Ola! Inicio hoje um novo conto em que as personagens são inventadas, mas a história tem uma parte real, ou melhor um conjunto de várias histórias que conheço (reais) e que fundi numa só. Espero que gostem, os vossos comentários/notas é que ditarão se continuo com o conto ou não. Será a receptividade que me fará querer dar o melhor.
Espero que gostem!Mais uma manhã, a primeira daquele ano lectivo, primeiro dia de aulas, escola nova, turma nova. Era tudo muito novo, até demais!
Chamo-me Carlos, tenho 17 anos, sou alto, moreno, cabelos castanhos, corpo levemente tonificado e desde cedo sei que gosto de garotos. Meus pais não sabem embora com certeza desconfiem. A maioria dos pais entende embora evite o assunto.
Arrumei-me sem grande vontade de ir para a escola, fui para uma turma onde não conhecia ninguém, e poucos eram aqueles que conhecia na minha nova escola. Propositadamente cheguei em cima da hora e quando cheguei já estavam todos sentados a conversar. Esperavam o professor que ainda não tinha chegado. Restava apenas uma cadeira. E era logo junto dos "badboys", aqueles que armam confusão o dia todo, dava pra ver, estavam todos conversando e que remédio o meu se não o de me sentar lá.
Os olhares estavam todos centrados em mim, coisa que realmente eu odeio. Sentei-me e pouco a pouco todos continuavam a falar entre si. De mim. Principalmente o grupo de rapazes que estava falando de mim e começando a zuar comigo.
?? - Com aquela carinha de certeza que é daqueles que não dizem nada, vamos nos divertir muito com ele. - Eu olhei para eles.
?? - Nem um mês aguenta, vai logo querer mudar de escola!
?? - Nem duvide, vai ser nosso brinquedinho, o que ele vai sofrer nas nossas mãos! - Eles continuavam a "ameaçar-me" mas o meu olhar parou num daqueles garotos. Ele era, bem, eu nem sei como descrever... Loiro, olhos verdes, braços fortes, e um sorriso encatador (ainda que fosse de deboche... por minha causa!). Mas não passava disso, de um rapaz. E que por sinal me estava a informar que me iria infernizar.
Desviei o olhar quando uma rapariga veio ter comigo.
?? - Olá, eu chamo-me Ana. Gosto em conhecer-te.
Eu - Olá! Meu nome é Carlos. Finalmente no meio de tanta gente alguém se apresenta.
Ana - Não se preocupe, eu apresento-te aos meus amigos, vem comigo.
Eu - Obrigado! - Levantamo-nos e fomos até ao grupo que estava com ela. Ela apresentou-me a todos à excepção dos quatro rapazes que, pelo que ela me contou, gostavam de zoar com todo mundo e ela já era da turma deles à alguns anos. Nós fomos para um canto, sozinhos, falar.
Ana - Prepara-te porque, se eu bem os conheço, eles vão te fazer a vida negra.
Eu - Eu também não tenho medo. Eles se acham os melhores pelo que eu percebi.
Ana - É assim, embora eles sejam dessa forma, eles são muito gatos.
Eu - E de que vale isso?
Ana - Posso-te fazer uma pergunta?
Eu - Claro que sim!
Ana - Você é gay ou bi?
Eu - Porque você tá perguntado isso?
Ana - Digamos como você reparou para o Diego.
Eu - Quem é o Diego?
Ana - O loirinho que te estava zuando, e eu vi seu olhar. Digamos que eu sou muito atenta. E não se preocupa, eu não tenho qualquer preconceito.
Eu - Sim, eu sou gay.
Ana - Não se preocupe que eu não vou contar a ninguém.
Eu - Você me parece ser boa pessoa. - O professor chega à sala e nos manda sentar.
Depois das apresentações e de zuações, chega a hora de almoço. Fui-me sentar com Ana, Filipe, André e Daniela (outros três colegas super simpáticos da nossa turma com quem eu mais tinha simpatizado). Sento-me ao lado de Ana e poucos segundos depois ela me diz:
Ana - Vem aí...
Eu - Vem aí quem?
Ana - O Diego! - Finjo não saber que ele vinha em direcção a nossa mesa e começo a comer. Ele chega, senta-se à minha frente e fica a olhar para mim. Continuo a agir como se ele não estivesse lá, claro que todos se calaram e olhavam pra nós.
Diego - Você é sempre assim?
Eu - Assim como?
Diego - Sempre tão calmo, a finjir que as pessoas não estão à sua volta.
Eu - E você? Se senta sempre onde não é convidado?
Diego - Depende. Quando algo que está na mesa me pode interessar, sim, sento.
Eu - E aqui o que te interessa? O desprezo? Eu acho melhor você ir ter com seus amiguinhos...
Diego - Você me odeia assim tanto?
Eu - Claro que eu não te odeio.
Diego - Eu sabia, você ainda vai gostar muito de mim, quem sabe seremos amigos, depois de eu te infernizar a vida, claro.
Eu - Eu não te odeio, porque você pode falar e fizer o que bem quiser e entender, a mim não me importa. A mim só me importa e me causa algum tipo de sensação quem tem importância! E se há coisa que você não é, com certeza, é ser importante!
Diego - Se prepara, você ainda se vai arrepender do que está dizendo.
Eu - E eu vou pagar pra ver isso. Mas te digo, eu não sou daqueles que fala da boca pra fora e só mais uma coisa playboyzinho, você se acha o maior, mas está longe de ser, porque desse seu 1,90 (a altura foi a sorte, mas deve ser mais ou menos...) não se aproveita nada.
Ele riu-se e saiu da nossa mesa.
Filipe - Cara, você é louco? Primeiro dia e já arma guerra com o mais temido da escola?
Daniela - Eu gostei do que você disse, e te digo que aqui nunca ninguém o desafiou!
Ana - Quem sabe o nosso amigo não vai mudar o jeito de ser daquele gatão...
Filipe - Você só pensa nisso né Ana rsrsrs
Ana - Eu tenho olhos a cara para alguma coisa rsrsrs
O resto do dia passou-se normalmente, ele e os amigos passavam o dia olhando para mim e falando entre eles, eu nem me preocupava. Com certeza estariam combinado algo contra mim, mas não valia de nada estar a tentar perceber o quê. As aulas terminaram e já na parte de fora da escola, na entrada...
Daniela - Quer vir connosco ao shopping Carlos?
Eu - Obrigado mas vou pra casa, estou cansado e sem muita vontade... Desculpem.
Daniela - Não tem problema, mas na próxima não tem desculpa. - Despedi-me de todos e quando abraçei a Ana ela me sussurrou:
Ana - Logo quero falar com você, temos de ter uma conversinha...
Assim começei a ir rumo a casa, a pé, moro a cerca de 15 minutos da escola o que me facilitava muito a vida, não precisava de ir de carro nem de transportes. Quando me afasto da escola um carro passa por mim e para alguns metros à frente. Era numa rua apenas com duas casas e muito pouco movimentada, que por sinal na altura estava deserta. Era um carro desportivo, carissímo, preto, e deveria ser muito recente. Foi quando ao passar, ouço o vidro abrir e aquela voz que já tanto me tinha irritado soa...
Diego - E aí, como está a bonequinha? - Não respondo e sigo em frente. Ele anda com o carro ao ritmo que vou andando, sempre do meu lado.
Diego - Sou assim tão brasa que te deixo sem palavras? - Olho pra ele e vejo aquele sorriso lindo, ai ele é mesmo gato e que voz... O que é que eu estou a pensar? Ele está se preparando pra armar pra cima de mim!
Eu - Você é o quê? Lamento, mas realmente, como já disse, em mim você não desperta nada, nem amizade, nem ódio, nem nada!
Diego - Hum, eu finjo que acredito bonequinha... - Eu paro.
Eu - Da próxima vez que me chamar de bonequinha, te garanto que se arrepende!
Diego - Entra no carro boneca.
Eu - Você tá zuando comigo? Eu já d... - Ele interrompe-me.
Diego - Entra no carro. - Ele falou de forma autoritária.
Eu - Quem você pensa que é pra me mandar fa... - Ele sai do carro e eu penso que ele me vai espancar.
Diego - Eu te pedi, você não cumpriu, me obriga a fazer as coisas de outra forma. - Dito isto, pega em mim pela cintura, eu tento debater mas eu não tenho força nenhuma comparada com ele. Ele coloca-me no lugar do passageiro. Com o medo não fui capaz de sair. Ele entra e me começa a levar para uma das zonas mais ricas da cidade.
Eu - Posso saber pra onde você me está levando seu maluco?
Diego – Já vai ver… E se cala, sua voz é um pouco insuportável…
Eu – Grrrrrr
Ele parou o carro no centro da cidade, trancou as portas e ficou em silêncio a olhar lá para fora. Confesso, nesta altura estava cheio de medo do que ele pudesse fazer… Alguns minutos e eu já não aguentava aquele silêncio insuportável.
Eu – Abre as portas, por favor. – Ele não diz nada e destranca as portas e olha para mim. Quando abri a porta pra sair ele segura o meu pulso.
Diego – Espera. Desculpas.
Eu – Por favor deixa-me ir.
Diego – Só se você prometer que me perdoa.
Eu – Você já se apercebeu, sem me conhecer do nada me ameaça, está sempre lançando olhares para mim e agora me pede desculpa? Você acha que eu sou o quê?
Diego – Tem razão, você não vale a pena o esforço. Prefiro perder!
Eu – Prefere o quê? Cara, você tá bem?
Diego – Sai do carro, e rápido! Tenho mais que fazer…
Eu – Eu te odeio mesmo! Você não presta.
Saí do carro e fui rapidamente para casa. Triste, desiludido… Mas não iria dar o braço a torcer. Isso, nunca!
Depois de descansar um pouco o meu celular toca. Número que não conhecia…
Eu – Ola…
?? – Ola, tudo bem? Sou eu, a Ana.
Eu – Tá tudo linda e você?
Ana – Eu estou, mas preciso de te contar algo…
Eu – Então diga, acho que nada pode tornar o meu dia pior.
Ana – Tem a ver com Diego.
Eu – Nada relacionado com ele me interessa.
Ana – Mesmo que tenha a ver com uma aposta.
Eu – Aposta?
Ana – Sim, eu ouvi uma conversa hoje. Do Diego e do Júlio (amigo estúpido do Diego). Eles falavam de uma aposta, o Diego apostava que te ia levar para a cama numa semana. Apostaram 50 reais…
Meu mundo desabou. Eu, uma aposta? Como aquele cara é capaz de brincar assim com meus sentimentosObrigado por lerem, espero que tenham gostado e aguardo vossos comentários/notas/sugestões, enfim, tudo!