Recomeçar [17]

Um conto erótico de Marcioads
Categoria: Homossexual
Contém 1950 palavras
Data: 21/07/2012 23:50:20
Assuntos: Homossexual, Gay

Continuando...

Eu tinha pensado em um soco, mas um soco é mais um sinal pra uma briga, um tapa na cara vai não só com a força física, mas pega o emocional, é uma coisa que fere a pessoa física e emocionalmente, era exatamente a dor que eu sentia e que ele sentiria também com aquele tapa.

Ele era branco, então a minha mão ficou bem marcada, ficou um vermelho que se destacou muito, ele fez cara de quem não entendeu o por que, ainda bem que ele não revidou, se não só um sairia vivo ali.

Ricardo: - Nossa, o que aconteceu amor?

Eu estava de cabeça muito quente, não queria falar nada ali pra não me arrepender, mas também não sabia o que fazer, é uma situação que não tem volta, além da traição que já não era pouca coisa, ele teria um filho com uma moça ai qualquer, coitada da criança, gerada em putaria, mas antes eu queria esclarecer as coisas com ele, pra não ser injusto, então juntei tudo que eu tinha de paciência restante e respondi.

Eu: - Eu quero saber, o por que uma mulher liga chorando no seu celular, te chama pelo seu nome e diz que tá grávida.

Ele pôs a mão na cara e olhou pra cima, respirou e ficou andando de um lado para o outro.

Ricardo: - Olha, eu posso te explicar...

Essa é a frase clássica de quando alguém é pego fazendo algo que não devia.

Eu: - Então explica, me explica direitinho!

Ricardo: - Aquele dia, que a gente brigou, eu sai daqui e fui beber num barzinho por ai, eu enchi a cara, bebi muito mesmo, quando eu tava zoado já, ela chegou, ficamos conversando, eu tava fora de mim e beijei ela, e ficamos nos beijando. Aí quando não aguentava mais beber, levei ela pro carro e saímos, acho que pra um motel, não reconhecia o lugar... acabou acontecendo, mas eu tava muito bêbado, não teve sentimento, não teve nada, só sexo.

Eu perdi a paciência com o cinismo dele, parecia algo rotineiro, algo que acontece normalmente, ele não entendia a gravidade da situação.

Eu: - O seu “nada”, resultou em uma criança, seus inconsequentes, você tem noção do que você fez? Quer saber, acho que você teve sim, era exatamente o que você queria.

Ricardo: - Eu não queria isso, sei que é difícil entender, nem sei se aquela vadia ta grávida de verdade e muito menos se o filho é meu.

Eu: - Isso é o de menos, você sabia que transando sem proteção você podia pegar uma doença, sem saber, e podia acabar me passando também, você tem noção dessas coisas? Não é possível que um homem de quase trinta anos ainda fique agindo como adolescente.

Fiz uma pausa pra respirar.

Eu: - Se ela ta grávida e o filho seu é irrelevante, mas isso não muda a gravidade da situação. Mesmo que tenha sido sem querer, foi muito oportuno pra você.

Ricardo: - Eu vou dar um jeito na situação. Porra, ela não usou pílula, não usou nada, ela não podia ter feito nada?

Eu: - Você acha que ela tá preocupada? Ela vai se promover ás suas custas, no mínimo você deve ter falado ser advogado. Mas quer saber? Não é comigo que você tem que resolver e discutir essas coisas, é com ela. E se esse filho for seu, e tiver filho, você use o pouco de dignidade que restou e assuma essa criança, que é o menor culpado.

Ele veio me abraçar, eu aceitei o abraço, deixei, mas ele achou que tivesse tudo sido resolvido ali.

Ricardo: - O que a gente faz agora, amor?

Eu: - A gente? Eu não fiz filho em ninguém, eu não faço nada, eu continuo minha vida. Mas você? Posso dar uma ideia, começa ligando pra ela! Em seguida, vai averiguar essa história.

Ricardo: - Mas e você?

Eu: - Eu vou pegar minhas coisas e vou sair dessa casa.

Ricardo: - Você vai embora?

Eu: - Por um tempo só, por que essa casa também é minha.

Nem deixei ele falar, empurrei ele pra fora do quarto, arrumei minhas roupas numa mala de viagem, peguei meu computador, coisas do trabalho e sai do quarto, ele tava sentado no corredor com a mão na testa. Fui andando, mas antes virei e disse:

Eu: - Vê se cuida dos cachorros pelo menos enquanto eu tiver fora.

Eu então fui embora, quando tava chegando na porta da sala, ele aparece.

Ricardo: - Não me deixa, por favor, eu sei que eu errei, mas eu vou acertar tudo, eu te amo, você sabe disso, não é? Eu preciso de você.

Eu soltei ele, entrei no carro e saí derrapando e tudo, era muita informação pra minha cabeça no momento, eu precisava descansar, ficar sozinho. Então resolvi que não iria pra casa da minha mãe, não ia aguentar ela me olhando com aquela cara de mãe querendo conversar, não queria ouvir conselhos, não queria falar sobre aquilo, queria que fosse um pesadelo.

Só tinha um lugar pra ir, casa do Gabriel, chegando lá, ele abriu a porta pra mim, eu já tava chorando, quando ele viu, se assustou, eu abracei ele, como sempre, tava muito bom ficar lá nos braços dele, eu sempre me sentia consolado, depois o Bruno apareceu e eu abracei ele também, entre o choro eu disse:

Eu: - Posso ficar aqui com vocês?

Gabriel: - Lógico que pode.

Gabriel: - Mas o que aconteceu?

Eu só acenei que não com a cabeça, acho que ele entendeu. Então ele me levou pro quarto sobrando lá, eu deitei na cama e chorei mais ainda, eles ficaram no quarto comigo um bom tempo enquanto eu chorava.

Então eu encontrei forças e contei toda a história pra eles, eles o tempo todo se olhavam, eu já sabia o que eles pensavam. Quando terminei, fui abraçado de novo, então o celular do Gabriel tocou, ele me olhou.

Gabriel: - É ele.

Ele saiu e foi atender, voltou meio serio.

Gabriel: - Contei que você tava aqui, só pra ele não ficar preocupado.

Eu: - Não pretendo ficar muito tempo, é só até esfriar um pouco, se não minha mãe vai ficar me enchendo de perguntas que não quero responder.

Gabriel: - Você fica aqui o quanto quiser, eu não ligo.

Eu: - Vocês se importam de me deixar sozinho aqui, um pouco?

Eles acenaram que sim com a cabeça e saíram. Eu desabei, chorei tanto que tava morrendo de dor de cabeça. Poxa, agora que tínhamos comprado nossa casa, arrumamos tudo do jeito que sempre sonhei, tinha o carro que sempre sonhei, tava tudo ótimo pra mim e de repente, tudo vai por água a baixo. Por que ele foi inconsequente, eu não entendia, não aceitava.

Caí no sono, quando acordei tava morrendo de enxaqueca, meu celular tinha muitas chamadas perdidas do Ricardo, da minha mãe, dos meus sogros, tinha mensagem de texto e tudo, resolvi desligar aquela bosta, não queria falar nem com a minha mãe.

No domingo, os meninos me levaram café na cama, ficaram conversando comigo como se não tivesse acontecendo nada.

Eu então, resolvi falar com o Gabriel.

Eu: - Ga, eai, eu sei que ele te ligou, o que ele te falou, ele conversou com ela?

Gabriel: - Tem certeza que você quer ouvir?

Eu: - Fala vai!

Gabriel: - Ela tá realmente grávida, de 3 semanas, ele só não sabe se é dele.

Eu: - Ah, manda ele parar de hipocrisia e assumir logo que o filho é dele, esse filho da puta.

Gabriel: - Calma!

Eu: - Calma o caralho Ga, eu te amo, mas se você falar assim comigo querendo me acalmar, te mando pra puta que pariu.

Gabriel: - Não ta mais aqui quem falou.

Resolvi ficar na minha o resto do dia, tavam me ligando desesperadamente mas eu ignorava, coloquei no silencioso e deixei. Os dias foram passando, eu continuava lá por insistência deles, mas não queria falar com o Ricardo, nem ver ele na minha frente, só eu sei o inferno que eu vivi aquele tempo. No carro, eu colocava CD’s pra me dar mais depressão ainda, quando a gente ta na fossa, gosta de por musica que deixa a gente mais na fossa ainda.

Todos notaram o quanto eu tava chateado, mas sempre que alguém perguntava eu era curto e grosso, a mãe dele me ligou e eu fui super grosso com ela, eu disse que era exatamente o que ela queria, um neto, e disse que me deixasse em paz. Pode parecer grosso, mas não é fácil, ainda mais quando as pessoas vêm com falsidade.

Teve dias que eu via ele me seguindo de carro, mas eu não dava bola pra ele, até o dia que eu cheguei na casa do Ga e ele tava lá sentado, na maior cara de pau.

Ricardo: - A gente precisa conversar, por favor me escuta.

Eu: - Você não tem nada a dizer que me importe.

E fui andando até o quarto e ele me seguindo.

Ricardo: - Eu te amo

Eu: - Como eu disse, não me importo.

Ricardo: - A gente não pode ficar assim.

Eu: - Se você não quer piorar sua situação, vai embora e não aparece mais.

Entrei no quarto e bati a porta na cara dele, pra não bater com a minha mão na cara dele.

Ele não entendia que eu não queria ver ele mais. Eu tava muito, extremamente irritado, sentia falta da minha casa, mas não queria ficar em casa com ele, não aguentaria. Como ele pôde deixar aquilo acontecer?

Passou um mês, eu continuei na casa dos meninos, nesse tempo não aconteceu nada de mais, ele ia atrás de mim e eu ignorava. Ele me seguia e eu ignorava. Nesse tempo eu fui até minha casa pra conversar com a empregada, dar umas instruções a ela e ver como estavam os cachorros, tadinhos, sentia falta deles, eu já amava aquelas tranqueirinhas, por um minuto doeu a saudade de casa, mas em seguida ignorei e parti.

Eu sentia tanto a falta dele, de mais, mas eu não podia agir como se aquilo não fosse nada. Não podia perdoar e dar brecha pra tudo que ele fizesse, porra me trair é o primeiro fora, arrumar um filho são vinte. Nesse tempo, fiquei sabendo que ele tinha levado ela nas consultas médicas e tudo mais, quando desse ele queria fazer um DNA apesar de ter certeza que era o pai.

A vadia já tinha pedido pensão pra ele antes de saber se o filho era dele, ela era ambiciosa de mais, ela tinha pedido 10 mil reais por que soube que ele era advogado, eu achei aquilo o cúmulo, mas não opinaria, ainda bem que ele era advogado e era esperto o suficiente pra não cair naquela. Tava na cara que ela foi oportunista, o que me irritava era que ela se daria bem ás custas dele. Nenhum dos dois pôs na cabeça que estavam pondo um filho no mundo, na minha opinião um coitado.

Já que a mãe era uma vagabunda que saía por ai procurando um cara rico pra ter um filho, e o pai não sabia nem ir no mercado por que não conhecia nada e não sabia o que fazer sozinho. Mas aquilo não era problema meu.

O aniversário dele tava chegando, eu não daria o braço a torcer, mas também não queria deixar ele sozinho, mas ele tinha causado a situação, ele enfrentaria as consequências daquilo.

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Gente, ta ai mais uma parte. Desculpem a empolgação de ter postado três contos no mesmo dia, mas não tava me aguentando de vontade de contar essa parte. Muito obrigado pelos comentários e votos, vocês tem sido maravilhosos comigo, me acolhido muito bem. Qualquer critica e sugestão são bem vindas.

E-mail para contato: Marcio.casadoscontos@hotmail.com

Até mais ;)

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Comentários

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Perfeito! Correndo pra ler o próximo hahaha 10

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E eu te enchendo com os meus problemas por email kkkkkkkk pobre de mim.

Vi só era por isso que eu não queria ter te perguntado nada, agora eu já sei mais ou menos como vai acabar isso.Mas mesmo assim está maravilhoso. Não preciso repetir que você ecreve bem pra caramba né? (já era, repeti)

Obrigado pela leitura, e parabéns, tanto pelo conto como por ser tão forte na sua vida toda.

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você e esta criança são os menos culpados nesta história,onde a ganância de uma vagab e um burrada de um IDOTA causaram num relacionamento que tinha tudo para dar certo.

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n sei oq falar, eh tudo q eu mais abomino, um filho sem estrutura, q vai sofrer com a inconsequencia dos pais, eh uma baixaria, a violaçao d uma das poucas coisas q nos diferem dos animais irracionais, sacanagem, preferia vcs como pais. n ouse se desculpar, pode, e deve, postar quantas partes lhe forem convenientes.

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Ainda bem que vc postou, tava louco pra saber o que aconteceu.

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Marcio...sinceramente desanimei agora rs...não pela qualidade do conto que é indiscutivelmente incrível..mas pelos acontecimento em si...espero que amanhã tudo se esclareça e pelo menos o filho não seja dessa vadia f.d.p.!!!

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vc eh demais cara adoro seu conto continua logo por favor!

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Vc pode ter essa mesma empolgação todo dia kkkkk está maravilhoso

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Muito bom, vou começar a ler desde o inicio, rsrs , ta otima a escrita, postei meu primeiro conto com base na minha vida, se puder de uma olhada. Abraços.

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Valeu por postar tão rápido! Olha sua historia é digna de um livro em.

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