Valeu mais uma vez pelos comentários e pelas leituras. Gostaria de dizer que essa é uma fase do conto onde as partes são menores mesmo, mas em breve isso mudará. Espero que estejam gostando. Add: chpcbh@hotmail.com Boa leitura...
Desci indo atrás dele o mais rápido que pude, não conseguia alcança-lo, mas não o perdi de vista. Parecia desorientado. Comecei a chamar pelo nome dele até que ele se virou:
- O que é? Veio correndo pra rir do grandão aqui porque eu tô chorando? Bora, começa a me escrachar, eu mereço mesmo depois do tanto que eu te enchi por você ser vida. Fala vai.
- Não vou escrachar não. Volta comigo pra casa vai.
- Acho melhor não cara. Vai sair com seu namorado vai, deixa o idiota aqui quieto.
Eu não entendia a atitude dele, mas não sei por quê eu queria ele perto de mim. Tava me dando muita pena dele, que ainda chorava. Fiz o que eu nunca imaginei que fosse fazer: o peguei pelo braço e saí puxando aquele homão até chegar em casa. Ele ria, por saber que estava facilitando, já que eu jamais conseguiria puxa-lo se ele se negasse a ir (e eu me sentindo o forte kk).
Chegamos em casa e meus pais ainda não tinham chegado. Nos sentamos no quarto e eu tava curioso pra saber o porque da situação dele:
- Me conta Bruno, o que tá havendo?
- Ah não. Deixa pra lá. Nada importante.
- Fala Bruno.
- Tá. É só que eu percebi que eu tô atrapalhando sua vida mano. Você podia tá aí, namorando, feliz e eu fico só implicando. Aí fico pensando umas coisas que nunca vão acontecer...
Fomos interrompidos pelos meus pais chegando. Só deu tempo dele terminar:
- Comenta nada não hein man.
- Segredo nosso, Bruno.
Deixei Bruno no quarto e aquele assunto estava encerrado. Mas o que será que se passava na cabeça dele? Permaneci na dúvida.
Passei essa noite em casa e minha relação com Bruno melhorava a cada dia. Meu namoro estava ainda na fase bonitinha, tudo lindo. Marcos era simplesmente incrível. Ainda não o amava, nem sabia se isso ia acontecer, mas estava muito bom ao lado dele. Só tinha um detalhe: Thaís não sabia da gente, pior que isso, todos nós já imaginávamos que ela gostava dele. Tinha que ser tudo muito bem escondido, afinal só Bruno sabia da gente. Que ironia! Logo Bruno.
Logo Bruno que era tão homofóbico. Tá certo que em nenhum momento ele fez menção de aceitar meu namoro com o Marcos, mas ele não me questionava mais. Ainda fechava a cara quando Marcos aparecia, mas não o maltratava e tava mais tranquilo.
Tudo parecia bem até Bruno começar a sair frequentemente. Até meu pai que não se metia muito começou a ficar preocupado.
Ele chegava sempre por volta das 3 da manhã e se levantava as 6 pra ir trabalhar, isso quando voltava pra casa. Chegava no domingo, único dia que ele ficava em casa, Bruno já estava com uma cara de morto.
Talvez eu poderia ajudar e eu precisava tentar. Essa mudança repentina dele acabou por modificar muitas coisas, inclusive minha relação com ele. Os poucos momentos que eu o via era quando estava dormindo. Aproveitei que ele estava chegando do trabalho e fui até ele:
- Vai fazer o que agora Bruno?
- Dormir man, tô cansadão!
- Eu sei que tá. Mas a gente vai conversar antes. Por favor.
- Tá, fala aê.
- Então, eu queria saber o que tá acontecendo. De uma hora pra outra você começa a sair igual a um louco. Se abre comigo Bruno.
- Eu já disse que você não vai entender. Ninguém vai entender.
Ele se levantou irado e foi pro banheiro. Achei estranha a reação e só fiquei mais curioso pra saber o que tava acontecendo.
Fiquei esperando ele sair do banheiro por uns 40 minutos, após seu banho.
- Bruno, nossa conversa não acabou.
- E por que tu não vai adular seu namoradinho em vez de ficar me enchendo?
- Eu achei que você já tinha passado dessa fase ogro.
- Foi mal cara, não quero ser grosso não. Mas tem algumas coisas que eu não consigo te explicar velho.
- Faz como você quiser, eu vou estar aqui pra ouvir o que você quiser falar.
- Já que você quer tanto saber eu falo então. Tô achando que eu sou viado cara.
CONTINUA...