"Estávamos nos divertindo, naquela tarde de sábado. Quando as cervejas acabaram, resolvemos descer para Santana, para irmos à zona. Percorremos pelo menos cinco, das chamadas “Casas da luz vermelha.” Até que resolvemos definitivamente entrar pra valer em uma dessas casas. Messias e eu paramos em frente a um dos seguranças da casa. Messias indagou:
- Paga pra entrar, ou só o que consumir lá dentro?
- Paga só cinco reais campeão. – Respondeu o segurança. – Se você quiser uma das meninas, ou consumir lá dentro, você acerta direto com a casa.
- Vê então uma comanda pra mim e outra para meu amigo. –Solicitou Messias, tirando uma nota de dez reais da carteira e entregando para o segurança. O segurança nos revistou e depois deu as comandas para nós dois.
Ao entrar na casa, uma fileira de garotas de programa vestida apenas de calcinha e sutiã vinha nos cumprimentar com beijos no rosto. Cada uma apresentava-se com um nome diferente. Sentamos em um sofá, que havia na sala da casa. Messias pediu um drink pra mim e outro para ele. Depois, começou a puxar conversa com uma puta que estava sentada perto de nós:
- E aí, beleza? – Disse Messias puxando conversa com a moça.
- Sim, e com você?
- Ótimo.
- Já esteve aqui na casa antes?
- Não, primeira vez.
- E aí, o que tá achando?
- Que você deve fuder bem gostoso.
A moça riu sem graça:
- Safadinho você, hein...
- Você não viu nada minha filha.
- Apetitoso você! Tem quantos anos?
- Chuta.
- Deve ser de menor né? Não sei como é que os seguranças deixaram você entrar.
- Não sou não. É porque eu sou baixinho; aí tudo mundo pensa que eu sou menor de idade, mas não sou.
- Eu jurava que você era de menor.
- Quanto que é o programa?
- sessenta reais por meia hora, cento e vinte uma hora.
- O que acha de fazer cento e vinte pra mim e para meu amigo aqui?
- Pros dois juntos?
- É.
- Vou cobra vinte cinco por cento à parte.
- Não tem como quebrar esse galho pra nóis? – Insistiu Messias.
- Não posso.
Messias foi insistindo, tentando convencer a garota de programa a fazer sexo, com nós dois. Mas não houve diálogo. Cada um arrumou uma puta, pagando meia hora cada uma. Cada um foi para um quarto individual da casa. Messias escolheu uma prostituta negra e eu, escolhi uma gorda. Deitei na cama. A puta colocava em meu pênis o preservativo, depois começava a chupá-lo. E sussurrava:
- Tá gostoso amor, tá?...
- Manda bala gostosa! – Gemia excitado.
- Vou fazer você gozar bem gostoso, lindão!
- Mete a boca cadela! Faça-me gozar, vai!
- Você quer gozar gostoso, então você vai gozar.
Transei com aquela prostituta obesa pelo tempo combinado, até que cheguei ao nirvana do meu orgasmo".
Texto retirado do romance: "A insanidade dos anjos - Graone De Maatoz, autor dos romances "A terra dos lobocratas" e "Naquele pequeno quarto".