqui na frente..
- (Dallas) Por quê?
- (Eric) Eu sou o único aqui que sabe dirigir...
- (Dallas) Não, por que David que vai na frente?
- (eu) Qualé Dallas, vai brigar por isso? Ok... eu vou lá atrás...
- (Dallas) Não, eu vou lá atrás, mas você também, temos que conversar, Victor pode ir na frente...
Eu não queria discussão, tínhamos que sair o mais rápido dali, antes da ambulância chegar... eu e Dallas vamos para a traseira e mandamos Victor ir para o banco da frente, ele agradeceu pois precisava dormir... quando todos estavam a bordo e nos preparávamos para sair, vejo um cara passar ao lado da caminhonete e ir falar com o Eric... estranhei um pouco, depois de um tempo o tal cara passa ao lado de novo e pula dentro da traseira...
- Oi, meu nome é John, o motora aceitou me dar uma carona... cês vão pra Chicago né?
Eu e Dallas ficamos em silêncio, por que diabos Eric daria carona para um estranho na nossa situação? Como a caminhonete já estava andando e não tinha nenhuma abertura de contado entre a traseira e a cabine da caminhonete, não tinha como falar com Eric naquele momento... quanto ao tal do John, aparentava ter em torno de 30 anos, era branco, cabelos pretos e bem peludo nos braços, ele era muito musculoso, mas em compensação era baixo, ele estava com um chapéu de Cowboy marrom, uma jaqueta de couro e calças jeans bem apertadas, o que confesso que me exitou, mas logo me dou um sermão e paro de pensar nisso...
- (eu) Sim, vamos pra Chicago... de onde você é?
- (John) Canadense, mas moro em North Salem mesmo. Mas tenho que ir pra Chicago resolver uns probleminhas...
Ficamos em silêncio por um bom tempo, eu estava incomodado com o cara, ele só ficava calado olhando para os lados da estrada... Dallas nem falava nada, acho que o que ele tinha para falar comigo não era algo para outros ouvirem... logo Dallas dorme, não tinha dormido desde quatro da manhã, eu não tinha dormido por pelo menos um dia, mas como conseguia controlar as reservas de energia ainda poderia passar outro dia acordado, e eu não dormiria agora com aquele cara ali, o mais estranho era que depois de observar bem, eu tinha a sensação de que já tinha visto ele antes. O chão da traseira da caminhonete estava cheio de palha, o que melhorava um pouco o desconforto, aquele velho tarado deveria ser algum fazendeiro. Um tempo depois o homem fala...
- (John) Acho que também vou tirar um cochilo, vai ser uma longa viagem...
E realmente seria, se passaram apenas duas horas desde que saímos e já parecia uma eternidade, meia hora mais tarde Dallas acorda e fala...
- Então o Cowboy dormiu...
- Felizmente...
- É, felizmente, agora posso ter minha conversa com você...
Ele, que estava deitado ao meu lado, pula em cima de mim e começa a me beijar loucamente, fico surpreso, o beijo estava muito bom mas eu o afastei...
- Calma Dallas, então essa era sua conversa?
- Eu estava morrendo de saudades disso...
- Nós estamos em missão Dallas, nó não podemos...
Ele me cala com mais um beijo forte, leva sua mãos até meu pau e fica apertando por cima da calça... eu o afasto de novo e falo sussurrando...
- Dallas, tem um cara logo ali...
- Ele está dormindo.
- Dallas, por favor, não é o momento.
Ele sai de cima de mim e volta a deitar do meu lado emburrado... um tempo silencioso passa até que ele volta a falar...
- Você está gamado naquele cara né?
- Claro que não, ele é um completo estranho que conhecemos ha algumas horas!
- Não esse cara! To falando do Eric!
- Não! Dallas, você sabe que eu só estou fazendo isso pela irmã dele, eu devo minha vida a ele.
Eu fiquei nervoso, Dallas já estava desconfiado, eu tinha que tomar cuidado, Dallas era um grande infiltrador, poderia ajudar muito a resgatar a garota, não podia fazer com que ele desistisse. Fico aliviado que ele cai na minha mentira...
- Você sabe que eu só estou aqui por sua causa não sabe?
- Obrigado por estar aqui...
- Eu te amo muito...
Então eu beijo ele... beijo suavemente, estava muito envolvido com Eric mas as palavras de amor do Dallas não saiam da minha cabeça, merda... nunca pensei que um dia ficaria entre dois homens... quando paramos de nos beijar ele fica me olhando olho a olho, depois deita a cabeça no meu peito...
Ainda faltavam dez horas de viagem, Eric para em um posto na estrada, ótima oportunidade dele me explicar que droga aquele cara estava fazendo viajando conosco. Eric estaciona ao lado do posto de combustível, eu e Dallas pulamos da traseira, o estranho ficou dormindo, assim como Victor, que estava no banco da frente. Vamos até Eric pedir explicações...
- (Eric) Calma calma calma, eu posso explicar!
- (eu) É melhor mesmo.
- (Eric) Esse cara, John... ele viu o que fizemos com velho, ele me perguntou para onde eu iria, eu disse Chicago. E por incrível que pareça ele disse que também iria pra lá e pediu carona, na situação que estávamos não tive como negar.
- (Dallas) É só agente se livrar dele...
- (John) Eu não aconselharia isso.
Ele estava de pé na traseira da caminhonete ouvindo tudo, depois de falar isso ele se espreguiça de um modo provocante, pula do carro e continua falando...
- (John) Ei caras, eu não to atrapalhando ninguém, não quero confusão, na verdade vou até pagar um lanche pra vocês. Vamos lá...
Ele foi caminhando em direção a uma pequena lanchonete-loja que tinha ali no posto, seria realmente bem-vindo um lanche agora, todo dinheiro que tínhamos Eric teve que usar para gasolina. Eu, Dallas e Eric (anida descamisado) nos entre olhamos, acordamos Victor, que já sabia de tudo, e seguimos John... lá dentro, depois de pagar nossas comidas e um pouco de água, ele se senta em uma mesa afastada da nossa... começamos a falar cochichando...
- (eu) Eu tenho a impressão que já vi esse cara antes.
- (Victor) Eu tive a mesma impressão.
- (Dallas) Então tem alguma coisa errada pois eu também tive essa impressão!
- (Eric) Vocês estão de paranoia, o cara é da mesma cidade onde fica a escola, vocês devem te-lo visto na rua.
- (Dallas) Mas muito raramente saímos para a cidade, até por isso a escola fica afastada.
- (eu) Eric é melhor largarmos ele aqui.
- (Eric) O cara está sendo bem gentil com a gente, ele acaba de pagar nosso lanche! E se vocês quiserem comer nas próximas dez horas de viajem nós vamos ter que roubar... quem sabe John nos pague comida de novo.
- (Victor) Vamos roubar dele!
- (Eric) Não! Não vamos arrumar mais motivos para sermos fugitivos procurados. e se não conseguíssemos pegar ele? Ele contaria para a polícia tudo que a gente fez. Será que vocês não podem relaxar?
Então Eric sai da nossa mesa e vai até a do cara, o que me deixou com raiva e enciumado! Eles começam a conversar e nós só ali em silêncio, logo eu saio da lanchonete com pressa, subo na traseira da caminhonete e fico lá, quem Eric pensa que é pra tomar decisões por todos nós? Nós estamos aqui para ajudar ele, não sermos mandados! Eu estava com raiva, mas não queria demonstrar, então o melhor era ficar ali mesmo... mas logo Dallas chega e senta ao meu lado...
- Ei cara, não fica bravo, por um lado Eric tem razão.
- Ta bom Dallas, ta bom! Eu... eu só quero tentar relaxar.
Ele então coloca a mão ao lado da minha cabeça a fazendo deitar no ombro dele, eu não resisto, o cansaço começou a me alcançar, já devia estar a umas trinta e cinco horas sem dormir, acabo adormecendo deitado no DallasEstou correndo em uma floresta... desesperado, mas... por quê? Ouço um barulho atrás de mim, há alguém me chamando... chamando por meu nome, uma voz grossa, raivosa, monstruosa... corro, corro muito... tropeço, meu coração está a mil, não me lembro o por que alguém estaria bravo comigo... merda, uma espécie de raiz prendeu meu pé... droga ele está chegando... vejo... vejo um monstro, um ser de puro ódio, ele era grande, musculoso, sua pele era escura, muito escura, escura como a total ausência de luz... e seu olhos eram como buracos negros cheios de fúria... ele vai chegando mais perto... mais perto... mais perto...
[CONTINUA]
E aí galera... Gostaram do novo personagem? E que mistério será esse do sonho? Muitas surpresas os aguardam! Espero que estejam gostando, por favor comentem, fico muito feliz com suas opiniões sobre o conto, mais feliz ainda por ver que gostam da maneira como escrevo, muito obrigado mesmo! Abraços e não esqueçam de votar também...