In Love... Again – 1 Mudança

Um conto erótico de Sowhat
Categoria: Homossexual
Contém 1732 palavras
Data: 19/05/2012 17:44:04
Assuntos: Homossexual, Gay

Quando mudei para salvador para estudar, as coisas mudaram um pouco. Primeiro, eu não tinha mais minha mãe para ajudar, segundo, eu teria de me virar, e terceiro e não menos importante, eu estava com medo. Morar em uma casa com outras pessoas não ia ser fácil, mas, compensaria quando eu terminasse a faculdade. E o Caio, ah Caio... Já tinha quase esquecido.

Lembro muito bem da cara de todos quando cheguei lá. Eu estava com uma mochila nas costas e arrastando uma mala preta (com muito esforço) casa adentro. Yasmim, (que eu já conhecia) me recebeu com muita festa, deixei com ela o cargo de contar a todos que era gay, já porque não devo nada mais para ninguém. Mas só estavam lá ela e Luana (uma ruiva que me dava um pouco de medo) elas me levaram ao meu quarto, que era no andar de cima, e até que ele não era como pensaria que fosse. Era de um tamanho médio, dois do meu velho quarto, tinha uma cama de casal e outra de solteiro, uma janela com uma persiana velha, um ventilador de teto (ok, como aguentaria aquele calor do inferno ali só com aquele ventilador?) um guarda roupa branco com um espelho enorme no meio, e uma cômoda de madeira, ah e uma porta que provavelmente era o banheiro.

— Tudo isso só para mim? – perguntei assustado. Yasmim deu uma risada gostosa e me respondeu:

— Por enquanto eu acho que sim – ela me abraçou e saiu.

Comecei a desfazer minha mala. Quando arrumei tudo cai na cama de casal e pensei “ninguém me tira daqui agora”, mas, meia hora depois Luana me grita para eu descer. Quando chego, eles estão todos sentados no sofá da sala assistindo TV. E quando falo todos, é porque o resto tinha chegado. Yasmim levanta e me apresenta a três outras pessoas. Felipe, Gabriel e Bárbara. Ai começou o interrogatório.

— Quantos anos você tem? – perguntou Bárbara. Já disse que ela é linda? Parece um anjo.

— Vinte e um. – sim, o tempo passa rápido de mais.

— Então você é o mais novo daqui! – disse Felipe, um rapaz branco de olhos pretos, seu corpo era muito bem trabalhado, um cabelo bem cortado, enfim, era bonito.

— E você veio da onde?

Respondi a todos, e foi muito boa aquela noite, a gente fez muito bagunça. Yasmim me disse que já havia contado para eles sobre minha orientação sexual, e ninguém se incomodou (graças a Deus, porque o preconceito que sofri na cidade em que todos me viram crescer foi horrível) pelo menos aqui posso ter um pouco de paz.

Isso era o que eu pensava. Porque depois de um ano de alegria com meus amigos, chegou um novo integrante no recinto. Eduardo, ou Dudu, mas só o apelido era bonitinho, quer dizer o rosto também,e o corpo... Mas o jeito dele não me agradava nem um pouco. Ele era 3x meu tamanho, cabelo preto e liso, branco, um olhar intenso de cor azul, uma boca linda e carnuda que... Ok, barba por fazer e tudo. Claro que quando ele chegou, eu fiquei tipo: meu Deus, que homem é esse? Para completar ele seria meu ‘coleguinha’ de quarto.

— Dudu, o Daniel vai te mostrar onde você vai dormir – eu olhei para Yasmim sério e depois subi as escadas e ele veio logo atrás.

— Aqui estamos! – eu disse. Ele passou pela porta e jogou a mochila no chão.

— Quem mais dorme aqui? – perguntou ele ainda sem olhar no meu rosto.

— Eu mesmo. – disse sem cerimônia. Ele virou e me olhou sério.

— Onde dorme? – apenas olhei em direção a MINHA cama de casal.

O que deu, foi: Eu tive de migrar para cama de solteiro, porque o bonitinho simplesmente não cabia na de solteiro, sério, eu fiquei pasmo. Ele deveria ter uns 1,95m! Mas, como se não bastasse, o miserável ainda teve de pegar uma parte do meu guarda-roupa, porque ele tinha roupa para dar e vender.

Ele faz engenharia na mesma universidade que eu e o resto das pessoas, eu tinha me esquecido de dizer que faço odontologia (desde pequeno que sonho em ser dentista. É minha paixão), Luana e Yasmim fazem medicina, Felipe faz Biologia, Gabriel arquitetura e Bárbara engenharia com Eduardo.

Quando eu cheguei morto da faculdade, e um calor de 37°C quase derretendo naquele jaleco, lá estava ele sem camisa assistindo alguma coisa na TV. Joguei minha mochila no chão e fui correndo para cozinha beber água, se não morreria desidratado. Bebi e respirei fundo e voltei para sala. Porque esse filho da puta é tão gostoso? Eu me perguntava toda hora. Tinha que para de ficar olhando para ele assim.

— O que foi? – perguntou ele me tirando dos meus pensamentos nada puros.

— O que foi o que? – perguntei de volta.

A gente não se falava muito, na verdade eu tentava, mas ele na maioria das vezes me tratava com frieza, até que eu desisti.

— Você parou ai e ficou me olhando! – ele disse como se eu fizesse uma coisa errada!

— Não posso mais te olhar? Você com esse corpo todo de fora, você acha que vou perder a chance? – não acreditei que disse isso. Queria me matar, foi a primeira vez que dei em cima dele SEM QUERER.

— O quê? – ele perguntou como se não tivesse ouvido, mas tenho certeza que ele escutou, por que eu disse alto e claro.

— Nada não. – subi correndo para o meu, quer dizer nosso quarto e tomei um banho gelado. Era tudo o que eu precisava agora. Ele estava mexendo comigo, e isso não podia acontecer. Quando terminei o banho vesti uma roupa bem leve, uma camisa branca larga até de mais, parecia que eu tinha emagrecido, e um short.

Desci fui à cozinha e peguei um copo de suco de laranja bem gelado, e sentei no outro lado do sofá. Ele ainda estava sem camisa e todo largado no sofá. Agora é ele que estava me olhando e rindo. Me irritei e perguntei sério:

— Qual é a graça?

— Você está usando minha camisa. – olhei a camisa e tinha um CK do lado, eu realmente não tinha nem uma blusa da Calvin Klein. Segundo erro no mesmo dia, isso é de mais.

— Desculpa, vou tirar. – deixei o suco no centro e me levantei.

— Não precisa, relaxa ai, até que ficou bem em você. – Ah! Ficou super linda (ironia), bem que eu vi que tinha alguma coisa errada com ela.

— Não, obrigado. E não ficou porra nenhuma bonita, parece que estou usando um vestido! - tirei na frente dele mesmo, parei de ter vergonha do meu corpo (que parecia ser quebrável perto do dele) e joguei a camisa nele. — E Que tal você usar mais camisas? Elas são muito bonitas para ficarem guardadas!

— Está muito calor. – ele pegou a camisa e jogou no ombro.

— Nem por isso eu fico sem camisa! – não acredito que estava brigando por causa de uma camisa.

— Mas eu quero ficar assim, e acabou. – ele ainda por cima pegou meu suco e bebeu todo em um gole. Que folgado!

— Você bebeu meu suco?! – disse sério.

— Bebi, algum problema? – ele arqueou a sombra celha em desafio e seus olhos azuis se destacaram. Ele estava conseguindo me irritar, respirei fundo e pedi a Deus paciência, porque eu não queria morrer espancando. Então pensei duas vezes antes de querer bater nele.

— Então você não vai se importar se de eu beber sua cerveja vai? – corri para a cozinha e abri a geladeira e peguei a ÚNICA cerveja que tinha lá. Quando eu virei, ele já estava na porta eu comecei a rir.

— Você não se atreveria! – disse ele rindo também, mas com um tom irônico.

Abri a latinha e joguei o liquido na boca.

Ele veio em minha direção e tentou pegar a lata da minha mão. Nessa brincadeira, foi a primeira vez que senti seu corpo perto do meu e um frio na barriga nada legal.

— Me dá aqui essa droga! – ele pedia, tentei afastá-lo com minha mão no seu peito, e levantei a latinha. Ele segurou meu braço, e não teve outra, eu tive de baixar. Ele apertou com uma força que pensei que ia quebrar meu braço no meio, eu gritei, só ai ele soltou. Peguei a lata com a outra mão e joguei a cerveja toda na cara dele e depois a lata no seu peito. Seus olhos estavam fechados, e quando ele os abriu pensei que ia morrer. Ele me olhava com ódio, raiva.

— Desculpa, desculpa! – eu disse assustado. Ele me empurrou contra a geladeira e segurou meu pescoço me tirando do chão e disse:

— Está me devendo uma cerveja! – depois me soltou e eu cai no chão.

Apesar de isso ter me assustado, foi até bom saber que ele não me bateria tão fácil.

Eduardo estava tendo um efeito em mim que não poderia nem sonhar em existir. Tenho medo de acabar me apaixonando, o que resultará em um amor não correspondido e sofrimento. Por tanto, vou tentar evitá-lo ao máximo possível, assim como ele faz comigo. Mas não tinha como eu ignorá-lo, era pedir de mais!

E para melhorar as coisas ele chega ao quarto e joga a camisa em cima da cama e tira o short, isso mesmo, ficou de cueca na minha frente, e foi para o banheiro. Quando terminou, saiu de toalha e se trocou no quarto mesmo e estava saindo quando eu disse:

— Eduardo! – ele se virou. Cheguei mais perto dele. — Você quase quebrou meu braço! – disse mostrando a mancha vermelha que ficou.

— Pensei que você era mais forte, e que não ficasse choramingando por causa de um apertozinho no braço que te dei e ainda joga cerveja na minha cara!

— Apertozinho? Você ficou maluco? Meu sangue nem estava circulando por causa do seu apertozinho!

— Você que é um fracote! – disse zombando. Deus, por favor!

— Sou o que?

— Fracote – disse lentamente. Dei um murro na cara dele. Só depois que eu medi as conseqüências. Afastei-me.

— Você bate e foge é? – perguntou ele se aproximando. E eu me afastava cada vez mais. — Você é um medroso mesmo. – ele riu.

— Não me bate Eduardo! Por favor! – quase implorei.

— Eu não vou te bater, eu tenho pena de você. – então ele saiu.

Se o que ele queria era me humilhar ele conseguiu, e eu não podia fazer nada para mudar isso. Agora estava decidido não falar mais com ele.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Sowhat a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

jesuiiiiiiiiiiiiiiiiis continua logoooooooooo, adoreiiiiii

0 0
Este comentário não está disponível