Continuando...
Estava se aproximando a viagem do Ricky, ele ficaria oito dias em Portugal. Eu ia sentir muito a falta dele, mas tinha que entender. Eu não era ciumento, não sei como, eu não pensava que ele podia ficar com alguém lá ou algo do tipo, eu confiava muito nele, apesar dele já ter me decepcionado, porque relacionamento é confiança, temos de deixar ir e acreditar que o amor que damos é o suficiente pra pessoa querer voltar pra você.
Denise era realmente de mais, a gente conversava muito, ela cuidava muito bem do Lucas, com certeza ela seria uma boa mãe, a melhor parte era ela não ficar desconfortável quando falávamos sobre minha relação com Ricky nem nada do tipo, ela agia normalmente.
Quando Ricardo ia viajar, fui levá-lo ao aeroporto e deixei Lucas com a De, na hora de se despedir.
Ricardo: - Vou sentir tanto a falta de vocês neguinho.
Eu: - Nem fale.
Ricardo: - Nada de arrumar um amante hein.
Eu: - Vixi, então vou ligar pra De tirar o Ricardão do armário.
Ricardo: - Eu sou seu Ricardão, literalmente.
Eu: - Convencido. Digo o mesmo, nada de dar mole pros nossos amigos portugueses.
Ricardo: - Você é o único pra mim.
Estávamos em um canto menos movimentado, demos um beijo e um abraço e fui embora. Chegando em casa, Lucas dormia e Denise via TV. A noite, levei-a novamente na faculdade.
Silvia me ligou pedindo pra ficar uns dias com Lucas. Eu deixei, eu confiava muito neles, eles já foram pais e bons pais por sinal, então eles podiam muito bem cuidar de uma criança, arrumei as malas dele e o levei lá. Dei os dias de folga pra Denise. Otávio realmente não parava em casa mais, eu sentia falta dele. A noite ele chegou em casa.
Otávio: - Eae lindo, tudo bem?
Eu: - Nossa, quanto tempo hein lindo?!
Otávio: - Pois é, to meio ocupado no trabalho e no namoro.
Eu: - Hum, sei...
Otávio: - Sobre o Luan, me desculpa, eu não sabia, sabe?! Não quis te atrapalhar nem nada.
Eu: - Relaxa, eu entendo, aquilo tudo é passado.
Otávio: - O que você acha de sair hoje a noite, comigo, Luan, Gabriel e Bruno?!
Eu: - Ah, então agora é o quarteto. Ah meu, mas vou ficar segurando vela pra vocês?!
Otávio: - Vamos vai, todo mundo faz questão da sua presença e assim você não fica sozinho hoje a noite.
Eu topei. Saímos os cinco, fomos a um barzinho que eu não conhecia, era bem tranquilo. A música era boa. Passamos a noite conversando, quando ia ficando tarde, liguei pra Silvia pra saber do Lucas, em seguida fui embora, eles ainda iam ficar a madrugada toda por ai, eu não aguentava mais, ia aproveitar pra dormir pra sempre.
Chegando em casa, eu realmente dormi pra sempre, escureci todo o quarto, capotei e acordei a tarde no outro dia. É o sono em atraso e acumulado, eu não conseguia dormir há tempos, mesmo quando o Lucas dormia até tarde eu ficava preocupado e ia vê-lo o tempo todo.
Ricardo voltaria um dia antes do carnaval. Então logo que ele chegasse, combinamos de ir pra chácara. Eu convidei a Denise e sua família e namorado, mas se ela fosse seria como amiga e não como babá. Mesmo depois do carnaval, eu teria mais dois finais de semana sem precisar ir pra São Carlos, já que teria de fazer uma pesquisa complexa, então naquele sábado ainda, peguei as instruções direitinho, e só voltaria depois de um mês, então podia curtir os sábados com meus amores.
No domingo, queria ir no cinema, Lucas ainda estava na Silvia, eu sentia falta, mas sabia que ele estava bem cuidado já que ele era o xodó dos avós. Então chamei Denise que estava em casa sem fazer nada e fomos os dois ao cinema. O namorado dela não tinha ciúmes pois sabia que eu era gay. Ela era uma boa companhia, assistimos o filme, comemos um lanche e comprei um tênis pra mim e uma melissa pra ela, foi tudo por minha conta. Eu estava feliz.
Ricardo não falava comigo por skype há um tempo, então eu tava morrendo de saudades, mas faltavam só quatro dias pra ele voltar. Como eu sempre fui fã de esportes, eu chamei Bruno, já que ele estava de folga, pra ir assistir um jogo de vôlei feminino em Osasco comigo, ele topou na hora, Gabriel não quis que fossemos sozinhos, ele disse que a gente precisava de um guarda-costas, como ele não atenderia mais ninguém no dia, iria conosco.
Chegando no ginásio, ganhamos uma camisa legal e os negócios pra bater, éramos torcedores do Osasco, eu me diverti assistindo o jogo, consegui tirar foto com as principais jogadoras, pra minha sorte foi contra o Rio de Janeiro então foi jogão. Muito simpáticas as meninas do vôlei.
Gabriel ficava bem emburrado, de acordo com ele tinhas uns carinhas de olho em nós, então ele ficava fazendo cara de mal. Quando saímos do ginásio ele ficou mais grudado ainda em nós, de lá, fomos comer lanche no MC donalds e depois, era meio tarde e fui pra casa.
O resto dos dias, fui visitar o Lucas já que meus sogros não queriam deixar eu buscá-lo pra voltar pra casa, então eu só passava lá pra dar um beijo neles e ia fazer alguma coisa, cinema, teatro, etc.
No dia de buscar Ricardo no aeroporto eu já estava ansioso de mais pra vê-lo de novo, quando o vi, corri pro abraço.
Ricardo: - Como é bom ser recebido assim.
Eu: - Tava morrendo de saudades meu amor.
Ricardo: - Nem fala lindo.
No caminho de volta pra casa, resolvi tomar partido e mudar o caminho, fui pra um motel bem bonito pra matar as saudades, pedimos champanhe e queria ser um pouco romântico, mas logo que bebemos a champanhe ele virou um animal, fizemos amor a noite toda, foi maravilhoso, eu gostava do jeito que ele era decidido e conduzia na cama, eu era totalmente satisfeito sexualmente com ele.
Fomos pra casa. Logo que acordamos, fomos buscar o Lucas. Como o carnaval já estava ali, tínhamos decidido viajar o mais rápido possível, chamamos minha mãe e Luís, mas eles iam pra praia, então só iria pra chácara mesmo, eu e Ricardo, Gabriel e Bruno, Otávio e Luan, além do Lucas. Nem meus sogros iam, então logo eu imaginei o quanto de sexo ia ter por lá, ri sozinho.
Arrumamos tudo pra viagem, fomos em dois carros. Mas não fomos em casais, fomos: Eu, Bruno e Luan com Lucas no meu carro; Gabriel, Otávio e Ricardo no do Ricky. Nós não fomos pra praia porque pelo menos na chácara poderíamos andar e ficar como casais, sem se preocupar em constranger ou irritar outras pessoas.
No caminho, conversávamos muito, minha relação com Luan estava bem saudável, falávamos sobre sexo, esportes, trabalho e tudo mais, eu ia dirigindo despreocupado, os meninos do outro carro ficavam ficando ao nosso lado na estrada e mandando beijo. Nem quisemos parar, só paramos pra abastecer.
Chegando na chácara, fiquei muito feliz, seria um feriado só nosso, ninguém pra ficar reprovando ou censurando nada, faríamos o que quiséssemos e quando quiséssemos. Logo nos instalamos nos quartos, levamos o berço retrátil do Lucas e colocamos no nosso quarto, que era o maior de lá.
Como eu não gostava de bagunça e poeira, e principalmente pelo Lucas, eu limpei tudo lá, mandei os meninos ao mercado. Só compraram carne, salgadinhos, hambúrgueres e outras tranqueiras, muita bebida pra eles e refrigerante pra mim, alem de frutas pro Lucas.
A noite, assamos uma carne e ficamos nos curtindo lá fora, a noite estava linda demais, era tão bom ficar abraçadinho com meu amor sem alguém perto que pensasse ou falasse merda. Gabriel era um bom churrasqueiro, mas muito convencido. Todos estavam de sunga, menos eu, eu tinha vergonha de tirar a roupa na frente deles, meu corpo não era nada igual ao deles, eu era normal.
Depois de comer e fazer digestão, ficamos na piscina em casais, eu fiquei só na borda, porque sabia que não demoraria pro Lucas acordar. Então Ricardo ficava entre minhas pernas enquanto eu ficava na borda, era muito excitante ficar daquele jeito e aos beijos, vi que ele ficava excitado, na verdade acho que todos lá estavam.
Quando Ricardo já estava se exaltando eu ouvi Lucas chorar, não foi nem só pra cortar o clima, mas fui ver meu filho, sabia que era fome já que ele dormia há muito tempo, então fiz a raspa de frutas dele, levei ele lá pra fora porque precisava de uma ajuda, Bruno segurou ele pra mim e eu dei a comida pra ele, era engraçado ele se lambuzando todo de pêra.
Não demorou e ele se sujou e ficou com sono, troquei a fralda, dei banho e pus pra dormir de novo. Logo a piscina estava cheia de pegação, Gabriel e Bruno foram os primeiros a ir pro quarto, em seguida Otávio e Luan, eu estava com sono mas o Ricardo tava cheio de fogo, mas eu não ia conseguir, então resolvi fazer mas só por ele.
Ele me levou até a sala, fizemos amor lá, eu ouvia gemidos vindo dos quartos, acho que aquilo tava excitando a gente mais ainda, Bruno era o que mais fazia barulho. Eu e Ricardo fomos o mais silencioso possível, mas caprichamos aquela noite, quando acabamos eu estava muito exausto, fomos dormir 4 horas da manhã, 5:30 Lucas acordou, adivinhem pra quem sobrou?!
Pra mim, então eu tava um caco de verdade, mas eu não ligava, eu tinha toda paciência do mundo com meu filho, sabia que aquela era a única maneira dele se expressar. Ele não estava mais com sono, eu achei que ia só alimentar e ele cairia no sono, mas ele estava muito descansado, Ricardo tava capotado, então não tinha jeito, tinha que ficar com ele brincando, mesmo morrendo de dor de cabeça.
Eu sentia falta dos cachorros, porque eles sim distraiam bem o Lucas, eu tinha pago os senhores dos quais alugávamos a garagem pra alimentá-los, sabia que eles fariam pra mim. Então peguei os brinquedos do Lucas e ficamos brincando tomando um solzinho, ver o sorriso dele era a melhor coisa do mundo pra mim, meu banguelinha.
Quando foi 11 horas, acordaram todos de uma vez.
Gabriel: - Bom dia lindo. – E me deu um beijo na bochecha.
Eu: - Bom dia Ga.
Gabriel: - Que cara é essa?
Eu: - Cara de quem só dormiu uma hora e meia e tá acordado até agora morrendo de dor de cabeça.
Gabriel: - E o Sr. Ricardo?!
Eu: - Tá no banheiro pelo que eu vi, mas ele nem ouviu o Lucas chorar e nenhum de vocês também pelo visto.
Otávio: - Sabe como é né Ma?! A noite foi boa pra todos pelas caras.
Eu: - Pra mim também, mas eu to caindo de sono, porque diferente de vocês eu não dormi.
Gabriel: - Dá ele aqui pro padrinho e vai descansar um pouco.
Eu fui entregá-lo pro Ga, mas ele começou a chorar, ele não queria sair do meu colo, ele ficou muito estressado que eu tentei passá-lo pro Gabriel e não parava de chorar. Ele era muito ligado a mim, quando ele ficava assim nem com o Ricardo ele ia. Eles foram até a padaria e trouxeram um monte de coisas e tomaram café, eu não, porque Lucas não ia deixar.
Quando Lucas dormiu, fui colocá-lo no berço, ele acordou e chorou de novo, ele queria ficar comigo. Conclusão: Eu não dormi mais naquele dia. Nem conseguia comer, aquele dia foi difícil, a tarde eu ainda não tinha comido quase nada, tive que pedir pro Ricardo raspar as frutas pro Lucas, porque ele não deixava eu colocá-lo em nenhum lugar, ele tava muito bravo e quando ele chorava meu coração se despedaçava, apesar de saber que tinha que deixá-lo chorar pra se acostumar, mas eu não conseguia. Minha cabeça estava explodindo, a noite só o Lucas se acalmou e capotou também, acho que ele tava estranhando o lugar.
Quando pus ele na cama, achei que era hora de descansar, mas o pai dele também dava trabalho, depois de jantar, Ricardo quis fazer amor de novo, mas ele tava com muito fogo aqueles dias, logo, aquela noite foi prazerosa e boa só pra ele, eu não via a hora de poder dormir e minha dor de cabeça passar. Fomos dormir de madrugada de novo, e de novo o Lucas acordou cedo, não dormi nada, eu tava morrendo de enxaqueca.
Eu tava puto, mas não era com o Lucas, era com o Ricardo, ele era muito incompreensivo, ele queria gozar e dormir e o troxa que ficava acordado o resto do dia com o filho dele. Fiquei xingando sozinho um bom tempo. Mas aquele dia Lucas estava mais calmo, logo ele dormiu, mas ai todo mundo acordou e não conseguia ir dormir, eu não tava descansando nada, eu não fiquei de mal humor o resto dia, nem xinguei ele, eu quis ser legal com todo mundo, mas minha enxaqueca tava me matando.
A tarde, quando todos sossegaram, Lucas acordou, eles revezavam e ninguém me deixava dormir. Eu comecei a chorar, mas não foi do nada, tava tudo acumulado, eu chorei muito, mas em silencio, todo mundo viu, mas ninguém quis perguntar nada, Ricardo que foi atrás de mim.
Ricardo: - Que foi amor?
Eu: - Me deixa Ricky, por favor.
Ricardo: - Fala lindo, se não como vou te ajudar?
Eu: - Então tá, porra Ricardo, eu não durmo há duas noites, Lucas não deixa durante o dia e você durante a noite.
Ricardo: - Poxa lindo, eu só queria amar você o tempo todo, fazer amor poxa.
Eu: - Tudo bem lindo, mas quem acorda pra ver ele e ficar o dia todo acordado, sou eu.
Ricardo: - Desculpa se eu não acordo, mas não é culpa minha.
Eu: - E é culpa minha por acaso?! Lindo, me deixa um pouco.
Eu não quis ser grosso com ele, mas ele não era muito, como pode se dizer... presente. Lucas não reconhecia ele como pai mesmo, ele não se acalmava com ele, porque também, o pai ficava fora o tempo todo, tudo sobrava pra mim, então como consequência, ele entendia que eu era pai-mãe dele, chorava pra mim ir com ele, mas eu não queria magoar o Ricardo.
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Bom gente, como eu tive um bom tempo livre hoje, resolvi postar mais uma parte. Espero que gostem, muito obrigado por todo o carinho nos e-mails, comentários e votos, vocês são os melhores. Qualquer crítica e sugestão são bem vindas.
E-mail para contato: marcio.casadoscontos@hotmail.com
Até mais ;)
