Continuando...
Sabe aquelas pessoas que se sentem em casa sem alguém falar: Sinta-se em casa? Aquelas pessoas folgadas, que abrem sua geladeira, seu armário, entram nos cômodos da sua casa sem serem convidadas? Então, Daniel, Leo e Ramon eram assim. Eles gostavam de chamar atenção, ficavam fazendo gracinha, dando indiretas-diretas digamos, pros meninos. Bruno assim como eu tava puto.
Direto um deles ia abraçar o Ricardo, passava a mão na barriga dele, ficavam se insinuando, o mesmo com Gabriel. Só não faziam com Otávio porque o Luan era um grude, mas aquilo era muito chato, esqueciam que eu e Bruno estávamos lá.
Eles faziam piadas do tipo que queriam orgia, ficavam falando “ai que saudade de transar”, coisas do tipo pra dar margem a piadas e ver se alguém caía naquela. Ricardo e Gabriel riam de tudo, por isso eu e Bruno ficávamos putos. Eu não estava a vontade ali, na minha casa!
Quando deu meia-noite, O trio parada dura sugeriu que fossemos á alguma balada curtir, Ricardo e Gabriel toparam na hora, sem ver o que nós achávamos, eu disse que não iria, então o trio sugeriu que Ricardo fosse sem mim, na maior cara de pau. Como todos começaram a se arrumar, olhei pra cara do Bruno.
Bruno: - To perdendo minha paciência, você não tem ideia!
Eu: - Tenho sim. Mas vamos né, fazer o que?!
Bruno: - Se eles tentarem alguma gracinha, o Gabriel ta ferrado na minha mão.
Eu: - Idem.
Deixei os visitantes tomarem banho no banheiro principal e meus amigos nos quartos extras, Ricardo nem quis saber de tomar banho comigo, não que eu tivesse falado algo, mas ele sempre sugeria, ele estava é muito ocupado e entusiasmado com os novos amigos. Então Bruno que ficou comigo enquanto eu tomava banho, ele ficava do lado de fora do Box e nós conversávamos.
Fomos os últimos a ficar prontos, emprestei algumas roupas pro Bruno, apesar dele ser bem fortinho também, não era muito alto, eu era maior. Quando fomos pra sala, vem um comentário audacioso.
Leo: - Nossa, os príncipes tavam brincando no chuveiro juntos é? Abre o olho Ri.
E os idiotas todos riram, Bruno olhou pra mim e eu entendi o recado, Bruno era o melhor, nos entendíamos tão bem, eu adorava aquilo e amava ele. Descemos até os carros.
Daniel: - Vamos nesse aqui? Pra pagar de tops da balada?
Ricardo: - Pode ser!
Eu: - Não, esse carro é meu, vamos eu e Bruno aí.
Abri o carro e entramos. Ricardo e Gabriel foram no carro do Ricardo junto com o trio, Otávio e Luan foram no carro do Otávio. Eu não sabia se tinha feito o certo ao deixar meu marido e o namorado do Bruno sozinhos com aqueles idiotas. Fui seguindo o carro do Ricardo, logo chegamos em uma balada que era tudo que eu não gostava, muita musica eletrônica, muitos carinhas safados loucos pra transar, bêbados, não gostei do lugar, mas todos foram dançar, eu fiquei pra trás e Bruno ficou me fazendo companhia.
Enquanto isso, Ricardo se divertia dançando com os amigos, logo vi que Daniel começou a se esfregar nele, eu não gostei daquilo. Simplesmente levantei, paguei minha comanda e fui indo embora.
Ricardo: - Onde você vai? – Ele disse segurando meu pulso.
Eu: - Ué, vou embora pra você poder ficar roçando no seu amiguinho lá.
Ricardo: - Ta com ciúmes? Que lindo.
Eu: - Isso não é legal,você é um imbecil.
Ele achou que eu tava blefando, mas eu não estava, peguei meu carro e saí, ele ficou olhando de dentro, em seguida meu celular tocava sem parar, mas eu desliguei, perdi a classe. Chegando em casa, chorei muito, não sabia o que era, deduzi que fosse ciúmes, mas não só do Ricardo, mas dos meus amigos que nem ligavam pra mim enquanto aqueles otários estavam lá.
Peguei todas as cobertas e colchões que eles usariam e deixei no sofá da sala. Dormi em meio as lagrimas, ouvi Ricardo chegando e me acariciando, mas ignorei e dormi, ele se aninhou em mim e dormiu ali, ficamos de conchinha.
De manhã, fui pra sala, não tinha mais ninguém lá, ainda bem. Tinha apenas eu e Ricardo em casa, ainda bem. Ele levantou logo em seguida, estava muito gostoso só de cueca, se eu não tivesse bravo tínhamos transado ali.
Ricardo: - Eu queria te pedir desculpas, por tudo. Não devia ter posto estranhos na nossa casa, ter invadido seu espaço assim.
Eu: - Olha Ricardo, nem sei o que falar, não gostei deles, ficam se insinuando na minha frente poxa, você nem pra cortar eles nem nada, só se calava, não achei isso legal.
Ricardo: - Nunca foi minha intenção, eu nunca ficaria com eles, eu amo você meu amor.
Eu: - Eu to de saco cheio sabia? De você ficar pedindo desculpas, não quero ser grosso, mas você tem que pensar antes de agir.
Ele me beijou, eu correspondi, mas era a mais pura verdade, ele fazia as coisas por impulso e depois vinha pedir desculpas.
Tava morrendo de saudades do meu filho, do meu bebe, tomei um banho, me arrumei e fui buscá-lo, cheguei em casa e Ricardo jogava videogame, quando nos viu, parou e veio nos beijar.
Ricardo: - Olha meu amores aí. Sabe lindo, pensei muito no que você disse, eu sou o maior vacilão mesmo, se fosse outro cara fazendo isso com você, eu ia ficar louco, não ia aguentar, mas ao invés de implodir como você eu ia explodir.
Eu: - Tudo bem Ricardo, eu te amo.
Levamos o Lucas pra passear num parque, eu ficava impressionado com a quantidade de olhares que ele recebia, mas ficava feliz ao saber que ele era meu. Foi um dia divertido, tudo com nosso filho era divertido.
Almoçamos fora, compramos mais roupinhas pro Lucas. Eu tava com saudades do Marcelo, então fui buscá-lo pra irmos ao cinema e dar umas coisas do shopping pra ele. Porém, no filme Lucas começou a chorar e eu tive que sair da sala com ele, tadinho tava muito assustado.
Quando dei uma volta com Lucas no shopping com o carrinho de bebê, não esperava encontrar quem eu encontrei. Isso mesmo... Victor.
Eu não tinha o visto, ele que me chamou, ele estava sozinho, ele não me afetava mais, eu estava mais maduro. Ele tinha ganhado uns quilinhos, não era mais tão sarado, não tinha o cabelo lindo mais, estava meio diferente, pra pior.
Victor: - Marcio?! É você?
Eu fiquei meio chocado.
Eu: - Vi...Victor. Oi, tudo bem?
Victor: - To bem e você?
Eu: - Também.
Victor: - Então, como tá sua vida? As coisas? O trabalho?
Eu: - eu estou casado há quase 2 anos, não estou trabalhando no momento, tou só cuidando do meu filhote aqui, agora sou dono de escritório de advocacia com meu marido.
Victor: - Filho?! Dono?! Tá ricão hein.
Eu: - Isso mesmo, filho, meu filhote. Pois é, dono, mesmo sem trabalhar to lá recebendo minha graninha. E você?
Victor: - Ah ta, adoção? Então, to na mesma, mesmos empregos, mesma vida, a não ser os quilinhos a mais e que estou solteiro.
Eu: - Não é adoção não, é meu filho mesmo.
Ele estava diferente, meio acabado mesmo, meio triste, não era mais o mesmo. Nossa conversa foi interrompida por Ricardo.
Ricardo: - Opa, tudo bem aqui amor? – Ele disse a mim, lógico que ele tinha reconhecido o Victor.
Eu: - Tudo sim, tava aqui conversando com o Victor, contando as novidades, do nosso escritório, nosso filho... essas coisas.
Ricardo: - Ah tá. – E parou do meu lado, com postura e cara de mau.
Victor: - Então tá, é só isso mesmo. Já vou indo.
Eu: - Tchau, boa sorte na sua vida.
Victor: - Idem.
Depois, no carro.
Ricardo: - Não gosto daquele cara, não gosto dele, espero que ele não fique no seu pé.
Eu: - Relaxa, foi só um encontro, um acaso.
Ricardo: - Isso mesmo, eu gosto assim. Não quero ninguém em cima de você, você é meu lindinho.
Marcelo: - Vamos acabar com a melação ai?!
Eu: - Aguenta aí pô, depois de tudo que a gente te deu hoje você vai reclamar do nosso amor?
Marcelo: - Tá vai, continuem...
Demos risada. Ele dormiria na nossa casa, lógico que pra jogar videogame. Depois, ficaram conversando com os cachorros e eu apareci.
Marcelo : - Que animal bobão e burro! Quem é o idiota?
Eu entrei.
Eu: - Respeita seu cunhado Marcelo, ele não tem culpa de ser burro.
Ricardo: - Engraçadinho, ele tá falando com o cachorro.
Eu: - Continuo na duvida de qual cachorro é.
No domingo, Ricardo levou Marcelo ao jogo do nosso time. Eu fui pra casa da minha mãe assistir o jogo com ela e Luís. Almocei lá, eles brincaram com o Lucas e me disseram tudo, como estava sendo criar Marcelo, como ele era, e etc. Ele era de mais realmente, mas agora ele tinha uma vida boa, segura e tranquila conosco.
A noite, com os meninos de volta, fomos pra casa, fizemos amor e descansamos, no dia seguinte eu teria a companhia da minha amada Denise comigo, então eu não ficaria só. Queria tanto ganhar na loteria, só pra nem eu e nem o Ricardo precisarmos trabalhar, pra ficarmos juntos pra sempre, viajando, curtindo cada canto do mundo a nossa maneira.
Na manhã seguinte, acordei cedo pra fazer amor bem demorado com o Ricardo, sem pressa, sem importar nada, o Lucas já não chorava como antes mais, só se acordasse assustado ou se tivesse fome.
Denise chegou me contando do final de semana, da faculdade, pedindo ajuda em algumas matérias e etc.
Marcelo, aquele dia, me pediu que eu passasse a ensiná-lo matemática sempre nos tempos livres, mas ele queria a matéria difícil e complexa, o suficiente pra passar no vestibular dali a dois anos, fiquei super empolgado em ensinar alguém de novo, passei o resto do dia buscando coisas na internet pra ajudar a ensiná-lo e praticar a matéria.
_____________________________________________________________________________________________________
Bom pessoal, como estava inspirado e com disponibilidade agora, decidi postar outra parte do conto. Obrigado por tudo que vocês fazem por mim, cada palavra, gesto, e-mail, fico muito satisfeito. Qualquer crítica e sugestão são bem vindas.
E-mail para contato: marcio.casadoscontos@hotmail.com
Até mais ;)