Bem gente aqui vai mais um capitulo ;Eu: Tenho a certeza que conseguiu estagiar num ótimo escritório, você era um dos melhores alunos.
Tiago: Sim, consegui, mas não se compara ao escritório do seu pai. Além de não conseguir o melhor estágio ainda perdi você.
A sério que ele estava a dizer isto? Será que ainda sente alguma coisa por mim?
Eu: Vai encontrar alguém que o faça feliz.
Tiago: Talvez. Mas se continuar a desperdiçar oportunidades é melhor ficar sozinho.
E agora o que é que eu digo?!?!
Eu: Pois…
Tiago: Eu não sei o que eu sinto, mas de uma coisa eu tenho a certeza, eu não esqueci você.
E agora?!?!
.
Eu: Tiago é melhor ir embora.
Tiago: Já estou de saída. Até mais – e nisso me deu um beijo no rosto, fiquei sem reação.
Ouvi a porta bater e fui para o sofá.
Eu tenho certeza que amo o Afonso, ele é o meu pilar, ele é o meu porto seguro. Mas Tiago foi o meu primeiro amor, e primeiro amor nunca se esquece rsrs e de certa forma eu até compreendia o Tiago.
Para ser muito sincero eu também não saberia como iria reagir se o meu namorado ficasse cego de um momento para o outro. Eu sei que parece muito mal estar a dizer isto, podem-me julgar, mas é verdade. As pessoas só percebem realmente as coisas se passarem por elas. O ser humano é muito imprevisível quando está a viver sob pressão.
Mas também quero que percebem que nada disto justifica o que ele fez. Naquela altura eu senti demais a sua falta. Eu estava mesmo muito mal, eu quis morrer, quis acabar com a minha vida, desaparecer deste mundo.
Mas também confesso que quando ele apareceu à minha porta a pedir ajuda e depois de ouvir contar o que se passava e começar a chorar eu tive vontade de abraça-lo. Como já disse antes eu sou um coração mole, assim como a minha mãe rsrs
E por mais que ele tivesse sido um irresponsável, foi com ele que dei o primeiro beijo apaixonado. Foi com ele que fiz amor pela primeira vez. E isso não se esquece.
Mas Afonso tem sido o meu pilar, tem sido tudo o que eu preciso.
Continuei deitado no sofá e acabei por adormecerAbri os olhos e estava no alpendre na casa de praia do meu avô.
Espreguicei-me e senti o sol aquecer o meu corpo. Estava só de sunga.
Olho para um lado e vejo Afonso sentado de costas para mim a olhar para o mar. Podia ver os seus lindos caracóis e isso me deixava com um sorriso no rosto.
Aproximei-me dele e abracei-o por trás, sentido todos os seus músculos, ele também estava só de sunga.
Eu: Olá minha vida.
Afonso: Olá coisa boa. – diz me apertando contra ele, ainda de costas.
Fechei os olhos e cheirei os seus caracóis, eram perfeitos rsrs continuo de olhos fechados e beijo o seu pescoço, ele suspira e vira o rosto para mim.
Ainda de olhos fechados beijo a sua boca apaixonadamente e ele corresponde. Eu sei que estava a sonhar mas às vezes quando sei que estou a sonhar eu tento controlar um pouco os meus sonhos, por isso naquele momento estava com medo de abrir os olhos porque sabia que provavelmente ia acordar e não ia conseguir ver o rosto de Afonso, mas eu queria abrir os olhos e arriscar.
Então é agora, vou abrir os olhos! Pensei para comigo.
Abri os olhos e não estava preparado para o que tinha visto. O meu susto foi tal que saltei para trás e levei a mão à boca.
Eu: Tiago?!?!
Tiago: Eu sei que você não me esqueceu.
Mas era o Afonso que estava ali ainda há pouco, e agora apareceu Tiago. O que é que se está a passar com a minha cabeça?!?
Tiago: Desculpe, não queria que se assustasse.
Eu: Ultimamente anda a pedir desculpas demasiadas vezes. – eu continuava um pouco assustado, já não via o rosto dele desde que fiquei cego, nunca tinha sonhado com ele.
Tiago: Eu vou tentar mudar. Por você eu vou tentar mudar. – diz levantando-se.
Eu: Pare com isso, você me deixou! – disse magoado – e eu encontrei uma pessoa que me aceitou assim e pela qual me apaixonei. É a ele que eu quero!
Tiago: Desculpe. – diz olhando para o chão.
Eu: Já disse para parar de pedir desculpa! – agora estava a ficar chateado – tente ser mais adulto e pensar mais nas coisas antes de as fazer. Assim de certeza que não vai ter motivos para estar sempre a pedir desculpa!
Tiago: Você tem razão. Aliás você tem sempre razão.
Ele encostou-se à parede e sentou-se no chão. Parecia mais velho desde a ultima vez que o vi. Corpo moreno, bem trabalhado. Pelos aparados por todo o peito, bem tratado. Barba aparada, que lhe dava um ar mais exótico, tenho de confessar, ele era mesmo um dos homens mais bonitos que eu já tinha visto, e também tinha sido um ótimo namorado. Mas simplesmente não era ele que eu queria.
Agora eu percebia melhor isso tudo. È verdade que quando ele apareceu em minha casa a chorar e a pedir ajuda eu tive vontade de o abraçar. Mas agora percebo que era só por pena. No fundo ele era um bom rapaz que precisava de ajuda e que estava a sofrer e eu tive pena dele apenas. Não foi a saudade que fez com que eu o quisesse abraçar e consolar, foi mesmo por pena.
Agora não tinha qualquer duvida, aquele Deus grego de caracóis que apareceu de repente na minha vida era o meu verdadeiro amor. O mais puro amorAfonso: Minha vida? – dizia acariciando o meu rosto – você muito dorme rsrs vamos almoçar? Já está na hora.
Eu: Deita aqui comigo. Já tinha saudades suas. – digo puxando os seus braços.
Afonso: Mas assim deitados não cabemos os dois no sofá rsrs
Eu: Melhor ainda, assim ficamos mais agarradinhos rsrs
Ele então deitou-se atras de mim com os braços à minha volta. Eu estava mesmo na ponta do sofá, mesmo quase a cair rsrs mas estava tão bem assim, sentia-me completo.
Eu: Assim vou cair rsrs
Afonso: Se você cair eu caio junto rsrs
Ele mexeu-se um pouco e acabamos por cair os dois no chão da sala.
Começamos a rir que nem tolinhos.
Subi para cima dele e fiquei sério.
Comecei a acariciar o seu rosto.
Ele continuava a rir mas como me viu sério foi parando aos poucos.
Neste momento eu dava tudo para puder ver o seu rosto. Queria olhar nos olhos e transmitir tudo o que sentia.
Sabem quando aquela pessoa olha nos seus olhos e vocês sentem que ficam completamente nus? Quando lhe olham nos olhos e vocês pensam “Sou completamente apaixonado por você”. Quando lhe olham nos olhos e vocês sentem mesmo que o tempo anda em camara lenta? Quem já sentiu isto sabe do que estou a falar.
Começou a cair uma lágrima do meu rosto.
Afonso: Oh minha vida o que se passa? – sentou-se no chão da sala e puxou-me para ele, abraçou-me e acariciava os meus cabelos.
Eu: Eu queria tanto olhar-lhe nos olhos. – disse chorando baixinho.
Afonso não disse nada, de certeza que não sabia o que dizer. Pegou na minha mão e levou-a ao seu coração.
Ficamos um tempo em silêncio.
Afonso: Vou-lhe confessar uma coisa. Vire-se para mim e tente olhar nos meus olhos.
Eu virei o rosto para ele, com as minhas mãos procurei o seu rosto e procurei os seus olhos, então tentei olhar para onde pensava que deviam estar os seus olhos.
Ele voltou a pegar na minha mãe e levou-a ao seu coração.
Afonso: Está a sentir ele a bater mais depressa?
Eu: Sim…
Afonso: Eu sei que quando você me olha nos olhos não está a ver na verdade.
Caiu mais uma lágrima pelo meu rosto.
Afonso: Mas quando você me olha nos olhos o meu coração acelera. – ele diz encostando a sua testa na minha – eu sinto-me nu – diz dando-me um beijo nos lábios – eu sinto que o tempo para e tudo anda em camara lenta… eu sinto que sou seu e que você é meu.
Eu comecei a chorar de novo.
Afonso: É esse olhar que me desarma… É esse olhar que me tira o ar…
Nem o deixei continuar e abracei-o com toda a força. Ele era uma dádiva dos céus. Nunca conseguiria agradecer a Deus o suficiente por ter colocado este homem na minha vida.
Eu: Eu amo mais do que tudo! – disse no meio de soluços – Você é a minha vida!
Ele então apertou-me com mais força e senti que ele estava a sorrir.
Afonso: Bem, vamos limpar estas lágrimas e vamos almoçar, senão a D. Antónia vem atrás de nós rsrs – disse com a voz emocionada.
Mãe: Desculpem mas vim chamar-vos para almoçar e não quis interromper. – disse emocionada – vocês sabem que eu vou à missa todos os domingos e acredito muito em Deus.
Nessa altura eu e Afonso já estávamos de pé de mãos dadas.
Mãe: É por isso que eu tenho a certeza de que isto é obra dele. O vosso amor é tão puro, não consigo perceber como há pessoas que não acreditam que dois homens ou duas mulheres se possam amar. – ela aproximou-se de nós e abraçou-nos – Qualquer um que vos conheça sabe que vocês se amam e se Deus é amor como é que isso pode ser errado? Mas acredito que um dia as pessoas vão começar a ver tudo com outros olhos.
Eu: Espero que esse dia não demore. – disse sorrindo.
Mãe: Bem, já chega de lágrimas por hoje – disse limpando o meu rosto – vamos experimentar um cozinhado novo que aprendi no curso de culinária, espero que gostem.
Fomos então para a sala de jantar e foi mesmo a minha mãe que nos serviu rsrs até pediu à Clarice para se sentar na mesa e almoçar connosco. Nós fazemos parte da classe alta mas nunca nos comportamos cheios de etiquetas, sempre com educação claro, mas nada exagerado. Muitas vezes a Clarice se senta à mesa para tomar uma refeição connosco, ela já fazia parte da família. Ela já tinha 53 anos e foi ela que ajudou a minha mãe a criar-me a mim e à Sílvia, era uma segunda mãe.
Almoçamos os quatro todos muito divertidos, vocês ainda conhecem pouco a Clarice mas aos poucos vão ver que ela é uma amor de pessoa e muito divertida rsrsBem acabou mais um capítulo.
O próximo capitulo vai ser um pouco diferente. Vocês vão saber como foi que conheci o Afonso, mas desta vez quem vai contar é ele, ele é que vai narrar o capitulo. Espero que gostem. Eu acho que vocês vão ficar surpreendidos :)
Um grande abraço e até amanhã ;)