- Você estava com aquele tal de Lukas né? – Perguntou-me Caio olhando fundo nos meus olhos.
- Não, eu só estava cansado e resolvi deitar um pouco nada mais. – Respondi com o coração doendo por mentir.
E quase que instantaneamente para me desmentir, Lukas sai do meu quarto.
- Porque você demorou em?
- Então é isso, deu pra mentir agora Ricardo? – Caio perguntou-me com aflição nos olhos.
- Caio, deixa disso, nós estávamos conversando – Tentei sem sucesso fazê-lo acreditar.
Ele nada disse apenas se virou e sumiu no meio das poucas pessoas que ainda tinham, até pensei em ir atrás dele quando ouvi:
- Prefere ir atrás dele ou ficar aqui comigo? – Lukas perguntou com aqueles olhar safado.
Bom, perdido de amor do jeito que eu estava, decidi voltar para o quarto. Deitamos e mais uma vez fizemos amor. Eu lembro bem que ainda estava dolorido, mas que a segunda vez não foi tão ruim quanto à primeira.
Dormimos um pouco e eu percebi o quanto era bom dormir abraçado sentindo aquele calor de outro corpo junto ao meu. Parei para pensar um pouco, desculpem mais uma vez o palavrão que irei falar, mas a vida é muito filha da mãe, eu sempre fui sozinho, sempre, me acostumei a viver assim, desde que perdi minha mãe, o mundo tinha outro sentido para mim, amor existia apenas entre mim e Júlio que em momento algum saiu do meu lado. Mas quando finalmente me apaixono, acontece o que vocês já sabem e pior, era com dois homens. Isso mesmo, eu sabia que Caio sentia alguma coisa por mim e logo agora que eu finalmente estava com quem queria. Em meio aos meus pensamentos percebo que Lukas havia acordado e me observava.
- O que se passa nessa cabeça em? – Ele me perguntou me puxando pela nuca para um beijo.
Nossa, queria aquilo todo dia, poder acordar e ser beijado.
- Nada de mais, apenas refletindo – Eu respondi quando pude respirar rs.
- Sabe, o que aconteceu ontem foi bem legal – Ele disse-me ficando corado.
- Eu sei que foi – Eu respondi
- Eu quero isso todo dia, quero poder te beijar, estar junto de ti eu sei que é cedo então, vamos ver onde isso vai dar.
Eu não pude conter a alegria e o beijei, fizemos amor mais uma vez e saímos para o café da manhã.
O resultado de tanta bebida no dia anterior não podia ser outro, muita gente dormindo no chão, alguns amontoados em cima de um colchão na sala e muitas pessoas em cima do sofá. Buscamos Júlio e o encontramos na cozinha.
- Bom dia rapazes! – Júlio nos disse
.
- Bom dia. – Dissemos juntos.
- Onde vocês estavam?
- A festa estava uma loucura e o Rick estava cansado, fomos ao quarto dele e ficamos conversando por horas. – Lukas disse sorrindo para Júlio.
- Podiam ter me chamado, estava querendo fugir um pouco e não tinha nenhuma desculpa para dar. – Júlio disse meio que com vergonha de admitir aquilo.
- Desculpe, não sabíamos.
Comemos qualquer coisa e a manhã passou rapidamente e as pessoas começaram a ir embora. Lukas me disse que já ia também.
- Sério mesmo? Fica aqui comigo vai. – Eu pedi fazendo aquela cara de menino pidão rs.
- Eu preciso mesmo meu peixinho, tenho que trabalhar amanhã, sou corretor de imóveis agora. – Ele me disse dando um grande sorriso.
- Poxa. – Eu disse triste. (adorei a parte do ‘’meu’’)
Ele disse que me ligaria, me puxou para um canto escuro e me deu um beijo sufocante.
Ele foi embora e eu nunca me senti tão realizado, estava realmente feliz, esse tinha sido sem duvida o melhor aniversário que já tivera até então.
Júlio me abraçou por trás e sussurrou no meu ouvido:
- Meu priminho já virou hominho, estou com tanto orgulho. – Ele disse começando a chorar.
- Não chora primão, eu te amo e apesar de ser maior de idade, eu não quero me afastar de você, quero que continue morando comigo, tudo bem? – Eu disse o abraçando.
- Tudo bem, eu te amo, nunca se esqueça disso, eu posso estar longe como for, mas eu te amo. – Ele disse quase prevendo algo ruim.
Passamos a tarde juntos e a noite liguei para Lukas
- Alô? – Ele respondeu indiferente.
- Oi Lukas. – Respondi.
- Qual é guri? Está bem?
- Claro e como você está?
- Estou um pouco ocupado agora, posso te ligar mais tarde?
- Claro – Respondi com tristeza.
Ele desligou e pensei se foi só isso mesmo, fizemos amor e pronto, acabou. Senti-me completamente usado. Estava completamente desorientado. Chamei Júlio e disse que iria dar uma saída. Ele quis acompanhar-me, mas insisti para que não o fizesse. Rumei em direção ao parque de diversões, queria me distrair um pouco. Chegando lá, lembro-me que comprei ingressos para a roda gigante. Enquanto aguardava na fila, vi Caio de longe. Eu não sabia o que sentia por Caio, ele sempre me protegeu e quando pela primeira vez me beijou, senti algo estranho no meu peito. Ele não me viu e eu segui na roda gigante com um rapaz e uma moça. Eles constantemente trocavam caricias e beijos. Senti inveja deles, porque eu não poderia ser como qualquer outro garoto da minha idade? Porque eu não podia me relacionar apenas com garotas e nunca ter tido esse contato com outro homem? Às vezes eu parava pra pensar e chegava à conclusão de que estava fadado a isso mesmo, sofrer sozinho. Enquanto estava absorvido em pensamentos, mal percebi que tinham esgotado meu tempo na roda gigante. Sai e me dirigi a outro brinquedo. Fiquei nisso por um bom tempo. Quando finalmente cansei, dirigi-me ao ponto de taxi, mas antes mesmo de chamar o taxi, escuto Caio.
- Rick, que surpresa você por aqui. – Ele disse dando-me um abraço.
- É, vim passear um pouco – Respondi completamente sem animo.
- Vai para casa de taxi?
- Sim.
- Quer uma carona? Eu te deixo em casa.
- Claro.
Entrei no carro com o resto dos seus amigos. Estavam em cinco, contando Caio e eu.
Estava uma algazarra só. Eles riam e falavam alto. Caio deixou um por um em casa e percebi que ele pulou o local em que eu iria descer.
Fiz uma cara tipo: ‘’Ali é minha casa’’. E ele fez tipo ‘’Não estou nem ai, você vai comigo’’. Seguimos e um a um seus amigos chegavam ao seu destino. Ficamos a sós no carro.
- Vamos tomar um sorvete? – Ele perguntou-me
- Tenho escolha?
- NÃO – Ele disse e começou a rir
Conversamos sobre várias coisas e ele colocou sorvete no meu nariz. Caímos na risada e por um instante que seja, esqueci-me de Lukas completamente. Ele me levou em casa e ficamos na sala assistindo filme junto com Júlio. Foi algo surpreendente, nunca ficávamos assistindo filme até tarde como aquele dia. Como estava tarde, e Caio estava meio alto por conta das cervejas que tomava com Júlio, ficou combinado de ele dormir lá. Claro, no quarto de hospedes. Fui para meu quarto e fiquei deitado olhando para o teto. Olhei meu celular, cinco ligações perdidas. Era Lukas, fiquei feliz na hora. Vi também que tinham duas mensagens. Decidi não ler, não naquele momento. Quando Caio entrou no meu quarto e disse:
- Tem tempo pra conversar um pouco?
...
Bom gente, mais uma parte postada, peço desculpas a todos, mas como expliquei no conto anterior, meu computador apresentou um problema e foi mandado para a assistencia. Ainda não tive retorno do mesmo e estou escrevendo no do Caio. Quero mandar um abraço especial para Krikasx, frannnh e outros, obrigado por comentarem.
Quero mandar um alô para rafinha_safado e matheus909, um super abraço sou muito fã de vocês! Apesar do rafinha estar meio sumido. Matheus, seu conto é muito bom.
Um abraço e até a proxima!