Olá Galera! desculpem pela demora, é que eu estava meio ocupado esses dias. Mas, enfim, vamos ao que interessa.
Na hora que Felipe disse aquilo, fiquei imóvel, sem conseguir falar quanto mais andar. Pensava comigo mesmo - Felipe fica calmo, apenas responda que não foi nada de mais. Entretanto, quando eu estava prestes a dizer isso, Felipe simplesmente veio em minha direção e disse:
- Pô, um dia você vai ter que apresentar ela pra mim. Já sei! Convida ela pra almoçar aqui em casa amanhã, aí eu já aproveito e convido a Manuela.
- Acho que é muito cedo pra isso, deixa pra depois
- Depois quando? Daqui alguns dias nós vamos ir embora, é melhor aproveitar agora que ela tá te dando mole.
- Eu não tô muito afim.
- Tá bom então. Só que eu vou convidar a Manuela amanhã pra vir almoçar aqui.
Apenas assenti com a cabeça e fui direto pro meu quarto tomar banho. Eu precisava de um tempo sozinho para pensar o que eu deveria fazer, no entanto, nada me parecia sensato a fazer, até que um pensamento de desespero veio à minha mente. Chamar a Gabriela pra almoçar na minha casa.
Fiquei um pouco no computador, quando Felipe entra e me pergunta se ele havia falado algo errado, pois parecia que eu havia ficado chateado com ele. Falei que não havia nada e que era apenas imaginação sua, e perguntei se ele queria jogar videogame comigo e na mesma hora ele concordou.
Passado algum tempo de jogo, o Felipe começou a falar algumas coisas que eu não estava gostando do rumo que estava tomando.
- Gu, eu tô pensando em transar com a Manuela. Tipo, a gente tá se curtindo bastante, e eu percebi que ela também quer.
- Você não acha muito cedo? Falei com a boca seca e voz trêmula por causa do susto.
- Que nada ! Mas primeiro eu preciso de um tempo e lugar com ela a sós. Você poderia me ajuda né?
- Ajudar como?
- Sei lá. Daria pra você tirar a sua mãe e a minha, pra passear ou até dormir fora, só pra mim e pra Manu ficar juntos e sozinhos.
Eu não sabia o que responder pro Felipe , o medo de imaginar ele na cama com o corpo colado com o de Manuela era mais assustador do que qualquer filme de terror Japonês. Mas eu não poderia dizer não, pois Felipe ficaria chateado e viria com chantagem pra cima de mim do tipo: O que custa você fazer isso? Vai abandonar mesmo ? E eu que pensava que poderia contar com você. Cansado só de pensar que depois era capaz de ele até virar a cara pra mim, resolvi concordar.
- Vou ver o que consigo fazer.
- Sério? Isso aí, por isso que eu te adoro.
E ele veio me dando um abraço, naquele exato momento senti a pessoa mais protegida do mundo com seus braços ao redor do meu corpo, que naquela altura já estava todo arrepiado, apenas com seu abraço. Felipe foi se separando de mim e quando ele ficou completamente na minha frente, vi seu sorriso de alegria.
Paramos de jogar videogame e resolvemos assistir algum filme, que se chamava “ Shelter’’ eu até então, não fazia a menor idéia do que o filme se tratava . Nossas mães chegaram na sala no começo do filme e disseram que iriam para uma churrascaria e perguntaram se nós não queríamos ir , e dissemos que não.
O filme me parecia normal, o menino com uma namorada, enfim, eu estava pensando que era um filme de romance qualquer entre os dois. Mas, logo depois, eu fiquei surpreendido em saber que o filme estava tendo um relacionamento homossexual, olhei pro Felipe que estava sentando ao meu lado, mas apenas de relance, só para ver sua feição que estava normal enquanto sua atenção se voltava em tudo que acontecia no filme. Fiquei aliviado por um momento, pois pensava que ele iria fazer alguma cara de desaprovação ou de nojo. O filme estava perfeito, fiquei pensando como aquele filme tratava de um amor gay – hetero de uma forma tão romântica e perfeita, e se algum dia eu poderia vivenciar aquilo tudo com Felipe.
Eu estava com uma sensação tão boa assistindo aquele filme que nem reparei quando Felipe disse algo um tanto perturbador:
- Que filme chato, você não concorda Gustavo?
- Que nada, achei até legal.
- Sai Fora! Ele dispensou uma mulher pra ficar com um cara. Ele devia estar fumando crack ou algo do tipo pra fazer isso
- Lógico que não! Ele só viu que não era por ela que ele estava apaixonado.
- Pode até ser isso, mas um cara que sempre foi hetero, não tem como virar gay de um dia pro outro
- Talvez ele já tinha essa dúvida dentro dele, só não sabia reagir quanto à isso, pois assim como você disse, ele tinha uma namorada.
- Continuo achando muito chato! Mas desde quando você ficou tão romântico assim?
- Não estou romântico , só acho que o relacionamento homossexual não deveria ser considerado diferente do heterossexual. Não pense que o amor deles é menor do que o seu.
- Não penso, apenas só acho que não dá pra um cara que sempre foi hetero virar gay. Você não acha?
- Acho que dá pra acontecer ás vezes, isso deve ser normal. Do tipo atração física.
- Seria muito estranho ter atração sexual por uma pessoa do mesmo sexo que você.
- Depende do ponto de vista da pessoa e da pessoa que ela estaria atraída.
- Passou uma cena muito estranha na minha cabeça agora.
- Que cena? Perguntei curioso.
- Nem queira saber. È assustador de mais.
E assim ele foi pra cozinha, e tentei voltar ao assunto
- Nunca imaginaria ter essa conversa com você.
- Por quê? Você acha que sou um preconceituoso?
- Não, eu não disse isso. Só achava que você era muito macho para falar de algo assim.
- Ei, eu ainda sou. Disse ele dando risada
- Tá bom, se é o que você diz.
Pouco tempo depois, a mãe de Felipe e a minha chagaram, falando que iriam dormir, mas foram impedidas por Felipe que disse que tinha algo importante pra falar.
- Eu tenho algo importante pra conversar com vocês.
A mãe de Felipe na hora já ficou preocupada, não apenas ela, mas eu também.
- Felipe fala logo filho! Aconteceu alguma coisa?
- Não, é que eu tava pensando ao invés de eu morar com o Gu quando a gente for fazer faculdade, eu ir morar com a Manuela, já que nós vamos fazer a mesma faculdade. Não é por nada não Gu , é que eu só acho que eu vou ter mais tempo com ela.
- Por mim você quem sabe. E eu vou dormir agora porque eu já estou com sono.
Sai disparado para a escada, mas logo me sentei e fiquei ouvindo a conversa deles
- Mas, você não acha muito apressado isso? Vocês mal se conheceram .
- Por isso mesmo mãe! Acho que é melhor assim, pra nós nos conhecermos melhor
- Eu vou deixar. Mas só se você não me abandonar.
- Lógico que não, mãe
Quando ouvi Felipe subindo, fui direto pro quarto, deitei na cama e fingi que estava dormindo. Mas nada adiantou, Felipe me conhecia mais do que eu próprio.
- Gu, eu sei que você não está dormindo, e eu sei também que você está chateado comigo. Levanta, vamos conversar.
Levantei com um olhar acusador para ele, que mudou completamente sua feição para triste.
- Eu não quero ficar longe de você, assim como você também não quer Gustavo. Mas vai ser melhor assim, você vai entender mais pra frente.
- Eu sei que não cabe eu decidir isso, mas eu realmente queria morar com você. Nós dois nos divertimos tanto junto.
- Eu também me divirto, só vou falar uma coisa pra você. Se não der certo, se não for o que eu esperava, eu posso voltar a morar com você?
- Lógico que pode Felipe. A casa sempre vai ser nossa.
- Então tá combinado assim?
- Fazer o que, NE?
Eu deitei e Felipe sentou ao lado da cama e disse:
- Nada entre nós vai mudar.
- Tomare que não. To contando com isso.
- Eu prometo, eu só preciso tirar umas dúvidas antes.
- Que dúvidas?
- Mais pra frente eu te conto. Agora vamos dormir porque ainda tem muita coisa pra gente aproveitar.
Espero que vocês estejam gostando e por favor comentem