E o Playboy se Apaixonou de Verdade - 16

Um conto erótico de Bernardo
Categoria: Homossexual
Contém 2159 palavras
Data: 22/07/2012 00:26:57
Última revisão: 22/07/2012 00:31:27

Lar doce lar... Depois de duas semanas de férias, finalmente cá estou eu firme e forte para prosseguir com este capítulo. E pessoal, eu realmente gostei do meu “mozin” ter escrito o capitulo anterior. Digamos que no meu aniversário eu exagerei na birita e fiquei pilequinho (Mentira, eu realmente fiquei com uma ressaca do inferno). E podem baixar a bolinha de vocês que ainda terão que me engolirAlguém ai já passou por tentações e outras coisas que te fizeram tremer na base? Do tipo você sabe que é errado, mas os olhos querem ver mais e mais enquanto o seu cérebro luta para dar a razão? Pois é, era exatamente isso o que eu sentia isso olhando a minha prima, um tesão fora do controle, MAS, eu sempre me lembrava que eu tinha firmado um compromisso sério com o Ariel. Ok, mas puxa, precisava ter uma gostosa caipira com sotaque do interior e virgem?! Se fosse há algum tempo atrás eu já teria traçado essa guria. Mas toda vez que eu pensava isso um peso enorme caia nas minhas costas, não é dor de coluna, acho que é aquela coisa que as pessoas tem... Como se chama mesmo? Ah, sim. Consciência.

Enquanto eu me arrumava pra deixar o pequeno vulcão na cadeia domiciliar (denominada também de lar do papai. Ou como eu gosto de chamar a toca do dragão...). Enquanto vestia uma camiseta descendo as escadas eu vi uma cena um tanto chocante; O meu fosforozinho, estava com as mãos segurando firme o queixo de Paula como uma garra, e com a expressão completamente diferente.

-- Eu só vou falar uma vez – a voz endurecida e fria – Atreva-se a brincar com o que não é seu se não eu vou arrancar seus dedos e unhas com um alicate de eletricista. Só quero que você ouse, por que se não faço você virar artigo de pele de piranha.

E saiu porta a fora assoviando uma canção, como se nada tivesse acontecido. Fui andando atrás dele sem entender o por que daquela cena, mas eu nem fiz questão de perguntar... O caminho até lá na casa dele foi silencioso, e quando cheguei na porta ele quebrou o gelo:

-- Entra comigo...

-- Nem vem... Eu já estou com a quota cheia do humor azedo do seu pai. – esquivei.

-- Ah me poupe né? Vai dar uma de covarde agora? – ele riu.

--Lógico que não, só que... Ah quer saber, eu vou logo entrar nessa porr... – não completei a frase.

Preciso de uma dose de adrenalina de vez em quando hehehehe... Eu cheguei lá e o Sr. Antônio estava fumando um charuto ( o que deixava ele ainda mais parecido com o Poderoso Chefão... Assustador ).

-- Ahh, o traste está aqui... – disse ele seco.

-- É bom ver o senhor também – disse sorrindo. Alguém tem uma faca aí?

-- Eu vou ser direto. Você está convidado a ir conosco na fazenda... – ele soltou a fala como se fosse se tivesse uma coisa horrível na boca dele.

-- Ah, bem é que... – eu ia recusar, mas o Ariel me olhou com a aquela cara “ Recuse, e você será um homem morto”. – Que dia será?

--Amanhã. Sugiro que vá a sua casa pegar umas roupas... Acho que vai ter de dormir aqui. Partiremos às 6 da manhã.

--Ok... – disse.

--O que está esperando? Vai logo buscar as coisas do que precisa!

Sai de lá e corri para o carro... Certo. A primeira coisa que pensei enquanto estava no volante foi: Que merda é essa que eu fiz?! Eu não gosto de fazenda! Eu gosto da cidade, da sua movimentação, do transito caótico, do concreto, dos shoppings... Pra me enfiar no meio do mato, cheio de mosquito e ainda por cima sem poder fazer nada por que o sargento estava de olho arregalado pra qualquer lugar que eu ia. Eu já estava entupido de problemas, imaginando a surra que teria de dar no Arthur, ver o porquê daquela atitude com a minha prima, entre outras coisas. Quando cheguei em casa organizei uma mochila com o que precisava... Por que pra ficar no mato é preciso realmente levar algumas coisas. Sai de lá com uma mochila e uma mala pequena, e voltei pra casa do sogrão;

Voltei pra lá ciente de que não rolaria nada mais tarde... (O que claramente significa que essa viajem seria um saco). Jantei lá, e por fim fui dormir. Acordei umas 5 e 30 da manhã com um mau-humor tenebroso, por que eu realmente ODEIO acordar cedo. Sai do quarto emburrado, e vi o fosforozinho de calça jeans, casaco, e botinas de couro. Ele parecia bem mais disposto a ir;

Seguimos de carro para a estrada e enquanto o pai dele dirigia, ele colocou a cabeça dele sobre as minhas pernas enquanto, e fazia cafuné, ouvíamos música (http://www.youtube.com/watch?v=52D55Bwk-c8 [esta música se inicia aos 2 min... mas quem quiser ouvir a introdução a vontade...] : D ), meditava a mim sobre mim mesmo. De vez em quando é bom a gente fazer isso: Pensar sobre o “eu”, as atitudes que tomamos e sobre a vida. Vi como a minha vida mudou assim tão bruscamente, me apaixonei por um outro cara, iniciei um relacionamento que eu queria levar adiante, mas também arrumei uma penca de preocupações como: Ex-Namorada, Caras que tentam tirar graça da minha cara, e entre outros.

Mas eu acho que a vida é assim... Quando fazemos escolhas, temos que assumir as consequências dos atos que se desencadeiam, por que tudo o que colhemos é resultados do que plantamos. Filosófico certo? Mas é verdade. Você já reparou que tudo o que fazemos gera consequências? Mas se temos as consequências é por que a nossa escolha foi importante de alguma maneira para a nossa vida. E eu fico pensando, que outros problemas vão aparecer enquanto eu tiver com ele... Não é medo. É só constatação...

Se há pessoas que torcem pelo nosso bem, há aquelas que desejam o oposto. Nos querem ver por baixo, sem rumo, e plenamente destruídos, por que felicidade alheia e a insatisfação pessoal não deixam elas procurarem cuidar do próprio bem. Se está no fundo do buraco, querem levar quem puder junto consigo. E era isso o que pensava. Mas eu tinha ou melhor tenho a certeza disso, de que embora a escalada seja um caminho árduo, a visão dela recompensa. O esforço e a vontade ajudam, o resto vem com essas coisas.

Chegamos lá e eram ainda 7 e 15 da manhã e fazia um frio de congelar os ossos. A fazenda tinha aquele aspecto mais simples do que a casa deles da cidade. Era pintada de verde pistache bem claro só que desbotado. A telha era vermelha e em algumas paredes as plantas trepadeiras formavam uma treliça, dando um aspecto mais rural. Mas era bem bonito. E mesmo com o frio e a nevoa da manhã, era um local ótimo...

Ariel foi correndo/quicando para dentro que nem uma criança quando vai ganhar presentes de natal. E ficamos apenas eu e o pai dele lá fora. Ele parecia tranquilo, e por fim disse:

--Quero ter uma conversa com você meu jovem...

--Tu-tudo bem. – disse nervoso.

A gente foi caminhando pelos campos da fazenda, ele estava me contando como conhecera a falecida esposa dele, o casamento, quando ela ficou gravida do fosforozinho e inevitavelmente sobre a morte dela. E embora ele seja assim tão duro por fora dava pra ver que era um cara muito legal (Tirando as ameaças constantes de morte ). Ele me contava que nunca se casou depois, devido ao respeito com a memoria da mulher dele, mas de vez em quando tinha alguns casos amorosos. “Sou de carne e osso também” e ri.

--Mas antes de tudo eu queria conversar a sério com você. – ele disse calmo.

--Diga.

--O que realmente pretende da sua vida? Quer mesmo fazer direito? – falou.

-- Bem, não. – risos – Eu pensei em engenharia industrial... É apenas um pensamento bobo.

-- Nunca rebaixe os seus pensamentos... Por que você não tem ideia o quanto pode ir longe com eles. – ele disse.

--Mas e se eu não for capaz de fazer isso?- disse confuso.

--Besteira. A partir do momento em que você tem duvidas sobre si, tende ir ao fracasso. Se quer ser forte precisa “blindar” a suas ideias á opiniões alheias. O resto é secundário.

-- Mas o por que que o senhor está me falando isso? Achei que me quisesse bem longe da vida de vocês... – disse ainda mais confuso.

-- Por que vi que estava dando murro em ponta de faca. E isso é perca de tempo, algo que eu realmente detesto. Eu estou tentando me adaptar com vocês dois... Não aceitar, mas adaptar-me. Não pensa que é fácil ver seu filho único namorar com um rapaz... Eu fiquei pensando no que eu errei, mas vi que não ia adiantar eu tentar arranjar uma causa e não a solução...

--Então o senhor vai reconsiderar a gente? – disse.

--Quem sabe... Eu já estou ficando velho. Eu ainda sou adepto a tradições que devem ser mantidas, mas eu já tive os meus momentos de rebeldia. Todos nós devemos soltar as amarras que nos predem... Não todas, por que pé no chão é o que garante o equilíbrio. Mas saber como agir e ter atitude. Pode não acreditar, mas vejo muito de você em... mim.

Engasguei. Como é que é?

--Essa sua rebeldia, confiança e essa coisa indiferente ao que o rodeia, me lembram o que eu fui quando tinha 18 anos... – Ele disse fixando o olhar ao horizonte. – Fugia de casa, batia o pé contra a vontade de meus pais e fazia as pessoas dos jantares ficarem de cabelo em pé com a minha falta de educação. – Ele riu. – Os tempos passam mas a juventude ainda é a mesma. Todos nós um dia temos essa louca vontade de correr, gritar... Sair por ai querendo ver o mundo e como ele é de verdade. Essa coisa de liberdade. Isso é se considerar jovem.

Eu sorri um pouco.

-- E quando eu percebi isso tudo já era tarde demais. Eu me arrependo de ter prendido demais ele... Só tentei ser um bom pai. E talvez um pouco de medo... Ele é parecido demais com a mãe. Ele por baixo dessa calmaria guarda esse fogo incandescente que a mãe dele tinha. Incontrolável e ao mesmo tempo adorável... E eu fico rindo toda vez ao notar isso... – Nós dois rimos.

-- O que mais? – disse mais relaxado.

-- Espero que você tenha muita fibra para segurar Ariel... Por que ele é uma pessoa indomável... E que você tenha inteligência o suficiente e muita calma. Por que a partir de agora todos em sua volta tentaram separar vocês dois, mas lembre-se: Eles passam. Vocês ficam.

Dei um abração ao sogrão e disse:

--Valeu.

Depois da conversa voltamos pra casa e almoçamos... Estava tudo tranquilo e na mais absoluta paz. Depois fomos andar a galope pelo pasto. Eu só sabia andar um pouco e ainda ficava meio tenso ao ficar em cima de um animal desse tamanho. Mas o fosforozinho só faltava voar a toda velocidade, onde eu só conseguia distinguir os cabelos que flamejavam ao sol. Depois fomos jogar sinuca eu e o pai dele ( que era muito bom... Bom até demais pro meu gosto ) enquanto ele ficava lendo um livro. E começou a anoitecer.

Eu já estava louco pra poder beija-lo e abraça-lo mas fazer o que? Eu tinha ganhado um voto de confiança do velho e não iria perder. Então é o jeito me contentar... Enquanto a madrugada passava a porta abriu devagarinho e ele entrou. Ele me deu um beijo e eu o abracei forte aspirando o cheirinho que adorava que ficava entre o pescoço e a orelha.

--Hoje não... – ele corou.

--Por que? – disse agarrando ainda mais as costas dele.

--Por que até agora estou meio dolorido – ele ficou ainda mais vermelho.

--Humm... – Peguei as mãos dele e a beijando. E ele riu e caiu na cama comigo. Eu agarrei ele por trás e colando ao máximo o meu corpo no dele querendo que não sobrasse nenhum espaço vago entre nós. – Conversei com o seu pai...

--O q-que?

--Está tudo melhor... Acredite. Mas o que você veio fazer aqui de madrugada em?

--Senti a sua falta. – ele disse.

-- Eu também... E embora eu sinta mais falta ainda de outras coisas, vou relevar. Te amo demais seu baixinho mimado... – pressionei o meu pau na bunda dele e ele arfou bem baixinho e riu.

--Tarado cafajeste.

-- Mas você gosta desse jeito certo? Ou queria um príncipe encantado?

-- Não... Prefiro você, com qualidades e defeitos. Isso torna a pessoa mais ser humano. Seria chato você sem seus defeitos – ele riu.

-- São muitos? – disse sorrindo.

--Ahh sim... Muitos. Mas as qualidades salva cada um deles.

-- Obrigado então. – disse.

--Não tem de que.

E assim dormimos bem colados um ao outro. Por que se eu tivesse que enfrentar problemas, valeria a pena.

CONTINUA

bernardodellavoglio123@hotmail.com

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Comentários

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Lembrem-se: idade não é sinônimo de maturidade, nem de conhecimento e também de experiência. Tem muitos jovens muito mais experientes e maturos do que idosos. É, o pai do nosso menininho fez algo que poucos fazem!

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Cada vez mais apaixonado pela história de amor entre vocês dois! Parabéns, de coração! Vocês são muito fofos... e fico feliz que finalmente o "sogrão" tenha aceitado você! ;)

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Que lindo esse conto *-* Curto de mais.Vei no começo eu te achava muito escroto, mas vc realmente mudou... Muito incrível, Parabéns pelo conto e por ser uma pessoa melhor...

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Não canso de ler! Não comento todos... mas leio e releio trechos que me fazer pensar como pode ter gente que é contra o amor de duas pessoas apenas pelo fato de serem do mesmo sexo? A história tem altos e baixos assim como todo relacionamento, mas sempre aparecem surpresas adoráveis no percurso! Adorando cada vez mais, Bernardo!

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