Recomeçar [13]

Um conto erótico de Marcioads
Categoria: Homossexual
Contém 1878 palavras
Data: 20/07/2012 00:24:45
Assuntos: Gay, Homossexual

Continuando...

Eu estava feliz, de verdade, tudo se encaixava, meu relacionamento ia de vento em polpa, meus amigos estavam sempre perto, meu trabalho não tava mais me sufocando. Não tinha o que reclamar, tava refletindo aquela manhã quando acordei um pouco antes do despertador tocar, olhei pro meu dedo e aquela aliança era muito linda, mas com certeza ia gerar uma série de questionamentos sobre quem me deu e tal.

Meus alunos nunca tinham me perguntado sobre meus relacionamentos ou nada, eu sempre acreditei que sabem que eu era homossexual (isso os da faculdade né), apesar que eu não precisava dar satisfação da minha vida pessoal, então foda-se. Ao mesmo tempo eu tinha uma exigência pro Ricky: Queria ele de volta na minha, quer dizer, na nossa casa, mas tinha medo da reação dele quando eu contasse já que ele estava bem com os pais.

Fui interrompido pelo meu despertador, desliguei rápido pra não acordar o Ricky, mas quando levantei ele me segurou e puxou de volta e começou a me beijar.

Ricardo: - Fica ai, não sai, não me abandone. – E fez biquinho.

Eu: - Tenho que trabalhar, alguém aqui tem que acordar cedo. Vou tomar banho.

Ele então levantou, me pegou e enrosquei minhas pernas na sua cintura e fomos rumo ao banheiro, lá o engraçadinho ligou o chuveiro e entramos juntos no banho de roupa e tudo. Eu não fiquei bravo por causa da situação, ele não parava de me beijar, ele queria fazer amor ali mesmo, mas eu não tinha tempo então fiz sexo oral nele até ele gozar e depois tomamos o banho normalmente e saímos do chuveiro.

Me arrumei, não quis tomar café em casa eu tomaria um café rápido na faculdade mesmo, mas antes de sair criei coragem e falei:

Eu: - Ricky, meu amor, minha vida, meu tudo, você sabe o quanto te amo e te quero bem né?

Ricardo: - Ih, to até com medo, o que você fez? – Ele disse sorrindo.

Eu: - Nada, é que eu tenho uma proposta pra te fazer, mas não precisa me responder agora, pode pensar e me diz a noite ou amanhã, pode ser?

Ricardo: - Diga meu amor.

Eu: - Vem morar aqui comigo? Vamos ficar juntos o tempo todo? Dividir um lar?

Ricardo: - Já esperava que você falasse isso alguma hora... Mas prometo que vou pensar e te falo quando der, tudo bem?

Eu fiz biquinho.

Eu: - Tudo bem lindo.

Fui trabalhar, a tarde recebi uma mensagem dele: “Lindo tenho uma contraproposta pra te fazer, depois conversamos, vou dormir na sua casa de novo.”

Não sabia se aquilo era bom ou ruim. Um dos meus alunos da quinta série da tarde me perguntou se eu tinha mulher e filhos, eu não esperava aquilo, mas tinha que estar pronto, um aluno de 11 anos não tinha idade pra uma conversa madura então eu disse que não, mas ele me perguntou o porquê eu tinha um anel igual o pai dele então. Juro que fiquei muito sem graça e disse apenas que era casado, o que serviu já que acabou os questionamentos, eu torcia pra mais ninguém perguntar.

A noite cheguei em casa morrendo de ansiedade, Bruno como sempre tava assistindo alguma série, no caso era Prison Break, eu amava mas já tinha visto aqueles capítulos, dei boa noite pra ele e pro Ga que assistia lá com ele. Fui pro quarto e Ricardo tava lá vendo TV também, mas ele assistia uns filmes de ação que eu não entendia nada.

Ele me viu e sorriu.

Ricardo: - Boa noite flor da noite.

Eu: - Boa noite meu lindo.

Ricardo: - Aposto que tá ansioso pra saber o que tenho a dizer.

Eu: - Você tinha algo a me dizer? Nem lembrava. – Menti .

Ricardo: - Me engana que eu gosto.

Ricardo: - Então eu também acho que devemos morar juntos pra ficar mais sério... Mas não aqui, que tal se morarmos no meu quarto na casa dos meus pais? É grande o suficiente pra nós dois.

Eu: - É piada né? Só pode. Até parece que vou largar minha casa própria pra ir morar com sogros, desculpa mas não.

Ricardo: - Sabia que você diria isso, tava só brincando. Então que tal nós comprarmos uma casa juntos, assim eu não me sinto mal em me apropriar da sua casa nem você vai morar comigo em algum lugar de aluguel pra ter despesas desnecessárias.

Eu: - Sabe que gostei da ideia? Novo lar, novos ares, pode ser uma boa sim. Aí posso vender aqui pra quem sabe comprar a vista!

Ricardo: - Não precisa, isso aqui é seu, se quiser por pra alugar ou algo do tipo.

Eu: - Para com isso, não seja orgulhoso, é melhor do que se enfiar em uma divida muito extensa, assim a gente pode comprar até a vista.

Ricardo: - É pode ser, tenho um dinheirinho no banco, meu pai disse que ajuda qualquer coisa, e temos meu carro.

Pronto! Tinha amado a ideia, nada melhor pra concretizar meu recomeço que um novo lar onde eu não tivesse tido nenhuma historia com outro, um lugar que seria meu e do meu novo amor, sem passado. Tava empolgado com a ideia de procurar, pesquisar, ia ser legal.

Eu: - Topo, topo, topo, vamos montar nosso ninho de amor.

Começamos a nos beijar e combinamos de procurar casas e/ou apartamentos assim que possível juntos e que quando estivesses separados cada um pro seu lado e o outro achasse um lugar legal avisaria o outro. Enfim, pra não ficar confuso, decidimos ir atrás rápido, pra quem sabe fazer nossa mudança e comprar nossa casa entre dezembro e fevereiro que eram minhas férias. Fizemos amor e caímos no sono, nem deu pra dar boa noite pros meninos.

Quando chegou o sábado, tinha combinado com um tio meu que era corretor de imóveis que fosse até meu apartamento para avaliar e eu saber quanto valia, ele chegou de manhã, não demorou muito. Meu AP valia mais do que eu pensava, principalmente porque desde que o comprei a 5 anos, o metrô tinha uma estação próxima e um terminal de ônibus e isso valorizou de mais, eu conseguiria vender mais caro do que paguei. Meu apartamento até que era bem jeitoso, eu tinha dois quartos (o meu com suíte), sala, banheiro, cozinha e lavanderia, não era ruim e era todo reformado.

Ele ficou de me indicar uns imóveis legais e na faixa que pudéssemos pagar a vista ou de maneira fácil. Dito e feito, com o passar dos dias me mandou vários e-mail com lugares legais, mandei o Ricardo ir na semana ver o que ele achava, ele não gostou de nenhum. Ficamos um mês a procura até que minha mãe me ligou e me contou de uns sobrados que ela tinha visto próximo a casa dos pais do Luís, mas era em Santo André. Não era uma cidade longe, então ficamos de ir ver no sábado.

A casa era recém construída, tinha mais duas iguais ao lado, era de um empresário que venderia por conta própria sem imobiliária. Marcamos com ele e fomos no sábado, era final de novembro, realmente era um sobrado bonitinho, não era grande, mas era lindo. Em baixo tinha a sala, cozinha, um banheiro, lavanderia e um escritório pequenino, em cima tinha três quartos, um era suíte que era o quarto principal e tinha uma sacadinha que dava direto na rua e um banheiro entre os outros dois quartos. Era maravilhoso, estava todo reformado, tinha piso, azulejo nos banheiros e pastilha na cozinha.

Ricardo também ficou maravilhado, apesar de ser quartos de mais, não era nada extravagante, quando perguntamos do preço, era um pouco acima do nosso orçamento, mas nada de mais, meu apartamento cobriria 80% e o resto, ao invés de financiarmos, tentaríamos dar outro jeito.

Fomos pra casa sonhando com aquela casinha, era nossa cara mesmo, falei pra minha mãe que ficou toda animada, ela sugeriu dar o carro do Ricardo, ficamos de ver primeiro. Quando contamos ao pai do Ricky, Sr. Gustavo ele se ofereceu para dar o que faltava como “presente de casamento”, pensávamos naquilo como concretização de um sonho, de um casamento. Não nos fizemos de difícil, aceitamos quase de cara, fomos cara de pau mesmo.

O corretor de imóveis tinha conseguido um comprador meu apartamento pelo preço que tínhamos combinado, o cara estava interessado em comprar e pôr pra alugar. Tudo conspirava a nosso favor. Eu estava estonteante, estava muito feliz. Tínhamos combinado de fazer um contrato de união estável, afinal, ninguém podia sair perdendo caso futuramente desse errado e alguém quisesse deixar o outro na mão, no caso quem tivesse com o nome da escritura da casa.

Quando fechamos o acordo, nos beijamos muito, levamos todos pra ver nossa casa, mas lógico que ainda faltava muita coisa, como por exemplo os móveis, mas iríamos atrás. No momento aquele seria nosso lar, pegamos todos os meus móveis e deixamos em um quartinho na casa do pai do Ricardo e desmontamos tudo, com o maior orgulho. Fomos em uma loja de móveis e decoração no shopping muito famosa, lá quase cai duro quando vi o preço, o cara da loja deu o desenho dos planos dele pra gente.

Com certeza não seria lá que faríamos, tinha ficado mais caro que meu carro, sem brincadeira, aquilo era muito caro. Então Luís sugeriu um marceneiro amigo de muitos anos dele, ele fez a ligação dizendo que iríamos lá, fomos e ele usou o desenho da loja e tinha ficado metade do preço. Fechamos acordo com ele, ele que faria todos os moveis principais de madeira e colocaria de bom grado outras coisas que não tinha a ver com madeira como instalação dos banheiros e tudo mais.

Ricardo fechou com o cara de deixar o carro como pagamento na marcenaria e mais um dinheiro que ele tinha guardado, eu hesitei, mas ele se jogou de cabeça e topou na hora. Agora era uma questão pouco mais de um mês para ir para o nosso lar, fruto principalmente do nosso amor e do nosso suor.

Durante o tempo de reforma, eu ficaria na casa da minha mãe e do Luís e Ricardo na casa dos pais. O que mais nos animava era ninguém ter se mostrado contra, minha mãe e meu padrasto apoiavam, os pais dele apoiavam, nossos amigos também, tudo ia muito bem. Alias, antes que eu esqueça, levei Bruno comigo pra casa da minha mãe, apesar de Ga ter oferecido a casa pra ele e pra nós. Eu tive de usar o resto do meu dinheiro no banco pra comprar os eletrodomésticos novos, limpei minha conta, assim como Ricardo. Começaríamos literalmente do zero, meu carro era uma das únicas coisas que ficava, até por que não estava quitado.

Faltavam 12 dias pra eu entrar de férias. Era bem finalzinho de novembro, não via a hora de ir pra minha casa, mas principalmente de curtir as férias com meu amor.

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Bom gente, esse conto pode ter ficado meio curto, mas é que foi mais pra contar da construção do nosso lar, como foi e tudo mais. Espero que gostem. Criticas e sugestões são bem vindas sempre. Muito obrigado pelos comentários, eles tem me deixado muito feliz e motivado a continuar contando minha história pra vocês.

E-mail para contato: Marcio.casadoscontos@hotmail.com

Até mais ;)

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Comentários

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Algo me diz que vai acontecer algo que vai atrapalhar este sonho.

Parabéns.

abraços.

Boa Tarde.

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Muito interessante essa construção e muito real. Parabéns! 1000

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Marcio sua história é linda!! parabéns...e até que não ficou pequeno o conto não (também não ficou grande..pode continuar assim rsrs).. gostei muito desse capitulo. ou melhor.. gostei de todos os capitulos!!!...aguardo a continuação!!!!rs

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Que história maravilhosa a sua. Acho que é o sonho de muita gente ter uma vida parecida, seja homossexual, heterossexual, ou qualquer sexual por aí.

É apaixonante, e como já disseram, empolgante. Não paro de ler por nada.

Parabéns, e o brigado pela leitura.

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q lindo, o sr investiu muito neste relacionamento. trabalhar d nv, começar do zero eh... tão bom, akelas dividas q cobrem quase todo nosso salario... kkk' brinco, mas eh empolgante ter d esforça-se mais. grato pela leitura.

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PeqPrincipe Falou certo é empolgante você é meu ídolo !

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Cara parabéns. Realização de sonhos é extremamente empolgante. Sua história é simplesmente maravilhosa. Parabéns!!

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