Uma droga de voo. O que deveria ser chegar com dois dias inteiros de antecedência se transformou em praticamente um dia só. O voo fazia uma conexão na Cidade do México, e lá houve um atraso de quase 10 horas para o próximo voo, mas depois de muita coisa e dor de cabeça cheguei em Salvador já por volta das 20hs e peguei um táxi e fui direto para o Village. Desci do táxi com muita bagagem. Como disse eu não sabia quanto tempo ia passar no Brasil. Não precisei chamar o porteiro. Ele mesmo vendo como estava abarrotado de coisas espontaneamente me ajudou a colocar as coisas para dentro com ajuda do carrinho de compras.
Fiz a volta intentando entrar pela porta do fundo. Chegar de surpresa pela porta da frente não tem graça.
Coloquei a chave na fechadura mas ela estava aberta.
Adentrei a área de serviço quando da porta que separava a cozinha da área de serviço me surge uma figura muito conhecida que eu não esperava mesmo encontrar ali.
Minha mãe.
Mãe: -Mas minino!
E veio correndo na minha direção e me abraçou forte, me beijando o rosto varias vezes.
Eu: -Mãe? O que você esta fazendo aqui?
Mãe: -Viemos atrás de você. A gente liga no seu celular e só da desligado, liguei pro (com voz de desdém) Tiago e ele me veio com essa história mal contada que você tinha indo para os estados unidos mas que voltava logo e deixou ele na casa. Isso tava muito mal contado porque você não tinha dito nada pra gente e eu e seu pai decidimos vim ver isso.
Eu: -Mas mãe não era nem pra vocês saberem que eu tinha viajado, como ele falou era um pé lá outro ca, já to de volta, olha ai a quantidade de malas.
Mãe: -É mas você tinha que avisar. Você prometeu que ia ver a gente antes de voltar para lá. Deixou a gente preocupados.
Eu: -Eu sei, desculpa, você ta certa, eu deveria ter realmente avisado.
Mãe: -Você veio embora de vez?
Eu: -Não, pedi uma licença. To com 12 meses de licença, não sei se ficarei os 12 meses aqui, mas foi melhor assim, eu precisava dar um tempo.
Mãe com ar preocupado: -E seu emprego? Como vai ficar as coisas?
Eu com ar duro: -Eu nunca deixei faltar nada para vocês e isso não muda agora. Eu tenho dinheiro de sobra pra ficar até mais de um ano sem trabalhar, mas a minha licença é remunerada, não precisa se preocupar, nada muda.
Mãe: -Não estou preocupada com isso, aliais nunca pedi para você sustentar a gente, você que decidiu isso por conta própria. Estou preocupado com você, com a sua felicidade, porque sei que você faz o que gosta!
Eu: -Desculpa de novo mãe, sei lá tô meio emotivo, tô me entendendo muito bem com o Tiago, eu estou aqui de licença por causa dele na verdade. Sei lá, eu preciso conversar com ele.
Mãe: -Meu filho, outra vez essa história?
Eu: -Do que a senhora esta falando?
Mãe: -Primeiro Bruno, agora Tiago...
Eu: -Acho melhor eu não começar essa história com você. A senhora não vai gostar do rumo dela. E isso não importa de verdade agora. Eu preciso é conversar com ele. Aonde ele esta?
Mãe com ar meio nervoso: -Ele não esta aqui.
Eu: -Aonde ele tá?
Mãe: -Olha, você precisa entender que a gente pensou que ele tinha feito alguma maldade como você, e quando a gente chegou aqui ele ficou estranho então a gente não teve opção...
Eu interrompi ela: -Mãe, cadê o Tiago?
Mãe: -Não se irrita com a gente, mas é assim, pelas coisas que todo mundo sabe as coisas que ele fez antes...
Eu agora já alterado: -Mãe, AONDE ESTA O TIAGO?
Mãe: -Na delegacia de Itapuã.
Eu assustado: -NA DELEGACIA?!?
Mãe falando rápido e de maneira meio confusa de entender: - A gente ligava no seu celular e só estava desligado, e chegando aqui que estava era ele que estava sozinho dizendo que você voltou para os Estado Unidos, mas você disse que ia falar com a gente antes de voltar, na sua casa a gente ligava e você nunca atendia, seu pai começou a achar que ele tinha feito alguma maldade com você, eu concordei, daí ele chamou um amigo dele que é delegado e eles levaram o Tiago.
Eu quase sem acreditar no que estava ouvido: -Quando tudo isso aconteceu?
Mãe: -De antes de ontem para hoje. Mas só foi para delegacia ontem.
Eu: -Ele esta a 2 dias preso sem nenhum motivo, prova nem nada?
Mãe: -Veja nosso lado Matheus, a gente se preocupou...
Eu virei as costas de da cozinha mesmo foi saindo pela porta por minha mãe me chamando e vindo atrás de mim.
Mãe: -O que você vai fazer?
Eu: -Vou para delegacia de Itapuã.
Eu fiquei revoltado. Ok, eu errei em não comunicar o que estava fazendo. Mas só no Brasil mesmo para uma pessoa ser “presa” de maneira tão arbitrária e desonesta. Só porque meu pai conhecia o delegado. Peguei o primeiro táxi que vi pela frente e pedi que fosse a delegacia.
Cheguei lá e estava naquela burocracia tentando falar com o delegado de plantão devido ao horário quando meu pai chegou.
Me puxou e me abraçou com força, eu estava tão irritado que nem retribui o abraço. Reclamou da maneira que eu sumi e falou meio mundo de reclamações até que eu finalmente tive chance de falar.
Eu: -Desabafou? Agora tire o Tiago daqui agora!
Pai: -Eu vou ligar para meu amigo e ver o que ele pode....
Eu: -Ver não! Você não foi rápido na hora de prender? Agora seja mais ainda para soltar. Ou vou ter que trazer um exercito de advogados para acordar metade dos juízes da cidade até achar um que solte ele para em seguida processar o delegado, você e mais todo mundo que viu essa irregularidade acontecer?
Meu pai com olhar assustado para mim: -O que é isso? Só fizemos porque nos preocupamos com você. Você sumiu, o que queria que a gente pensasse pelo histórico dele?
Eu: -Honestamente pai, não me interessa eu quero ele fora daqui, AGORA!
Meu pai se virou e tirou o celular do bolso e se afastou para fazer uma ligação, eu estava com tanta raiva da situação que nem estava raciocinando que o que eles tinham feito era compreensível, não disse aceitável, mas compreensível.
Pai: -Ele vai providenciar ligar para cá para soltarem ele.
Levou cerca de 30 minutos até que Tiago me aparecesse pela porta do fundo da delegacia, de cabeça baixa. Fui até ele e peguei ele pelo braço. Queria tirar ele imediatamente daquele local. Ao chegar do lado de fora, um pouco mais afastado da delegacia me virei para falar com ele e vi a lateral do olho esquerdo dele roxo e me assustei com aquilo.
Eu em tom baixo chamei ele pelo nome: -Tiago. Ta tudo bem agora.
Ele me abraçou com uma força absurda, ele abraçou tão forte que eu não o ar que tinha no pulmão foi todo expulso e senti minhas costelas se contraírem a ponto de me causar dor, e na sequencia desabou no choro.
Eu ainda naquela situação de desconforto, dor e dificuldade pra respirar não tive coragem de pedir para ele me soltar. Só abracei ele. Eu estava de coração partido.
Tiago choroso: -Ninguém acreditou em mim cara. Só me mandavam dizer o que queriam, eu disse porque não aguentava mais apanhar cara, desculpa, desculpa.
Eu: -Você disse o que?
Tiago: -Que eu tinha dado fim em você. Desculpa, desculpa.
Eu me enchi de odio. Torturaram o rapaz para ele confessar algo que nunca aconteceu.
Eu: -Isso não vai ficar assim Tiago.
Ele me soltou e meio que desesperado me olhou assustado: -Não, não, não, deixa pra lá, não quero que me peguem e me batam mais, por favor, eu imploro deixa pra lá, já basta as surras de Bruno na minha casa, por favor, não faz isso.
Eu em tom apaziguador: -Calma Tiago, se acalme, se você prefere assim então a gente enterra essa história.
Tiago: Por favor, não quero que alguém fique com raiva e me bata mais, por favor.
Tiago me pareceu tão frágil e assustado. Diferente da imagem que me passava sempre, o que ele deve ter sofrido ali naquela delegacia deve ter sido realmente demais até para ele.
Voltamos para casa de táxi. Não quis ir com meu pai. Entrei em casa e nem falei com mãe, subi para o quarto e ajudei ele a tomar banho e deitei ele na cama e desci ver algo para ele comer. Minha mãe e meu pai estavam sentados na sala.
Pai: -Ele vai dormir no seu quarto?
Eu irritado: -Aonde mais meu homem ia dormir?
Ambos ficaram calados e não disseram nada.
Fui a cozinha preparei um sanduiche e quando passei novamente pela sala minha mãe me chamou a atenção.
Mãe: -Eu espero que você entenda que nós erramos, mas a culpa de tudo isso é sua também, você esta irritado e não quer entender isso. Quando você se acalmar. A gente conversa. Até lá é melhor irmos para casa. Só não vou agora pelo tardar da hora, mas ao amanhecer nós vamos.
Eu secamente: -Boa viagem.
E segui para o quarto. Ficamos dias sem nos falar até que decidi ligar para eles, não dissemos nada, apenas parecia que não nos falávamos a tempos, o que era verdade, e sem ninguém pedir desculpas a ninguém e sem tocar no assunto meio que fizemos as pazes. Tiago também parecia ter esquecido do evento e levávamos uma vida de casalzinho de namorados. Sempre perguntava sobre ele da vida dele e das coisas que ele fez e o que ele pensava do futuro. Afinal ele era um garotão, tinha apenas 24 anos. Tinha toda a vida ainda pela frente, mas sempre me pareceu confuso e inconclusivo quando o assunto era esse. Decidi comprar um carro, a priori tinha pensado apenas em algo pequeno para nos levar de um lugar para o outro, mas ele me convenceu a comprar um SVU, até hoje me pergunto pra que. Se bem que ele acabava usando mais o carro que eu. Lógico que eu gosto de sair a noite, mas uma noite por semana para mim estava ótimo. Ele meio que precisava sair com muita frequência. Alguns amigos dele do interior ficavam entre lá e cá, então sempre ele saia juntos com os amigos e por opção eu ficava em casa. Lendo, vendo filme, comecei também um curso on-line de programação para portáteis, decidi me atualizar um pouco, então passava bom tempo estudando. Não me entendam errado, saiamos juntos sempre, praia, almoço, festas, shows, barzinhos, mas ele saia bem mais do que eu, mas sempre que chegava, muitas vezes de madrugada e eu já dormindo, ele me acordava para transarmos. Na verdade, praticamente começamos a morar juntos. Eu gostava de cuidar dele e não me incomodava com a rotina dele. Em pouco tempo me pediu para matricular em uma academia para ele malhar e treinar o seu jiu-jitsu e tudo transcorria bem. Se eu estava feliz? Eu achava que estava. A única coisa que eu tinha certeza era que estava em paz. Até em Bruno finalmente eu parei de pensar. Até que um dia a noite enquanto assistíamos ao jornal na TV em uma rara ocasião que ele não saiu com os amigos, passou o horário político, eu ia mudar o canal quando Tiago fez um comentário.
Tiago: -Olha, o marido da ex-peguete de Bruno ta se candidatando a deputado.
Eu olhei para televisão e vi o cara pelos poucos segundos que teve para falar.
Eu: -Esse é marido da tal juíza.
Tiago: -Ele mermo.
Eu: -Vem cá me fala dessa história ae.
Tiago meio cismado: -Falar o que?
Eu sem entender a cisma dele: -O que aconteceu.
Tiago: -Cara não tive culpa não hein? Não sei o que ele te contou mas você tem que ouvir meu lado também para ser justo.
Aí sim eu fiquei perdido: -Ué? Você estava no meio dessa história? Eu tô falando do caso de Bruno com ela.
Ele com ar mais aliviado: Ah! Isso, beleza.
Daí ele me contou praticamente a mesma história que minha mãe já tinha me contado pelo Skype lá nos EUA. Quando ele terminou a história tive que adentrar no assuntor que ele iniciou.
Eu: -Tá mas aonde você se envolve nessa história.
Tiago: -Cara, foi assim, esse maluco, o esposo dela, é muito gente boa, e sempre teve meio que nesse lance de política e eu tava precisando de um tratamento de dente. E daí Bruno me botou numa posição difícil.
Eu: -Que posição.
Tiago: -A cidade toda já tava sabendo do rolo deles, menos o corno né? Esse sempre fica sabendo por hora. Daí o cara chegou lá em casa procurando Bruno pra conversar e ele tava em casa e eu disse pro cara que ele estava. Porra pra que?
Eu: -O que aconteceu?
Tiago: -Bruno criou esse odio mortal por mim que tem até hoje. Depois disso ele vive pra me maltratar.
Eu: -Mesmo depois que voltou dos EUA?
Tiago: -Na boa? Quando voltou ele voltou melhor, mas depois que você apareceu na área, cara to até com medo de voltar em casa.
Ele me contou histórias tenebrosas de Bruno. Um lado que eu não conhecia. Cruel, ruim, malvado, pensei comigo mesmo, como eu não vi isso nele? Bem, mas o assunto se dissipou e passou.
Se aproximava da data de aniversario de minha mãe, ela me telefonou me convidando para a festa. Confirmei que iria, a quantos anos não estava presente em um aniversario dos meus pais! Não deixaria de participar. Tiago não queria ir a principio mas quando disse que eu iria com o carro ele mudou de ideia e decidiu ir comigo. Foi bom, não gosto de dirigir em estrada e ele gosta de dirigir em qualquer situação.
No dia da festa o susto. Bruno estava lá com a noiva. Depois de tanto tempo finalmente o via novamente. Pareciam bem, de abraços e beijos o tempo todo. Tiago não quis ficar na festa pegou o carro e foi visitar uns amigos. Já se aproximando do fim da festa Bruno se aproximou de mim e puxou conversa, sinceramente eu tinha que admitir. Ele estava melhor que nunca, gostoso, bonito, cara sei lá, acho nunca ter visto ele tão bem.
Bruno: -Grande Matheus.
Eu: -Só se for de altura porque de tamanho perto de você não sou ninguém.
Bruno rindo: -Que isso, como você esta?
Eu ainda com sorriso nos lábios: -Bem e você? Ta feliz?
Bruno: -Na moral? Ando me perguntando isso.
Eu já sério: -Mesmo? Porque?
Bruno agora sério também: Não importa. Então você e o Tiago né? Quem diria que ele era viado.
Eu: Ele não é viado. É tão macho quanto você. Aliás, talvés até seja mais.
Bruno me olhou com a cara fechada: -É ou tu caiu mermo na lábia de mel dele ou vocês se merecem.
Eu: -Que isso Bruno, a gente ta aqui pra discutir é isso?
Bruno: -Não, longe de mim man, tu ta em alta pontuação comigo. Tu ainda é importante pra caralho pra mim, e vim mermo foi saber se mudou de idea e ta afim de ser meu padrinho, a gente casa no fim do mês que vem.
Eu esperava que isso fosse acontecer, mas a noticia bateu mau em mim: -Que bom cara, que bom, mas não sei se quero ser seu padrinho, é melhor você procurar outra pessoa.
Ele levantou a mão mostrando a aliança que dei a eles: -Aí, tamo usando.
Eu: -Que bom.
Bruno: -Mas olha te cuida tá?
Eu: -Não se preocupa, o Tiago cuida de mim.
Bruno: -Disso que tenho medo. Ele não é flor que se cheire.
Eu: -Olha depois desse tempo todo com ele eu digo com convicção que você esta errado.
Bruno: -Se tu soubesse das coisas que ele fez tu não ia pensar assim.
Eu: -Ai que esta, eu sei de tudo que ele fez, ele me conta Bruno, ele não me esconde nada.
Bruno com ar desconfiado: -Ele te conta tudo?
Eu: -Sim, tudo, não temos segredos. E ele mudou.
Bruno ainda desconfiado: -Tudo mermo? Até das loja que robou?
Eu: -Sim e que esta inclusive arrependido.
Bruno agora cismado: -Até a história de que ele me entregou para o prefeito?
Eu: -Até essa história.
Bruno me olhava fixamente nos olhos: -Até essa história?
Eu sério: -Bruno, sim, ele me contou e me desculpe, mas acho que o culpado de tudo foi você.
Bruno espantado: -Como é!?
Eu: -Isso mesmo. Ele não te entregou, entregou, toda cidade já sabia. Ele só levou o prefeito até você, o que ele fez foi o certo.
Bruno agora com olhar de odio, mas odio mesmo, o tipo de olhar que já vi ele desferir para outros mas nunca para mim. Um homem do porte dele olhando para mim daquela maneira me assustou, pior que assustar me deixou com medo. Ele praticamente gritou: -TU ACHA QUE ELE TA CERTO NO QUE FEZ!?!? É ISSO MERMO QUE EU TÔ ENTENDENDO AQUI!?
Eu assustado: -Bruno você vai me bater?
Nesse momento senti uma mão me puxando pelo ombro e em seguida vi Tiago passando na minha frente e dizendo: -Não, pode relaxar que não vai não. Ele teria que ser muito mais homem do que é pra me encarar antes de encostar em você.
Bruno mudou a direção do olhar dele para Tiago: -Como é?
Eu agora sim me desesperei. Se Bruno batesse em mim, na pior das hipóteses ele me daria um tabefe e eu já cairia nocauteado, mas Tiago ele não teria esse cuidado, ele iria esmagar Tiago como quem esmaga um inseto. Bruno estava mais forte do que eu ja tinha visto e eu já sabia o que ele era capaz antes, com o nível de raiva e odio que ele estava eu me apavorei com o que ele faria com Tiago: -Por favor Bruno, se eu tenho a alta pontuação que você disse que tenho, não na festa de minha mãe, por favor, sem confusão.
Tiago: -Calma Matheus, não vai ter confusão nenhuma, não tem homem aqui pra passar por mim e criar confusão.
A cara de odio de Bruno se desfez e agora ele olha com uma feição de altivez, um olhar de superioridade. Ele gritou: -ANDREA VEM CA, AGORA.
Em segundos ela apareceu correndo: -Oi amor.
Bruno ainda com a mesma feição olhando olhos nos olhos com Tiago: -Me da tua aliança.
Ela tirou e deu pra ele, ele em seguira tirou a dele e jogou as duas nos peitos de Tiago: -Não quero mais nada de vocês, vocês se merecem, são tudo farinha do mesmo saco.
Em seguida olhou por cima do ombro de Tiago, olhando para mim continuou: -Eu sou homem, e eu tenho palavra. Te prometi 3 coisas no passado. Tu nunca ia precisar ter medo de mim foi a primeira, e reforço agora não precisa nunca ter. A segunda foi que nunca ia te machucar e continua de pé também. Nada que tu faça vai me fazer descer o braço em tu. Mas a terceira meu irmão, já não posso mais cumprir.
Tiago sério: -E qual é a terceira?
Bruno olhando novamente para ele: -Que nunca ia deixar ninguém relar a mão nele.
Voltou a olhar para mim e continuou: -Tu foi pra longe de mim, não posso mais manter essa promessa. Mas se tu acordar e precisar de ajuda pode chamar pra eu cumprir minha promessa porque como eu disse...
Novamente voltou a olhar para Tiago: -Eu sou homem de palavra e não falto com ela.
Em seguida se virou pegou a noiva pela mão e foi embora da festa.
Eu: -Tiago você é maluco!? Bruno ia acabar com você!
Tiago rindo aliviado: -E eu não sei? Graças a Deus que ele não pagou para ver meu blefe, porque o único jeito ia ser nos dois sair daqui a mil por hora.
Rimos um pouco juntos o que serviu para aliviar a tensão. Não me hospedei na casa de minha mãe. Não só porque no meu antigo quarto só tinha uma cama de solteiro na qual eu mal cabia, mas porque não queria mais ouvir criticas sobre Tiago, embora fora Bruno ninguém tenha vindo me falar nada dele. Mas a raiva de Bruno me deixou com uma pulga atrás da orelha. Tanta raiva porque Tiago abriu a porta de casa pro cara? Talvez a versão dele não fosse tão amena quanto a de Tiago. E da mesma forma que eu viva dizendo que todos tinham que ouvir os dois lados da história de Tiago, não poderia fazer diferente com Bruno. Não comentei com ninguém, nem mesmo Tiago. Mas decidi que no dia seguinte procuraria Bruno. Estava na hora de ouvir o que ele tinha a dizer de Tiago. Afinal moramos juntos quase um ano, eu conhecia Bruno, a atitude dele estava muito exagerada. Havia algo errado naquela história.
Sabe o odio cega a gente tanto quanto a paixão. Mas eu não fui apenas cego. Eu fui burro.
CONTINUA...
