Esse conto não é meu!! É um relato de um grande amigo que publicou em 2009 em outro site, acho que alguns já leram outros não.. Mas todos,lhe garanto, todos irão gostar. Boa leitura :
Sempre achei aquele louro bonito, ele tem 1,90m e 85kg e olhos azuis, malhamos juntos na mesma academia e gosto demais daquele sorriso perfeito que ele tem. Nos conhecemos porque uma amiga minha é a sua atual namora, mas mesmo tendo um namorado daqueles ela vive de cara amarrada. O Marcelo (nome fictício) é um cara muito atencioso comigo, tanto que até fico sem jeito. Ele é muito educado, mas sem ser fresco. Marcamos, nós três, de fazer rapel dia desses; iríamos acampar na mata durante o final de semana. Eles iriam me pegar na minha casa e os esperava na varanda da sala quando eu vi a Hilux do pai do Marcelo encostar. Desci já com a mochila, pois não os queria fazer esperar, mas quando não vi minha amiga perguntei por ela daí Marcelo me disse que Luíza (nome fictício), minha amiga e sua namorada, na última hora brigou com ele e disse que não o queria ver até segunda. Segundo ele, nesses oito meses que namoram, ela sempre que está de TPM põe ele pra correr. Resultado, ele me disse que ficava sem jeito com o que havia ocorrido e que estava muito envergonhado e pediu que eu a desculpasse. Luíza sempre foi assim, a conheço faz três anos e ela tem essas coisas mesmo, não atende porta nem telefone e sempre quer ficar longe de todo mundo. Disse que não havia problema e que poderíamos acampar depois e que ele não ligasse, afinal “mulher tem dessas coisas”. Diante do que eu falai ele rapidamente retrucou dizendo “de forma alguma... quero ir ainda hoje”; era sexta-feira à tarde e eu no princípio achei melhor não, porém ele insistiu dizendo “Claudinho, (ele me chama assim e eu adoro), não vamos desistir do nosso final de semana por conta de uma TPM não é?” Eu concordei, mas disse que tinha receio que ela fosse ficar ressentida, mas ele me acalmou dizendo que não era a primeira vez que ela o botava pra correr quando ficara na TPM e que depois tudo ficava como antes e que ela só precisava de um tempo.Daí pensei que deveria ir mesmo, afinal eu adoro rapel e o Marcelo é uma das melhores companhias que conheço, fora o fato que ele é muito agradável como amigo, mas até aí nunca havia fantasiado nada. A tarde estava linda e passamos no mercado para compra umas cervejas, eu estava sem dinheiro e só com o cartão de crédito, pensei que pudesse ir até o caixa 24h do supermercado, mas quando me dirigia pra lá e perguntou: “Aonde vai?” Respondi; “Ao caixa eletrônico, porquê?”. Ele voltou a inquirir:”para quê?” Eu respondi que só estava sem dinheiro e que só tinha o cartão de crédito e que talvez precisasse de ter dinheiro caso fosse necessário.
Ele se aproximou, me segurou pelo braço e disse: “você está comigo”; tentei dizer que iríamos dividir as despesas, mas ele me interrompeu me mantendo preso pelo braço e com o dedo indicador na minha boca fazendo aquela cara que se faz quando se quer silêncio e aquele biquinho caracterísco dizendo: “você está comigo, é meu convidado”. Eu fiquei meio sem jeito, mas como dizer não para um homem daquele tamanho, concordei dizendo que então pagaria as compras com meu cartão de crédito ao que ele respondeu: “isso nós vemos depois”. Já havia percebido que Marcelo é do tipo cavalheiro e que sempre é quem quer pagar a conta, mas mesmo assim fiquei sem jeito, nunca ninguém me pagou nada. Bom, durante as compras ele sempre ficava perguntado o que eu achava que deveríamos levar e só comprou o que eu gosto. No caixa ele se adiantou e pagou a conta e daí abastecemos o carro e partimos. Pouco depois de deixarmos o supermecado abri uma cerveja para mim e perguntei se ele queria uma também, “bebo com você, você se importa?”, “Claro que não” respondi. Ele colocou o mp3 do radiohead pra tocar e eu disse que adorava aquela banda e ele disse: “Eu sei disso”. Perguntei como ele sabia e ele respondeu que percebeu que sempre que tocava em algum lugar eu acompanhava cantando também.Sempre saímos nós três, Luíza, Marcelo e eu; Luíza sempre querendo me arrumar uma namorada, pois ela não sabe de mim.
Perguntei a ele: “você percebeu é?” Ao que ele respondeu que sim e disse que eu cantava bem. Agradeci meio sem jeito, mas com um sorriso no canto dos lábios. Tudo estava legal naquela tarde, o céu, o sol, a cerveja, o som, e de repente percebi o quanto gostei de Luíza não ter vindo, Marcelo estava mais solto e seu sorriso iluminado pela tarde parecia ainda mais bonito. Ele me disse que adorava o radiohead também e que sabia cantar Creep; eu disse que não acreditava porque era a minha música favorita e ele disse: “eu sei” e deu um sorriso e olhou pra mim. Um silêncio se fez por alguns instantes. Como você sabe? Perguntei; “Vi como seu olho encheu de água quando ela tocou na formatura do Pablo” Realmente isso aconteceu, a formatura teve um baile muito legal e acabei bebendo demais e terminei por ficar com uma amiga da Luíza, isso aconteceu outras vezes, mas nesse dia do baile o cara da banda que tocou no baile interpretou de uma forma muito linda, eu acabei chorando um pouquinho na verdade eu estava lembrando de um cara por quem fui apaixonado, mas de quem eu nunca pude chegar perto, mas logo parei porque a galera começou a me zoar e sabem como é. Contudo não consegui lembrar se naquela época já havia sido apresentado a Marcelo ou não, não tinha certeza. Bom o fato é que a viagem estava muito legal, falamos de tudo, de carros, trilha, de futebol, de rapel, e nada de mulher. Já havia notado que Marcelo não falava do quanto uma era boa ou a outra era gostosa coisa comum entre os homens, na verdade ele não fala sacanagem nenhuma, nem olha quando uma mulher passa, se olha é muito discreto.
Chegamos ao local onde montamos acampamento umas três horas depois que tomamos a estrada, armamos a barraca e acendemos o fogo porque já estava anoitecendo e na mata anoitece, não sei porque, mais rápido.Ele me perguntou o que eu queria comer e eu disse em tom de brincadeira, me surpreenda, eu sabia que ele cozinhava muito bem, Luiza vivia dizendo isso e ele preparou uma omelete deliciosa que quando provei disse que nem parecia comida de acampamento e ele respondeu: “não é que é acampamento que precisa ter comida ruim”. Eu concordei e disse que ele poderia abrir um restaurante, mas ele disse que só cozinhava para que era especial pra ele. Eu, já um pouco alto por causa das oito cervejinhas que tomamos disse a ale: “assim eu também vou até me sentir especial”, ele deu um daqueles sorrisos que derretem iceberg e perguntou: “quem disse que não?” Eu respondi com um sorriso. Bom daí eu comecei a perceber como aquele cara era além de muito gostoso, um cara extremamente legal. Ele disse que tinha uma surpresa eu perguntei o que era e ele mostrou uma caixa de isopor com pelo menos umas dez garrafas de vinho. Eu estou afim de tomar um porre, disse ele sorrindo, você me acompanha, perguntou daquele seu jeito educado de sempre, é claro Lorão, esse é o apelido que a nossa turma deu a dele, ele sorriu e abriu a primeira garrafa. Mesmo não sendo um cara fresco ele se permite a alguns requintes, tipo, ele trouxe três taças de vinho. Ele falava sobre o nome das uvas e da qualidade do vinho, aprendeu com seu pai que é delegado federal e que é apreciador, eu disse que não entendia muito e que só conhecia o básico, mas que adorava.
Eu posso ensinar a você se estiver afim, disse ele, “claro que quero” respondi. A companhia dele era muito agradável e pensei no quanto minha amiga estava perdendo e disse, “ia ser perfeito se a Lu tivesse vindo também, não é?” Está sendo perfeito, disse ele de forma séria e depois sorriu, mas que não pude interpretar se era de aborrecimento com ela ou se achava legal só nós dói estarmos ali. Não tenho o costume de tomar muito vinho e já estávamos na segunda garrafa, eu ria das piadas dele, todas sem malícia, mas muito divertidas.Só falta um violão agora, eu disse, Ele perguntou se eu não havia visto o violão no carro, eu disse que não e ele foi pegá-lo, quando voltou perguntou se eu tocava e o respondi que mais ou menos. Toquei algumas da Legião Urbana e passei pra ele, ele tocou algumas da Legião também. Estávamos nos divertindo, eu fui pegar mais vinho, demos um tempo, apreciamos um pouco as estrelas, falamos da Nasa, do homem na lua e aí, como sei que ele fez intercâmbio nos EUA eu perguntei o que ele sabia cantar em inglês e ele respondeu que algumas coisas, bom, sem que eu o percebesse começou com os acordes da Creep que é a minha música preferida, até então, enquanto era só acordes ele estava de olhos fechados e meu coração começou a bater mais forte, ele abri os olhos e me perguntou, enquanto continuava com os acordes, se podia continuar, eu disse que sim, mas pra ele não se importar se eu chorasse, ele sorriu e disse se seu chorasse ele me abraçava. Achei a voz dele até mais bonita que a do vocalista da banda, ele cantou o tempo todo com o olhar fixo pra mim com se quisesse dizer alguma coisa, e eu não consegui manter o olhar nele, desviava, mas eu não pude segurar e chorei mesmo, ele continuou cantando com um sorriso e quando terminou disse: acho que não seria um bom cantor porque me fez chorar e me deu um dos abraços mais gostosos que já provei, eu disse que tinha sido a música e ele respondeu sorrindo: “Eu sei Claudinho”, fez um carinho ligeiro na minha cabeça e se levantou pra pegar mais vinho. Contamos mais umas piadas, e histórias engraçadas e sorrimos muito, estava tudo muito bom. Acho que bebi além da conta e “desmaiei de sono”, acordei no outro dia com uma puta dor de cabeça. Marcelo já havia se levantado, tomado banho gelado no rio e estava com a aparência ótima, eu estava com a cara péssima. Ele havia feito um café da manhã muito bom, o dia foi legal, fizemos trilha e descemos um paredão que até que não era tão grande uns 15m, mas valeu.
Ficamos esgotados com as atividades do sábado e fomos dormir mais cedo, não sem antes tomar umas duas garrafas de vinho, mas dessa vez não desmaiei de sono, fomos deitar sentindo muito frio, o clima virou do avesso e a temperatura baixou muito, acordei durante a noite com Marcelo me chamado pra deitar no colchão inflável de casal que ele levou, meu saco de dormir não isolava suficientemente o calor e ele disse que me ouviu gemer de frio. Deitar com aquele cara foi definitivo pra eu me apaixonar por ele, além de cheiroso e quentinho ele não roncava, acordei, pouco antes do amanhecer, meio sem graça porque durante a noite eu colei nele e pus a cabeça no seu braço, ele estava deitado de barriga para cima. Quando ele percebeu que eu acordei ele olhou pra mim e sorriu porque viu que eu fiquei sem graça e daí disse: “Não tem nada não Claudinho, tava um puta frio”eu me desculpei e disse que ia dar um jeito no meu saco de dormir e ele falou: “de jeito algum, você vai continuar dormindo comigo e se fosse eu que tivesse te abraçado a noite toda você ia achar ruim?” respondi que não. Percebi com isso que eu o abracei a noite inteira, mas ele não se importou. Acho que ele entendeu que eu estava dormindo e não levou a mal, mas acho também que é por isso que dormi tão bemSe gostarem irei continuar :)