Essa foi uma parte tensa de escrever e espero muitos comentários com os opiniões de vocês! O que fazer? Conto com vocês, boa leitura!
Me encolhi na cama e me assustei ao passar a mão pela minha bunda e perceber: sangue.
Ele se virou para mim:
- Nossa! Num pensava que ia ser tão gostoso assim. Bora de novo?
- Não encosta em mim Bruno!
- O que houve amor? Achei que tinha sido especial.
- Não dá pra ser especial desse jeito. Egoísta!
Me levantei ainda me tocando e percebendo o sangue. Bruno, que ainda não tinha visto se assustou:
- Carlinhos, isso é sangue?! Eu não acredito que eu fiz isso. Foi mal, me perdoa, por favor. Nossa! O que eu fiz, cara?
Ignorei suas palavras, estava muito nervoso e acima de tudo chateado! O que eu menos esperava na minha primeira vez era que isso acontecesse. Naquele momento eu me lembrava do ogro que Bruno era, e que acreditei que ele tinha mudado.
Segui para o banheiro e me tranquei lá, não dando tempo para sua entrada. Ignorei suas batidas na porta e liguei o chuveiro. Tentava me limpar de tudo: do sangue, das suas mãos, da sua boca no meu corpo, de tudo dele em mim. Enfim, eu sentia nojo. Me sentia violentado, sem ao menos o direito de falar ou agir.
Chorei muito, muito mesmo. Como nunca na minha vida. Mas eu precisava sair daquele banheiro. Eu não queria discutir com Bruno, pelo simples fato de não querer mais a sua companhia. Porém, não adiantaria fugir. Eu estava em um apartamento dele e com certeza ele esperava do outro lado da porta. Logo, enfrentar!
Dito e feito. Abri a porta e lá estava ele de cabeça baixa, sentado à minha espera:
- Carlinhos, me perdoa. Eu não queria ter feito isso, me descontrolei.
- Bruno, você fez a minha primeira vez ser essa porcaria. É melhor você ficar calado, de verdade.
- Peraí, primeira vez? Você e o playboyzinho nunca...
- Não! Mas antes tivesse feito. Tenho certeza que não seria assim.
Só percebi o que tinha dito quando seus olhos me fitaram com certa raiva. Mas que se dane! Ele precisava ouvir. Me vesti e a ardência não diminuía. Eu me vestia e ele me olhava, apenas de cueca e triste. Mas quem sentia as dores era eu e não ele.
- Quero ir embora Bruno. Dá pra você me levar pra casa da sua mãe?
- Claro.
Ele disse em tom grave e se vestiu rápido. No caminho nem conversamos. Achei melhor não render e ele imaginou que não seria melhor continuar as coisas daquele jeito. Chegamos na casa dele, da mãe, e subi direto pro quarto. De lá, pude ouvir Angélica e Bruno:
- Nossa, que cara é essa de vocês dois?
- Mãe, não tô afim de falar nada não!
- Sabia que essa pouca vergonha não daria certo.
- Mãe, pelo tanto que eu te respeito eu vou subir porque posso me arrepender depois.
Entrei no quarto já esperando que ele entrasse. Não tinha outra atitude a não ser a drástica.
- O que você tá fazendo, Carlos?
- Arrumando minhas coisas. Eu vou voltar pra casa.
- Ei – ele segurou meu rosto com força – eu achei que você tivesse abrindo mão de tudo por mim, por nós.
- Eu tinha feito isso Bruno, mas não vale a pena. Eu descobri que não consigo mudar ninguém, muito menos você.
- Eu cometi um erro e tô te pedindo perdão cara. Eu te amo porra. Sei que me excedi, mas eu achei que tu tivesse curtindo. Não imaginava que você nunca tinha dado.
- Olha como você fala, Bruno. Quer saber, você conseguiu o que você quis não é? Não era só fazer eu ‘dar’ pra você? Pronto. Espero que esteja satisfeito.
Mais uma vez ele demostrou sua raiva pelo olhar. Se afastou de mim, passou a mão na cabeça e não disse mais nada. Por um momento até esqueci que ele estava ali.
Continuei arrumando minhas coisas e fiz isso de forma rápida e triste. Mas sem chorar. Estava decidido.
Estava triste sim, mas minha raiva e minha mágoa era maior que minha tristeza. Bruno continuava ali, me olhando, em silêncio. Creio que processando a melhor forma de me fazer ficar.
Era noite, seria difícil pra voltar. Pior ainda, teria que dar inúmeras explicações ao chegar em casa, mas seria isso! Arrumei tudo, segurei minhas coisas e me virei.
Lá estava Bruno, me olhando de uma forma que nem consigo decifrar. Até que ele me disse:
- Olha, se você quiser ir eu não vou te segurar mais aqui. Só pensa no que você tá fazendo. Da mesma forma que eu fugi, você tá fazendo isso. Agora é a minha vez de duvidar dessa parada que você diz ser amor. Faça o que você quiser, mas se esqueça que não tem volta!
CONTINUA...