Uma situação totalmente estranha. No mínimo inacreditável. Nunca pensei em vê-lo ali diante de nós. Parecia uma miragem... Um pesadelo, talvez.
Pai dele - Me deixa entrar, por favor.
Poderia expulsá-lo? Sim. Eu deveria tirá-lo dali, dizer várias bobagens para ele... Enfim, tratá-lo mal, da mesma forma que ele agia conosco, mas algo me impedia. Então, deixei-o passar... Estávamos frente a frente outra vez.
Eu - Seja o que for que você tenha para falar... Seja rápido, porque o Edu não pode se aborrecer.
Tensão! Essa era a palavra que definia aquele momento. Eu não queria ouvir nenhuma explicação, nem olhá-lo novamente. Estar perto desse homem me causava tantos sentimentos ruins... Não rolava. Meu desejo era sair daquele ambiente rapidamente.
Pai dele - Sei que eu não sou bem vindo por aqui.
Eu - Se sabe... Acho que nem deveria está aqui, não é?
Por mais que a casa fosse minha... Eu sabia que mais cedo ou tarde, essa hora iria chegar e, o Edu morando comigo... Não teria como evitar essa situação. Meus pais sempre me deram boas instruções na vida... Sobre como tratar as pessoas e tal, mas o pai do Edu... Impossível.
Pai dele - Eu só preciso do seu perdão meu filho. Eu não to conseguindo viver com todo esse remorso.
Edu - Filho!!??!?! Você nunca me enxergou dessa maneira.
Pai dele - Sei que eu errei, mas eu estou disposto a consertar todos esses erros e, começar tudo de novo.
Como se fosse tão fácil assim. O Edu já tinha sofrido tanto por todos esses problemas. Ele não estava totalmente cicatrizado para passar por outra experiência traumatizante desse tamanho. Porque o pai dele demorou tanto tempo para ter essa atitude?
Edu – Não é tão simples assim. Você acha que é só vir aqui e falar meia dúzia de palavras e, vai ficar tudo bem? As coisas não são assim.
Eu – Você o feriu demais. Não é fácil esquecer.
Pai dele – Me Deixa conversar com ele a sós?
Será que eu era um garoto tão mal assim? Sabia que a minha presença incomodava e, muito os pais dele e tal. Só não entendia o motivo de tanta antipatia comigo. Eu era tão bonzinho, rsrs.
Edu - A casa é do Diego. Ele não sai daqui. (ele disse irritado).
Pai dele - Tudo bem. Será que você pode me ouvir? Deixa eu tentar me explicar.
Eu - Amor? (só para provocar, rs) ouve o que ele tem para te dizer. Essa conversa não é minha. Agora vocês tem que ficar sozinhos.
Edu - Amor. Fica! Eu preciso de você aqui.
Eu - Não. Fica tranquilo que eu vou está ali no quarto.
Na verdade, seria até um favor eu desaparecer dali. Quanto mais longe melhor, mas antes... Dei um beijinho no Edu de boa sorte na frente do meu sogrão querido, hahaha.
Conversar... Não foi exatamente o que eles fizeram, pois a todo o momento, eu ouvia vozes alteradas, discussões calorosas... Às vezes isso me assustava demais. Temia pela saúde do Edu, mas era melhor eu deixar as coisas acontecerem sem a minha interrupção. Logo, toda a casa silenciou-se. Então, quando cheguei onde ele estava, encontrei-o sozinho chorando, todo desesperado. O Edu estava em choque, dizia várias coisas ao mesmo tempo... Palavras sem sentido algum.
Eu - Amor. Eu to aqui com você. Fica calmo.
Edu – Me ajuda. Eu não aguento mais.
Porque tudo isso tinha que acontecer? Ah! Se eu pudesse mudar certas coisas. Quando conheci o Edu... Todo arrogante e tudo mais... Nunca imaginei que ele enfrentasse algo assim na vida. Por que...? Era o que eu me perguntava todos os dias. Perdoar alguém era uma coisa tão complicada e, não poderia ser feito assim, de uma hora para outra. Tinha que ser de coração. Acho que ele ainda não estava preparado para esse momento.
Eu – Ei. Eu te amo e não vou deixar nada de mal te acontecer. Ok?
Edu - Por favor, fica comigo. Não me abandona.
Nossa relação era muito forte. Tão intensa... Realmente, era amor. Eu me preocupava demais com o Edu. Queria vê-lo bem sempre.
Eu - Eu não vou te abandonar. Ok? Agora vamos esquecer esse assunto.
Edu - Eu não consigo. Toda hora essa história vem na minha mente.
Eu – Que tal a gente sair por aí, vamos?
O clima não era nada favorável para dar umas voltas, mas eu queria distraí-lo de alguma forma. Eu sentia que ele necessitava de desabafar. Ficamos em silêncio somente observando tudo que acontecia em nossa volta: O clima ensolarado, diversas pessoas na praia, crianças brincando... Enfim, tudo.
Eu - Edu. Você não pode viver assim com esse trauma para sempre. Tudo isso está te prejudicando.
Tão frágil. O Edu evitava me olhar, conversava comigo, mas estava tão longe dali. Seria melhor não forçar a barra. Iria tentar convencê-lo aos poucos, com todo o cuidado necessário para não machucá-lo ainda mais.
No outro dia... Era a hora de voltar á faculdade. O Edu recebeu tantas felicitações... Tudo isso só reforçava o quanto ele era querido por todos. Agora, cada um na sua sala estudando... Senti meu celular chamar. Pensei em recusar a chamada, mas era um número totalmente desconhecido e, como sou muito curioso. . Não resisti. Dei uma desculpa e, saí para atender meio desconfiado. Quem poderia ser? Mas ao ouvir aquela voz... Por quê? Para a minha total surpresa era o pai do Edu. O que mais faltaria me acontecer?
Eu - O que você quer? (perguntei irritado).
Pai dele - Por favor, eu preciso da sua ajuda.
Era incrível ouvi-lo todo educado falando comigo. Nem parecia ele. Surpreendente!
Eu - Eu não posso te ajudar em nada. Agora eu tenho que estudar.
Pai dele - Espera. Por favor, eu preciso conversar com o Eduardo. Só você pode me ajudar.
Porque todos chegavam até eu para conseguir algo com o Edu? Eles não conseguiam resolver seus próprios problemas sozinhos? Eu não era o salvador do mundo. Situação chata demais.
Pai dele - Você pode vir até aqui?
Eu - Não é você quem quer conversar com o Edu?
Pai dele - Sim, mas antes eu preciso falar contigo.
Eu - Então... Você que venha onde estou, pois eu não entro mais nessa casa.
#MARRENTO.
Era melhor nos encontrarmos num local totalmente público. Nunca se sabe, não é? Não o via como inimigo, mas próximos nós não éramos. Então, seria melhor me prevenir de todas as formas possíveis. Por isso, deixaria o Breno ciente sobre tudo o que estava acontecendo e, ele faria companhia ao Edu durante esse tempo.
Atrasei-me de propósito, rs. Ele já me aguardava meio constrangido. Cumprimentou - me, mas não respondi. Eu não fingiria ser algo que não sou para agradá-lo, não mesmo.
Pai dele – Bem... Eu sei que você me odeia, mas não dá mais para continuar assim. Eu preciso do amor do meu filho.
Eu - E você acha que agora ele quer o seu amor? Tarde demais. O Edu passou a vida toda implorando seu afeto...
Pai dele - Eu sei que errei. Esse fardo tá pesado demais. O Thiago me abriu os olhos. Diego... O Eduardo te ouve... Por favor, converse com ele.
Isso já estava virando rotina: Se quiser que o Edu faça algo... Peça primeira ao Diego. Aaaff! Eu não conseguia resolver nem meus próprios problemas... Imagina solucionar o deles.
Eu - Ele cansou de ser maltratado. Chega! O Edu não merece tanto sofrimento... Quer saber? Eu também estou farto de o ver sofrer e, tudo por sua causa... Já tentei compreender, mas não dá... Como não conseguiu perceber que ele precisava de você? Será que era tão difícil assim para um pai amar seu próprio filho?
Pai dele - Eu não sei o que fazer para ele me perdoar.
Eu - Creio que será muito difícil. Ele tá sofrendo demais. O Edu não pode passar por tudo isso novamente. Você destruiu a vida dos seus dois filhos.
Pai dele - Eu sempre dei tudo o que eles queriam... Sei que falhei em certos momentos, mas eu quero esquecer. Só preciso explicar isso á ele.
Eu - O principal você não deu. Ao menos para o Edu... Ele não teve o seu amor, mas eu não tenho como ajudar... Se o assunto era esse... Você já sabe minha resposta.
Queria encerrar essa conversa de uma vez por todas, mas ele insistia tanto. Já estava me cansando todo esse papo. Não queria ninguém me bajulando, pois sabia que todos eles só recorriam até a minha pessoa porque não tinham a capacidade de consertar suas próprias burradas.
Pai dele - Diego. Você transformou o Eduardo. Hoje eu vejo e sei que foi por sua causa. Por isso eu to pedindo... Por favor. De coração, acredite em mim.
Sabia que eu deveria negar, mas eu via verdade nessas palavras. Me julguem!
Pai dele - Diego. Você o ama, não é?
Para que essa pergunta agora? Era só o que faltava... Ter que explicar meus sentimentos, mas eu não recuaria. Chega de ficar negando. Nosso amor merecia sim ser compartilhado.
Eu – Amo muito. Demais.
Pai dele - Então... Ajude nossa família, por favor. Pelo bem do Eduardo.
Ah! Que raiva que eu sentia de mim mesmo... Comprometi-me em ajudar. Ele me agradeceu, demais até, mas eu fazia isso apenas pensando no bem estar do Edu, somente. Essa conversa me deixou completamente atordoado.
Já em casa, ele estava com o Breno e o Thiago. Nem me dei conta do tempo, pois já era bem tarde. Assim que eles foram embora, eu tentaria entrar nesse assunto totalmente delicado.
Eu - Amor? (disse o beijando).
Edu – Amo ver você me chamando assim.
Eu – Só não vai se acostumar hein? Não vai ser sempre assim não.
Edu – Sei que não, rsrs. Te conheço... Estressadinho... Então, o que você acha de comemorarmos seu aniversário bem longe daqui?
Esquecer o próprio aniversário... Esse era eu, rsrs. Tanta coisa acontecendo que nem me lembrei dessa ocasião.
Eu – Seria legal, mas eu acho melhor fazer algo mais simples por aqui mesmo, mas primeiro nós vamos festejar o seu.
Edu - Sim, mas eu já sei como vou comemorar o meu. Que tal se viajarmos?
Seria uma boa... Viajar, lugares diferentes, longe de tudo e de todos... Paz.
Eu – Adorei essa ideia. Acho que todos os nossos amigos vão gostar...
Edu – Ei. Ei. Ei (tentando chamar minha atenção) Amor... Quando eu disse viajar... Somente nós dois, entendeu?
Eu - Claro. Como eu não pensei nisso? Vai ser ótimo.
Lógico que seria maravilhoso estar com ele. Afinal, nós merecíamos um descanso de toda essa confusão. Começamos a planejar tudo e, conversar que era bom, nada. Não consegui nem iniciar esse assunto, mas eu ainda teria tempo para isso.
No outro dia o Thiago foi até nossa casa (agora já não era somente minha). Ficou um tempinho por lá nos fazendo companhia, mas eu percebia que ele estava meio cabisbaixo.
Eu - Thiago. Tá acontecendo alguma coisa? Você tá estranho.
Thiago - Sua irmã.
Mais direto... Impossível.
Eu - O que você fez com a Daiana?
Thiago – Ei. Eu não fiz nada. Ela que de uns dias para cá começou a me tratar diferente.
Eu - Diferente como? Alguma coisa você fez. Ela não iria começar a agir assim de repente por nada.
Thiago – Eu não sei o que aconteceu... Vive irritada e, coloca a culpa de tudo em mim. Ontem eu disse que iria vê-la no final de semana, mas ela não quer que eu vá.
Eu – Depois eu vou falar com ela... Cara... Eu disse para você deixar a Daiana em paz.
Edu - Amor. Isso não é problema seu. Deixa eles resolverem.
Eu - Ela é minha irmã e, eu me meto sim, ok?
Apesar de eu ter só um pouquinho de ciúmes da minha irmã, rsrs... Eu sabia que o Thiago era uma boa pessoa. O que será que estava acontecendo com essa garota?
Mais tarde na ‘facul’, a Clara como sempre estava me esperando. Aos poucos, o Edu tentava se acostumar com tanto grude dela em mim, mas ainda bem que ela já sabia de nós. Então, não precisaríamos fingir, ou forçar nenhuma situação.
Clara - Vamos dar umas voltas por aí Diego?
Thiago - E não convida mais ninguém não? Só tem ele por aqui?
Clara - Se quiser ir... Vamos também.
A Clara sabia como provocar o Edu. Acho que ela fazia tudo isso para provocar. Haja paciência.
Clara - Ei? Você não fala nada não?
Edu - O que você quer que eu diga?
Clara - Ahhhh! Não acredito que você tá com ciúmes? (ela disse apertando a bochecha dele). Que bonitinho! Relaxa cara. Já disse que não vou atrapalhar vocês, mas eu não vou me afastar do Diego só porque você quer.
Pense num homem irritado... Esse era o Edu. Parecia um dragão soltando fogo. Complicado demais. Enfim, contei ao Breno sobre o papo com aquele senhor. Ele me aconselhou a abrir o jogo com o Edu de uma vez, assim eu evitaria toda a fadiga, hahaha.
Então, estava decidido. Hoje seria nossa conversa e, ninguém nos atrapalharia dessa vez. Cancelei o passeio com a Clara. Feliz, ela não ficou, mas combinamos de sair outro dia. O Edu adorou minha atitude com ela. Mal sabia ele o motivo. Chegamos em casa e, ele já queria fazer sacanagem, hahaha. Confesso que naquele momento pensei em recuar nesse assunto, mas eu teria que ser forte.
Eu - Amor. Agora não.
Edu - Você não quer?
Eu – Quero e, muito, mas eu preciso te dizer uma coisa.
Edu - Que balde de água fria. Olha só como você me deixou.
#DELICIA.
Eu – Vamos conversar primeiro.
Edu - Quando você começa assim... Acho que nem quero ouvir.
Eu – Olha só... Eu preciso que você me responda uma pergunta com toda a sinceridade do mundo... Você me ama?
Edu - Você ainda tem dúvida? Claro que eu te amo. (ele disse me beijando).
Eu – Então... Me faz um favor... De todo o meu coração... Eu preciso te pedir uma coisa...
Edu – Tudo o que você quiser. Diz logo... O que é?
Eu - Aceite conversar com teu pai, por favor.
Edu – Porque isso agora?
Eu – Me desculpa Edu. Eu menti para você. Na verdade eu me encontrei com o seu pai.
Teria que ser verdadeiro com ele. Não mentiria
Eu - Ele me ligou... Edu, teu pai está desesperado.
Edu – Eu não quero conversar. Não me pede isso.
Eu - Ele está muito arrependido. Por favor, Edu. Dê essa chance á vocês.
Edu - Você mais do que ninguém sabe o quanto foi difícil para eu aceitar o Thiago... Acompanhou todo o meu sofrimento... Não é justo comigo.
Eu – Amor. Me escuta... Presta atenção. Assim como você ouviu o Thiago e, se acertaram... Pensa bem Edu. Talvez ele tenha os seus motivos.
Edu - Me maltratar?!? Eu não merecia isso. Sejam quais forem os motivos, ele não tinha o direito de fazer isso comigo.
Eu - Amor. Você se arrependeu de ter feito as pazes com o Thiago?
Edu – Você sabe que não.
Eu - Então. Você mesmo está descobrindo como ele é legal. Por favor, Edu.
Edu - Eu não sei se estou preparado para enfrentar tudo isso de novo. (ele se lamentava).
Eu - Vou está com você. Ok? (eu disse o beijando) Assim como eu... Ele precisou quase te perder para reconhecer o quanto você é importante. Eu te amo Edu. Por isso estou te pedindo. Se você se sentir realmente confortável com essa situação... Acaba logo com esse tormento. Por mim. Pela nossa felicidade.
Fiz o que eu pude. Sabia que não seria nada fácil, mas essa decisão era somente dele, de ninguém mais.
Edu - Cara... Por que você faz isso hein? Tudo bem. Eu aceito, mas você vai está lá comigo.
Finalmente! Isso já era um grande passo.
Eu – Agora sim... Você é o melhor, amor.
Edu - Humm. Vamos esquecer esse assunto... Até porque nós temos coisas mais interessantes para fazerNossas roupas já ficavam pelo caminho... Os beijos se intensificaram, as caricias se tornaram emergenciais e, em questão de segundos estávamos nos amando loucamente. Existia algo entre nós... Éramos cúmplices, ele me completavaEnfim, amanheceu. Havia decidido que comemoraria meu aniversário na minha cidade com todos os meus amigos. Mal poderia esperar. Depois da ‘facul’, fomos diretamente para casa. O Edu estava tão apreensivo, mas eu tinha prometido... Estaríamos sempre juntos. Logo, ele chegou.
Pai dele - Filho... Obrigado por aceitar meu pedido.
Edu - Não me agradeça. Eu fiz isso pelo Diego.
Pai dele – Sim. Eu sei que você o ama, mas o importante é que você aceitou ter essa conversa.
Edu - E você por acaso entende de amor?
Pai dele – Filho... Por favor, me escuta.
Eu - Amor. Deixa ele falar.
Pai dele - Sei que tudo o que eu fizer ou falar aqui não vai curar a dor que você sente. Te fiz mal e, me arrependo profundamente por isso, mas eu estou disposto a esquecer tudo, por favor Eduardo me perdoa.
Edu - Eu não consigo. Não dá. (ele começou a chorar) Tem noção de como isso dói? Desde sempre você nunca me deu atenção... Não se importou comigo em nenhum momento da minha vida. Nunca foi um pai de verdade.
Pai dele - Por favor, Eduardo. Eu sinto tanto por não ter dado o valor que você merecia.
Edu - Pois não parece. Você fez eu e o Thiago nos tornarmos inimigo... Eu só queria saber por que (ele disse chegando bem perto dele). Porque você me odeia tanto?
Era muita energia negativa acumulada nesse lugar. Meu desejo era sair correndo dali, mas eu tinha prometido que o ajudaria. Só não imaginava que seria tão difícil esse momento.
Pai dele - Nunca te odiei. Você não vê? Eu sou teu pai. Como poderia ter raiva do meu próprio filho?
Que situação mais complicada!
Pai dele – O Thiago necessitava de um pouco mais de carinho. Vê-lo desde pequeno seguindo meus passos me deixava fascinado... Depois você chegou... Totalmente diferente dele. Confesso que toda essa situação me causava raiva...
Edu – Você tinha que aceitar minhas escolhas. Olha só o que fez com a gente.
Pai dele - Eu não respeitava. Simplesmente não compreendia. O Thiago sempre me obedeceu, me agradou... Ele era o meu sonho, mas sei que foi por influência minha. Já você... Se transformou em tudo o que eu não consegui ser... Suas atitudes... Eu me vejo ti. Você é exatamente igual a mim. Me desculpe por ter destruído a sua vida.
Não poderia julgá-lo, afinal, era a vida deles. Um momento só dos dois.
Pai dele – Na verdade, acho que não cumpri o meu papel corretamente (ele se lamentava). Não fui um bom esposo, falhei com os seus irmãos... ‘Forcei’ o Thiago a ser algo que ele não queria... Te fiz infeliz. Sempre coloquei minha vida profissional como prioridade. Me esqueci de vocês... Tudo isso tá me castigando demais. Eu não consigo ficar em paz, minha família se voltou contra mim. Não to aguentando mais essa situação (ele se lamentava) por isso, eu estou aqui para reparar todos esses erros. Do fundo do meu coração... O que eu posso fazer é te pedir perdão.
Edu - Tem razão... Você foi um péssimo pai, mas se está mesmo disposto a recomeçar... Vamos tentar fazer tudo diferente.
Pai dele - Posso te dar um abraço?
Tanta coisa precisava ser dita naquele momento. Aquele abraço veio para selar essa nova relação que os dois estavam começando a construir.
Edu - Você agora tem que se desculpar com o Thiago.
Pai dele – Claro. Ele merece todas as desculpas do mundo.
Claro que eles não saíram dessa conversa jurando amor eterno e tudo mais. Essa convivência seguia acontecendo de pouco a pouco, mas era maravilhoso ver toda essa história tão triste se resolvendo de uma vez por todas.
Pai dele - Acho que eu também lhe devo desculpas Diego. Muito obrigado... Por ter o convencido a me ouvir... Por ser um garoto tão maduro (nem sou) e, principalmente, ter transformado a vida do meu filho e da minha família.
Surpreso, eu estava. Realmente não esperava ver e ouvir tudo isso dele, mas a vida é assim... Cheia de surpresas, boas ou ruins.
Eu - Não precisa me agradecer. Já disse que fiz isso pensando no bem dele, porque eu o amo.
Pai dele – Não vou mentir para vocês. Isso não foi o que eu sonhei para o Eduardo, mas só em notar no grande homem que se transformou desde que te conheceu... Já é uma grande recompensa e, se ele quer um futuro ao seu lado... Eu apoio vocês.
Claro que eu não esperava viva e salves dele por estarmos juntos e tal. Se a partir daquele momento, iríamos começar uma nova relação... Teríamos que ser sincero um com o outro. Acreditei em suas palavras e, a vida seguiu. Mais tarde, o Edu voltou até a casa dos seus pais para conversar com a mãe dele, por um ponto final nessa situação. Por fim, todos os dias, ele os visitava. Às vezes eu o acompanhava, mas ainda não me sentia totalmente confortável por lá.
O tempo passava tão depressa. Ah! Se eu pudesse congelá-lo somente para aproveitar mais um pouco certos momentos. Durante esses dias, o Thiago reclamava e, muito da minha irmã, que ela estava estranha e tal. O Edu tinha me aconselhado a não me intrometer e tudo mais, mas eu não conseguia. Juro que eu tentava, mas era mais forte do que eu. Eles estavam juntos há poucos meses, então, não havia motivos para essa atitude dela. Minha mãe dizia que era uma fase e, com o tempo passaria. Na verdade, só queria descobrir qual era o motivo, pois o Thiago estava sofrendo, dava para perceber.
A família do Edu estava tão unida ultimamente. A mãe dele nem implicava mais comigo, mas eu ainda não queria muita intimidade com ela, hahaha. Eles iriam viajar e, com isso comemorar o aniversário do Edu. Claro que ele queria que eu estivesse também, mas achei melhor deixar esse momento exclusivamente para eles. O tal dia chegou. Tranquilizei-o dizendo que ainda teríamos muitos aniversários para estarmos juntos. Aproveitaria para ficar com a minha família por esses dias e, assim fiz. O Edu a todo tempo me mandava mensagens, ligava, enfim, acho que ele nem curtiu a viajem direito, rsrs.
Já em Angra... Estive com meus amigos, como sempre e, me diverti muito ao lado deles. Minha família estava toda reunida, conversando e tal, mas eu senti a falta da Daiana. Minha mãe logo desconversou. Até meu pai e o Lukas comentaram que por esses dias, ela estava muito irritada por nada. Que coisa mais estranha. Sinceramente, eu não estava gostando do rumo dessa conversa. Inventei uma desculpinha qualquer e fui até o quarto dela. Eu tinha que saber o porquê de tanto estresse. Minha irmã tão novinha e, já tão estressada. Acho que era mal de família, rsrsrs.
Eu - Oi... Cheguei e você nem desceu para me ver.
Daiana - Desculpa. Eu to um pouquinho cansada, mas e você... Tudo bem?
Eu – To legal sim, to te achando meio abatida... Porque você tá assim?
Daiana - Assim como? Eu to normal.
Eu - Não tá mesmo. O Thiago disse que você não quer vê-lo mais. Aqui em casa, todo mundo tá falando que você tá estranha, mudada.
Daiana - Bobagem. Esquece isso. Eu to bem. Ok?
Eu - Ok, mas então porque você está tratando o Thiago tão mal? Olha só Daiana... Você sabe o que eu penso sobre esse namoro, mas o Thiago gosta de você de verdade. Tá na cara. Eu não to entendendo essa atitude.
Só queria uma explicação para falar para o Thiago, mas ela começou a chorar desesperadamente. Claro que eu me assustei. Só tinha feito uma pergunta, nada mais.
Eu - Ei? Se acalma. O que tá acontecendo?
Daiana - Eu gosto muito do Thiago, mas ele nunca vai me perdoar pelo o que eu fiz.
Eu - Fica calma maninha. Eu estou aqui com você, tudo bem? Fala para mim. O que de tão grave está acontecendo?
Pensava que todo esse desespero poderia ser uma traição, talvez, mas o que veio a seguir... Porque essas coisas só aconteciam comigo?
Daiana - Maninho. (ela disse me olhando) Eu to grávida.