Galera, estou muito feliz que vocês estejam gostando da história, é importante saber que estou indo bem, continuem lendo, comentando - fiquei impressionado com o fato do número de comentários ter dobrado, haha vlw - espero surpreender, impressionar e melhorar cada vez mais. xoxo
Ao chegar à escola, passei pelo portão e notei alguns olhares tortos, não me preocupei, pois o número de pessoas mesquinhas e convencidas que tinham naquela escola era tremendo, no caminho até a minha sala percebi que os olhares eram mais diretos, as risadas eram audíveis e os cochichos eram inevitáveis, sabe aquela sensação, quando você sabe que estão falando de você, mas no fundo você está torcendo pra que seja apenas impressão, era isso que estava sentindo, depois de muito andar cheguei à sala, a professora não estava lá ainda.
Ao chegar à porta, a primeira coisa que notei era que o Félix ainda não tinha chegado e outra coisa era que a Alana não estava no seu lugar de costume, estava ao lado do Danilo, no momento em que eu entrei, todos perceberam minha presença.
Todos os olhares se voltaram pra mim e então todos os alunos, meu “colegas” ou pelo menos eu achava que eram, inclusive minha melhor amiga começaram a cantar parabéns pra mim, eu não estava entendendo exatamente nada, não era meu aniversário, eles não paravam, eu não sabia o que fazer, fiquei super sem graça, até que o Félix entrou junto com professora, que interrompeu tudo.
-Gente, o que está acontecendo aqui? Porque essa baderna? – disse a professora colocando seus materiais em cima da mesa.
-É que hoje é aniversário do Eric! – disse o Danilo com um sorriso debochado olhando pra mim.
-É verdade Eric? Parabéns! Que dia é hoje mesmo?
-Dia 24! – disse Alana gritando bem alto, para todos ouvirem.
Todos começaram a rir, foi aí que entendi a piada, 24 = veado, brincadeiras de ensino fundamental, que gente mais infantil, eu até iria brigar, mas até a professora riu da piada, mas disfarçadamente, então fiquei um pouco envergonhado, apenas dei um olhar feio para Alana e me sentei, o Félix logo se sentou perto de mim.
Durante a aula foi um inferno, chegaram mais de três papéis na minha mesa com desenhos bobos, piadas de gay, xingamentos e isso era só o primeiro dia, eu teria que aguentar tudo até o final do ano, mas depois nunca mais veria a cara dessas pessoas novamente, era o que me tranquilizava.
Eu me segurava para não virar um soco na cara de alguém, sabe o que é você não poder se defender de algo ou alguém, estava intimidado por causa da escola, tinha medo de causar alguma briga e ser expulso, algo assim, não seria legal.
Na hora do intervalo eu e o Félix fomos comprar alguma coisa pra comer e ficamos juntos em um dos bancos que tinham espalhados pela escola, nossos colegas não falavam com a gente, nem ficavam perto, mas ficavam implicando.
-Eric, tudo bem com você?
-Não sei, isso tudo é uma droga, é incrível como sua vida pode mudar de um dia pra outro, ontem eu era popular, agora sou ignorado, daqui a pouco fazem comigo igual fizeram com a Geisi Arruda, só falta um vestido rosa – dei uma risada com a piada.
-Só você mesmo pra fazer piada estando nessa situação.
-Eu poderia ficar em casa chorando ou então me sentir mal, mas não vou, pois eu não sou um perdedor, nem vou abaixar a cabeça pra ninguém, ninguém aqui é melhor ou pior do que eu.
Ele não falou nada, apenas ficou me olhando, eu estava olhando pra cima, mas mesmo assim ele não tirava os olhos de mim, até que me virei pra ele.
-O que foi?
-Nada, é que você é muito lindo e eu estou cada dia gostando mais de você!
-Eu também gosto de você – disse desviando o olhar dele.
-Você parece tão frio falando isso – ele ficou sério.
-Frio? Eu não sou frio… - pensei um pouco em tudo, eu não era frio, mas eu não era muito bom pra sentimentos, pouco do amor que tinha dentro de mim se foi e se perdeu nas viagens dos meus pais, acho que eu tinha dificuldade de amar as pessoas, talvez seja medo delas irem embora – desculpa, é que eu não estou acostumado, eu vou te mostrar que posso ser muito carinhoso e amoroso com você.
Ele deu um sorriso com a intenção de dizer “tudo bem”.
O sinal bateu e subimos pra sala, a professora já estava na sala, entrei apressado e me sentei na minha cadeira, então senti alguma coisa molhada, gosmenta, então me levantei e minha cadeira estava cheia de ketchup, então ouvi o Danilo gritar.
-Olha gente, já está começando a menstruar.
Na mesma hora a raiva e o ódio subiu minha cabeça, fui em direção ao Danilo e dei um soco com tudo em sua cara, ele então veio pra cima de mim, caímos no chão e ficamos naquela briga, a professora ficou louca, começou a gritar para separar, mas ninguém tentou, ela teve que pedir ajuda de alunos de outra sala, até que então nos separaram e nos levaram pra diretoria.
-Kátia, esses dois alunos iniciaram uma briga dentro da sala de aula.
-Tudo bem Rozana, eu resolvo.
Ficamos então nós 3 na sala, eu, Danilo e a diretora, ela era boazinha, mas quando acontecia essas confusões ela ficava enfurecida.
-Então, eu poderia saber o que aconteceu?
-Eu voltei do recreio e quando sentei na minha cadeira, tinha ketchup e quem colocou foi o Danilo.
-Isso é verdade Danilo?
-Até é verdade, mas ele que começou a brigar, ele me deu um soco.
-Então você também criou encrenca – ela disse olhando com a cara mais feia do mundo.
-Diretora ele que começou provocando com o ketchup! – já estava ficando bravo com a situação – agora só falta eu levar a culpa, que injustiça.
-Eric, você perdeu a razão quando deu o soco no seu colega.
-Então o que vai acontecer com ele? – eu esperava que alguma providência fosse tomada em relação a isso.
-Bom, os dois levaram uma ocorrência, suspensão de dois dias e só poderão ir embora hoje com a presença dos pais.
-Mas diretora… - lembrei que meus pais estavam viajando – meus pais não estão por aqui.
-Tem algum responsável que eu possa ligar?
Eu poderia falar da Fátima, mas ela falaria com meus pais e eu não queria isso, então dei o telefone da melhor pessoa pra me livrar dessa.
-Meu irmão.
Então ligaram para nossos responsáveis, fiquei ali esperando, tendo que olhar pra cara daquele idiota, mas não tinha outro jeito, num instante o Caio estava na diretoria, ele entrou pela porta, nem cumprimentou a diretora, veio direto me checar.
-Eric, tudo bem com você? Está machucado?
-Estou bem, só vamos embora.
-O que aconteceu aqui? – ele estava muito bravo, indignado.
-É esse seu irmão “viadinho”, me bateu!
Quando meu irmão ouviu o Danilo dizendo aquilo, ele virou outro soco nele, fazendo-o cair no chão.
-Meu Deus, Senhor Caio, afaste-se por favor, o Senhor não pode acertar um aluno… - ela apontou para uma cadeira – sente-se, vou precisar de outro responsável para busca-los e por favor, não me dê o telefone de ninguém violento.
Ela ajudou o Danilo a se levantar e o tirou da sala, ficamos apenas nós dois.
-Eric, eu te avisei para tomar cuidado, não quero que nada aconteça com você.
-Ele começou, são um bando de idiotas.
-Tudo vai ficar bem, não vou deixar nada acontecer com você – ele me abraçou, meus braços sendo esmagados.
Depois de um tempo chega a Fátima com uma cara de quem daria a maior bronca, voltamos pra casa e começou o falatório, mas na verdade ela brigou com o Caio por ter atingido o Danilo, comigo ela apenas aconselhou.
-Eric, não quero saber os motivos e nem os fatos para a ocorrência de toda essa confusão, apenas sei que você é um menino de ouro e sei que não faria nada de mal para ninguém, apenas fique longe das confusões, tudo bem?
-Tudo.
Fui pro meu quarto e fiquei refletindo sobre meu dia, sobre a falsa amizade da Alana, teria que ir vê-la de qualquer jeito, a tarde iria passar na casa dela.
Fui até sua casa, não liguei avisando, pois ela não atenderia, cheguei na sua casa e apertei o interfone, sua mãe atendeu e como não devia saber da briga, mandou eu entrar, fui direto para o quarto da Alana.
-Oi Alana!
-O que você está fazendo aqui?
CONTINUA…