Matheus: Me... Me... Desculpa...
Tomás: Que se passa? - Ele não percebia nada do que se estava a passar.
Matheus: Eu não aguentei... Eu contei... Tudo...
Tomás: Tudo... Tudo o quê? - Sua face ficava vermelha.
Matheus: De nós, de Miguel, tudo!
Mãe M: Nós precisamos de ter uma conversa Tomás.
Tomás rapidamente correu rumo a Matheus e abraçou-o, sabia o que ele estava a sentir naquele momento, a dor, a angústia, o medo, embora também ele sentisse o mesmo.
Tomás: Tem calma, vai ficar tudo bem. Descansa um pouco, eu vou falar com sua mãe, ok? - Matheus apenas consentiu.
Eles foram para a sala e nenhum falava, faltavam as palavras, a coragem, nenhum estava preparado para aquela situação...
Mãe M: Eu aceito a vossa relação, não era o que queria mas eu aceito, quero é que meu filho seja feliz, mas você vai ter de estar preparado...
Tomás: Preparado?
Mãe M: Ele está muito mal, com medo de tudo, todos, incluindo você... Ele está em choque, ele sente-se culpado pelo que aconteceu. Amanhã vou com ele a uma consulta de psicologia, uma conhecida minha que é ótima profissional.
Tomás: Eu estou pronto para o que der e vier, eu amo-o e agradeço por aceitar nossa relação. Eu só quero ver Matheus sorrir... Eu vou fazer o Miguel pagar por tudo! Eu vou matá-lo com as minhas próprias mãos, não vai restar nem um pedacinho dele!
Mãe M: Faça isso, nunca pensei dizer tal, mas cuidado para não ter qualquer pessoa a assistir e não abuse porque eu o quero vivo para ir a tribunal.
Tomás: Eu posso ir ter com o Matheus?
Mãe M: Claro, mas vá com calma...
Matheus estava deitado na cama, agora não chorava, estava pálido, parado, olhava para Tomás sem demonstrar qualquer tipo de sentimento.
Tomás: Amor, podemos falar?
Matheus: Sim.
Tomás: Eu estive e vou estar sempre com você, vamos com calma. Agora você precisa de descansar, dormir um pouco... Posso-te abraçar?
Matheus: Sim... - Tomás aproximou-se e confortavelmente o envolveu nos seus braços, de seguida deitou-o com a cabeça no seu peito e começou a acariciar o seu rosto. Matheus adormeceu rapidamente, estava exausto. Os dias que se seguiam avizinhavam-se difíceis e Tomás sabia disso. - Eu te vou proteger sempre. Me perdoa. - Sussurrou e acabou também por adormecerO conto será agora narrado como se fosse Matheus, fica mais interessante, e por isso as suas falas são indicadas como Eu)
Acordo, sinto-me desamparado, cansado, com medo. Mas estava decidido a enfrentar tudo e todos. Seguir de cabeça erguida como se nada tivesse acontecido. Isso incluía provar a Miguel de que em nada me tinha afectado. Onde está Tomás? Será que ele foi embora?
Levanto-me e vou calmamente pela casa à procura dele, estava na cozinha, de boxers vermelhos, a preparar o nosso pequeno-almoço. Ele é tão fofo. Eu vou superar isto por ele! Ele não se pode sentir culpado por minha causa, nem me pode abandonar, eu não aguentaria... Amarro-o pelas costas apanhando-o de surpresa.
Tomás: Paixão, como você está?
Eu: Ótimo e morto de fome rsrs
Tomás: Tem a certeza?
Eu: Tenho a certeza de que vou seguir em frente, por mim, por você, por nós. Não vale de nada ficar a pensar no que ele fez... Ele irá receber seu castigo, a vida tratará disso.
Tomás: Posso beijar-te?
Eu: Sempre ouvi dizer que um beijo não se pede, rouba rsrsrs - Então Tomás o beijou suavemente e com muito carinho passando suas mãos pelas costas e cintura de Matheus. - Eu te amo!
Tomás: Eu também amo você! Vamos comer então?
Eu: ClaroNos arrumamos e fomos para escola, nenhum de nós falava, assim que chegamos fomos logo para a sala e já estavam todos sentados à excepção de Miguel que vinha de falar com a nossa directora de turma. Assim que ele nos vê um leve sorriso surge no rosto, eu sigo para o meu lugar junto da Carla e Tomás vai propositadamente contra Miguel e o derruba, todos caíram na risada pois todos gostavam de Tomás e ninguém se dava com Miguel.
Este se levantou, encarou Tomás durante breves segundos...
Miguel: Você ficou louco, mané?
Tomás: Eu não fiquei, eu sou, e te aviso, quem se mete com quem eu gosto, mete-se comigo! Não pense que eu tenho medo de idiotas como você.
Miguel: E o que você vai fazer? Me matar?
Tomás: Claro que não. Eu te ponho numa cama de hospital com os dentinhos todos partidos e sem língua pra não ter de ouvir tanta asneira sair de sua boca.
Professora: Os dois calados e sentados já! A aula vai começar e sem mais confusão, a não ser que queiram ir falar com o director.
Os dois sentaram-se trocando olhares desafiadores.
Carla: O que é que se passou entre eles para estarem assim? Tem alguma coisa ver com você não tem? O que é que ele te fez?
Eu: Carla, eu te vou contar uma coisa e preciso que você me prometa que não vai contar a ninguém e que me vai perdoar não ter contado antes, apenas porque não me sentia preparado, embora eu já deduza que você saiba de que se trata...
Carla: Você e Tomás estão juntos certo?
Eu: Sim, estamos. Me desculpa não ter...
Carla: Você não tem de se desculpar de nada, mas onde entra Miguel nessa história?
Eu: Eu não sei como mas, Miguel descobriu, me ameaçou que se eu não acabasse com Tomás iria ser ele a sofrer, eu fiz isso ontem de manhã, por isso é que não vim. À tarde o Miguel foi a minha casa e...
Carla: E...
Eu: Eu prefiro falar lá fora, este não é o sítio indicado. Podemos almoçar os dois no Shopping?
Carla: Já percebi que é grave, claro que sim vamos almoçar. E quero que saiba desde já que eu estou sempre convosco e muito feliz que vocês estejam juntos. Ficam lindos, mas quero ver beijo do casal!
Eu: Você me está deixando envergonhado, é a primeira pessoa para quem conto para além de minha mãe.
Carla: Obrigado amigo!As duas aula que tínhamos da parte da manhã passaram-se rapidamente, estava com medo, mas por um lado mais tranquilo por ter a Carla, minha mãe e o Tomás do meu lado. Fomos para o Shopping os dois e o Tomás ficou de ir lá ter com o Pedro e Gustavo depois de lhes contar da sua relação. Os dois se sentaram a comer numa parte mais reservada, por ser dia de semana tinha muitas poucas pessoas. Carla, cheia de curiosidade volta a perguntar:
Carla: Mas afinal o que se passou ontem à tarde?
Eu: Ontem ele foi a minha casa e me forçou a fazer sexo com ele.
Carla: Ele fez o quê?
Eu: E me disse ainda que eu seria escravo sexual dele e uma espécie de moeda, serviria de pagamento para o que ele precisasse. - Ela se levantou e o abraçou, as lágrimas foram inevitáveis por parte ambos.
Carla: Eu prometo que te vou ajudar em tudo, tem calma.
Eu: E se o Tomás me abandona? Eu tenho tanto medo que ele me deixe...
Carla: Ele está com você, ele te ama, e hoje não só te protegeu como ainda te defendeu à frente de todos!
Eu: Sei, eu sei mas tenho tanto medo...
Carla: Não tem de ter. Vocês já decidiram que vão contar de vossa relação, mas você vai contar do que Miguel te fez.
Eu: Vou, ou melhor, a esta hora Tomás deve-lhes estar a contar, eu sei que você me iria aceitar e a nossa relação, mas não sei se eles vão aceitar, daí não conseguir falar com eles.
Carla: Claro que eles vão aceitar tudo e estar do vosso ladoO almoço correu normalmente, falamos muito de Tomás, da nossa relação, dos planos, objecivos, receios...
Carla: Eles os três vêem aí, tenha calma. - Tomás chegou e se sentou junto a mim, Pedro e Gustavo ficaram em silêncio a olhar para mim.
Pedro:Malta, muitas desculpas por desaparecer durante tanto tempo, como disse a falta de tempo por causa dos exames me obrigou a afastar de vocês, depois alguns problemas de saúde e pessoais, mas agora está tudo encaminhado para continuar escrevendo.
Peço desculpa a todos por ter também desaparecido do MSN, não foi por mal, nem intencional, a vida e os acontecimentos assim me obrigaram.