Love is the only game that is not called on account of darkness. (1 e 2)

Um conto erótico de Caio Rodrigues
Categoria: Homossexual
Contém 3513 palavras
Data: 08/07/2012 21:07:34
Última revisão: 08/07/2012 22:20:54

Decidi publicá-lo especialmente para os fãs do SOBRENATURAL.

Love is the only game that is not called on account of darkness.

PARTE 01 - SAM.

- Você fez o quê? - Sam rosnou virando para o pai e depois andando pelo quarto do hospital.

Ele parou de andar e olhou novamente para o pai com raiva. Antes que John Winchester pudesse se mover para longe do filho mais novo, ele foi empurrado contra a parede.

- Apenas me diga que não o mandou embora... - o garoto falou.

- Fiz o que achei melhor. - John respondeu calmamente. Ele empurrou um pouco o filho para que pudesse sair da parede. - Dean vai receber a ajuda que precisa e vai poder morar lá o tempo que quiser. O Centro de Reabilitação tem todos os médicos necessários que poderão ajudá-lo com.. - John balançou a mão no ar ao se ver sem palavras.

- Com o quê? Você nem consegue falar o que é! - Sam gritou acusando o pai e voltando andar pelo quarto, tentando ignorá-lo, perdido em raiva.

Sam sentia sua ira queimando por dentro, o consumindo. Ele fechou e abriu as mãos várias vezes tentando se controlar enquanto andava. Mas ele não conseguia acreditar. Seu pai fez Dean ir embora. O persuadiu a ir enquanto Sam dormia, nem deu chance ao mais novo de ver ou falar com Dean. E Sam odiou seu pai por isso.

John desviou o olhar em culpa. As acusações de Sam o machucaram profundamente, pois sabia que o filho estava certo. Seu filho mais velho estava machucado e ele não conseguia nem dizer em voz alta o que era. “Foi melhor pra ele,” ele disse.

Sam riu sarcasticamente. Ele se virou o voltou a gritar com o pai. “Nós sabemos que Dean não vai para o Centro,”

“Certifiquei-me de que ele entrasse no ônibus,” John respondeu embora, como Sam, ele sabia que Dean desceria do ônibus na primeira oportunidade. John sentiu a pontada de culpa dentro de si sabendo que tinha sido propositalmente cruel com Dean. Ele engoliu a culpa e olhou novamente para o filho.

“Dean vai descer daquele ônibus e vai desaparecer! Você sabe disso. Eu sei disso.”

“Os médicos me asseguraram que ele chegaria lá em segurança,” John respondeu sabendo que o que estava tentando era convencer a si mesmo. O sentimento de culpa voltava a atormentá-lo. Ele colocou Dean no ônibus sabendo que o filho desapareceria. “Tem outras pessoas no ônibus com ele que vão para o Centro. E tem enfermeiras também,” John continuou.

“Ele não é uma droga de encomenda!” Sam rebateu.

“Eu sei,” John revidou de repente, com raiva de seu filho. “Os médicos falaram bem desse Centro de Reabilitação. E eles disseram que seria bom pra Dean. Tomarão conta dele-”

“Nós podíamos tomar conta dele,” Sam interrompeu. “Nós devíamos tomar conta dele,” ele enfatizou cada palavra. “Não pessoas estranhas em uma casa de reabilitação qualquer. Nós somos sua família. Ou esqueceu disso?”

“Não, não me esqueci, mas nossa vida é complicada,” John falou. “Não seria fácil comigo na estrada o tempo inteiro e com você na faculdade.”

“Faculdade?” Sam olhou confuso. “Eu não vou voltar para a faculdade. E você..... matou aquele demônio. Acabou.”

“Eu achei-” John começou a falar.

“Achou o quê?” Sam interrompeu mais uma vez. “Eu não acredito que você pensou que eu pudesse abandonar Dean e voltar pra faculdade. E você... você não tem que caçar mais.”

“Sam, nem todas as coisas sobrenaturais morreram junto com aquele olho amarelo filho da mãe. Ainda há pessoas que precisam da minha ajuda.”

“Dean também,” Sam gritou. “Ele precisa da gente! E você simplesmente o deixou ir embora. Eu não ligo para o que você faz. Vá caçar seus demônios. Eu não me importo. Mas eu vou achar Dean.”

“Sammy-” John começou a protestar.

“Nunca mais me chama assim de novo.” Sam gritou se aproximando do pai.

“Agora você está agindo feito criança,” John disse calmamente. Ele pôde sentir seu humor piorando e o gosto amargo em sua boca. John não queria brigar com Sam. Eles já tinham passado tantos anos brigando e gritando um com o outro e John se sentiu cansado disso.

Era óbvio que Sam tinha outras idéias enquanto forçava ainda mais o pai contra a parede. “Como se sente ao saber que sua obsessão em matar aquele demônio deixou seu filho cego?” Sam gritou. “Aqueles demônios o espancaram até ficar inconsciente.” Sam se aproximou enquanto John se desvencilhava aos poucos; “Eles o chutaram na cabeça várias e várias vezes em punição porque você é,” Sam disse apontando o dedo no peito do pai. “Um filho da mãe teimoso que não dá a mínima pra nada nem ninguém a não ser a sua sede de vingança.”

“Cuidado com o que diz!” John gritou de repente.

“Você me drogou,” Sam acusou com lágrimas nos olhos. “Eu não estava lá pra ajudar Dean. Como ele sempre esteve por mim. Você tirou essa chance de mim. De Dean. Eu deveria ter estado lá dando cobertura.”

“Eu estava tentando te proteger,” John protestou.

“E quanto à Dean?!” Sam gritou. “Você em algum momento estava protegendo ele? Dean ficou cego e a culpa é sua!” John levantou a mão para bater no rosto do filho. O som de pele batendo em pele ecoou pelo quarto. Ambos olhavam um para o outro em choque. John deu um passo à frente, mas Sam se afastou do toque do pai, colocando a mão no rosto onde tinha sido o tapa. “Você nem me deixou dizer adeus.” Sam sussurrou.

John sentiu uma vontade desesperadora de colocar o filho nos braços, mas sabia que seu gesto não seria bem-vindo. Ele não só tinha magoado Dean, como magoou Sam também. “Era o que Dean queria,” John falou achando que ia ser melhor com uma pequena mentira. Ele colocou as mãos nos bolsos e disse, “Ele queria que você ficasse com o Impala” e entregou as chaves.

Sam fechou as mãos na chave, lágrimas ainda caíam enquanto sentia o metal frio em suas mãos. “Eu não acredito que era isso que ele queria,” Sam disse quietamente olhando para o pai. “Eu o conheço melhor do que imagina. Eu o amo mais do que você o amaria. E ele não iria simplesmente fugir sem se despedir.”

John não pôde evitar a pontada de ciúme. Ele sempre invejou elo que os dois filhos tinham. “Estou apenas dizendo como foi, filho,” ele disse. “Foi Dean quem decidiu ir. Ele achou que fosse melhor para nós,” John falou olhando para o chão já que não tinha coragem de olhar nos olhos do filho mais novo. Era mentira e ele sabia. Dean era uma pessoa muito difícil de ser persuadir e ele sabia que tinha magoado profundamente seu filho mais velho com suas ações e palavras.

Como John sabia do elo entre os dois filhos, ele suspeitava que se os deixasse por conta própria, o relacionamento deles ia subir mais um nível e aquilo John não aceitava, não iria permitir. Então ele utilizou as fraquezas de ambos e os separou – A necessidade de Sam de uma vida normal, faculdade e a necessidade de Dean de sempre agradar e obedecer ao pai. Mas ele foi severamente subestimado da forte devoção entre os dois irmãos. Ele magoou os dois filhos e ele sabia que nunca seria perdoado por isso, mas John honestamente acreditava que tinha feito a coisa certa ao fazer a cabeça do filho para ir embora. Tomariam conta de Dean e Sam voltaria para a faculdade. Ambos os filhos continuariam com suas vidas.

Sam estudou o pai por um tempo, sabendo no fundo, que John estava mentindo para ele. Ele pôde sentir a raiva queimando por dentro. “Eu te odeio.” Ele disse. Sam cerrou o punho e antes que seu pai pudesse reagir, deu um soco no rosto. John cambaleou um pouco, mas permaneceu de pé. Ele olhou para o filho mais novo chocado enquanto enxugava o sangue que saía de seu nariz. “Eu nunca vou te perdoar por isso.” Sam disse virando para a porta. “Não nos siga. Não precisamos de você.” Ele gritou batendo a porta e saiu correndo cegamente pelo corredor. Ele ainda ouvia o pai gritando seu nome, mas seus gritos só faziam com que ele corresse mais rápido até abrir as portas do hospital com tudo e ir para o estacionamento.

Diminuindo o passo e respirando pesadamente, Sam achou o Impala facilmente. Ele entrou no lado do motorista, ligou o carro e saiu. Ele ainda pôde ver o pai correndo até ele, então pisou fundo no acelerador, derrapando um pouco, mas se afastando do estacionamento e de seu pai.

Duas horas depois, Sam estacionou o carro em um diner no meio da estrada. Ele encostou-se ao banco e respirou fundo várias vezes para controlar a raiva que sentia do pai e se acalmar. Logo sua mente vagou e seus pensamentos se voltaram para Dean. Seu estômago embrulhou ao pensar que seu irmão estava por aí, cego e sozinho. Ele sentiu sua raiva crescendo de novo e tentou se acalmar. Sam alisou a direção e os bancos do carro. Aquele carro tinha sido sua casa e de Dean por dois anos. Eles brigaram, riram, choraram e até mesmo dormiram nele. Sam praticamente pôde sentir Dean naquele carro, seu cheiro único que parecia estar impregnado naqueles bancos de couro. Tudo no Impala gritava Dean e isso fez Sam se sentir só e perdido.

Sam amava Dean e não só como irmão. Ele sempre amou Dean, mas tinha pavor de dizer isso ao irmão achando que Dean pudesse sentir nojo e rejeita-lo. De todo jeito, nos últimos seis meses, Sam sentiu uma mudança no relacionamento deles. E ele sabia que Dean sentiu mudar também. Eles dançaram em volta um do outro como se ambos sentissem que essa conexão entre eles tinha mudado para algo romântico e possivelmente sexual. Sam estava prestes a confrontar Dean sobre isso quando John ligou avisando que estava na pista do demônio. Uma semana depois, Dean estava no hospital, lutando por sua vida na UTI. Quando ele acordou duas semanas depois, ele estava cego e sofrendo de graves dores de cabeça e convulsões causadas pelos brutais ataques do demônio e seus comparsas. Sam não podia naquele momento suprir seu irmão com seus sentimentos já que ele tinha tanto para lidar.

Sam bateu com os punhos na direção várias vezes até colocar sua cabeça nela. Ele deixou as lágrimas fluírem pelo rosto. Sam nunca tinha se sentido tão só e perdido em sua vida. “Dean,” ele sussurrou.

PARTE 02 - DEAN

Dean encostou a cabeça na madeira da janela e a inclinando um pouco para que pudesse sentir o calor do sol. Ele fechou os olhos e os apertou tentando imaginar o céu azul. Dean odiava admitir, mas ele tinha medo de esquecer como as coisas eram as coisas que ele não dera valor. Ele nem sabia por que estava na janela do quarto de motel. Ele não podia ver coisa alguma, só o nada que era a sua vida agora. O demônio podia tê-lo condenado a uma vida na escuridão, mas seu pai tinha feito pior. John Winchester, o homem que ele idolatrava, o condenou a uma vida de solidão. Seu pai, seu herói, o tinha magoado profundamente que Dean nem sonhava em perdoá-lo por suas ações e palavras cruéis. Ele alisou a barriga tentando não sentir a dor que estava dor por dentro.

Dean ainda não conseguia acreditar. Ele remoeu a conversa várias vezes em sua cabeça nos últimos dois dias. Mas era sempre a mesma coisa. Seu pai não o queria e o mandou viver naquele Centro de Reabilitação que os médicos recomendaram. Dean queria ir. Ele queria ficar com a família. Ele precisava estar perto dele. De Sam. Mas seu pai tinha outros planos. Ele não disse em voz alta, mas Dean sabia que seu pai o considerava inútil agora. Um homem cego tornaria as coisas mais difíceis para a família, faria com que seu pai parasse de caçar e impediria Sam de voltar para a faculdade, sua vida normal. Ele era um fardo e alguém precisava cuidar dele.

Dean implorou ao pai para ficar, até mesmo prometeu que não causaria nenhum problema, mas John foi relutante, acusou o filho de ser egoísta e que o melhor para a saúde dele era ir para esse Centro de Reabilitação. Ele prometeu que ele Sam o visitariam assim que ele se estabelecesse lá, mas Dean percebeu o tom de mentira na voz de seu pai e decidiu que nunca iria a esse Centro, ele fugiria e desapareceria. Era o que seu pai realmente queria. Ele fora de suas vidas. Ele mordeu o lábio na tentativa de fazer com que as lágrimas caíssem enquanto seu pai se negava a deixá-lo se despedir de Sam. Isso foi o que doeu mais. E então ele praticamente o enfurnou dentro do ônibus. Cansado de tudo, Dean deixou que seu corpo ainda machucado de tudo que tinha acontecido fosse levado. Ele tentou persuadir seu pai mais uma vez, mas seu cérebro estúpido mais uma vez não cooperou e ele se contraiu ao ver que estava gaguejando tanto que nem conseguia se fazer entender. Ele viu o pai suspirar aborrecido e desistiu. Seu pai o empurrou uma mochila e dinheiro e o colocou dentro do ônibus. Dean pressionou o rosto contra a janela sabendo que se tivesse visão, saberia que seu pai não estava ali. Isso tinha sido há dois, os dois dias mais solitários da vida de Dean.

Ele fugiu do pessoal do hospital em uma das paradas do ônibus. Ninguém deu por falta dele e então pegou um táxi e foi para um terminal de ônibus mais próximo. Dean pegou o primeiro ônibus, sem se importar nem saber pra onde estava indo. Ele passou o dia trocando de ônibus e táxis até chegar a um motel numa cidadezinha. O último motorista o ajudou a separar o dinheiro que ele tinha e o deixou em um motel ajudando até a arrumar um quarto. Dean lhe deu uma grande gorjeta em agradecimento. Ele nunca admitira a ninguém que nas últimas 48 horas ele estava terrivelmente assustado. Sozinho, cego e algumas ajudas de pessoas totalmente estranhas, mas livre de sua família e do peso que ela tem de carregar um homem cego. Ele estava sozinho, mas era melhor sozinho do que viver em um lugar com pessoas estranhas cuidando dele.

Com um suspiro, Dean se afastou da janela. Ele não usava a vara que o deram no hospital, ele achava que iria atrair muito a atenção da sua incapacidade e ele odiou quando a usou. Ele esticou os braços na sua frente e foi tateando seu caminho até chegar à cama. Ele sabia que não ia tropeçar porque no dia anterior ele tinha feito o mesmo percurso tentando memorizar o quarto, seus instintos de caçador por tantos anos o ajudavam de alguma forma e ele sabia quando algo ou alguém estava perto, seus outros sentidos eram aguçados. Ele sempre teve boa audição e agora mais que nunca, o que fazia com que sua cabeça estourasse com os barulhos do dia-a-dia. Dean sabia que seu corpo estava se adaptando à sua nova condição e isso o deixava instável e assustado. Ele não queria se acostumar a ser cego e se sentiu preso e sozinho nesse mundo de escuridão sem fim.

Dean se jogou na cama e pôs as mãos na cabeça, massageando ao lado dos olhos tentando fazer com que sua dor de cabeça passasse. As cruéis palavras de seu pai ecoavam em sua cabeça fazendo com que sua cabeça doesse ainda mais. Dores de cabeça e gagueira eram piores quando ele estava cansado, ele poderia até lidar com elas, mas a gagueira o fazia se sentir idiota. As enxaquecas ele tinha que admitir que eram horríveis. Elas o faziam se sentir fora de controle e Dean precisava se sentir capaz de controlar algo em sua vida miserável. Ele tinha remédios para as duas coisas, mas agora eles não iam resolver nada. Dean vagamente se lembrava do médico ter dito que no Centro os médicos controlariam sua medicação. Ele fez uma nota mental de procurar uma clínica que pudesse ajudá-lo com suas prescrições.

Dean teve sorte na noite anterior. O médico também o advertiu que ele poderia ter alguns sinais antes de ter convulsões. Seus dedos formigando o avisaram disso, mas não o impediram de cair de joelhos. Ele tentou resistir, mas sua apreensão era mais forte. Dean apenas se lembrou de xingar seu cérebro idiota antes de bater com a cabeça no móvel do lado da cama e cair. Ele também vagamente se lembrava do seu corpo inteiro tremer incontrolavelmente sabendo que era apenas uma pequena convulsão então não sentiu mais nada. Ele acordou algumas horas depois ainda no chão, perto de uma das camas e com outro machucado no rosto. Dean balançou a cabeça tentando tirar a imagem dele morrendo sozinho, sem controle, de barriga para cima, mordendo sua língua e engasgando enquanto outra convulsão o possuía. Dean deu uma risada sarcástica, ele preferia ser possuído por algum demônio a uma convulsão.

Isso era tudo culpa do demônio. Dean fechou os olhos tentando se lembrar o que tinha acontecido na batalha final, mas sua mente era tão vaga e seu pai se negava a contar a história toda. Ele perguntou à Sam, mas seu irmão disse que também não sabia por que ele tinha sido drogado pelo pai, e Dean suspeitava que seu irmão também tivesse forçado isso do pai e ele também não contou tudo. Dean não se lembrava de nada, nem do que aconteceu para que ficasse cego. Ele tinha certeza de que essas partes apareciam em seus pesadelos, mas como ele sempre acordava gritando e molhado de suor e as lembranças iam embora logo depois. Dean queria e não queria ao mesmo tempo saber o que tinha acontecido. Era confuso e frustrante.

Ele balançou a cabeça mais uma vez e seus pensamentos foram logo para Sam. Doce, gentil e adorável Sam. Dean se abraçou e tentou fazer com que a dor em seu peito parasse por não ter se despedido do irmão. Ele sentia falta do irmão desesperadamente. Lágrimas caíram furiosamente enquanto tentava se convencer que tinha sido melhor ter ido embora. Sam estaria livre dele, livre para ter uma vida normal.

Sam, a quem ele amava mais do que sua própria vida. Dean sempre se sentiu próximo a ele, mas recentemente eles sentiram que algo tinha mudado no relacionamento deles. Dean sabia que ambos sentiam isso e que ambos tentaram negar. Dean estava criando coragem de dizer à Sam como ele se sentia quando seu pai o chamou dizendo que ele tinha encontrado o demônio. Então ele não se lembrava mais nada até a hora que acordou no hospital sem poder enxergar. Não apavorado o bastante ele ainda tinha sofrido duas fortes convulsões seguidas e estava mais assustado do que qualquer coisa sobrenatural que pudesse já ter encarado. Sam nunca saiu do seu lado o tempo todo, mas Dean não conseguia trazer o assunto à tona. Ele não queria que Sam sentisse pena dele ou que Sam se sentisse obrigado a cuidar dele de forma alguma, mas isso doía mais do que ele pudesse ter imaginado.

Dean enxugou as lágrimas e soltou mais um palavrão. Parecia que desde a hora que ele acordou, ele brigava para não chorar ou gritar ou os dois. Dean Winchester não chorava. Dean Winchester não tinha medo. Ele andava repetindo essas duas frases como se fosse um mantra há um mês. Sempre que os médicos falavam das suas condições ele mal escutava, pois sempre repetia as duas frases em sua cabeça. Na verdade ele estava tão assustado quanto uma criança e tentava ignorar isso com todas as forças.

“Parece uma garota,” Dean comentou sobre si mesmo enquanto levantava. Ele ficou parado um tempo esperando alguma reação do seu corpo e depois foi até o banheiro. Ele tateou até achar a torneira, se abaixou e molhou o rosto, levantou o rosto e esticou o braço tentando achar o espelho na sua frente, seus dedos tocaram a superfície fria e a percorreu, sabendo que seu rosto estava refletido ali, mas tudo que ele conseguia ver era a escuridão. “Não consegue nem ver seu próprio rosto,” ele pensou amargamente.

Seus pensamentos voltaram para Sam de novo e enxugou as lágrimas que mais uma vez insistiu em cair. Sentindo raiva de tudo e todos, ele fechou os punhos de socou o espelho. O barulho do vidro se espatifando ecoou no pequeno banheiro e Dean bateu até não ouvir mais o espelho caindo e seu punho machucado com os resíduos.

Ignorando as pontadas ele sentiu o sangue quente correndo pela mão e braço. Ele segurou o braço contra o peito e sentou no chão. Ele encostou a cabeça nos joelhos e deixou as lágrimas caírem livremente. Era oficial. Dean Winchester chorava. E pela primeira vez na vida de Dean Winchester, ele tinha medo do escuro. Ele nunca tinha se sentido tão só na sua vida.

“Sammy,” Dean sussurou.

Continua?

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Comentários

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Muito Bom! E bem escrito. 10 com toda certeza

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CARA SOU MUITO FÃ DE SOBRENATURAL CONTINUA SIM !!!!!!!!!

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Posta logo outro capitulo!! :D

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que bom fico feliz, eu estou na torcida para que ele de uma chance para vcs dois

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Rafinha tá melhor, apenas de repouso! Ele saiu do hospital já, está bem melhor e é isso... To cuidando dele o melhor que eu posso, aproveitando as férias da faculdade.

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ciao adorei, adoro sobrenatural. vc tem noticias do rafa? bjs.

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