Continuando...
Eu estava totalmente sem chão, a cirurgia demorou muitas horas, acabou de madrugada, eu fiquei no hospital, não tava nem ai pro trabalho, queria vê-lo bem. Passei a noite lá, de manhã eu estava exausto, cheio de olheiras, mas eu não queria papo com ninguém, então Gabriel e Bruno chegaram e vieram até mim. Abracei o Ga procurando conforto, consegui em parte me sentir melhor, mas ainda queria vê-lo bem.
Gabriel: - Calma lindo, to aqui.
Eu: - É tudo minha culpa.
Gabriel: - Para com isso, por favor.
Bruno: - Nossa Ma, você ta horrível. Vai dormir e descansar um pouco.
Eu: - Não consigo, não até falar com ele.
Bruno: - Vamos lá tomar um café então, você precisa o Ga vai ficar ai e qualquer coisa ele avisa a gente.
Bruno deu um selinho no Ga e me levou pra tomar café. Lá ficamos em silencio, até que eu falei.
Eu: - Se acontecer alguma coisa com ele, eu nunca vou me perdoar.
Bruno: - Não vai acontecer nada.
Então Gabriel ligou pro Bruno e ele fez sinal pra que fossemos até lá. Então ele pegou os salgados pra viagem e meu suco de milho, além de um café preto. Chegando lá, Gabriel falou:
Gabriel: - Foi tudo bem, ele vai acordar logo logo, dependendo do estado ele pode der alta ainda hoje a noite ou no máximo amanhã a noite. Ele não teve nenhuma fratura na coluna nem nada que prejudique ele, vai andar normalmente e tudo mais, o medico disse que ele deu muita sorte.
Eu fiquei muito aliviado, liguei na faculdade dizendo que não ia trabalhar e expliquei o porque. Eles disseram que eu pegasse um atestado de acompanhante pelo menos.
Não demorou muito e ele acordou, ele pediu pra falar comigo. A mãe dele ficou decepcionada, e eu pensei: chupa veia.
Entrei lá, ele tinha perdido um dente da frente, tava muito engraçado, mas eu não tinha forças pra rir.
Ricardo: - Nossa, você tá mal hein?! Parece que foi você que sofreu um acidente.
Eu: - Cala a boca vai, é culpa sua.
Ricardo: - Desculpa... por tudo.
Eu: - Para de se desculpar.
Ricardo: - Me da um beijo?
Eu beijei ele como se fosse a última vez, eu nem ligava mais pro meu aniversário. Ficamos nos beijando por um bom tempo.
Ricardo: - To feio de mais né vida?
Eu: - Digamos que tá não muito bonito como antes.
Ricardo: - Ainda bem que nosso amigo é dentista. Vai pra casa dormir um pouco meu, não quero você com olheiras.
Eu: - Só saio daqui com você.
Tava chegando o horário de visitas, então mais gente podia entrar no quarto logo logo, então eu fui e sentei no sofá que tinha ali dentro, acabei pegando no sono sem perceber. Mas o que importava era eu estar ali com ele. Um tempo depois, a enfermeira me chamava.
Enfermeira: - Moço desculpa te acordar, mas só pode ficar um acompanhante aqui.
Eu: - Ué, sou eu, quem mais seria?
Enfermeira: - A mãe do paciente.
Eu: - Pode falar pra ela que quem fica aqui sou eu.
Silvia: - Eu to bem aqui, deixa eu ficar um pouco com meu filho.
Eu: - Eu não saio daqui.
Silvia: - Olha lá filho, lá vem ele implicar comigo de novo.
Eu: - Ricardo, você decide, quem fica?
Ricardo: - Mãe, quem fica aqui é ele.
A enfermeira a levou pra fora do quarto.
Eu: - Gostei de ver.
Ricardo: - Você é a pessoa mais importante do mundo pra mim.
Eu: - Bom saber disso.
Sentei na cama dele e ficamos abraçados, eu dormi de novo, mas dessa vez, ele também. Depois então, o medico da noite chegou pra fazer uma avaliação se ele seria liberado ou não.
Era horário de visita, então logo entrou a mãe dele de novo pra encher o saco, eu ia levantar da cama, pra eles poderem conversar numa boa, mas ele me segurou.
Ricardo disse cochichando em minha orelha: - Você fica bem aqui comigo, pra sempre.
Então entrou mais alguns parentes que eu não conhecia, primos, tios, ele sempre me apresentava como namorado, eu adorei aquilo. Alguns olhavam torto, outros entendiam, outros simplesmente respeitavam.
Depois o médico apareceu e tirou todos do quarto, menos eu, ele deu alta pro Ricky, ainda bem, passou uma série de remédios que ele teria de tomar em casa, deu uma semana em casa pra ele, sem movimentos bruscos e pra tomar muito cuidado. Eu cuidaria dele muito bem.
Ele teve de sair de cadeira de rodas, regra do hospital, ele entrou no meu carro, peguei a mala que eu tinha feito pra ele ficar no hospital, paguei o estacionamento que foi bem caro e íamos pro nosso canto, finalmente. Mas no caminho precisei passar na farmácia e gastar mais uma pequena fortuna em remédios pra ele. Como eu tinha pego atestado no hospital, eu ficaria com ele o resto da semana, os outros dias como sábado a mãe dele, insuportável ficaria lá na nossa casa.
Eu concordei apenas pra ela ficar com ele, mas desde que ela não se intrometesse e quisesse ter autoridade na minha casa. Chegando lá, que eu me lembrei da Aline, mas ela tinha se virado pra se alimentar, ainda bem. Ela já estava meio barriguda, nada de mais. Em casa, pus ele no quarto, mas ele logo quis tomar um banho, tomamos banho juntos, mas eu não deixei rolar nada, apesar dele já querer. Pus ele na cama depois, marquei os horários do remédio em uma planilha e imprimi pra eu não esquecer, porque se dependesse dele, ele ia tomar tudo misturado em horário errado, ele era uma criança que eu tinha que ficar cuidando.
No dia seguinte, acordei com ele me beijando, ele estava pelado, já que ele gostava de dormir daquele jeito. Correspondi os beijos e logo ele me virou de costas e começou a lamber meu anus, eu fiquei muito excitado com aquilo, não demorou muito eu gemia e ele veio me penetrar, eu até tentei lutar, mas ele disse que se ele sentisse dor, pararia. Mas eu sabia que ele não pararia, não foi nada muito longo, depois dele gozar uma vez já quis parar.
A mãe dele chegou logo em seguida, ela não tinha muita noção do horário. Ela chegou me cumprimentou e já foi subindo pro meu quarto, eu achava aquilo uma invasão. Eu não gostava de quando ia na casa dos outros de entrar nos quartos, aquilo é um espaço pessoal. Por exemplo, no do Gabriel, tinha muitas revistas pornô gay, muitos filmes, tudo espalhado e ele tava pouco ligando se alguém visse ou não, se alguém se incomodasse, a pessoa tinha que sair.
Quando ela chegou na porta, eu falei: - Dona Silvia, espera lá embaixo que eu vou ajudar ele a descer.
Silvia: - Não, tudo bem, eu não me importo com bagunça.
Aquela vaca, desculpem mas ela era uma vaca, a empregada tinha deixado tudo limpo e arrumado.
Eu: - Não é a bagunça não, é a privacidade mesmo.
Ela ficou emburrada mas desceu. Bem feito, logo eu ajudei ele a se trocar e descer. Lá ela ficou perguntando coisas como se eu tava alimentando ele direito, dando remédio na hora certa, não sei o que ela tinha na cabeça. Do mesmo jeito que ela era a matriarca na casa dela, eu geria tudo na minha.
Ela conseguiu chegar antes da empregada, era 7:30 da manhã. Ricardo não gostou muito. Ela passou o dia todo lá, a noite ela queria dormir lá ainda. Ricardo que não deixou, eu não falei nada. Ela foi embora brava, eu tinha achado bem feito de novo. Não era que éramos ruins, mas se não cortássemos as asas dela, ela ia se achar a dona do pedaço. Ela era tão intrometida que ela tinha achado o fim da picada o Ricardo me dar o cartão de credito adicional dele, ele explicou pra ela que ela também tinha um do marido. Ela era uma ridícula intrometida.
Eu sempre fiquei irritado, porque as pessoas sempre acharam que eu era dono de casa e o Ricardo trabalhava e sustentava tudo, eu não pegava o dinheiro dele, ele fazia questão de pagar tudo, mas quem pagava a maior parte de tudo era eu. As contas, empregada, despesas com carro, era tudo eu que pagava. Então ele depositava dinheiro na minha conta e me deu o cartão de credito dele pro caso de emergência, como remédios e essas coisas, mas eu não tinha que dar satisfação pros outros, muito menos pra ela dos meus gastos. Se ele me bancasse era problema nosso e não dela. Pra vocês terem noção ela não gostou nada de eu começar a fazer doutorado e deixar ele sozinho aos sábados, ela chegou a insinuar que eu ia pro interior pra trair ele, mas eu nem me dava ao trabalho de responder.
Na sexta ela dormiu na nossa casa já que eu saia de madrugada no sábado pra ir pra São Carlos, ela era tão folgada que queria dormir com ele no nosso quarto e queria que eu fosse pro quarto de hospedes já que saía de madrugada e ela não queria que eu acordasse o filho dela. Ricardo então disse pra ela que queria fazer amor e que se ela quisesse podia ficar no quarto assistindo. Ela achou falta de respeito e foi de novo dormir mal humorada, era o cumulo, nós não podíamos fazer nada sem a supervisão dela.
Quando cheguei sábado a noite, vi que eu precisava muito estudar um pouco mais, e tinha prometido pra mim mesmo que quando ele melhorasse totalmente eu estudaria mais. Chegando em casa, fiz questão de pedir pra ela ir embora, mas indiretamente, mas como ela não se tocava, Ricardo pediu diretamente mesmo. Ele já estava bem, só tinha que tomar remédios, era ela que queria ele embaixo da asa dela sempre.
O seguro, depois de todo aquele tempo entrou em contato, o carro do Ricky já era, então ele pegaria outro. O pai dele resolveu tudo isso pra nós. No domingo, minha mãe foi com Luís lá em casa almoçar, assistir o jogo e ver como Ricardo estava. Não é que eu era puxa saco da minha mãe, mas ela respeitava nossa casa, nosso relacionamento, nosso espaço, ela era de mais. Não se intrometia em nada.
Aline tinha um consulta na segunda na hora do almoço, então eu fiquei de levá-la, já que não tinha outra opção. No carro, íamos em silencio.
Aline: - Você vai tratar meu filho bem? – Ela disse tentando fazer piada.
Eu: - Eu não tenho nada contra a criança, ao contrario, vou amá-lo. O meu problema é a circunstancia que ele foi feito e a falta de caráter dos pais dele. – Pensei: Chupa.
Aline: - Nossa, tudo bem.
Aquela era pra ela não ficar sendo engraçadinha, eu não gostava dela, eu convivia pela criança, a presença dela era neutra, eu também não a odiava, só achava ela uma vagabunda aproveitadora pega troxa.
Depois da consulta, eu vi que não tinha como levá-la em casa, ela disse que não se sentia bem pra ir de ônibus, achei aquilo um absurdo, folgada! Ela não estava tão barriguda, muito menos incapacitada e ainda queria ir de táxi, acho engraçado quem come mortadela e arrota caviar. Então dei dinheiro pra ela ir de táxi, mas não gostei da atitude dela, eu esperava um pouco de humildade da parte dela. Andar de ônibus não matava ninguém.
Ela que não se cuidasse, ela tinha essa mamata até o neném nascem, depois ela ia andar de ônibus, só andaria de táxi se tivesse condições. Ela tava achando que ia ser sustentada a vida toda, quando a criança nascesse não daríamos um real na mão dela, enquanto ele fosse bebê, compraríamos tudo pra ele, sem dar um tostão a ela, já que a pensão é pros filhos e não pra esposas e naquele caso nem esposa era. Ela tava achando que ele ia dar milhares de reais na mão dela, enquanto bebê daríamos em forma de berço, roupa, alimento, carrinhos, brinquedos, ela que fosse trabalhar.
Sério, eu não era mão de vaca, mas se não cortasse as asinhas dela, ela ia querer ser sustentada a vida toda.
Aquele mesmo dia, quando saí da escola a tarde, passei em uma loja de planejados pra ver quartos de criança, eram muito legais, logo que desse eu levaria Ricky pra ver, eu tinha visto um muito lindo, que ia ficar legal na nossa casa, mas deixaria ele escolher.
Chegando em casa, percebi que ele estava mais carinhoso, quis saber tudo do meu dia, ficamos conversando sobre mim, o que era bem raro. Acho que ele estava arrependido de tudo, então eu deixaria passar. Ele perguntou tudo sobre o doutorado, me contou que não era muito bom nem gostava de matemática. Era até estranho ele daquele jeito, me chamou pra assistir um filme, o que eu quisesse, era muito estranho, geralmente era aqueles filmes de ação meio confusos.
A noite, fizemos amor de um jeito diferente, ele foi bem mais carinhoso do que selvagem e acreditem, pela primeira vez, ele foi extremamente carinhoso, me beijava todo, era paciente, foi tudo ao meu tempo e não ao dele, não importava ali só o prazer dele. Inclusive, depois de quase um ano de relacionamento, foi a primeira vez que ele me tocou, me punhetou pra que eu também ficasse satisfeito e gozasse, quando eu gozava antes era só sem me tocar, ele não me tocava, mas aquela vez foi diferente, não foi muito, mas já foi um passo.
No outro dia, eu acordei cedo, ele acordou junto, o que não era frequente, tomamos banho juntos, café juntos, com muitos beijos, ele estava tão carinhoso, eu tava adorando, então ele falou.
Ricardo: - Posso ir assistir uma aula sua na faculdade?
Eu estranhei.
Eu: - Nossa, porque?
Ricardo: - Pra ficar mais um pouco com você oras.
Eu: - Pode.
Eu até tinha gostado da ideia. Na faculdade, eu fiquei meio nervoso, o que era raro já que eu era bem solto pra dar minha aula.
Quando acabou, fomos embora, no carro, ele falou comigo.
Ricardo: - Você é bom nisso, sabia? Ensinar, se eu tivesse um professor assim, teria gostado de aprender matemática.
Eu gostei de ter ele perto, a tarde ele foi comigo também, eu disse que era um estagiário na escola. A noite, eu estava muito feliz, estávamos juntos perto, o dia todo, dividindo alguma coisa, era de mais. Ele deu a ideia de irmos jantar fora em um restaurante bem chique e caro que eu não conhecia e fomos.
Aquele dia foi muito bom, a noite, vimos outro filme do meu gosto juntinho, eu podia me acostumar com aquela vida. Não que eu gostasse de ser paparicado o tempo todo, mas de vez em quando era bom. Fizemos amor novamente, bem carinhosamente e ele me deu banho.
Quem sabe ele não tinha aprendido a lição que faltava. Eu não reclamava, simplesmente curtia.
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Bom gente, ta aí mais uma parte do meu conto, espero que vocês gostem. Muito obrigado por tudo que vocês tem feito por mim, vocês tem sido os melhores. Qualquer crítica e sugestão são bem vindas.
E-mail pra contato: marcio.casadoscontos@hotmail.com
Até mais ;)