Recomeçar [2x02]

Um conto erótico de Marcioads
Categoria: Homossexual
Contém 2497 palavras
Data: 27/07/2012 21:34:38
Assuntos: Gay, Homossexual

Continuando...

Com o dia do batizado chegando e a ultima discussão do Ricky com a mãe, eu queria conversar com ela. Eu não gostava muito dela, mas ela era avó do Lucas e mãe do Ricardo, querendo ou não, faria parte da minha vida praticamente pra sempre.

Marcamos em um restaurante legal, eu deixaria Lucas com Ricardo, mas não queria demorar, não que eu duvidasse da competência do Ricardo, mas ele era muito distraído e dormia muito pesado, tinha medo dele cochilar e o Lucas chorar e ele acabar não ouvindo, passava mil coisas pela minha cabeça.

Chegando no restaurante lá estava ela me esperando com uma cara de quem não gostava nada, eu estava quinze minutos atrasado.

Silvia: - Tava na hora né?

Eu: - Desculpa, é que eu tive que trocar a fralda do Lucas antes de sair.

Silva: - Ah ta. Então, o que você quer comigo? Resolveu mudar de ideia e quer minha ajuda com o meu neto?

Eu: - Não é nada disso, é muito ao contrario dona Silvia, eu vou ser bem sincero com a senhora, estamos perdendo a paciência com a senhora, a senhora não respeita nosso relacionamento, nossa casa, nossa privacidade, nosso espaço e isso tem sido totalmente incomodo, isso não sou só eu que estou falando, Ricardo está de saco cheio, ainda mais da senhora querer se intrometer na criação e educação do nosso filho.

Silvia: - O filho é do Ricardo. – Ela disse meio alterada.

Eu: - Agora é nosso, meu e ele.

Silvia: - Vocês são impressionantes, acham que a sociedade é obrigada a aceitar o desrespeito com os costumes. Me desculpa, mas eu sou tradicionalista, pra mim família é homem mulher e filhos, nada além disso. Além de tudo, não gosto do jeito que você faz a cabeça do meu filho contra mim, você enfeitiçou ele, ele não liga mais pra ninguém.

Eu: - Não é feitiço, é amor. A senhora tem todo o direito de não gostar e de pensar o que quer, mas tem que respeitar a escolha do seu filho se você o ama. Família é um conjunto de pessoas que se amam e querem o melhor pro próximo, pessoas que se preocupam mais com o bem estar do outro do que dele mesmo, é quem cria, quem cuida, não importa o sexo, a raça, a nacionalidade, na família só se tem amor, não tem discriminação. A senhora se diz tradicional mas precisa aprender uma série de coisas sobre educação.

Eu: - Eu nunca fiz a cabeça do seu filho pra nada, ele é livre pra pensar e fazer o que quiser. Simplesmente a senhora não consegue enxergar nada, a senhora não conhece o Ricardo, não me conhece, mas acha que conhece.

Silvia: - Eu não vim aqui pra ouvir desaforo.

Eu: - É o seguinte, ou a gente se entende aqui, ou nunca mais. Se for nunca mais, a senhora não entra mais na minha casa e não fará parte da vida do seu neto.

Silvia: - Você teria coragem de proibir-me de visitar o meu próprio neto?

Eu: - Se for preciso pra ser o melhor pra ele, eu faço sem hesitar.

Ela ficou pensativa, o resto do almoço não falamos mais nada. Eu não queria ser desagradável com ela, mas ela estava ali colhendo tudo o que plantou.

Eu: - Você vai lá direto, por acaso o seu filho está mal alimentado? Parece que falta carinho amor pra ele? Parece que falta alguma coisa a ele ou a seu neto? Eu faço tudo por eles, dou meu melhor, mas não faço isso pelo reconhecimento, faço por amor. Larguei meu emprego por que eles precisam de mim em casa, você pode falar o que for, mas aquela casa não funciona sem mim.

Silvia: - Tudo bem, eu reconheço, eles estão muito bem. Mas e a escolha dos padrinhos? Por que deixaram minha família de fora pra chamar estranhos?

Eu: - Dona Silvia, o Ga é meu melhor amigo desde sempre e a Carla é uma pessoa simples que está fazendo de tudo pro seu neto ter uma boa alimentação e algum contato materno. Vamos fazer o batizado dele domingo, depois vai ter uma feijoada lá em casa, eu espero sinceramente que a senhora vá, mas se não for eu vou entender.

Eu continuei: - Mas se a senhora for, vai me respeitar, respeitar o Ricardo, nossas escolhas, deixar a gente errar um pouco, vai me tratar melhor e deixar que nós a procuremos caso queiramos algum conselho ou ajuda. Se for pra ir e não respeitar o que estou pedindo, nem perca seu tempo.

Ainda complementei: - A senhora acha que não magoa tudo que a senhora faz por mim depois de tudo que fiz pelo seu marido? Acha que foi fácil pra mim aguentar humilhação do pai da Aline que foi viajar com a gente á seu convite só pra provocar? Essas coisas doem.

Silvia: - Tudo bem, você está certo, desculpa era só pra te provocar mesmo. Eu quero te pedir desculpas por tudo agora, eu prometo fazer o possível pra melhorar. Não quero ficar fora da vida do Ricardo, muito menos do Lucas.

Então meio que ficamos conversados, não me demorei muito e fui pra casa. Só passei no mercado pra fazer umas compras pra encher os armários e geladeiras. Passei em uma loja de bebês e comprei umas roupinhas novas pro Lucas, como se ele já não tivesse um monte.

Chegando em casa, os cachorros vieram fazer festa pra mim como sempre, eles já estavam enormes. Eles eram tão bonzinhos com o Lucas, acho engraçado como os cachorros entendem a delicadeza dos nenéns, eu não tinha medo de deixá-los perto dele, eles eram uns anjos.

Ricardo estava assistindo TV com Lucas que estava deitado no peito dele, era lindo ver aquela cena, os dois amores da minha vida juntos. Ricardo sorriu pra mim ao me ver, mandou um beijo a distância. Fui até ele e dei um selinho, ele não quis falar nada pra não acordar o Lucas, aproveitei pra tomar um banho.

Quando sai, Ricardo me disse que o Lucas tinha acordado e precisava trocar a fralda, eu resolvi assumir então. Aquela noite colocamos Lucas pra dormir com a gente, coloquei uma proteção com travesseiros pra ninguém esmagá-lo, mas não teve jeito, eu tinha muito medo, levantei de madrugada e fui dormir no quarto de hóspedes.

Quando acordei, pus Lucas no berço e fui pra cama com Ricardo, comecei a beijá-lo, não resisti, enquanto ele dormia, tirei a cueca samba-canção, comecei a chupar o pau dele, ele se mexia, mas não tinha acordado ainda, depois eu comecei a acelerar, caprichar ali, olhei pra cima ele estava acordado, pôs a mão na minha cabeça e começou a acariciá-la e apressar os movimentos.

Ricardo disse gemendo: - Eu podia acordar assim todos os dias meu gostoso.

Depois, fizemos amor, Lucas dormia profundamente, quando terminamos fomos comer, Carla foi até lá de taxi e pagamos o táxi pra ela.

No dia do batizado do Lucas, combinei de pegar a Carla e a família junto com o Gabriel em dois carros pra caber todos e fomos pra igreja. Lá, eu não estava confortável, eu fiquei em silencio o tempo todo, depois que acabou a cerimônia na igreja, fomos pra feijoada na minha casa, que minha mãe tinha ficado preparando, tadinha.

Não foi uma cerimônia grande em casa, foi uma comemoraçãozinha, Gabriel não tirava o afilhado do colo, ele tinha orgulho em dizer que era o afilhado dele.

O natal estava muito próximo já, seria o primeiro natal com nosso filho. Eu queria passar com as pessoas que eu amo, mas eu queria passar na minha casa esse ano. Minha mãe e Luís passariam conosco, Gabriel e Bruno também. Convidei minha sogra e meu sogro, e os avós do Ricky. Não seria uma ceia muito grande, seria passado em família mesmo.

O pai do Ricky também era um babão pelo Lucas, todos eram, ele era a única criança nas nossas vidas em muitos anos. Todos amavam ele, eu adorava saber que meu filho era amado pelas pessoas.

Sem o trabalho, minha vida não era mais tão cansativa, não como antes, era um cansaço diferente, porque não era fácil ficar com criança também. Ele já estava quase com dois meses, já aprontava um pouco.

Faltavam mais ou menos oito dias pro natal, não me lembro exatamente, Ricardo chegou da academia a noite e veio conversar comigo.

Ricardo: - Boa noite amor.

Eu: - Oi lindo. – E dei um selinho nele.

Ricardo: - É que eu fiz uma coisa e queria conversar com você.

Eu: - Ih, lá vem, o que você fez?

Ricardo: - Não foi minha intenção fazer sem falar com você, mas meu primo Otávio que morava nos Estados Unidos, tava meio cansado de lá e tudo mais, queria voltar pro Brasil. Eu acabei convidando ele pra ficar aqui com a gente.

Eu: - Deixa eu entender, primeiro você convida, depois me fala? Outra coisa, mais um membro da sua família pra me odiar, lindo?

Ricardo: - Ele não vai te odiar, ele é de boas, ele é um irmão pra mim.

Eu: - Hum, tem alguma coisa que eu deva saber, antes dele vir morar aqui?

Eu disse meio que autoritário. Eu já tinha ouvido umas historias desse primo que o Gabriel tinha contado.

Ricardo: - Tem. Ele foi meu primeiro caso, foi com ele que eu perdi a virgindade, foi com ele que me descobri, foi onde tudo começou.

Eu não gostei de ouvir aquilo, só confirmava as minhas suspeitas.

Ricardo: - Mas foi há muito tempo atrás, eu juro que hoje em dia não rola mais nada, eu nem quero saber, ele é só meu primo-irmão.

Eu: - Se eu falar que não, vai adiantar alguma coisa?! Ele chega quando?

Ricardo: - Amanhã a tarde vou buscá-lo no aeroporto.

Eu: - Ele é gay?

Ricardo: - Ele é estilo o antigo Gabriel, caiu na rede é peixe.

Confesso que aquilo me preocupava e me irritava ao mesmo tempo, um estranho morando na minha casa, como se não bastasse a última vadia estranha, alguma coisa não cheirava bem. Quem era eu, pra fechar as portas da minha casa pra alguém da família?!

Fui dormir, fiquei meio incomodado, não falei com ele o resto da noite, ele com certeza percebeu. Eu não queria ser o estraga prazeres, mas agora que tudo estava indo bem, eu não queria outro problema pra minha cabeça. Ricardo queria fazer amor, mas eu ignorei, virei pro lado e cai no sono.

Na manhã seguinte, acordei sem falar com o Ricardo. Eu recebi uma ligação lembrando da consulta que tinha ainda aquele dia com o pediatra do Lucas. Dei um banho nele, fiz tudo, peguei minhas coisas e estava saindo, Ricardo que me chamou.

Ricardo: - Hey.

Me virei pra trás.

Ricardo: - Vai sair sem se despedir de mim mesmo?!

Eu ignorei, nem eu entendia muito o porque do meu estresse, mas acho que era isso mesmo, não queria problemas pra mim. Saí, pus o Lucas no carro, passei na casa da Carla primeiro, pra ela amamentar o Lucas, tomei café com ela, peguei o leite para de tarde, saí de lá e fui pro consultório do pediatra.

Lá, fiquei conversando com uma moça muito legal, que me deu várias dicas, me ensinou muita coisa, achei aquilo muito legal, trocar informações. Ela tinha uma menininha linda.

Ricardo me mandou uma mensagem quando eu saía do consultório avisando já estar com seu primo rumando á nossa casa.

Eu não queria ir pra casa ainda, não pra encontrar com o Ricardo. Fui pra casa da minha mãe, ela ainda bem que estava de folga. Ficamos conversando, brincando com o Lucas, até jantei lá. A noite, Ricardo me ligava preocupado, mas eu não queria atender. Mandei uma mensagem dizendo que eu estava bem e pra me deixar um pouco. Luís chegou do trabalho e brincou um pouco com o Lucas.

Depois quando não tinha mais jeito, fui pra casa. Chegando lá, ouvi muito barulho de risada e vi o carro do Gabriel do lado de fora de casa. Entrando em casa, estava: Gabriel, Bruno, Ricardo e Otávio.

Otávio, tinha 27 anos, era muito lindo, de verdade. Era o típico sarado charmoso, eu achava o Ricardo mais atraente já que ele era mais bad boy. Otávio era do tipo que todos queriam, engraçado, era quase perfeito, eu me sentia meio ameaçado com aquilo. Coitado de mim perto dele, não tinha nem metade daquele corpo ou daquela beleza, ou daquele senso de humor. Eu não sabia se era raiva ou inveja, sinceramente.

Eu não cumprimentei ninguém, passei direto por todo mundo. Me sentia traído até pelos meus amigos. Fui pro quarto e pus o Lucas lá, mas fiquei sentado do lado do berço como sempre, não queria dar atenção pra ninguém. Mas não tinha jeito, estava morrendo de sede.

Desci e fui pra cozinha, todos ficaram me olhando. Até que Gabriel levantou e me puxou pra um abraço.

Gabriel: - Saudades de você lindo, nem cumprimenta mais?

Eu: - Desculpa, tava com meu filho.

Bruno veio e me abraçou também. Ricardo no embalo veio me beijar, mas eu não deixei. Então ele me apresentou.

Ricardo: - Primo, esse aqui é o amor da minha vida, Marcio.

Otávio: - Prazer, Otávio.

Eu: - Prazer. – Peguei a mão dele, mas só por educação.

Passei e fui beber minha água, subi e fui ficar com meu filho. Os meninos mais tarde me beijaram e foram embora. Ricardo entrou no quarto do Lucas com o Otávio.

Ricardo: - Esse aqui primão, é meu filhote, o moleque é show de bola.

Eles ficaram lá, então eu sai. Não sabia o que tava me dando, acho que era ciúmes mesmo. Tomei um banho e fui buscar a Carla pra amamentar o Lucas. Depois fui deixá-la em casa e voltei pra casa, chegando em casa vi os meninos jogando videogame e Lucas estava chorando.

Eu fiquei puto.

Eu: - Ricardo, você não ta ouvindo seu filho chorar?

Ricardo: - Já ia ver, o primeiro tempo ta acabando aqui!

O sangue subiu na hora.

Eu: - Então seu filho podia estar morrendo lá em cima, que sua partida é mais importante? Vai pro inferno Ricardo. – Eu disse quase gritando.

Subi e vi que era fralda suja mesmo, troquei, levei-o pro meu quarto e fiz o que faço de melhor. Peguei o pijama, travesseiro, escova de dentes e o terno dele de trabalho, joguei tudo pra fora do quarto no chão e tranquei a porta. Em seguida, ouvi ele recolhendo tudo, mas aquela vez ele nem se deu ao trabalho de bater na porta pra eu abrir.

Eu não sabia até quando ia ficar daquele jeito, mas era até eu me sentir melhor e não ficar mais com raiva, mas pra isso precisava que o senhor Ricardo parasse de contribuir pro meu mau humor.

_____________________________________________________________________________________________________

Bom gente, desculpem minha ausência ontem, mas é que esses dias tá meio corrido pra mim, vou postar sempre que for possível. Muito obrigado pelos votos e comentários, vocês são de mais mesmo! Qualquer crítica e sugestão são bem vindas.

E-mail para contato: marcio.casadoscontos@hotmail.com

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Marcioads a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

nossa qndo tudo esta bem algo chega para atrapalhar

0 0
Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Seus contos sao lindo,me apaixonei desde o primeiro..me desculpe por nao ter comentado antes..so agora que criei uma conta aki.mas é fascinante esperar cada conto seu.belissimo

0 0
Foto de perfil genérica

poxa quando tudo esta direito chega um sem noção para atrapalhar aff e esse ricardo hein. sua história é maravilhosa adoro vc

0 0
Foto de perfil genérica

Parece que ele não tem noção que tudo que ele tenta ajudar,só te faz mal e te expõe ao ridicúlo,além de aturar uma sogra F.D.P.,uma vagaba interesseira,agora vem com primo=amigo=primeira vez,aí querer pedir demais,como ele toma uma decisão sem te consultar antes,foi a mesma coisa que aconteceu com a rapariga sem coração,não sei teria tanta paciência para aguentar tanto sapo assim.Acho que o amor está dando suporta mas até quando sua auto-estima vai subjulgar as maluquices do seu amado?PArabéns pelo conto.Abraços.Bom dia.

0 0
Foto de perfil genérica

Ixi Já me bateu um medo desse Otávio estragar tudo hein... 10

0 0
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Aff la vem mais um pra atrapalhar a vida de vcs, espero que o amor de vcs supere mais essa, continua logo pr favor.

0 0
Foto de perfil genérica

O ricardo só da bola fora,agora essa do primo,primeiro amor,ele não te respeita,não te ama,e te usa como um objeto.Que pena,pois você não merece sofrer tanto que não te valoriza.

Conta mais.

Abraços.

0 0
Foto de perfil genérica

Mais essa agora. Essa do primo foi cartada, se fosse comigo era a gota d'água. Você realemnte é professor, porque haja passiência.

Parabéns. E obrigado pela leitura.

0 0
Foto de perfil genérica

Valeu gente ! Stuquen realmente, eu tambem sei ser mau, ainda mais com ciumes ! Danny, é real sim, nao posso te dizer pra nao estragar o conto, desculpa, espero que vc entenda! uaehueahuahaeuhaeueau

0 0
Foto de perfil genérica

danny pf, eu qro saber tudo em ordem cronologica, n estraga o enredo --' . historia (ou estoria?) linda, no minimo envolvente, nos deixa ansioso p mais, umas coisa me preocupa, sua sogra pode influenciar seu filho p q revolte-se p causa da condição dos pais, deixaria-me bastante infeliz caso ocorresse, quanto aos comportamento esquivo, o sr eh humano... obrigado pela leitura, amo vosso conto.

0 0
Foto de perfil genérica

kkkkkkkkkkkkkkk Vc é muito mau! Coitado do Ricardo, mas ele tbm é um pouco desligado. Amando o conto!

0 0