Novamente eu estava andando na escuridão... não sabia como agir, o que fazer e agora não tinha amigo nenhum para confiar. Eu estava no desespero, sem saber a quem recorrer, sem saber o que fazer, então fui atrás da única pessoa que eu sabia que me amava a ponto de me acolher e me aconselhar.
No caminho eu só fui pensando no que fazer e logo eu estava buzinando no portão da casa da Julia. Ela abriu o portão e eu entrei, estacionei o carro e assim que ela olhou pra minha cara, viu que eu não estava bem, ela me conhecia mais que ninguém.
- oi meu lindo.
- oi Juh, como você está?
- to bem.
- e a princesa?
- bem também, tá deitada já... o que aconteceu?
- nada, só preciso de um cafuné... você se incomoda?
- claro que não, vamos lá que passo um café pra gente.
Fui entrando e indo direto pra cozinha, enquanto ela preparava tudo para fazer o café, foi me perguntando sobre minha vida:
- então... porque você precisa de cafuné?
- Ahh... comprei o lugar pra fazer o restaurante!
- Sério!! Que legal... e o rapaz?
- Já foi pra Espanha, volta ano que vem. As obras já deverão estar prontas quando ele voltar.
- Pow, muito bonito o que você fez por ele...
- claro que não, ele vai me pagar cada centavo, com trabalho. Sou capitalista amor kkk.
- É muito bom ver você rindo... sei que não está bem!
- é não estou...
- Vamos lá pra sala, ai conversamos melhor... – fomos caminhando e eu pensando seriamente em contar tudo pra ela.
- Juh, tenho que conversar com você, só que é um papo muito brabo!
- como assim?
- Bem, eu tenho medo de te falar e você não querer mais olhar na minha cara, afastar a Clara de mim, me odiar pra sempre...
- Jamais vai acontecer isso! Nada o que você me contar vai me fazer odiar você...
- Só que você não faz noção do que vou te falar, isso pode acabar com tudo... – eu comecei a chorar silenciosamente, buscando forças pra arriscar meu relacionamento com ela... Ela, me vendo naquele estado, me abraçou forte...
- Eu sei que você é gay, fica calmo... – UOOOOWWWW, QUE BRUXARIA É ESSA!?
- Como assim? do que você está falando? Tá doida!! – É pessoal, eu não tinha coragem de assumir, como não tenho até hoje. Mas ela só sorriu.
- Eu sei ué, não sou boba Will, estive com você por quase 10 anos, eu te conheço melhor que muita gente. Eu sei que nosso casamento terminou por causa disso, você se apaixonou por um rapaz e esse sentimento deixou você distante, isso nos distanciou também... sei que você chegou a morar com esse rapaz na sua casa... assim como imagino que o Rafa também foi seu namorado né?
- mesmo assim você me aceita?
- claro ué! Se duas pessoas que já se amaram não conseguem ser amigas, então o mundo tá fudido. Eu te amo independentemente do que você prefira. E nunca afastaria você da Clara, você é um pai maravilhoso!
- Poxa Juh, você é incrível sabia... você me perdoa?
- pelo que?
- por ter feito você sofrer... você não merecia...
- bem... sofrer faz parte da vida, claro que te perdoo. Mas vamos parar de bixisse! Me conta o que aconteceu na sua vida? Porque você está assim?
- Bem... eu... eu... e-eu...
- Fala logo Will, para de gaguejar! Nada me surpreende mais rsrs.
- Eu sou apaixonado pelo Rafael! E namoramos por meses, mas, mas ele, um dia disse que estava indo embora porque estava apaixonado por outro.
- ai que você mudou de visual?!
- Isso!
- Mas pensei que você já tinha superado isso...
- a gente não esquece um amor facilmente... eu ainda sou apaixonado por ele.
- Não fica assim... vai passar!
- O problema central eu ainda não contei! Eu vi o Henrique hoje no centro.
- O QUE???!!! ELE VOLTOU?
- Shii! Fala baixo mulher! Vai acordar a menina! Mas sim, ele voltou... Ele não me viu, mas logo a ficha caiu, eu pensei que o Rafa tinha sido pressionado por ele a me largar.
- É, isso faz sentido!
- Bem, mas eu estava enganado... fui direto à casa do Rafa, me declarei pra ele e falei que sabia da chantagem, que era pra gente ficar junto, que eu o amava muito, que enfrentaria tudo e todos por ele... mas na mesma hora saiu um cara bombadão do quarto dele, de cueca. Ele pediu pro cara ir pro quarto, que ele já estava indo, e eu fiquei com essa cara de cu! Chorando, sendo humilhado mais ainda.
- Nossa Will! Como pode sua vida parecer novela?
- Alguém que comanda as desgraças pegou implicância comigo, só pode ser!
- Que loucura!
- E o pior você ainda não sabe! Eu fui pro arpoador pensar né, ver o que iria fazer. Quando estava sentado lá, sou surpreendido pelo Henrique, que senta do meu lado, me pede perdão, falando que quer se reconciliar comigo... você acredita?
- Putz! Mas rebubina a fita! Ele quer se aproximar de você de novo?
- é!
- e você?
- quero mais que ele morra!
- que horror Will! E se ele estiver arrependido de verdade?
- Simples amor, ele pega o arrependimento dele e enfia no cu!
- William!
- Desculpa, mas não sou deus pra ficar perdoando quem me fez mau!
- mas deveria tentar ser... não estou falando pra você ir agora e chamar ele pra tomar uns chopps, mas deixa ele falar o que tem a dizer!
- Julia! Ele destruiu a minha vida!
- Talvez não... Talvez algo pior poderia ter acontecido e você ter ficado preso lá foi um jeito de te proteger...
- Juh, isso não faz o menor sentido! Eu quase morri lá dentro, várias vezes! Desculpa, mas nada me fará ficar perto dele!
- Você não consegue ver? Tudo acontece com algum propósito, sempre tem um para que! – isso bateu fundo, pois já tinha ouvido isso antes.
- você quer mesmo que eu volte a ser amigo de quem me jogou na cadeia, sujou meu nome e quase fez eu perder a vida?
- Não, só que você escute o que ele tem a dizer!
- E se ele usar isso pra me sequestrar? Pra acabar comigo? Heim!?
- Tudo bem Will, se você não quer, então tudo bem... só que você não lembra que eu também sofri demais com o que ele fez, e eu consigo olhar novamente pra ele.
Nossa, aquilo doeu! Lembrei das visitas e pela humilhação que era a revista, assim como sua cara de asco ao sentir o cheiro daquele lugar e outras coisas que ela nunca deve ter contado... Bem, fiquei mudo depois do que ela falou. Notando que tinha me sensibilizado, ela me abraçou e me chamou para o quarto pois já era tarde. Eu recusei a princípio, mas ela era minha amiga, não fazia mau nenhum eu passar a noite lá... e aliás eu estava precisando mesmo de um pouco de carinho.
Eu deitei e lembrei do Rafael e comecei a chorar. Ela me abraçou com mais força e mandou eu chorar, colocar tudo pra fora e foi o que eu fiz. Aos poucos meu choro foi acabando, e ela ficou alisando meus cabelos e beijando meu rosto, testa, pescoço. Ficamos Abraçados, deitados na sua cama, seu perfume me acalmava, me tranquiliava, o calor do corpo dela fazia meu corpo esquentar também. Eu percebi que alguma coisa estava errada, não era a Julia que eu conhecia que estava ali, na verdade nem era eu mesmo, tinha voltado no tempo, ela ali era minha esposa novamente, minha rola estava dura e ela me apertava, num impulso eu virei e beijei sua boca. Ela retribuiu o beijo e acabei por cima dela, beijando com toda a vontade. Depois de anos, uma boca feminina se juntava a minha, não parei pra pensar em quão cômico isso era. Mas na hora não rimos e sim ela tirou minha camisa:
– Julia, eu...
– não Will, não pensa. Só sente.
Ela voltou a me beijar. Ela era linda, loirinha, com olhos castanhos, uma boca grande, rosada, peitos durinhos, redondos, mas não grandões, nem sei descrever rsrs. Tirei a blusa dela e lambi seus mamilos, fazendo ela gemer gostoso, um gemido feminino, diferente dos que eu era acostumado a ouvir. Fui descendo pelo seu corpo e chegou a hora da verdade, a calcinha. Era uma pequenininha, linda, preta com rendinha... enfim... transamos aquela noite, e foi um sexo meio violento, mas que ambos adoraram.
Ficamos deitados, um acariciando o outro, sem falar nada, mas não um silêncio constrangedor, mas não havia mesmo o que ser dito, ela me consolou, mas eu tive que brincar com ela...
– Vou te denunciar, sua safada.
– Porque, que eu fiz?
– Me estuprou! Se aproveitou da minha fragilidade.
– Ah para seu viado cachorro! Tu que veio cheio de mãos pro meu lado, mas foi uma delicia heim! Porra 2 meses sem sexo pra romper o jejum assim, foi ótimo. E você, achou diferente?
– Sim, melhor em um lado, estranho em outro.
– Como assim, o que foi ruim?
– Não ter troca-troca kkkk – caímos na gargalhada
– Que cara puto porra! Queria rola também né?
– Claro, só você que merece? Rsrs. Ainda mais uma assim igual a minha, deu até inveja de você kkkkk.
– Pilantra – falou ela me beijando de novo.
Éramos amigos até nisso, foi mais uma molecagem do que sexo propriamente dito, na verdade naquela noite foram muitas molecagens rsrs. Depois da noite agitada, caímos exaustos e só acordamos quando o sol já invadia a janela. Minha filha tomou um susto ao nos ver saindo do quarto, mas logo abriu um sorrisão e veio me abraçar, ela era minha alegria.
Logo fui pro trabalho e foquei lá. No meio da manhã chegou um embrulho, com um cartão. Ao abrir a caixa e era um bonsai de amora, eu adorei, peguei o cartão e o meu sorriso se desfez, era do Henrique!
- Puta que pariu, será que essa porra vai ficar me perseguindo?! E me dar essa arvorezinha de merda!!
Saber que era ele me irritou profundamente, mas não ia jogar a arvorezinha de merda (mentira, era linda) fora, no final do expediente eu juntei tudo e fui pra minha casa.
Dias se passaram e ele sempre entrava em contato comigo, mas eu ignorava. Eu tinha repúdio por ele, não queria saber de nada que vinha dele, mas insistentemente ele queria se aproximar de mim de qualquer jeito, queria minha amizade novamente. Um dia eu estava saindo do trabalho e vejo ele vindo me encontrar!
- PUTA QUE PARIU! – pensei!Então gente, Rio+20 está comendo meu cu com farofa, mas estou ai, detesto deixar vocês esperando, espero que gostem desse... desculpes pelo sexo hetero, mas faz parte né rsrs... Enfim... comentem e votem querid@s! BJUs a todos e todas.