Para quem está a começar a ler este conto agora queria dizer que sempre que escrevo entre parenteses () estou a escrever o pensamento do personagem.
E queria agradecer mais uma vez todos os comentários e espero que gostem desta parte, é mais triste, mas é importante para o rumo de todosLeo conseguiu ter um sono tranquilo e acordou com a enfermeira chamando por ele.
Enfermeira: Senhor Leonardo, bom dia – disse bem disposta – espero que tenha dormido bem as agora está na hora de tomar o pequeno almoço. (que lindo que ele fica com cara de sono, acordar com um homem destes todo dia a meu lado seria um sonho! Ando mesmo carente…).
Leo foi despertando aos poucos e olhou imediatamente para a poltrona onde João tinha dormido mas ele não estava lá. Olhou para a cama que ficava a seu lado e Pedro continuava lá deitado, aparentemente igual. Mas de repente começou a ouvir água a cair e parecia ser um chuveiro.
Leo: (ele deve estar tomando banho ali no banheiro do quarto)
E lembrou-se do sonho que teve com ele naquela lagoa, e apesar de não ter rolado sexo ele tinha sentido algo especial. Tinha adorado tê-lo nos braços quando o tentou aquecer.
Foi se sentando na cama e pegou na bandeja para tomar o pequeno almoço, entretanto a enfermeira já tinha ido para outro quarto distribuir o pequeno almoço.
Lá fora estava um lindo dia de sol e Leo tinha muita vontade de sair daquele hospital, mas primeiro tinha de falar com o assaltante.
Continuava a comer quando alguém conhecido chamou por ele.
Eduardo: Bom dia – disse sorrindo – então como se sente?
Leo: Bom dia doutor, já me sinto muito melhor. Vou ter alta hoje?
Eduardo: Em princípio sim, mas primeiro preciso fazer uns exames para ver se está tudo bem. (mas mesmo indo embora você não se vai livrar de mim tão sedo rsrs)
Leo: Ainda bem.
Eduardo: Lá fora já se encontra o agente Ricardo à espera do seu depoimento, posso deixar entrar?
Leo: (já não posso mais fugir, é melhor deixar entrar) pode sim.
Eduardo: Bem então vou mandar entrar. Bom, agora eu vou ver outros pacientes e mais tarde volto a passar aqui, até já – disse piscando o olho.
Leo como não tinha nada a perder porque estava solteiro e como já tinha se apercebido que o médico estava interessado sorriu depois de ver este lhe piscar o olho.
Eduardo: (um sorriso, mas isto é um ótimo sinal!!) – e saiu do quarto todo animado.
Leo nem reparou quanto tempo passou mas quando notou Ricardo já estava entrando pela porta.
Ricardo: Bom dia – disse com aquele seu sorriso radiante – dormiu bem? (eu teria dormido melhor se tivesse sonhado consigo, mas infelizmente não controlo os meus sonhos)
Leo: Bom dia, dormi sim (puta que pariu, que sorriso! Só isto já alegrou mais o meu dia) – respondeu sorrindo.
Ricardo: Ainda bem! ( eu preferia falar de outra coisa mas agora temos de falar de assuntos sérios) Então posso fazer algumas perguntas?
Leo: Claro Sr. Agente.
Ricardo: (não me chame assim desse jeito senão não respondo por mim rsrs mas tenho de me concentrar, vamos lá) Então conte-me tudo o que se lembra do assalto.
Leo: (eu não queria mentir, mas não consigo fazer de outro jeito, me perdoe meu Deus) – e começou a descrever – eu fui naquela loja fazer umas compras e foi tudo muito rápido. De repente eu senti uma arma nas minhas costas e um homem pedia a minha carteira. Eu tentei entregar mas com os nervos deixei cair no chão e ele me empurrou para a frente para apanhar a carteira e foi aí que eu bati com a cabeça e fiz este corte.
Ricardo: Mas lembra-se d rosto dele?
Leo: Não, eu nunca vi o rosto dele, estive sempre de costas – mentiu.
Nesse momento Leo olhou para o lado e João estava parado na porta do banheiro petrificado olhando para ele.
João: (mas ele viu a minha cara, ele lembra-se de mim! Porque é que está mentindo? Eu não entendo…)
Ricardo ao perceber que Leo olhava fixamente para alguma coisa virou o rosto e encontrou João.
Ricardo: Peço desculpa mas tem de sair, estou tratando de um assunto judicial e não pode estar aqui mais ninguém.
João: Sim sim – gaguejou – já estou de saída.
João mais uma vez olhou para Leo sem entender o que se estava a passar mas de repente uma máquina começou a apitar muito alto. João imediatamente correu para o irmão e começou a gritar por ajuda.
Ricardo ao ver a cena correu para o corredor chamando por algum médico ou enfermeiro. Enquanto isso Leo levantou-se da sua cama e foi tentar acalmar João mas este estava desesperado a gritar e a chamar pelo irmão.
Leo: CALMA! CALMA! A AJUDA JÁ ESTÁ A CHEGAR! – mas João não o ouvia, estava noutro mundo.
Entretanto o doutor Eduardo chegou e pediu a todos para se afastarem. Leo e Ricardo tiveram de agarrar João e de um puxar à força com muita dificuldade.
Entraram mais médicos e enfermeiros e puxaram a cortina que havia entre as duas camas, tapando a visão aos que estavam do outro lado.
João: ELE NÃO PODE MORRER!! ELE NÃO PODE MORRER!! – ele gritava enquanto chorava.
Ricardo: Calma, ele está sendo socorrido, calma!
Leo: Olha pra mim! – chamou por ele pegando no seu rosto – ele vai ficar bom! Ele está num hospital rodeado de médicos, ele vai ficar bom!
João: ELE NÃO PODE MORRER!! EU NÃO POSSO FICAR SOZINHO!!
Leo: (oh meu Deus não deixe que ele morra, por favor!)
Ricardo: (Nem quero imaginar se fosse a minha irmã que estivesse naquela cama) Você tem que ser forte!
Enquanto isso Eduardo tentava fazer tudo o que estava ao seu alcance para trazê-lo de volta mas o seu coração já tinha parado à alguns segundos e não tinha dado qualquer resposta.
Eduardo: (vá lá, não faz isso, vá lá! Você é novo, você é forte! Você consegue!)
Mas continuava tudo na mesma…
Continuaram a tentar reanima-lo mas já não havia nada a fazer.
Eduardo: (Porra!! Tão novo!!) Hora do óbito 09h24 – disse descalçando as luvas e atirando para o cesto do lixo.
Do outro lado da cortina João pode ouvir e ficou simplesmente sem reação.
Leo: João?! João!? Fala comigo!!
Ricardo: Doutor, aqui rápido! Ele não está reagindo!
Ricardo correu de imediato.
Ricardo: João preciso que fale comigo – falou calmo – olhe para mim, preciso que fale comigo. (esqueci completamente que ele estava neste lado da cortina, que estupidez a minha, nunca devida ter declarado o óbito com ele aqui)
João estava em choque, olhando para o nada.
Virou o rosto para Leo e este abraçou-o com toda a força.
Leo: Você não está sozinho (eu vou cuidar de você).
E então João voltou a chorar, mas o choro não era de desespero, era pura tristeza.
E, apesar de Eduardo estar acostumado a dar este tipo de notícias e apesar de Ricardo ter aquele ar de valentão, os dois ficaram realmente emocionados com aquela situação. Principalmente por presenciar o elo de dois irmãos gémeos ser quebrado. Eles naquele momento conseguiam sentir que parte de João tinha desaparecido naquela sala.
João: Eu quero vê-lo.
Leo: É melhor não! (isso ainda vai piorar)
Eduardo: Ele precisa de se despedir, é melhor assim.
Então João puxou a cortina para trás e sorriu para o irmão porque sabia que ele agora não sofria mais. Apesar de ter os olhos cheios de lágrimas. Era um sorriso triste.
Leo, Ricardo e Eduardo observavam sem dizer uma palavra.
João: Seu canalha! E agora como é que eu vou viver sem você? – ele tentava brincar com a situação, mas as lágrimas não paravam de cair. Começou a acariciar o seu rosto. – Você não podia ter feito isso! Não podia! Não podia! Não podia! – agarrou-se a ele e chorava no seu peito.
Os outros três tentavam disfarçar as lágrimas mas era realmente difícil de controlar.
João: Quem é que agora vai me acordar de manha para eu não chegar atrasado? Quem é que agora vai cuidar de mim quando eu estiver triste ou doente? Com quem é que vou partilhar as minhas alegrias? Você não podia! Eu te amo! Você não podia! Você não podia!
Ricardo: (puta que pariu, tenho de ligar para minha irmã e dizer que a amo mais do que tudo, eu não saberia viver sem ela!)
Leo: Doutor é melhor tira-lo daqui.
Eduardo: Agora sim, é melhor. João agora é melhor você sair um pouco, beber uma água e tentar se acalmar.
Ao contrário do que seria de esperar João concordou e saiu com Eduardo, porque na sua cabeça ali já não se encontrava o seu irmão, agora era só um corpo que em breve estaria frio.
Ricardo: Leonardo eu sei que não é o momento mas depois precisamos acabar o depoimento (e por favor não fica com essa cara triste, queria tanto consola-lo).
Leo: Mas não me lembro de mais nada (agora mais do que nunca não terei coragem de denunciar João, ele já pagou a sua dívida, da pior maneira possível).
Ricardo: Vamos fazer assim então, eu deixo o meu contacto com você e se se lembrar de mais alguma coisa liga imediatamente para mim.
Leo: Combinado. Mas agora vamos sair daqui porque não me sinto bem neste quarto.
Os dois saíram e foram para uma pequena sala de estar onde havia uma televisão. Ricardo tinha de ir trabalhar mas não queria deixar Leo sozinho, ele estava visivelmente abalado.
Ricardo: Você está melhor?
Leo: Não muito, nunca vi ninguém morrer à minha frente.
Ricardo: Quer um abraço?
Leo olhou para ele sem saber o que dizer mas foi envolvido por aqueles dois braços fortes e sentiu-se aconchegado, então retribuiu o abraço…
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CONTINUA…
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Bem gente, eu estou aqui num dilema rsrs sinceramente não sei com quem Leo deve ficar rsrs conforme vou escrevendo vou mudando de opinião rsrs com quem vocês acham que ele deve ficar?