A vida me colocava em cada situação desesperadora.
E agora... O que eu faria?
Definitivamente, eu estava perdido. Nada que eu fizesse ou falasse naquele momento resolveria. Não tinha nem lógica, o Edu me perguntar algo assim, pois de todas as alternativas, sempre eu optaria por ele, sem dúvida alguma. Porque era tão difícil compreender?
Eu - Edu, por favor. Você não pode fazer isso comigo.
Edu - Com ele eu não vou.
Seria inútil... Ele estava determinado, decidido, mas essa conversa não poderia continuar ali, no meio da rua, com todos olhando e ouvindo. Consegui convencê-lo a ouvir minhas explicações... Voltamos até minha casa novamente para tentar ao menos conversar.
Eu – Edu. Eu não menti. Você tem que me entender. Tudo isso é para o seu bem.
Edu - Você me enganou. Nunca pensei que faria isso comigo.
Eu - E eu não imaginava que você fosse tão infantil.
Edu - Infantil? Você traz a pessoa que eu mais odeio nesse mundo para perto de mim e, agora quer que eu aceite isso?
Eu - Edu... Por mim, vamos viajar conosco.
Edu - Tem certeza que ele vai? (ele disse me encarando).
Eu - Já disse que sim.
Edu - Então sinto muito... Ah. Acho que isso é seu.
Nossas correntinhas... Quando começamos a namorar oficialmente, ele tinha me presenteado. Acho que agora tudo estava perdido.
Eu - Não acredito que você está fazendo isso por tão pouco.
Edu - Olha Diego, eu te amo muito, mas isso não. Não dá mais para nós.
Eu - Tem certeza? Pensa bem em tudo que você está fazendo.
Edu - Eu já pensei. Depois de tudo que nós passamos juntos... Eu esperava isso de qualquer pessoa, menos de você.
Eu - Você jurou para mim que nunca me deixaria.
Edu - Não sabe como me dói fazer isso.
Eu - Você sabe o quanto tu é importante para mim. (eu disse pegando sua mão), mas olha bem o que você tá fazendo com nós.
Edu - Não existe mais “nós”.
Eu sabia que feliz ele não ficaria com essa decisão. Agora, romper nosso namoro... Jamais imaginei. Claro que eu estava triste, muito. O Edu também estava muito abalado. Mesmo não demonstrando muito, eu fiquei em choque, mas eu deixaria tudo em suas mãos, ele determinaria o futuro da nossa relação, porque eu não queria terminar. Então, o Edu é quem decidiria. Eu iria passar esse período ao lado do Thiago para conhecê-lo melhor, assim eu os aproximaria e, por fim, tentaria reconquistá-lo novamente. Esse era o meu pensamento.
Eu - Se você quer assim, tudo bem. Saiba que tudo que nós passamos, da minha parte foi intenso e verdadeiro. Se quiser, enquanto eu vou para Angra, você pode ficar, mas já que estamos separados, quando eu voltar não quero te encontrar mais por aqui... E, talvez você tenha razão... Não existe mais ‘nós’.
Seu olhar parecia de súplica. Acho que ele pensava que eu mudaria de opinião.
Edu – Pensa bem na sua decisão.
Eu - Eu já pensei. Não é assim que você quer, então que seja feita a tua vontade.
Sai e deixei-o sozinho. Sinceramente, eu desmoronei. Sentia-me fraco e tão sozinho. Porque ele estava fazendo isso comigo? Nós dávamos tão certo em tudo e, agora eu ficaria novamente ‘abandonado’.
Agora, eu precisaria enfrentar outra decisão importante. Cheguei no carro estava tudo em silêncio. Imagino o constrangimento que eles estavam passando em ficar num lugar com pessoas que não são do seu convívio.
Breno - Cadê o Edu?
Essas coisas só acontecem comigo.
Eu - Ele não vem.
Eu não conseguia olhá-lo. Nós estávamos todos tão bem. Porque tudo tinha que acontecer dessa forma?
Breno - Não acredito que você fez isso Diego.
Clara - E agora. O que nós vamos fazer?
Breno - Diego eu sou teu amigo, mas o Edu é meu “irmão”, não posso deixar ele sozinho nessa.
Eu - Eu já esperava por isso. Fica tranquilo.
Clara – Diego. Eu fico com você.
O Breno também se foi. E agora, como eu ficaria? Minha vontade era gritar, chorar, sei lá. Qualquer coisa que me aliviasse naquele momento.
Thiago - Olha Diego. Eu não sou teu amiguinho não, mas acho melhor eu ficar aqui, assim vocês podem ir em paz.
Clara - Até que enfim, uma atitude sensata.
Eu - Clara, por favor, sem piadinha. E você Thiago, vai com a gente, ah não ser que você não queira.
Thiago - Você é quem sabe.
Eu - E também vou precisar de você. Nós estamos sem carro, esse é do Breno e, como ele vai ficar... Você terá que buscar o seu.
Ele sorriu e, saiu rapidamente. No fundo, eu ainda tinha esperanças de que o Edu voltasse e, dissesse que tudo estava bem.
Clara - Diego. Você foi tão corajoso.
Eu - Você não sabe como isso me dói.
Clara - E agora você tá sozinho. Ficar sem os seus dois amigos.
Nossa!!! Que belo incentivo. A Clara sabia como animar alguém, rsrsrs. Logo, o Thiago voltou. Olhei para minha casa e, percebi o Edu nos observando... Como era difícil. Coração apertado, um nó na garganta... Que dor insuportável!
Clara - Pensa bem. Diego.
Eu - Vamos sair daqui logo.
Então seguimos. O Thiago dirigia quieto, e a Clara com seus fones, pelo menos ela estava desligada de tudo, acabou até dormindo (preguiçosa). E, eu pensava em todos os momentos que passamos juntos... Algo tão bonito que nós tínhamos se desfez num segundo. Eu sabia que nada era para sempre, infelizmente, mas eu tinha fé no nosso relacionamento.
Thiago – Diego. Eu queria me desculpar contigo. Tudo isso foi por minha culpa.
Eu - Ninguém tem culpa de nada. Esquece isso.
Nossos diálogos ainda eram assim... Pequenas conversas... As horas insistiam em não passar. O que será que o Edu esta fazendo agora? Não conseguia pensar em mais nada. Era melhor eu fazer algo produtivo para não imaginar besteira. Comecei a ler. Às vezes era bom entrar no mundo da fantasia, rsrsrs. Nesse ponto, o Thiago era diferente do Edu, porque assim como a irmã, ele também gostava muito de ler. Enfim, trocamos figurinhas, rsrsrs. Conseguimos melhorar um pouco nossa comunicação e, até que ele não era tão chato assim não.
Apesar de constantemente eu pensar no Edu, o clima tinha mudado bastante dentro daquele carro, menos mal. O Thiago era um pouquinho mais velho que nós, só um pouco, mas ainda bem que tive essa oportunidade de conhecê-lo e conviver junto dele, graças a Deus.
Thiago - você é muito maduro Diego. Nem parece que é tão novo.
Eu – Há. Isso por que você não conversou comigo quando estou bravo.
Thiago - Esqueceu que eu já te vi com raiva?
Clara – Diego. O Edu mandou uma mensagem.
Nessa hora meu coração deu um salto, rsrs. Quem sabe ele não pensou direitinho e mudou de ideia? Puro engano.
Clara - Tem certeza que quer ouvir?
Eu – Lógico que eu quero. Diz logo Clara.
Clara - Boas férias!!! Espero que vocês divirtam-se muito.
Porque ele insistia em me fazer sofrer? Odiava me sentir assim. Como seria quando eu chegasse em casa sem ele, logo viriam as perguntas.
Eu - Pelo menos ele desejou algo bom para nós. (tentei fazer piada).
Clara – Diego. Isso não tem graça. Você sabe de tudo que perdeu com essa decisão.
A Clara sempre ficava do meu lado, me animava, enfim, era maravilhoso tê-la por perto, mas às vezes ela me mostrava à realidade e as consequências de todos os meus atos.
Clara - Diego. Desculpa, mas você quis que isso acontecesse. Só Você poderia evitar essa situação.
Thiago - Você não acha que tá crucificando o Diego demais? O único culpado aqui sou eu.
Eu - Gente, chega, acabou! Vamos esquecer esse assunto, por favor.
Por fim, chegamos. Não era tão longe, mas diante desses acontecimentos, parecia que tínhamos viajado um ano inteiro.
Clara - Até que enfim. Não aguentaria ficar nesse carro nem mais um minuto.
Acho que essa indireta (ou melhor, direta), foi para o Thiago, pois logo eles trocaram olhares desafiadores, mas depois tudo se acalmou.
Nunca pensei que minha vida pudesse mudar dessa forma, ao ponto de querer tanto alguém como eu o queria. Eu precisava do Edu comigo, é fato. Era difícil ter que admitir, mas eu sentia e, muito a falta dele. Esse fato, sem dúvidas foi minha grande transformação. Enfim, íamos caminhando enquanto eu mostrava algumas coisas para eles. A Clara se deslumbrava por toda essa paisagem linda que tinha/tem aqui, mas ela espantou-se um pouco quando eu disse que a levaria nas festas que rola mais acima da minha casa, rsrsrsrs.
Eu - Relaxa Clara. Você tá comigo.
Clara - Isso é o que me assusta.
Eu – Hum. Valeu pela consideração.
Clara - Brincadeira Diego, você sabe que eu te amo. (ela disse me abraçando).
Enfim, todos estavam devidamente apresentados. Minha mãe logo quis saber do Edu, mas eu disse que infelizmente ele não viria. Não entrei em detalhes, mas eu sabia que depois ela me questionaria. Deixei a Clara no quarto com a minha irmã, o Thiago foi descansar e, eu fiquei sozinho pensando na vida. Nesse tempo, informei aos meus amigos daqui que eu havia chegado e, claro que mais tarde eles iriam vir onde eu estava. Estar com eles me fazia bem e, sei que junto deles, por hora, eu esqueceria esse assunto. Logo, meu irmão chegou junto, ao menos ele parecia calmo.
Lukas – E aê. Chegou agora?
Eu - Sim. E você tá tudo bem?
Lukas - Sempre estou bem.
Eu – Sei. Te conheço muleque, rsrsrs.
Lukas – E dessa vez quem veio?
Eu - Só a Clara e o Thiago. Depois te apresento á eles.
Lukas - E o seu namorado?
Eu - Não tenho mais.
Lukas – Tá falando sério?
Eu – Séríssimo. Nós não estamos mais juntos.
Lukas - Fica assim não, ok? Depois tudo se resolve.
Inacreditável. Ouvi-lo dizer isso. Não que eu já não tivesse escutado essas palavras, mas vindo dele, de coração, tão sincero... Tinha um valor imenso para mim. Nós não vivíamos declarando-se um para outro toda hora, rsrs, mas nós éramos irmãos e, meu sentimento por ele sempre foi verdadeiro.
Eu - Olha só. Lukas me dizendo isso, realmente o mundo tá perdido.
Lukas - Hahaha. Para você ver não é? Eu não sou esse monstro que os outros acham não tá? E outra, antes de tudo, eu sou teu irmão.
Eu – Finalmente... Estamos progredindo, rsrsrs.
Lukas – Idiota rsrsrs. É que às vezes você me irrita demais.
Eu – Eu vivia dizendo isso para o Edu, que ele me irritava.
Lukas - Relaxa. Esquece isso. Hoje você vai sair com a gente.
Eu – Hum. Deixa eu ver se entendi certo. Aí você fica com a sua namorada e eu sozinho com o André? (ironicamente) Nunca.
Lukas – Haha. Exatamente. Ele é seu amigo também, não tem nada demais.
Eu – Eu sei o que você tá pretendendo, mas eu gosto do Edu. O André é passado.
Lukas – Ok, mas ele também gosta e sempre pergunta por você.
Eu não queria estragar esse momento com o Lukas falando sobre o passado, então era melhor evitar esse tipo de assunto, aliás, eu gostava de ver meu irmão assim, é claro, tão tranquilo. Nós tínhamos nossas diferenças, muitas, mas tê-lo assim, desse jeito tão próximo... Era maravilhoso.
Por fim, fui até o Thiago para saber se estava tudo bem, porque ele era visita e, não deveria tratá-lo mal, mas antes fui ver a Clara e, ela parecia muito bem com a minha irmã, então, não haveria problemas. Quando cheguei ao meu cantinho, ele estava lá vendo TV. Acho que não teria desconforto ele ficar no mesmo quarto que eu, espero.
Eu - E então, tá tudo certo por aqui?
Thiago - Diego. Não precisa fingir que você está bem.
Eu – Eu queria que ele estivesse aqui comigo.
Thiago - Eu sei o que você pretendia fazer, mas acho que não daria certo.
Eu - Eu só queria que vocês convivessem juntos, não brigassem tanto.
Thiago - Se você quiser, eu tento explicar para ele.
Eu - Não tem jeito mais. Deixa para lá.
Sinceramente, meus planos eram uns e, acabaram sendo preenchidos por outros. Continuei fazendo companhia para ele. Logo, minha mãe quis conversar comigo. Já imaginava que eu teria que dar muitas explicações sobre o Edu. Eu queria evitar certos assuntos, mas não consegui fugir. Eu precisaria ser forte diante dela, porém nessa hora eu desabei, não conseguia responder nada, só chorava.
Algumas coisas, somente minha mãe entendia. Logo, ela me tranquilizou e, me aconselhou dar um tempo para ele pensar e decidir.
Mãe - Dih? Vai dar tudo certo e, se não der, sua família estará sempre aqui com você.
Eu - Nessas horas que eu mais tenho vontade de voltar para cá e ficar com vocês.
Mãe - E você conseguiria ficar aqui agora, longe dele?
Realmente, por mais que eu gostasse de estar com meus amigos, minha família e tudo mais, eu não me imaginava mais sem ele por perto.
Eu – Aff. Você me faz a pergunta já sabendo a resposta. Assim não vale.
Ela sorriu...
Eu - Acho que vou ligar só para saber com ele tá.
Mãe – Sei... Tem certeza?
Eu – Sim. Eu quero falar com ele.
Mãe – Filho... Você gosta dele de verdade?
Eu - Nunca pensei que eu diria isso, mas sim. Gosto demais, mas parece que ele não percebe.
Mãe – Se ele te ama de verdade... Calma que logo vocês vão se acertar.
Na verdade... Ter a família e, os amigos que eu tenho, é um verdadeiro presente. Enfim, eu precisava saber dele, logo criei coragem e liguei para o Breno.
Eu – Oi Breno, tudo bem? O Edu tá ai?
Breno – Sim... Ele tá aqui na minha casa.
Eu – Me diz... Como ele tá?
Breno - Você sabe que ele não tá nada bem Diego.
Eu - Breno, por favor.
Breno - Ok Diego. Tu quer mesmo saber? O Edu tá aqui desesperado e, com muita raiva da sua atitude.
Eu – Breno. Eu sei que errei, por favor, traz ele de volta para mim.
Breno - Eu não posso. Ele não quer ver você.
Eu – Eu preciso falar com ele.
Mesmo me tratando com indiferença, o Breno me ajudou sim, mas o Edu não queria saber da minha pessoa. Tentei explicar de todas as formas, mas ele não se importou. Já tinha cansado de me humilhar... E quer saber? Chega!!! Não fazia muito o meu estilo ‘correr’ atrás de ninguém e, mesmo que eu sofresse muito, eu iria seguir em frente.
Sei que eu não estava sendo uma boa companhia, então, resolvi procurar a Clara para passear com ela, mas minha irmã tomou essa atitude antes que eu, rsrs. Eu tinha que fazer algo, senão iria pirar dentro de casa... Tempo depois, encontrei o Thiago sozinho, perto da piscina.
Thiago – E então. Você tá melhor?
Eu - Ele não quer falar mais comigo.
Thiago – Eu sinto muito, de verdade.
Eu - Não sinta. A culpa é minha por ter feito o que eu fiz.
Minha intenção não era atingi-lo, mas ele ficou em silêncio depois disso. Quando tínhamos a oportunidade de trocar algumas palavras, o Thiago não me olhava completamente. Acho que eu o intimidava, ou talvez, ele ainda não confiava em mim.
Eu - Thiago. Posso te fazer uma pergunta?
Thiago - Só não garanto que vou te responder.
Eu - Você e o Edu... Cara, eu só queria entender o porquê de tanta mágoa.
Thiago - Olha Diego. O Eduardo nunca quis ser meu amigo.
Eu - Mas você também nunca quis nenhuma aproximação?
Thiago - Vocês devem achar que eu sou um monstro não é?
Eu - Você que fazia de tudo para nós pensarmos desse jeito.
Thiago - Mas vocês não sabiam meus motivos para agir assim.
Eu – Não importa. Nada justifica o que você fez.
Thiago - Sabe Diego. Eu nunca quis entrar nesse ramo de advocacia.
#SURPRESO.
Como não?!? Agora sim, ele me deixou sem reação. Ah! Se o pai dele ouvisse essa revelação, rsrsrs. Cada vez mais toda essa situação me intrigava, pois toda hora algo novo surgia. Que história mais complicada. Às vezes, principalmente nas minhas horas de fúria, rsrsrs, eu desejava nunca ter conhecido o Edu e, tudo o que estava em volta dele, mas por outro lado, se isso não acontecesse... Provavelmente, eu nunca teria convivido com o Breno, Clara, e até mesmo o Thiago por um tempo... Enfim, acho que tudo isso tinha sido necessário.
Thiago – Toda minha vida, meu pai dizia que desejava que nós seguíssemos os sonhos dele e tal. Acho que isso de alguma forma me influenciou, sei lá. Era como um agradecimento por tudo o que ele já fez por mim.
Eu - Como assim? Era obrigação dele, cuidar de você.
Thiago – Ah! Você sabe que as coisas não funcionam assim. Meu pai tinha os planos dele também, minha mãe era muito jovem. Ele abandonou todos os seus objetivos para cuidar de mim. Eu nunca fui um sonho de casal apaixonado. Sempre fui um problema.
Eu - Thiago... Eu nem sei o que te dizer.
Thiago – Eu não sei quais eram os motivos da minha mãe, mas isso ficou no passado. Ela engravidou, saiu de casa, cuidou de mim da forma dela, mas meu pai... Assim que soube que eu nasceria, sempre fez o impossível para eu ser feliz. Eu me acostumei com tanto cuidado, amor... Ele poderia simplesmente me abandonar, fingir que eu não existo, mas não. Por isso escolhi ser advogado para agradecê-lo por tudo.
Eu - Hum. Pensando bem... Você tem razão.
Thiago – Então, mas agora eu não tenho culpa se o Eduardo se sente ameaçado com isso, mas ele tem de tudo, ele tem amor dos amigos dele, da mãe, dos irmãos, o seu amor (agora ele já falava me olhando) e, eu não. Não vou sair de perto do meu pai, só porque ele quer, não mesmo.
Ouvindo isso tudo... Minha conclusão era de que todos eles tinham uma parcela de culpa nessa história: A mãe por não dar a devida atenção que ele merecia, mesmo que depois de um tempo, eles tenham se acertado e, tudo mais. O Edu por complicar um pouco também, porque ele não era nada fácil. O Thiago por tanta provocação e, por fim, o pai deles por ter ‘alimentado’ esse ódio, mesmo que indiretamente. Resumindo: eram todos cabeças duras, hahahaha.
Não cabia eu julgar. Nem tenho moral para isso, rsrs, afinal, eu também era todo errado, rsrsrs.
Eu - Você não tem vontade de ser amigo do Edu?
Thiago - Agora eu quero. Eu vi a forma como vocês gostam dele e, confesso que fiquei com um pouco de inveja.
Eu - Por ele ter amigos?
Thiago - Não. Por ele ter quem goste dele de verdade. Vocês são felizes juntos, se divertem, e, eu só atrapalhei até agora.
Eu - Se você quiser nós podemos ser amigos.
Eu queria ser amigo dele sim. De verdade, eu sentia que poderíamos ter uma amizade legal. Quem sabe?
Eu - Agora... Você queria fazer faculdade de que?
Thiago - Gastronomia.
Eu – Sério mesmo?
Thiago - Claro. Sempre me identifiquei, acho muito interessante.
Eu - Nossa! Nunca pensei nessa possibilidade. Porque você não faz então, aproveita que é jovem e, ainda há tempo.
Thiago - Sabe que até me acostumei fazendo advocacia, não é ruim não.
E não é que ele era legal mesmo?
Thiago - Eu quero me acertar com o Edu.
Eu - Muito bom ouvir isso, mas agora eu nem sei se ele quer se acertar comigo também.
Thiago - Ele te ama.
Eu - Eu sei, mas agora esquece isso por enquanto. Sabe que foi até interessante conhecer esse outro Thiago, rsrsrs.
Thiago – Se você diz. Valeu Diego. Você é muito legal.
Conversamos por tanto tempo que dessa vez as horas passaram bem rápido. Logo, a Clara chegou e, veio bem animada até.
Clara - Você não quis ir comigo, eu fui com a sua irmã.
Eu - Da próxima eu vou, pode ter certeza.
Clara - Nem que eu tenha que te arrastar, você vai sim.
Eu - Kkkk. Fui intimado agora. Ah, eu quero te apresentar um amigo.
Clara - Onde ele tá?
Eu - Tu tá cega Clara? Aqui está.
Claro que ela não tinha entendido muito bem, mas se o Thiago quisesse realmente ser nosso amigo, teríamos que começar do zero. Logicamente, não dava para esquecer tudo o que ele havia aprontado contra nós, mas seguiríamos de pouco a pouco. Enfim, algo bom tinha acontecido. Presenciar a mudança dele foi muito importante para mim. Agora, minha única preocupação era o Edu, nada mais. Resolvi andar um pouquinho pela cidade. Dessa vez a Clara não queria ir, a Daiana (irmã) menos ainda e então, quem me faria companhia?
Logo, seguimos eu e o Thiago. Enquanto conversávamos, percebi o André vindo em minha direção e, assim que chegou bem pertinho, me abraçou.
André - Que saudades de você.
Eu - E você, como é que tá?
André - Agora eu to bem melhor.
O Thiago nos olhava meio diferente. E agora mais essa.
Andre - Cadê seu namorado playboyzinho?
Porque ele era assim?
Eu - Nós terminamos.
Nunca vi uma pessoa tão feliz com a desgraça dos outros, rsrsrs. Ele ficou super contente com essa noticia.
Andre - Eu disse que esse cara não te merecia.
Eu - Depois a gente se fala.
Queria sair correndo dali. O André fazia muitas perguntas, mas eu não queria papo. Não que eu estivesse com raiva dele, só não queria conversar sobre esse assunto.
Andre - E esse daí, quem é?
Eu - Esse é o Thiago, irmão do Edu.
Andre - Vocês estão juntos agora?
Nossa!!!Que pergunta mais sem noção. Te contar, hein?
Eu – Tchau. André.
Eu - Thiago. Não esquenta muito com o André não, ele é assim mesmo.
Thiago - Ele é seu ex, não é?
Eu - É. Ele e o Edu já brigaram bastante.
Caminhamos até a praia, olhando o mar. Eu desejava tanto o Edu ali comigo, me chamando de amor, me dando carinho, eu sentia falta de tudo isso. Como eu fui ficar tão dependente desse cara?
Thiago - Relaxa Diego. Tudo vai se acertar.
Eu - Eu tenho essa esperança.
Thiago - Se precisar conversar, já que agora somos amigos, não é mesmo?
Eu - Rsrsrsrs. Sim, nós somos amigos.
Thiago - Então, você pode contar comigo, eu vou te ajudar.
Ele me abraçou... Sem maldade. Senti-me até um pouco protegido. Estava tudo mais tranquilo, porém, eu percebi alguém nos observando e, quando me recompus, vi que era o Edu.
Finalmente ele tinha voltado. Agora sim, eu o tinha de volta, eu pensava. Esse momento teria tudo para ser perfeito, se não fosse o ódio que notei no seu olhar, ele estava acompanhado do Breno que também me olhava estranho. Eu estava feliz ao vê-lo, realmente. Tentei o abraçar, mas foi em vão. Ele me ignorou completamente.
Edu - Não te reconheço mais Diego.
Eu - Como assim Edu?
Edu - Então é desse jeito que você gosta de mim?
Enfim, eu me toquei... Não era possível que eles estavam imaginando bobagens ao ver eu e o Thiago, abraçados... Não pode ser. Logo, tentei me explicar.
Eu - Você está entendendo tudo errado.
Thiago - Eduardo. O Diego não tem culpa de nada.
Edu - Olha só. Já estão assim desse jeito. (ele disse debochando).
Thiago - Cara. Não tem jeito nenhum. Você é muito babaca mesmo.
Edu - Meu papo não é contigo.
Não era o ideal eles brigarem novamente. O Edu atingiu o Thiago, mas dessa vez, ele não revidou. As poucas pessoas que estavam ali perto já olhavam aquela pequena bagunça.
Eu - Edu. Você tá destruindo tudo de mais bonito que nós construímos em tão pouco tempo.
Edu - Diego. Acabou.
Simplesmente, não conseguia acreditar.
Edu - Eu ainda pensei em te desculpar, mas depois de tudo o que eu vi aqui, acabou. Esquece que eu existo.
Eu - Edu, por favor...
Edu - Eu não quero mais nada com você.
