Gente vocês nem imaginam o que tive de fazer para postar mais um capitulo agora rsrs
Mas me senti na obrigação de o fazer porque andei mesmo muito tempo desaparecido.
E aqui vais mais um capitulo da nossa história..
Mais uma vez obrigado pelos comentários e muito obrigado pelas notas positivas.
Espero que continuem a gostar :Chegamos a casa e só o meu pai é que ainda não tinha chegado. Fui para o sofá da sala e fiquei descansando um pouco, afinal tinha tido uma tarde bem agitada rsrs
Afonso e Sílvia estavam na cozinha a ajudar a minha mãe.
De repente tocam à campainha.
Mãe: Pedro pode atender? Estamos aqui todos à volta dos pratos e ainda vai demorar.
Eu: Está bem mãe, não há problema.
Fui para a porta e nem me lembrei de perguntar quem era. Abri e ouço uma voz que já não ouvia há muito tempo.
Tiago: Olá Pedro.
Eu: Tiago?!?
Tiago: Desculpa aparecer assim sem avisar. – parecia nervoso.
Eu: Não quero ouvir nada! Pode sair! – disse quase gritando.
Tiago: Você tem todo o direito de me querer bem longe, mas eu preciso de você. Por favor me ajuda. – ele dizia chorando.
Sílvia: É preciso ter muita lata. O que é que esse vagabundo está fazendo aqui? – ela deve ter me ouvido quase gritar e veio ver o que se passava.
Tiago: Eu preciso da sua ajuda. A minha mãe está a morrer e eu não tenho como pagar o tratamento. – ele chorava sem parar.
Nesse momento fiquei sem reação. Tiago fez-me muito mal, mas eu era um coração mole e não conseguia ignorar esta situação.
Tiago: Eu sei que você me odeia, e eu mereço isso, mas só vim aqui porque estou mesmo desesperado! – quase não percebia o que ele dizia, agora estava a ficar com pena dele.
Sílvia: Você merecia levar uma porrada e desaparecer da nossa vida!
Tiago: Eu não devia ter vindo cá. Me desculpem por tudo, por tudo mesmo. Eu vou embora. – continuava chorando.
Eu: Espera…
Sílvia: Você é muito burro mesmo e não nos conhece minimamente. Podemos odiar você mas a sua mãe não tem culpa do filho que tem. Você vai entrar e vai explicar tudo o que se está a passar. Mas não pense que está perdoado. Só vamos fazer isso pela sua mãe. Ficou claro?!
Tiago: Eu nem sei o que dizer, me sinto um merda por ter feito o que fiz e agora vocês ainda me vão ajudar. Eu nem sei o que dizer.
Sílvia: Você é um merda mesmo e é assim que tem de se sentir.
Mãe: Tiago?
Afonso: TIAGO?!?
.
Vocês devem estar perguntando quem é este Tiago de quem ninguém gosta rsrsrs
Pois bem, Tiago era o meu namorado na altura em que eu fiquei cego. Nós tínhamos um relacionamento muito bom mas a partir do momento em que eu fiquei cego ele simplesmente me ignorou e não quis saber de mim. Disse apenas que não sabia lidar com a situação, que me amava mas que isto tudo era demais para ele. Na altura Sílvia saltou literalmente em cima dele e vim a saber depois que lhe deixou o pescoço com hematomas devido à força com que o apertou.
Afonso não conhecia pessoalmente, só sabia quem ele era porque muitas vezes eu ainda era convidado para as festas da faculdade e ele também ia porque estava a estudar para advogado, mas nessa festas nunca me tinha dirigido palavra. Antes de eu ficar cego também eramos colegas de turma.
.
Mãe: O que é que você está fazendo aqui?
Tiago: Me desculpem mas eu estou desesperado! Eu sei que vocês me odeiam mas eu não sei mais o que fazer.
Sílvia: Vamos para a sala e lá falamos melhor. E vá se preparando porque quando o meu pai chegar você vai querer fugir.
Mãe: Mas então o que se passa?
Já estávamos todos sentados e Afonso não me largava por um segundo.
Tiago: Há umas semanas atrás a minha mãe teve umas tonturas e eu levei-a ao hospital. Lá ela fez exames e descobriram um tumor no útero. Já está muito avançado e ela precisa de ser operada e de fazer tratamento mas eu não tenho como pagar – ele recomeçou a chorar.
Por muito que ele me tivesse feito sofrer eu começava a ter pena dele. Ele já tinha perdido o pai num acidente de automóvel e agora a mãe estava muito doente. Ele era de uma família humilde mas era muito aplicado, estava na mesma faculdade que eu porque era um aluno exemplar e tinha conseguido uma bolsa de estudo.
Mãe: Oh meu filho, sabe que no que podermos nós vamos ajudar.
Sílvia: Mas não é por si, é pela sua mãe. Que fique bem claro!
Tiago: Eu sei que não mereço, eu sei que não mereço. – ele continuava a chorar.
Mãe: Quando o meu marido chegar eu vou pedir para ele ligar para o irmão e ver o que pode fazer.
Sílvia: E vou ver se há alguma verba especial lá no hospital destinada a ajudar este tipo de situações.
Tiago: Eu nem sei o que dizer.
Sílvia: Não diga nada. Quanto menos ouvir a sua voz melhor!
Tiago: Me desculpem.
Enquanto Sílvia ligava para o hospital para tentar tratar de alguma coisa ouvi o carro do meu pai a chegar. Ele não ia gostar nada de ver o Tiago cá em casa.
Pai: Boa noite família. – diz o meu pai bem disposto.
Pai: Tiago?! o que é que ele tá fazendo aqui em casa?
Tiago: Eu peç…
Pai: Você fique calado, eu não lhe dirigi a palavra!
Eu: Ele está precisando de ajuda.
Pai: Isso é uma piada? – perguntou irónico – Você lembra o que ele fez quando você precisou de ajuda?
Eu: Eu sei pai, mas a mãe dele está mal e precisa da nossa ajuda. Precisamos de falar com o tio Maurício também.
Pai: Ouça bem seu canalha se eu o ajudar é porque o meu filho está a pedir. Espero que nunca tenha um filho que precise de ajude e que seja abandonado pela pessoa em quem ele mais confia ouviu bem?! – meu pai falava alto mas pausadamente, Tiago devia estar tremendo.
Pai: Se você fizer alguma coisa do género no futuro pode acreditar que eu entro com você na justiça e o ponho atrás das grades sem nada cá fora! OUVIU BEM???
Nisto a Sílvia e meu pai eram bem parecidos, não admitiam injustiças, quase que perdiam a cabeça. Eu e minha mãe também não admitíamos injustiças mas tínhamos um coração mais mole e tentávamos ver o lado das pessoas.
Tiago: Sss… Ssss.. SSsim – disse tremendo.
Eu: Pai já chega. Ele já percebeu. Ligue para o tio Maurício por favor.
Clarice: D. Antónia o jantar está pronto, quer que sirva?
Mãe: Ponha mais um prato na mesa e pode servir.
Tiago: Não quero incomodar mais, eu vou embora.
Sílvia: Mãe por favor, eu não sento na mesma mesa que ele.
Mãe: Vocês vão se sentar imediatamente naquela mesa e se continuarem a reclamar sento-vos um ao lado do outro. Não quero ouvir mais reclamações!
Sílvia: Pai, por favor, faça a mãe mudar de ideias!
Pai: Você ouviu a sua mãe. Vão se sentar.
Muitas vezes os meus pais tinham opiniões diferentes mas quase nunca um desautorizava o outro. Se a minha mãe tinha dito que o Tiago ia jantar cá em casa o meu pai não ia dizer o contrário.
Mãe: Todos para a mesa.
Afonso pegou na minha mão e me levou para a mesa. Ele estava muito calado, calado até demais para o meu gosto.
Eu: Amor está tudo bem?
Afonso: Sim, claro. Não se preocupe.
Não me convenceu. Mas continuamos a jantar.
O meu pai já tinha falado com o meu tio e ele ia passar cá em casa depois do jantar para falar com Tiago e encaminhar a mãe dele para o hospital em que ele e Sílvia trabalham. Não ia ter grandes custos, mas mesmo os custos que tivesse o meu pai assegurou que pagaria tudo. Mais uma vez Tiago chorou muito e não parava de agradecer. Nesta altura até meu pai e Sílvia começavam a ter pena dele, ele estava mesmo desesperado.
O meu tio foi embora e ofereceu-se para levar Tiago a casa. Eu e Afonso também nos preparávamos para ir embora.
Eu: Eu sei que ele é um canalha e que não merece ser ajudado mas eu tenho pena dele. Eu não saberia como viver sem a minha mãe. – digo isto abraçando a minha mãe.
Eu: Eu a amo muito muito muito! – digo enchendo-a de beijos.
Mãe: Oh filhinho da mamãe eu também te amo muito!
Eu: Pai venha cá. Eu também amo muito o senhor e não saberia viver sem voce!
O meu pai abraçou-nos e ficamos assim uns segundos até que Sílvia saltou em cima de nós rsrsrs às vezes parecia mesmo uma miúda rsrsrs
Sílvia: E eu amo muito vocês! Rsrsrs que família mais melosa rsrsrs
Mãe: Quando você tiver filhos vai ver como é bom ser uma família melosa rsrs vai ver como é bom ouvir um filho dizer que a ama.
Sílvia: E você vai querer ouvir os seus netinhos dizer que amam a vóvó rsrsrs
Pai: Afonso junte-se a nós, você também faz parte da família.
Eu: Família maravilhosa!
Sílvia: Eu sei que vocês gostam muito de mim mas eu amanha começo a trabalhar às 7h e ainda quero descansar rsrs
Eu: E nós também vamos embora porque o Afonso amanhã também tem de trabalhar e eu venho cá pra casa, sim mãe?
Mãe: E precisa perguntar? No dia em que eu disser que você não pode vir é melhor me internar rsrsrs
Rimos todos. Despedimo-nos de meus pais e de Sílvia e fomos para o nosso apartamento. No caminho para o apartamento Afonso continuava calado, eu sabia que não estava tudo bem.
Eu: Meu amor o que você está pensando?
Afonso: Só num projeto que temos de tratar amanha no escritório.
Eu: Pois sim, me engana que eu gosto rsrs meu amor se abra comigo, o que se passa?
Afonso: Umas coisas sem importância, já passou.
Eu: Eu não vou insistir mais, quando você quiser você fala. – disse dando um beijo no braço.
Chegamos a casa e tomamos um banho rápido, ainda tinha areia da praia no cabelo rsrs
Fomos para a cama e deitei-me no peito nu dele.
Eu: Nem consigo imaginar como é que o Tiago se sente ao ver a mão dele tão doente. Eu desesperava.
Afonso: Pois…
Eu: Hoje tive mesmo pena dele. Nunca pensei que fosse ter pena dele depois de tudo o que se passou, mas ele tava mesmo aflito.
Afonso: Pois…
Eu: Eu aqui a fala pra você e você só sabe dizer ‘pois’?
Afonso: E se você me achar feio?
Agora fui completamente apanhado de surpresa. E se eu o achar feio? Mas porque esta pergunta agora?CONTINUA…