Recomeçar [16]

Um conto erótico de Marcioads
Categoria: Homossexual
Contém 1924 palavras
Data: 21/07/2012 20:43:56
Assuntos: Gay, Homossexual

Continuando...

Um dia antes de eu voltar a trabalhar, fomos em uns pet shops dar uma olhada nos cães, era muito legal, cada bichinho mais lindo que o outro, era tão difícil escolher, se dependesse do Ricky a gente levava todos, mas como eu já sabia que a maior parte ficaria pra mim cuidar, decidimos que levaríamos no máximo dois. Eu achei que ficaríamos o dia todo naquele pet shop até ele decidir qual levar, tinha muitos cachorros, os que não cresciam, os médios, os que ficavam enormes e por ai vai. Até que ele grita pra mim.

Ricardo: - Já escolhi um.

E veio com os olhos brilhando. Realmente era lindo, mas era nada mais nada menos que Golden Retriever, mas não adianta esses filhotinhos conquistam a gente, como dizer não praquela coisa linda e pequena lambendo as mãos do Ricky?

Eu: - Ricky, a gente não muito quintal pra um cachorro desses que vai ficar enorme.

Ricky: - Eu passeio com ele todos os dias, prometo, por favor.

Tinha que ser forte naquele momento.

Eu: - Mas meu anjo, ele vai ficar muito grande e o quintal onde guardo o carro é muito pequeno pra ele, tenta entender, ou é o cachorro ou o carro, você que sabe.

Meia hora depois, parecia cena de filme, ele ficou com o cachorro. Eu fui dirigindo e ele no banco de trás com o cachorro, nossa eu não sabia que era tão caro um cachorro desses meu deus, mas tudo bem, pelo menos ele ficaria muito feliz. Era um animal muito lindo e até que inteligente (To falando do Ricardo haha).

Ele gastou muito dinheiro, comprou brinquedos, casinha, ração pra um ano eu acho, marcou de dar as vacinas no cachorro (as que ele não tinha tomado), comprou roupa de frio, em fim gastou mais com o cachorro que ele gastava comigo.

Depois minha mãe me falou de um abrigo legal que precisava que adotassem uns animais, a maioria vira-lata que já estavam bem cuidados e tudo e precisavam de uma lar, mas como não eram filhotes era mais difícil, decidi passar lá pra ver.

Era a coisa mais linda, aqueles vira-latas bem animados, lindos, precisando de um lar, imediatamente liguei pro Ga e pro Bruno passando o endereço, eles precisavam adotar um cachorro ali pra ajudar, a casa do Ga era grande poxa, eles podiam adotar, eles concordaram e disseram que iam depois. Quando viro, lá está o bobão do Ricky brincando com um cachorro, consequência: Ele adotou o cachorro também. Passamos por uma entrevista e fomos aprovados, então lá foi o Ricky comprar tudo pro outro cachorro também. Mas ia ser legal ver uns bichinhos animarem aquela casa. Só a empregada que não gostaria nada disso, ia aumentar muito o trabalho dela.

Quando chegamos em casa, foi o dia todo de correria dentro de casa, os cachorros e o Ricky fazendo festa era lindo de se ver, aquele homem musculoso e grande correndo com os cachorros pra lá e pra cá fazendo festa e bagunça. Na hora de dormir, quase que eu pergunto se o Ricky queria que eu saísse da cama, todos os cães dormiram perto dele, é como eu disse seria lindo, se tivesse sobrado algum espaço pra mim, tava dormindo tão encolhido que de madrugada saí e fui pro quarto de hospedes pra poder dormir bem. Aquela noite o Ricky nem quis saber de fazer amor comigo, acho que ele nem lembrou de mim.

Aquele dia eu acordei as 7 da manhã, cantarolando, feliz da vida, até que lembrei: EU TRABALHO HOJE PORRA, JUSTO O PRIMEIRO DIA.

Me arrumei voando, nem tomei café pra poder chegar a tempo, dei aula de manhã morrendo de fome, comi muito no almoço e fui pra escola dar as aulas vespertinas. Quando tava chegando em casa, vi o Ricky passeando com os cães na rua de coleira, vi muitas mulheres olhando pra ele encantadas, porque realmente era um príncipe lá, mas eu parei o carro do lado deles.

Ricardo: - Eae lindo, quer passear com a gente?

Eu: - To cansado, tava trabalhando, você sabe, alguém precisa.

Ricardo: - Quem disse que eu não trabalho?

Eu: - Então ta, se você diz.

Fui pra casa, estacionei e fui tomar meu banho, pus meu pijama. Desci pra sala e fiquei assistindo TV, eles chegaram e os cachorros vieram brincar comigo, eu brinquei com eles também.

Ricardo: - Amor, onde tem pano de chão aqui?

Eu: - Pra que?

Ricardo: - Bom, o Bob sujou a entrada.

Bob era o vira-lata, era bob o nome porque era e é até hoje, um bobão, ai em vez de bobo ficou Bob. O Golden Retriever ficou com o nome de Billy, Ricardo que deu os nomes.

Fui lá ver como estava, ele não tinha só feito coco, ele tinha urinado também, tava uma sujeira.

Eu: - Vai tomar seu banho, deixa que eu limpo isso aqui.

Ricardo: - Você não vai na academia?

Eu: - Não to bem, vou ficar por aqui mesmo.

Ele tomou banho e foi, ficamos eu e os cães, eles eram bonzinhos, ficaram o tempo deitados comigo no sofá. Quando Ricardo voltou, todo suado, os cães já foram correndo até ele, era um amor incondicional.

Os dias foram passando, os cães se acostumando com a casa e parando de sujar tudo, já dormiam em suas camas, mas as vezes iam dormir conosco. No sábado de manha, depois de fazer amor, estávamos conversando.

Ricardo: - Amor, o que você acha sobre filhos?

Eu: - O que tem eles?

Ricardo: - Você não tem vontade de ter filhos? De continuar o nome da família, dar netos pra sua mãe? Essas coisas!

Eu: - Pra ser sincero não, não acho que nasci pra ser pai, pra criar alguém, pra viver em função de outra pessoa. Mas porque desse assunto?

Ricardo: - Ah sei lá, eu tenho vontade sabe? De ter um filho, alguém pra continuar minha família, alguém pra eu educar, pra ver crescer, essas coisas.

Aquilo me pegou de surpresa, eu nunca tinha pensado nisso até ali, nos desejos dele de ser pai e essas coisas. Já que pra mim aquilo não fazia falta, ao contrário, sempre quis distância. Mas me preocupava, eu não podia dar um filho a ele e adotar era tanta burocracia, tanta dor de cabeça, alem de preconceitos da sociedade, a criança podia sofrer, essas coisas. Não tinha instinto materno nem paterno. Mas aquela conversa não parava por ali. Na hora do almoço ele voltou com o assunto.

Ricardo: - Sabe lindo, é difícil, mas tem casais gays que conseguem adotar filhos e tudo mais, você podia considerar a ideia.

Eu: - Ricardo, numa boa, eu não quero, não quero um filho, desculpa destruir seu sonho mas não quero.

Ricardo: - Mas eu achei que em uma relação, as coisas eram discutidas, tinha parceria, um adotar o sonho do outro, acho que não custa você pensar pelo menos.

Aquilo me irritou, de certa forma ele estava certo, mas eu não tinha o que pensar não queria aquilo pra mim, mas e ele? Ele tinha o direito não? Minha cabeça foi a mil, nem terminei de comer, levantei e deixei meu prato lá. Peguei meus óculos de sol, minha chave do carro e saí de casa sem falar nada. Fui no sacolão comprar umas frutas e outras coisas pra casa, nesse tempo Ricardo me ligou várias vezes, mas deixei meu celular no carro.

Quando cheguei ele estava me esperando na sala de casa, eu imaginava que vinha briga, mas não queria mais.

Ricardo: - Onde você tava?

Eu: - Fui no sacolão comprar algumas coisas.

Ricardo: - Hum, não podia ter me chamado pra ir com você ou pelo menos avisado?

Eu não respondi.

Ricardo: - Qual é, vai ficar de cara comigo só porque eu falei que quero ter filhos? Eu não posso fazer nada se é meu sonho. Não entendo por que isso te machuca tanto. – Disse gritando comigo.

Eu também perdi o controle.

Eu: - Por que eu teria desistido do meu sonho por você, se fosse preciso, eu desistiria de qualquer coisa por você, pra ficar com você e ser feliz.

O silêncio reinou, ele então subiu, tomou banho e se arrumou todo, depois saiu de casa batendo porta, deu um beijo nos cachorros, ele tava muito lindo e arrancou com o carro. Eu sozinho, não quis chorar, mas fiquei meio perdido, fui do céu ao inferno em pouquíssimo tempo.

Ele não voltou naquele dia, eu fiquei preocupado, liguei pros pais dele ele não tava lá, já quiseram saber o que tinha acontecido, disse que foi só uma discussão, fiquei rolando na cama a noite toda, mas não cheguei a dormir, só cochilar e acordar.

Ele chegou no outro dia era umas 10 da manhã, chegou caindo, bêbado demais, fedido, nem sei como chegou em casa, imaginei aquilo dirigindo, chegou xingando, mas falando nada com nada. Quando ele foi deitar na nossa cama, eu puxei ele.

Eu: - Aqui você não dorme assim.

Pus ele embaixo do chuveiro frio, ele me xingava mas eu ignorava, ele até tentou me magoar, mas ignorei, quando ele disse:

Ricardo: - Eu posso realizar seus sonhos e te ajudar, mas você nunca vai poder fazer o mesmo por mim.

Depois que ajudei ele a se enxugar, ele foi cair na cama.

Eu: - Aqui você não dorme assim.

Levei ele pro quarto de hospedes, ele caiu na cama e dormiu lá mesmo, ainda bem que não vomitou, mas quando ele tivesse bem, teríamos muito o que conversar. Quando cheirei a roupa dele, estava fedendo a perfume feminino, pro bem dele, era bom ele não ter aprontado nada.

Quando ele acordou, pôs os óculos escuros, brincou um pouco com os cães e veio até mim na sala.

Ricardo: - A gente tem que conversar.

Eu: - Pode falar.

Ricardo: - Me desculpa, eu sei que eu vivo falando isso, vivo pra me desculpar, mas eu tenho que aceitar e respeitar sua opinião. Se você não quer tudo bem, eu só quero você, é a única coisa no mundo que importa pra mim.

Eu beijei ele, fizemos sexo selvagem, como sempre fazíamos após nos desculparmos. Eu resolvi perdoá-lo, na verdade não tinha muito o que perdoar, o jeito de dar solução nas coisas é discutir, conversar, debater, essas coisas.

Eu achava que tava tudo em paz, mas só achava, passou 3 semanas normais, como sempre eram, com muito amor, muito sexo, muito tudo. Até que o celular do Ricardo toca, como não tínhamos frescura, eu atendi, não sei até hoje se fiz o certo, mas fiz e tomei a bomba.

Era uma mulher, chorando desesperada, vocês podem imaginar o que veio depois, quando eu atendi, só ela falou, nem precisei dizer nada. Ela dizia em meio a lágrimas e soluços:

Mulher: - Alô Ricardo... ela chorou, soluçou... EU TO GRÁVIDA.

Eu tinha errado antes, aquilo não era o inferno, isso era o inferno, eu esquentei na hora, fiquei com ódio, me transformei. Peguei o celular dele, pus na cama, fiquei bufando na hora, peguei meu abaiour, taquei na parede, estilhacei ele, quebrei meu despertador jogando no chão, ele então chegou, me olhou assustado.

Ricardo: - Que foi meu amor, o aconteceu?

Eu fui em direção a ele, juntei todas as minhas forças e dei um tapa na cara dele, com tanto ódio, que não medi forças mesmo.

Mas isso fica pro próximo...

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Gente, tava com tempo aqui, então resolvi postar mais uma parte, mas até hoje eu lembro dos sentimentos daquele dia. Muito obrigado pelos comentários e votos. Qualquer sugestão e crítica são bem vindas. Vocês são de mais.

E-mail para contato; Marcio.casadoscontos@hotmail.com

Até mais pessoal ;)

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Comentários

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Bom uito bom, adoro ver histórias reais, e isso tá me dando uma ideia de que nem tudo é flores como vemos em vário contos aqui.

Ansiosíssimo pelo próximo.

Parabéns!

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Além da história ótima e ser muito bem contada, sua agilidade em postar é um dos atrativos. Nota 10, sempre... Ansioso aki

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Que ricardo mais crianção,ter um sonho de ser pai,não significa que irá ser um bom pai,pelo visto começando a passar por cima dos sentimentos alheios para realizar este sonho.

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--' como q em pleno seculo 21 ainda ocorre gravidez indesejada?! existem "N" formas d prevenção e medicamentos apos a concepçao q, usados apos o ato recente, n trazem grandes perigos a hospedeira do feto. eh inconcebivel q uma criança venha a nascer em um ambiente onde n há uma solida estrutura familiar e financeira. q droga msm, fico chateado p isso, espero q tudo tenha se resolvido assegurando o bem estar absoluto da criança. parabens pelo conto.

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Noosssaaaa que violencia....

To chocado......

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Bom conto ta perfeiro, to com muito odio do ricardo traição é uma coisa que eu não perdou. não sei oq vc vai fazer mas boa sorte!!

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