Acho que a vida brincava comigo. Não era possível. Sempre considerei a Clara como amiga e, vê-la nesse estado só serviu para me deixar pior do que já estava, mas se essa era a sua decisão... Que seja! Não poderia obrigá-la a ser minha amiga, isso nunca.
Edu – É mesmo? E para onde você vai?
Clara - Para qualquer lugar, mas perto de vocês, eu não fico.
Ninguém fazia nada para impedir essa loucura. Acho que todos estavam em choque pela sua atitude. Num instante, ela desceu cheia de malas... Sempre exagerada.
Edu - Já falei que você não vai sair daqui.
De alguma forma, o Edu tentava ajudar, mesmo que de um jeito meio torto, rsrsrs. Eu só queria uma única chance para fazê-la nos compreender, mas quem disse que conseguíamos convencê-la? Nesse caso, acho que o melhor seria deixá-la ir.
Eu – Quer saber Clara? Se você quer tanto ir embora... Vá de uma vez.
Nem eu mesmo me reconhecia, mas ela já estava causando um problema desnecessário. Sei que eu poderia ter evitado esse transtorno, mas agora já era tarde. Realmente, eu não era assim, mas tem horas que eu cansava e, muito. Acho que nem a Clara mesmo entendia minha reação. De certo, ela imaginava que eu continuaria implorando, mas chega! Não ficaria ali para ver o final dessa trama, rsrsrsrsrsrs. Para evitar mais confusão... Me retirei. Logo, minha mãe foi até meu quarto. Agora sim, eu tinha a certeza que viria mais bronca.
Mãe - Diego. Você não podia falar com ela daquele jeito.
Eu - Eu sei mãe, mas eu cansei de explicar, e ela nem quis me ouvir.
Mãe - Você sabe que errou, não é?
Eu – Sei. Por isso tentei consertar esse erro, mas com a Clara se comportando desse jeito fica muito difícil.
Mãe - Deixa ela se acalmar. Depois vocês conversam melhor.
Eu - Mãe... Acho que a Clara não vai se acalmar tão cedo. O Edu quase bateu nela.
Logicamente, ela assustou-se com essa revelação.
Eu - Tudo isso porque ela me deu um tapa no rosto.
Sei que eu teria a ajuda necessária para resolver essa situação. Por isso, ela decidiu conversar com a Clara a sós.
Minha vida era totalmente louca. Nunca pensei em conhecer alguém como a Clara... Tão diferente de mim e, foi tudo por acaso. Num instante, começamos a descobrir nossas afinidades, trocar confidências, mas de repente ela se declarou. Não queria magoá–la, mas eu não tinha escolha. Porque isso só acontece comigo?
Estava tão envolvido em meus pensamentos, que nem percebi o Edu se aproximando. E, ele já chegou de mansinho, me beijando, cheio de boas intenções, hahaha.
Eu - Como você ainda tem coragem de pensar nisso, depois de tudo que aconteceu?
Edu – Eita!!! Diego você tá muito estressado.
Eu - Ah! Edu. Tá parecendo criança. O mundo aqui desabando na nossa cabeça e você nem se importa.
Edu - To fazendo de tudo para te ajudar e, você fica me criticando?
Por mais que eu tentasse ser gentil... Às vezes as coisas fugiam um pouco do meu controle. Ele saiu super irritado comigo, obviamente. Não poderia tratá-lo assim novamente.
Eu - Edu. Foi mal. Não queria te responder dessa forma. Eu estava nervoso.
Edu - Porque você me trata tão mal? Eu vivo para te fazer feliz, e você não dá valor.
Não questionei. Ele estava certo. Eu precisava me desculpar, acho que por tudo.
Edu – E quando é que você não está irritado? Isso não é desculpa. Eu tentei te ajudar e você não reconhece, nem ao menos agradece.
Não queria brigar de novo e de novo e mais uma vez... O Edu precisava de mim, assim como eu necessitava dele comigo. Então, era melhor não deixar que esses problemas interfirissem novamente na nossa relação.
Edu - Eu faço tudo por você. Eu te amo, mas não há amor que resista a tanta grosseria.
#DRAMÁTICO.
Eu - Edu. Olha para mim. O que você quer dizer com isso?
Edu – Não vou ficar todo tempo suportando isso. Amor... Dê valor, antes que você perca.
O que eu poderia dizer? Com essas simples palavras, ele me atingiu totalmente. Bravo o Edu não estava, mas sim chateado. E, ele tinha toda razão. Mesmo me dizendo que foi somente um toque, uma dica... Eu fiquei muito atordoado com toda essa conversa.
Eu - Eu não mereço você.
Edu - Porque você tá me falando isso?
Não tinha palavras para falar naquele momento. Apenas o beijei. O Edu era tudo para mim. Sempre me amando, fazendo feliz, mas às vezes, eu me sentia inseguro. Não sei ao certo por que. Mais tarde minha mãe apareceu onde nós estávamos, dizendo que por hoje a Clara ficaria. Ao menos uma notícia boa. Enfim, não tinha mais clima para ficarmos aqui, então achei melhor nós voltarmos para o Rio. Quando pensei em vir para cá, eu idealizava por algo realmente legal, divertido, com todos os meus amigos, mas tudo tinha se transformado num verdadeiro tormento. Por fim, falaria com o Edu para depois comunicar aos outros. Eu não poderia decidir por todos, infelizmente.
Eu – Vai ser melhor para todo mundo.
Edu - Amanhã nós decidimos isso. Ok? Não é justo com o Breno e o...
Eu - Com seu irmão?
Edu - Com aquele cara lá.
Eu- Poxa Edu. Para com isso. Porque você não aceita a idéia de que ele é teu irmão?
Edu- Porque ele não é.
Eu – É impossível conversar contigo.
Edu - Então não vamos conversar. Vamos fazer outras coisas.
Eu - Não quero. Edu é sério, conversa com o Thiago. Por mim, por favor.
Edu - Isso é golpe baixo. Você sabe que tudo que me pede, eu faço.
Amanheceu e, eu já estava pronto para outra, rsrs. A Clara nos evitava ao máximo, não conversava com ninguém. Então, expliquei minha opinião para as outras partes interessadas no assunto. O Breno aceitou tranquilamente, já o Thiago se opôs um pouco (imagino o porquê). Enfim, só nos restava aproveitar esse último dia nesse lugar feio, hahahaha. À noite eu daria umas voltas por aí, mas somente eu e os meus amigos daqui da cidade. Dessa vez, não iria levar o Edu, nem os outros comigo, pois era coisa nossa e, nada demais aconteceria, eu acho. Então, pedi a minha irmã para fazer companhia para eles enquanto eu não estava. Por fim, confirmei minha presença e, logo me aprontei. Eu sabia que encontraria o André por lá também, já que ele era nosso amigo e tal, mas preferi omitir esse fato, assim evitaria mais problemas. Primeiramente, contei ao Edu que naquela noite eu não ficaria com ele. Logo, quis ir junto, mas eu neguei. Claro que ele ficou um pouco chateado, mas cada um tinha a sua vida, não havia necessidade de ficarmos ‘grudados’ o tempo todo. Eu também precisava de um momento com minhas amizades, mas vai explicar isso para ele. Até um beijo meu de despedida recusou.
Que cara mais difícil!!!
Que férias mais sem graça. Primeiro, o Edu ficou irritado com a presença do Thiago. Segundo, a Clara nos ignorando, trancada o dia todo no quarto. E por último, novamente esses ciúmes bobos. Era somente um encontro entre amigos. O que tem de errado nisso? Eu considerava o André importante para mim. Apesar de tudo, ele sempre esteve comigo em certos momentos. Não teria como excluí–lo do meu convívio, assim sem mais nem menos, porque além de ser amigo do meu irmão, minha família o adorava. Não tinha como lutar contra esse fato.
Enfim, já reunido com meus amigos... Colocamos todo o papo em dia, mas eram tantas coisas para falar. Um dia apenas seria pouco, rsrs. O André nesse tempo permanecia quieto. Talvez, um pouco sem jeito depois de alguns transtornos que ele provocou, mas logo o recolocamos novamente no nosso grupo, rsrs. Acho que esse momento foi necessário para esclarecer muitas coisas. Ele até se desculpou por tanta confusão causada e, afirmou que tentaria aceitar meu atual namoro, em respeito á tantos anos de amizade. Claro que essa atitude me aliviou. Menos um problema na minha vida.
Bom. Parecia que tudo tinha entrado nos eixos outra vez. É uma pena que no outro dia, eu teria que ir embora, mas vida que segue. Estávamos saindo do local, quando eu vi o Edu lá paradão, rsrsrsrsrs. Eu até disse que queria vir sozinho, mas meu desejo não tinha sido atendido, aff. Parecia que eu estava sendo vigiado. Detestava quando ele agia dessa maneira.
E agora, o que eu faço?
Não consegui nem ao menos explicar, pois o Edu já tinha partido para cima dele. Às vezes ele era tão irracional. Dessa vez, o André era totalmente inocente. Ele queria que eu voltasse para casa, mas como neguei, começou a agir da forma que eu mais odiava.
Eu - Me solta. Eu não vou com você.
Dessa vez ele me atendeu. Me soltou, mas ficou esperando eu me explicar.
Eu - Você tá pensando que eu sou o que para me tratar assim?
Edu - Você me enganou.
A rua estava bem movimentada. Logo, as pessoas começaram a observar esse ‘espetáculo’ do Edu. Já até imaginava meu nome nas rodas de conversa de toda a cidade. Agora mais do que nunca, todos saberiam de mim. Porque eu tinha que ser humilhado desse jeito? Nem o apelo dos meus amigos ele ouvia. Parecia louco, cego de ciúmes. Definitivamente, isso sim era um problemão.
Edu - Eu não quero saber de nada. Diego, então é para isso que você queria vir sozinho?
Eu - Edu. Eu já disse para você confiar em mim.
André – Eu bem te disse para você escolher bem as pessoas que quer do seu lado. Eu te respeito. Já falei que vou tentar aceitar, mas sinceramente, esse cara não te merece.
Pense num homem bravo... Esse era o Edu, rsrs. Sempre que ele ficava desse jeito, eu tinha um trabalho redobrado para acalmá-lo, mas no final tudo dava certo, ainda bem.
Às vezes eu imaginava o nosso futuro. Será que daria certo? Claro que eu sonhava e queria passar minha vida inteira com ele ao meu lado, mas suas atitudes... Acho que isso nos afastaria pouco a pouco. Rapidamente, saímos dali, já que naquele momento, nós éramos o centro das atenções. Definitivamente, minha vida estava virando um show: Primeiro a “Clara”, com seu espetáculo vip (só para meus familiares e amigos), agora o Edu com seu “show” gratuito (para todos que estavam na rua). Caminhamos até a casa mais próxima e, tentaríamos colocar todas as coisas no seu devido lugar.
Edu - Porque ele ainda tá aqui?
Eu - Porque essa conversa agora será entre nós três.
Edu - Tá vendo? Eu sabia que esse cara iria ficar te cercando.
Eu - Edu. Nós já conversamos. Eu já cansei de te explicar, mas você não entende.
Edu - Nunca vou entender. Eu não quero você perto desse cara.
Não sabia qual era o pensamento do Edu, mas eu tinha a ligeira impressão que ele imaginava que era meu dono, ou algo assim. As coisas não funcionam desse jeito. Por mais que nossos desejos, vontades sejam diferentes, nós teríamos que chegar num acordo que fosse bom para os dois. Tudo dependia do diálogo, mas infelizmente isso era algo que não acontecia mais entre nós. O ideal era que conseguíssemos conversar abertamente, sem essa ideia de que um tem que dominar o outro. O Edu queria mandar em mim, dizer o que devo ou não fazer. Sem comparações, mas com o André não era assim que as coisas seguiam, mas nós não escolhemos de quem iremos gostar, não é? Eu não sabia como agir diante desse problema, mas eu recebi uma ‘ajuda’ fundamental. Foi mais uma dica mesmo, mas acho que o Edu precisava enxergar e compreender a realidade dos fatos.
André – Cara, tu é muito burro mesmo. Você acha que se ele quisesse algo comigo estaria aqui te explicando alguma coisa? Se toca! Fica aê se achando o super, quer bater em todo mundo... Vai cuidar do que é teu.
Não deixaria o Edu bater no André novamente. Já estava farto de tanta confusão.
Edu – Então é assim... Depois do que ele me diz você ainda o defende?
Eu - Ele tá certo e, você está errado.
Edu - Eu não acredito que você vai ficar do lado dele outra vez.
Eu - Já cansei dessas desconfianças. Se você não sabe, o André me pediu desculpas por tudo o que fez para nós. Ele apoiou nosso namoro, mas você nunca acredita em mim. Eu não vou me afastar dos meus amigos só porque você quer, entendeu?
Edu - Então é assim?
Eu - É desse jeito. Poxa Edu, você tem suas amizades, eu tenho as minhas. Isso é legal, não complica. Eu também preciso ficar com eles, minha vida não é só você.
Edu – Ok. Se você quer assim. Então fique com seus amigos.
#EGOISTA.
Qual a dificuldade para compreender algo tão simples? Rapidamente, ele saiu... Me deixando sozinho com o André.
André - Você não vai atrás dele?
Eu - Vou dar um tempo primeiro. Já estou começando a cansar de correr atrás do Edu.
André – Olha... Não vou ser hipócrita e dizer que estou triste por isso. Eu já te disse: Eu respeito sua escolha, mas esse cara não merece você. Dessa vez eu não fiz nada e ele já veio me agredindo.
Realmente, ele estava certo. Não poderia e, nem queria abandonar meus amigos... Aqueles que me conhecem e convivem comigo há muito tempo, simplesmente porque ele quer. Sem lógica, essa atitude do Edu. Seria sempre assim? Será que eu não conseguiria mais conversar com alguém sem ele desconfiar? Era um problema atrás do outro. Eu não tinha mais capacidade para enfrentar tantos acontecimentos. Por fim, despedi-me deles e fui para casa. O Edu estava lá deitado, todo emburrado, mas eu também não diria nada, pois dessa vez o errado da história não era eu. Logo, me troquei e tentei deitar, mas ele ocupava todo o espaço da cama, se esticando e atrapalhando-me. Sinceramente, o Edu era muito infantil, mas eu não pediria licença... Deitaria no sofá mesmo. Acho que não seria tão desconfortável. Quem sabe assim eu não teria sossego. Puro engano. Depois de um tempo, o Edu apareceu por lá.
Edu - Ei. Você não pode ficar ai no sofá. (ele disse me sacudindo).
Eu - Me deixa aqui. Você não ocupou a cama toda? Fica lá agora.
Edu - Você é muito marrento mesmo. Levanta daí. Amanhã você vai acordar todo dolorido.
Eu - Agora você se preocupa comigo? Me deixa!
Edu - Você me deixa nervoso, sabia?
Gritar, eu não poderia, já que estavam todos dormindo. Ele me carregou de volta para o quarto.
Edu - Pode dormir agora.
Eu - Eu não sou nenhuma princesa para você ficar me carregando.
Edu - Tem razão. Você é só a pessoa que eu amo.
Porque ele insiste em me deixar sem ação?
Edu - Amor. Me desculpa. Eu sei que você quer ficar com seus amigos, mas eu tenho muito ciúmes de você. Ainda mais com aquele cara por perto.
Eu - Já te disse que o André é passado.
Dessa vez, conseguimos conversar melhor. Por mais que os problemas existissem, nós enfrentaríamos, mas sem esquecer o principal: ser felizes juntos. Nem preciso dizer que depois desse papo, foi mais gostoso ficar com ele. Já no outro dia... Se aproximava a hora de dar tchau, rsrs. Sempe detestei esse clima de despedida. Nunca soube lidar muito bem com isso. Enfim, a Clara, só para variar um pouco, ainda não estava falando conosco. Nós iríamos seguir viagem mais tarde. Então, decidimos aproveitar só mais um pouquinho. Como o Breno estava com meu irmão e o André por aí... Dessa vez, eu evitaria a fadiga, hahaha... Achei melhor ficar em casa com o Edu.
Eu - E então... Quando você vai falar com o Thiago?
Edu - Não me pressiona.
Eu - Eu vou lá chamar ele.
Edu - Você é difícil, hein?
Eu - Haha. Sou não. Já volto.
Minha intenção era aproximar os dois de uma vez. Rapidamente, saí em busca do Thiago. Eu estava tão empolgado. Queria contar essa novidade, mas quando o encontrei, ele estava novamente com a minha irmã. Sinceramente, eu não esperava vê-los juntos outra vez. Logo, ela saiu toda envergonhada e, eu logicamente cobraria explicações dele.
Eu - Pô Thiago. Você me disse que deixaria a Daiana em paz.
Thiago - Calma aê Diego. Só estava me despedindo dela.
Eu - É sério Thiago. A Daiana só tem 15 anos. Você poderia ser pai dela.
Sei que era exagero, mas a minha impressão era essa. Eu não conseguia aceitar os dois juntos. O Thiago já era um homem feito, rsrsrs. Acho que isso tudo era medo, ou algo assim. Só sei que eu não gostava nem um pouco dessa situação.
Thiago - Já disse. Era só uma despedida. Nem vou ver ela mais.
Eu - Ok. Olha só, o Edu quer conversar contigo.
Thiago – Tem certeza? Acho que é você quem está querendo isso.
Eu - Rsrsrsrs. As duas coisas. Ele está te esperando.
Dessa vez acho que eles não brigariam, espero. Enquanto os dois tentavam se ‘entender’, aproveitaria para bater um papo sério com a minha irmã.
Daiana – Por favor, não fala nada para minha mãe.
Eu - Eu não vou falar. Relaxa, mas o Thiago... Olha bem o que você vai fazer hein?
Daiana - Maninho. Eu não sou mais criança.
A verdade é que minha irmã estava certa. Ela não era nenhuma menininha indefesa e, sei que meu pai e até meu irmão que era muito mais ‘protetor’ que eu... Cuidariam para que ninguém a fizesse sofrer. Depois, o Thiago me contou que entre ele e o Edu rolaram apenas algumas palavras, frases incompletas... Já era um progresso para quem nem ao menos se olhavam. O que me deixou profundamente preocupado foi o que descobri mais adiante: Ele não iria embora ao fim das férias... Ficaria morando com o pai. E agora, como eu falaria isso para o Edu? E, como se não bastasse... Terminaria a faculdade no mesmo local que nós estudávamos. Era muita informação para o meu coração.
Definitivamente, eu havia adorado conhecer esse novo Thiago e tal, mas eu sabia que o Edu ainda não estava preparado para enfrentar esse grande desafio.
Porque essas coisas só acontecem comigo? Era tudo surgindo ao mesmo tempo na minha vida. Às vezes, eu vencia uma situação e, logo aparecia algo pior. Complicado demais!!!
Chegamos ao Rio depois de um dia cheio e cansativo, mas tudo terminou bem. Entre eles não estava mais aquele clima de guerra, mas também não estava tudo em paz. Diria que o Edu e o Thiago estavam se suportando. Os dias passavam rapidamente e, nesse tempo nem sinal da Clara. Não ligaria, nem nada do tipo, mas saudades eu sentia da sua companhia. O Edu notava meu desânimo e, a todo o momento, ele me acalmava. Na faculdade, tudo seguia normal. Preferi não revelar essa história do Thiago morar aqui. Por enquanto não me arriscaria a contar. Falha minha. Dessa vez, estávamos somente nós três conversando, infelizmente sem a Clara. Logo, ele surgiu. Percebi a surpresa no olhar do Breno e do Edu.
Edu - Agora vou ter que aturar ele para sempre.
Eu - Poxa Edu. Talvez isso seja até melhor. Vocês dois juntos.
Edu – Com certeza minha família sabia disso e, ninguém me disse nada.
Agora seria difícil explicar essa situação. Ele já estava irritado com seus pais por terem escondido essa noticia... Imagina quando descobrir que eu também sabia? Mais problema. E, isso eu não queria. Já em casa, a mãe dele logo apareceu por lá para nos visitar.
Edu - O que a senhora está fazendo aqui?
Mãe dele – Que pergunta filho. Eu vim te ver. Estava com muitas saudades de você.
Edu – Porque não me disse que ele iria morar aqui no Rio?
Nem tempo para ela respirar ele deu. Então, depois de contar o motivo do Thiago ficar na cidade e tal... O Edu entendeu que toda essa idéia de aproximar os dois veio exclusivamente dela. Bem. Depois de toda essa conversa, ele não ficou tão bravo assim. Acho que no fundo o Edu já amadurecia essa possibilidade. Claro que ela tentou mais uma vez convecencê-lo a voltar para casa, mas levaria certo tempo para ele aceitar.
No outro dia na ‘facul’, o Thiago seguia conosco. Claro que a convivência ainda era algo difícil, mas vez ou outra o Edu sorria com algo que ele falava e vice e versa. Andando por aí, eu encontrei a Clara, dessa vez, acompanhada. Assim que ela me viu, fez questão de beijar o garoto que a acompanhava. De alguma forma a Clara queria me atingir, mas não conseguiu. Fiquei triste por saber que realmente ela estava mudada.
Enfim, depois de um tempo em casa, a campainha tocou e, dessa vez era o Thiago. Acho que ele procurava as palavras certas para dizer, mas eu não queria ver brigas de novo.
Thiago – Bom. Acho que o Diego já deve ter contado que eu vou ficar no Rio.
Definitivamente, essas coisas só acontecem comigo.
Edu - Você sabia disso?
Eu – Sabia, mas descobri há pouco tempo.
Edu - Pô. Porque você não me contou, hein?
Eu - Edu. Se eu te falasse, você reagiria mal.
Edu - E deixando de me contar, você acha que eu reagiria bem?
Por reações como essas, eu deixei de contar, mas depois de tanto insistir ele se acalmou.
Thiago - O Diego não tem culpa. Eu só contei para ele quando estávamos voltando para cá.
Edu - Então diz o que você quer de uma vez.
Thiago - Sua mãe tá sofrendo demais cara. E sei que eu sou o culpado, mas aquela casa também é minha e, eu não vou sair de lá, mas eu tô aqui porque queria te pedir algo.
Edu – Fala logo. (ele disse irritado).
Thiago - Eu quero que você volte a morar conosco.