Galera, mais uma parte aqui. Valeu por tudo, boa leitura. Quem quiser add: chpcbh@hotmail.com Curtindo demais escrever pra vocês! Valeu
- Olha pra mim – ele segurou meu rosto – eu curto você seu bobo. Por mais que eu tenha te feito sofrer, é você que eu quero do meu lado, sacou?
- Vamos ver quanto tempo dura isso.
- Vou provar pra você agora. Me responde uma coisa: namora comigo?
- NÃO!
- Como é que é Carlos?
- É isso mesmo. Não quero namorar com um cara covarde como você. Eu não tenho vergonha de amar você Bruno, mas não porque você é meu irmão não, e sim porque você é um idiota que não sabe nem mostrar que você ama alguém.
Saí do quarto sem esperar sua réplica, até porque minha raiva era tanta que eu já nem me lembrava porque havia entrado naquele quarto. Comecei a pensar. Por mim, que ele saísse, beijasse muito e ficasse com quem ele quisesse. É claro que eu ia sofrer, mas seria melhor pra esquecer ele de uma vez e pensa-lo como eu devo pensar: como meu irmão.
Não o vi mais naquele dia, nem a noite. Fui dormir e nada dele. Desisti de me preocupar. Se enganou quem achou que eu aceitaria aquele pedido. Não mesmo. Eu não guardo rancor, mas também não sofro de amnésia. Não ia esquecer tudo que ele me fez e o que poderia vir caso eu aceitasse aquilo.
Decidi focar em outra coisa, aliás outra pessoa: Marcos. Esse sim sempre mostrou que me amava e merecia o sentimento que eu tinha por Bruno. Liguei para ele e conversamos por quase três horas. Ele muito feliz pela ligação e contando como tem sido seus dias em Salvador. Era muito bom sentir que ele me amava, ao contrário de Bruno, que de certo só queria se divertir.
O final de semana chegou e Bruno sequer me cumprimentava. Tentava nem ligar. Me concentrava no meu namoro com Marcos que eu acreditava que podia dar certo, já que ele me amava e eu passaria a amá-lo, assim que conseguisse estar ao lado dele novamente. Mas para isso eu precisava tomar uma atitude séria: me assumir para os meus pais.
Fui a casa de Thaís pra comentar o que eu estava pensando e ela me deu muito apoio. Não contei nada sobre Bruno, principalmente por saber que ela estava interessada nele. E que se dane o Bruno. Nem queria ele como pauta das minhas conversas. Cheguei em casa decidido, ia ser no jantar.
Imaginei: pleno jantar de sábado e meus pais ouvindo essa bomba. Mas eu não poderia mais adiar. Era o momento perfeito. Além disso, não parava de pensar que mostraria para o Bruno o que é ser corajoso, tudo que ele não foi.
Fui me arrumar e esperar a hora do jantar.
Ensaiava a o discurso e nada ficava bem. Liguei para o Marcos e contei o que faria. Ele foi tão fofo, me deu um apoio enorme, dizendo que a gente ia ser feliz junto e ele contaria pra todo mundo também. Fiquei muito feliz, seria uma prova de amor que Bruno jamais conseguiria me dar. Conversei com ele mais alguns minutos e pensar em Bruno me fez lembrar que não o tinha visto o dia todo. Afastei esses pensamentos num banho demorado e pensei em como falaria. Decidi ser o mais direto possível.
Desci e minha mãe já estava colocando as coisas na mesa. Meu pai ainda perguntou:
- Carlos, sobe e chama o Bruno pra jantar.
- O Bruno não está em casa, nem sie por onde anda.
Na minha casa, faltar a um jantar de sábado sem avisar é quase imperdoável. Nos sentamos à mesa e meus planos de contar estavam começando a diminuir, já que o maior expectador não iria ver.
Comemos tranquilamente e nada do Bruno.
Ao contrários dos outros sumiços dele, desta vez eu não estava preocupado. Desta vez eu estava com raiva pelo fato dele não estar presente quando queria provar pra ele o quanto eu sou seguro de mim.
Será que meu amor havia se transformado em raiva?
Melhor pra mim se fosse assim.
Pode parecer repetitivo, mas ele era meu irmão. Em momento nenhum aquilo saía da minha cabeça e nem tinha como sair.
Decidi não enrolar mais, mesmo sem Bruno eu ia contar sobre minha sexualidade:
- Mãe, pai, eu preciso falar uma coisa pra vocês e espero que vocês me entendam...
- Fala Carlos.
Quando ia começar a falar Bruno entra pela porta segurando nas mãos de uma menina. Thaís?
Me assustei com a cena e meus pais se levantaram para cumprimenta-lo. Estava incrédulo. Que papel Thaís estava se prestando. Tá certo que ela não sabia, mas ele estava jogando sujo.
Se acomodaram em volta da mesa quando meu pai disse:
- Então Carlos, o que você ia dizer.
- Pai, mãe, eu sou gay.
Meus pais me olharam com recriminação e eu não deixei de reparar a cara de espanto de Bruno. O jantar estava acabado. Ninguém mais disse nenhuma palavra. Todos na mesa estavam calados e eu pensava que talvez não tenha sido o melhor momento. Thaís tentou amenizar a situação:
- Então, Bruno, tá gostando da cidade?
- Claro Thaís, gostando muito. Principalmente de uma gatinha com um piercing no nariz do meu lado.
Nada é tão ruim que não posso piorar. Eles foram se aproximando e... se beijaram?
CONTINUA...