Gente, espero que estejam curtindo o conto, pois ele foi escrita apenas pra mostrar aqui, então vocês que me motivam a escrever, obrigadão... Beijão, continuem comentando e aguardem por mais....
Ao chegar em casa, abri a porta e a primeira pessoa que vi foi Caio, estava sentado no sofá da sala, olhando fixamente para a televisão, mas sua concentração foi atrapalhada pela minha chegada.
-Oi – falei meio sem graça, eu não sabia fingir que coisas não aconteceram.
-Você demorou, onde estava? – ele não disse com tom autoritário ou bravo, foi com preocupação.
-Eu estava com... – inocentemente ia falar Félix, mas na mesma hora eu me corrigi, para não causar mais problemas – com a Alana, passei na casa dela antes de vir pra cá.
-Aquele garoto, você ia falar o nome dele – ele já começou a falar irritado – você estava com ele?
-Estava, por que? Algum problema?
-Você não pode ficar com esse cara, Eric você não precisa disso.
-Caio, eu vou ser franco com você, eu não preciso da sua opinião e eu sou livre para ficar com quem quiser, quer você aceite ou não, pensei que por você ser meu irmão você iria me apoiar e não ficar contra mim, mas acho que estava enganado, esperava mais de você.
Não esperei resposta, apenas subi pro meu quarto, eu estava triste com o Caio, meu próprio irmão contra mim, não devia ser assim, mas eu sabia que teria que enfrentar situações difíceis.
Mais ou menos umas 3 horas depois recebi uma mensagem da Alana.
“Preciso conversar, estou indo à sua casa”.
Em alguns minutos ela já estava em minha casa, fomos pro meu quarto e começamos a conversar.
-Você está bem? Aconteceu alguma coisa? - perguntei preocupado.
-Estou bem e nada aconteceu ainda, mas vai acontecer.
-Do que você está falando?
-Vou falar pro Félix que eu gosto dele, eu acho ele muito gato e eu sinto um clima entre a gente.
-Amiga, você tem certeza? Talvez seja coisa da sua cabeça.
-Eu sei que ele também gosta de mim, eu percebi alguns sinais.
-Alana... – coitada da minha amiga, afim de um menino que gosta de outro menino e esse outro menino sou eu, eu tinha que contar à ela, mas como? – fala com ele, se não falar nunca vai saber.
Tive que incentivar, assim ela não perceberia nada, o Félix arrumava um jeito de jogar ela pra escanteio.
Ficamos conversando mais um pouco e depois ela foi embora, já era de noite e eu estava uma pilha de nervos, as coisas pareciam que estavam acontecendo tudo ao mesmo tempo, o problema é que eu não estava sabendo lidar com essas coisas.
No dia seguinte fui pra escola, eu e o Félix não pudemos conversar muito, pois a Alana ficou o tempo todo em cima dele, mandei uma mensagem pra ele no meio da aula falando que era pra nos encontrarmos no nosso local e ele confirmou.
A hora passou e nos encontramos, ele chegou lá depois de mim, com uma cara preocupada.
-Você não sabe que aconteceu – seus olhos arregalados.
-A Alana falou que gostava de você?
-Como sabia? – ele ficou muito surpreso.
-Ela foi lá em casa ontem e me contou.
-Ela sabe de você?
-Sabe.
-Então por que não contou à ela?
-Como eu conto isso? Se fosse fácil você tinha contado.
-Eu a enrolei, mas ela não desistiu.
-Depois vemos isso, agora vem cá e me dá um beijo, estou com saudade.
Nos beijamos e ficamos ali juntos, agarradinhos, ora nos beijávamos, ora apenas ficávamos abraçados, era ótimo ter alguém pra abraçar, transferir calor, ouvia sua respiração, nenhuma palavra, apenas o som de nossa respiração e nosso beijo, momento que parecia ser infinito.
Já estava ficando tarde, então fui pra casa, ao chegar, Caio nem olhou na minha cara, mas também não me repreendeu como da última vez, era um começo, melhor um silêncio do que um esporro.
De noite, estava no meu quarto, fazendo uns exercícios do colégio, estava concentrado até ouvir alguém batendo na porta.
-Caio? – realmente me surpreendeu, o que ele queria? – entra.
-Oi, eu só queria dizer que você estava certo, você não me deve satisfação – seus braços se moviam pra frente e pra trás, sinal de que estava nervoso ou sem graça – você é livre pra ficar com quem quiser, quero pedir desculpas, eu vou sempre estar por perto, do seu lado.
-Nossa Caio, isso significa muito pra mim.
Levantei-me e abracei-o, não tínhamos esse costume de abraçar e beijar e essas coisas, mas eu me senti livre pra fazer isso depois do que ele disse e ele retribuiu o abraço, era ótimo saber que você podia contar com uma das pessoas que você mais ama.
Ele foi embora e eu fiquei no meu quarto, pensando que as coisas estavam começando a entrar nos eixos, então também lembrei que no dia seguinte seria aniversário do meu pai, iria ligar depois de voltar da escola, já estava muito tarde.
Hora de ir pra escola, o tempo todo olhando pro Félix, pensando no tempo que teríamos juntos depois da aula, o sinal tocou e estávamos indo embora, Alana parou o Félix, então fui indo na frente, saindo do portão vi o carro do Caio, ao me ver ele acenou, então fui vê-lo.
-Caio? O que está fazendo aqui? – perguntei desconfiado, já suspeitava o por que dele estar ali.
-Eu saí hoje de manhã, aí já estava na hora de você sair, então pensei em te dar uma carona – eu não acreditei em nada do que ele disse, ele foi ali pra eu não me encontrar com o Félix, mas fiquei sem graça de dispensar a carona depois de ele ter falado aquelas coisas ontem, então peguei a carona.
Não conversamos muito no carro, só fiquei mexendo no celular, mandei uma mensagem ao Félix avisando que não poderia encontra-lo e fiquei ouvindo música, ao chegar em casa fui direto pegar o telefone para ligar pro meu pai.
-Alô, pai?
-Oi filho.
-Feliz Aniversário!
-Obrigado... Você está precisando de alguma coisa?
-Não, é que eu estava com saudade e é seu aniversário, então liguei.
-Então não precisa de nada?
-Não – já estava ficando estranho tanta pergunta.
-Tudo bem, se precisar de algo é só ligar, tenho que ir agora, estou resolvendo coisas importantes.
-Mas pai, a gente acab... – ele desligou o telefone na minha cara.
Pelo jeito eu não era a pessoa que ele mais queria falar naquele momento, ainda não tinha passado tanto tempo a ponto de dar saudade, quem sabe depois de uns 5 meses fora...
-O que foi Eric? – perguntou Caio vendo meu rosto de decepção e tristeza.
-Meu pai...
Nem precisei falar mais nada, ele já tinha uma resposta.
-Não fica assim, isso vai melhorar – ele então veio e me abraçou, isso realmente me surpreendeu, pois não tínhamos esse contato, essa facilidade de se abraçar, antes eu o tinha abraçado, mas agora era diferente, ele deu a iniciativa, coisa que eu não esperava, mas retribuí o abraço.
-Não entendo isso, eu só queria um pouco de atenção deles, mas parece ser impossível.
-Eric, eu sei que é difícil não ter um pai por perto, ainda tenho a sorte de ter minha mãe, mas saiba que minha mãe te considera como um filho e eu gosto muito de você também.
-Você é um irmão pra mim, obrigado por isso.
-É, irmão...
-Caio, eu queria aproveitar esse momento "irmãos" e conversar sério com você.
CONTINUA…